A Física do Brasil
A força e
o deslocamento são fatores pré-requisitos para a realização de trabalho e
produção de energia. Assim como na Física, a “Máquina Brasil” depende das
transformações exercidas pelas forças sociais no seu perpassar histórico a fim
da garantia, produção e manutenção dos atuais conceitos de política, cultura e
cidadania. No entanto, pontos-de-vista se divergem em relação às ferramentas
que garantem a constituição desse Brasil contemporâneo, na qual a política da
cordialidade sobrepõe-se às noções de meritocracia.
Em geral, costuma-se justificar as deficiências do país a
partir do legado de sua colonização. De fato, a desordem política e econômica
imposta pelos portugueses, que deixaram como herança a repressão ao negro e a
má formação das cidades, evidencia o estopim dos problemas sociais brasileiro,
mas não justifica a manutenção dos mesmos. Nessa perspectiva, os escândalos de
corrupção envolvendo governantes, constantes na contemporaneidade, denotam a
degeneração de um país que corrompe a sua ética, relativizando as noções do que
é certo ou errado.
Em contrapartida, ainda existem aqueles que prezam pela
legitimidade dos seus atos e repudiam a política da cordialidade. O atual
Presidente do Supremo Joaquim Barbosa é exemplo dessa manifestação a favor da
meritocracia, quando menciona “cordial surge não pela imoralidade mas pelo
excesso de emoção em detrimento da racionalidade”. Assim, o estereótipos de um Brasil cordial finda-se
quando um brasileiro decide proclamar a honestidade e não a fragmentação de
valores.
Segundo Carnot, é impossível a criação de uma máquina na
qual todas as suas forças sejam totalmente revestidas em energia. Desse modo, a
Máquina Brasil não deve ser operada pautando-se nas suas forças negativas no
deslocamento do tempo, mas de forma a se obter sua potência máxima sem a perda
de valores éticos e morais.