quinta-feira, 21 de março de 2013

Não haverá redação em 2014 no Enem? Orlando Júnior prova que Aloísio Mercadante não vai deixar


Em tempos de  culto aos erros da redação do ENEM preocupa-me o quanto isso tem tomado proporção e importância. De redação com  receita de Miojo ao hino do Palmeiras ( se ainda fosse do Corinthians diriam que foi de um aluno meu), estamos vivendo a era de que escrever errado é garantia de passar. Errado quem propaga, errado quem acredita. Eu não vi um milhão de redações erradas em suas correções. E, sei que o processo de correção é feito com margens de erros. O problema é a margem tem se tornado a essência. 
Para diminuir essas máximas que querem tornar desimportante a avaliação redação no processo, única capaz de medir, de fato, o grau cultural e conhecimento de leitura e língua eu vou mostrar a vocês redações de meus  queridos alunos que são nota mil e sabem que nem receita da caviar garante o conhecimento que se adquire quando se saber ler e escrever mundos. 

Quando ouvimos por aí que o Enem não terá redação em 2014 eu não tenho medo algum porque sei que Aloísio Mercadante não  sonha com um país de analfabetos, mas letrados, inclusive digitais. 
E que reconhece o peso de alunos que escrevem como Orlando....


Essas  são de Orlando Júnior Mil na UESB e mil na UNEB - Começará seu caminho para medicina  em 2013...amanhã tem mais....



Pela essência do ser humano

                A contemporaneidade se consolidou com base em uma ótica capitalista, que valoriza a superficialidade, a instantaneidade e a relativização de valores em detrimento da crítica e da reflexão. Sendo assim, a sociedade hodierna é impulsionada a uma cultura de massificação que manipula os indivíduos para privilegiar um seleto grupo. Diante dessa conjuntura, a informação, por ser pouco debatida pelos indivíduos e, assim, mais rápida de ser adquirida, tem subjugado o conhecimento, este que é fruto de debate e estudo aprimorado.
                O homem pós-moderno usa as salas de bate-papo virtuais em substituição às Academias Literárias do século XVII e XVIII ou à Escola de Sagres do século XV, contudo o primor pelo conteúdo e pela reflexão não foi devidamente mantido. Visto que, enquanto, nos séculos passados, se discutia uma nova forma de se fazer poesia ou novos eventos e estratégias que revolucionariam o curso histórico da humanidade, hodiernamente as redes sociais, com poucas exceções, tornaram-se espaços para observar o comportamento alheio ou de puro entretenimento. Diante dessa conjuntura, é perceptível o pequeno espaço ocupado pelos jornais e rádios, que se dispunham promoverem debates e reflexões sobre sociedade, e o pouco interesse dos cidadãos nesses meios midiáticos.
                Para Milton Santos, a globalização é regida segundo os interesses de um restrito grupo de grandes corporações internacionais, o que configura um globalitarismo. Tendo em vista tal égide, as culturas locais tendem a ser anuladas, pois o indivíduo pós-moderno está atônito diante do intenso “bombardeio” de informações no seu cotidiano, o que o leva a ser facilmente manipulado e, por conseguinte, propicia a padronização ideológica. Partindo dessa premissa, a memória histórico-cultural encontra-se ameaçada por essa lógica capitalista, uma vez que, até os espaços culturais, como galerias de arte e saraus, definem sua programação de acordo com o patrocínio da empresa que recebem, ou seja, até a cultura, que é a livre representação identitária, tem sido subjugada pelo capitalismo que se perpetua na sociedade contemporânea.
                Para além disso, José Saramago apregoava que o homem é fisicamente um corpo, mas em essência uma memória. Desse modo, o indivíduo pós-, ao permitir a simples propagação e absorção da informação sem uma reflexão crítica, tem ameaçado a perpetuação de princípios e do conhecimento histórico-cultural, necessários à formação da identidade das futuras gerações. Nessa perspectiva, cabe também ao Estado, por seu caráter abarcativo, a disseminação das múltiplas formas de arte e expressão nos espaços culturais consolidando, assim, a premissa de que o futuro precisa da memória do passado.

Orlando Júnior (vestibular UESB 2013)

Por uma essência universal

De Neil Armstrong e sua chegada à Lua aos exoplanetas contemporâneos, a humanidade encontra-se imersa em um curso histórico repleto de rápidas mudanças propiciadas pela evolução da ciência e da tecnologia. Tendo em vista tal égide, creio na possibilidade de se formar um novo mundo mais humano, digno e justo, uma vez que, na Terra não conseguimos alcançar tal feito. Assim sendo, aliando sonho, ciência e o espírito de coletividade, eu me candidato a ir morar em outro planeta habitável na busca por sociedades menos desiguais.
Para Milton Santos, a Terra encontra-se segregada entre aqueles que não comem e entre os outros que não dormem temendo a revolta dos que não comem. Essa realidade terráquea não poderia ser aceita no novo planeta, visto que, o mesmo, por ser uma perspectiva organizacional inovadora, necessita do máximo de estabilidade sociopolítica que deve ser alcançada através de uma sociedade funcional e igual. Uma vez que, a desigualdade de direitos só tende a promover conflitos como aqueles que ocorrem entre o MST(Movimento dos Sem Terra) e os latifundiários, e entre a Palestina e Israel.
Diante dessa conjuntura, viso a democracia aliada a uma cidadania plena como o melhor sistema político a ser adotado, para que assim não haja a formação de abismos sociais e culturais tão corriqueiros na Terra. Partindo dessa égide esse novo mundo não teria nem um Estado opressor, como a China, ou populista, como a Venezuela, e nem um ineficaz na aplicação das leis, como o Brasil, ou que associe a felicidade da nação ao consumo, como ocorre nos Estados Unidos. Logo, rompendo-se com todos esses estereótipos estabelecidos seria plenamente viável a construção de uma civilização estável e com um Estado que defenda o bem-estar social, tal qual acontece na Suíça e na Noruega.
Para além disso, José Saramago já apregoava que somos fisicamente um corpo, mas, psicologicamente, uma memória. Seguindo tal premissa, enxergo as vivências da Terra como precedentes de transformações ideológicas e sociais profundas, isto é, devemos apreender que os erros cometidos no mundo no qual vivemos não devem se perpetuar em outro planeta ou este também imergirá no caos. Desse modo, entendo que podemos ser perfeitamente universais, sem abandonar o que somos na essência: humanos, eternos sonhadores.
Orlando Júnior ( vestibular UNEB 2013)