domingo, 18 de outubro de 2015

Educação - Tema de Redação para o Enem 2015

Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Educação é o maior desafio estratégico da sociedade brasileira, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
Perante os múltiplos desafios suscitados pelo futuro, a educação surge como um trunfo indispensável para que a humanidade tenha a possibilidade de progredir na consolidação dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social. Não como um remédio milagroso, menos ainda como um “abre-te sésamo” de um mundo que tivesse realizado todos os seus ideais, mas como uma via – certamente, entre outros caminhos, embora mais eficaz – a serviço de um desenvolvimento humano mais harmonioso e autêntico, de modo a contribuir para a diminuição da pobreza, da exclusão social, das incompreensões, das opressões, das guerras... A educação é também uma declaração de amor à infância e à juventude, que devem ser acolhidas nas nossas sociedades, reservando-lhes o espaço que, sem dúvida, lhes cabe no sistema educacional e também no seio da família, da comunidade de base e da nação. Esse dever elementar deve ser constantemente evocado para que seja levado em consideração, inclusive, nas tomadas de decisão de ordem política, econômica e financeira: parafraseando o poeta, a criança é o futuro do homem.  http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf

Texto II
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015. Segundo o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizar o acesso à educação primária (1ª ao 5 ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e meninas às aulas em grande proporção.
As metas foram estabelecidas na Cúpula Mundial de Educação, em Dakar, no Senegal, com 164 países, ocorridas em 2000. O objetivo global era que todos os países pudessem chegar a 2015 tendo cumprido as seis metas abaixo:
META 1 - PRIMEIRA INFÂNCIA
Expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis. Entre os países, 47% alcançaram o objetivo e outros 80% quase conseguiram.
META 2 - EDUCAÇÃO PRIMÁRIA
Alcançar a educação primária universal, particularmente para meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas. Objetivo foi alcançado por 42% dos países. O Brasil cumpriu.
META 3 - JOVENS E ADULTOS
Garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e a habilidades para a vida. Unesco diz que 46% dos países atingiram. META 4 - ANALFABETISMO
Alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015. Apenas 25% dos países atingiram.
META 5 - MENINOS E MENINAS
Alcançar a paridade e a igualdade de gênero. Unesco diz que 69% dos países atingiram meta na educação primária e 48% no ensino médio. O Brasil atingiu.
META 6 - EDUCAÇÃO DE QUALIDADE 
Melhorar a qualidade de educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos. De acordo com o relatório, faltam 4 milhões de professores no mundo. 
A educação no mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem tido acesso à educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de crianças que não completarão a educação primária.
A desigualdade na educação aumentou, com os mais pobres e desfavorecidos carregando o maior fardo. As crianças mais pobres do mundo têm chances quatro vezes maiores de não frequentar a escola quando comparadas às crianças mais ricas do mundo, e cinco vezes maiores de não completar a educação primária.

Texto III
Entre os dias 19 e 22 de maio, em Incheon, na Coreia do Sul, aconteceu o Fórum Mundial de Educação, organizado pela UNESCO. O objetivo do Fórum foi acordar a nova agenda da educação, que irá vigorar entre 2015 e 2030, com os novos objetivos que compõem o compromisso Educação para Todos.
Os cinco temas centrais desta terceira edição do Fórum foram:
I) Direito à educação: assegurar educação equitativa e inclusiva de qualidade e aprendizagem ao longo da vida para todos até 2030.
II) Equidade na educação: acesso e aprendizagem equitativa, particularmente para meninas e mulheres, devem estar no centro da agenda pós-2015 para permitir o pleno potencial de todas as pessoas.
III) Educação inclusiva: uma educação inclusiva não apenas responde e se adapta a cada estudante, mas é relevante para a sociedade e para o respeito à cultura.
IV) Educação de qualidade: educação de boa qualidade, provisionada por professores treinados e apoiados, é direito de todas as crianças, jovens e adultos, não privilégio de poucos.
V) Educação ao longo da vida: toda pessoa, em toda a etapa de sua vida deve ter oportunidades de educação ao longo da vida para adquirir conhecimentos e capacidades de que necessitam para realizar suas aspirações e contribuir com suas sociedades.

Texto IV
A educação é a base da cidadania porque ela é ao mesmo tempo difusora e instrumento da possibilidade de construção de uma sociedade cujos direitos e deveres sejam de fato exercido por todos. O papel da educação é duplo: ela é disseminadora de uma consciência cidadã e ao mesmo tempo é instrumento de consolidação de uma verdadeira cidadania vivenciada nesse segundo papel. A educação precisa, necessariamente estar cumprindo seu papel de garantir oportunidades iguais a todos. É desejável que os estudantes de todos os níveis possam competir em igualdade de condições.
No mundo de hoje, a maior violência que podemos cometer com a dignidade humana é, sem dúvida, a inércia, o consentimento com a condição de milhares de brasileiros não desenvolverem a capacidade de ler, escrever, acessar o conhecimento de forma que possa desempenhar uma participação autêntica na sociedade. Afinal, a educação garantirá a sustentabilidade dos imensos avanços sociais e a cada jovem brasileiro o passaporte para o futuro. Para isso o Brasil precisa acelerar a evolução para uma sociedade do conhecimento e para uma economia inovadora, com uma indústria competitiva.
As pesquisas estão aí confirmando que na sociedade letrada em que vivemos, quanto maior a participação do sujeito na cultura escrita, maior será a convivência com domínios de raciocínio abstrato, maior será a capacidade de realizar tarefas que exijam controle, inferências e ajustes constantes. O sujeito que lê e escreve é uma pessoa mais participativa socialmente, mais responsável e solidária.



Tema de Redação Bahiana 2015

Assistam ao vídeo com a aula de Mara orientando os alunos do curso antes da vivência da Bahiana no vestibular 2015.2. 
Vai fazer Bahiana? 
#VemSePreparar

Redação Modelo Mobilidade Urbana

Olá meus amores, recebam de  presente esse tema elaborado por Fábio de Jesus e a  redação Modelo por Mayara Almeida de Salvador que mesmo na correria por suas aprovações ainda arranjaram um tempinho para ajudar vocês. 



O transporte público como construtor de dignidade no Brasil do século XXI                                                                            




                                                Como já dizia o príncipe...

Tomando como norte a percepção do Pequeno Príncipe que andar para frente não significa evoluir, a construção de políticas públicas para a mobilidade urbana brasileira evidencia essa lógica no momento em que apesar de evoluir não alcançou os menos favorecidos. Sendo assim, o transporte público como prerrogativa legal se configura como o Calcanhar de Aquiles na construção cidadã do país. 

Passando dos trens e bondinhos aos atuais ônibus e metrôs, o deslocamento urbano na terra de Macunaíma apresenta-se de forma sucateada sendo sinônimo de desclassificação social. No país em que importantes figuras públicas se deslocam de ônibus e viram capa de jornal - como no caso da atriz Lucélia Santos - fica explícito uma inversão de valores e o preconceito velado pela clara percepção de que deve haver conduções coletivas associadas à população de baixa renda. Nesse contexto, o princípio da cidadania que remete a plena igualdade é negado aos indivíduos dependentes da ação do Estado.

 A Constituição Federal e seu artigo sexto, como expressão das necessidades básicas de uma dignidade humana, acaba de inserir o transporte público como direito social. O antropólogo Roberto da Matta afirma, sobre isso, que a logística de fluidez do trânsito brasileiro e sua qualidade não pode ser resolvida somente à luz constitucional, mas exalta a significância do acontecido. Confirmando essa máxima, dados da ONU revelam a união da ação pública atrelada a formulação dos costumes sociais como a melhor alternativa escolhida por países referência em mobilidade. 

Parafraseando o poeta Manoel de Barros, nada deseja um olhar razoável, tudo almeja um olhar azul. Dessa forma, o olhar das possibilidades que não é utópico, mas sim possível é indispensável na tomada de medidas intervencionistas. Logo, a efetivação destas se daria primeiramente pela ação do terceiro setor conscientizando a população através de palestras no âmbito escolar para formação de futuros construtores sociais, e paralelamente a isso a ação do Estado em atingir a meta brasileira no término das faixas exclusivas para ônibus, com a integração das vias de metrô as paradas do coletivo, unindo o sistema de tarifas e bilhetagem na utilização de um único cartão magnético. Assim, o entendimento de que a mobilidade urbana precisa ser diversa e de diversos parceiros garantiria ao brasileiro o genuíno direito de ir e vir.

MAYARA ALMEIDA DE MELO

         



















A mobilidade urbana é uma forma de direito e uma de suas principais garantias está associada ao transporte público de qualidade. Nesse sentido, a efetivação dessa prerrogativa legal contribui para que a cidadania seja plena, junto a outros direitos fundamentais. No entanto, no Brasil, a ineficácia do Estado em garantir tal condição amplia a pobreza e diminui o lazer dos já desfavorecidos.
          O entendimento da ONU reafirmado na Constituição é que saúde, educação, lazer, segurança e mobilidade são requisitos que o Estado deve garantir para o bem-estar da população. Isso porque quando o cidadão tem garantido um transporte de qualidade é capaz de ser mais eficiente melhor no trabalho e tem mais tempo para o lazer, o estudo e a família. Portanto, a liberdade de ir e vir é marca de progresso já que entre elementos que mensuram avanços e qualidade de um país, esse quesito aparece como primordial.
         O quadro de uma frota de ônibus sucateada e passagens com preço superior ao que a renda do trabalhador permite, revelam segundo o IPEA que o Brasil não entendeu que baratear ou tornar livre o transporte seria um avanço na economia. Ganha o Estado, que garantiria o seu dever e permitiria uma ampliação da renda para outras necessidades do cidadão e esse que poderia ter tempo para outros âmbitos da sua vida.
         A dignidade cidadã só pode ser construída quando o Estado se responsabiliza por ela. Nessa perspectiva, o entendimento de que a responsabilidade sobre transporte de um país é de âmbito público e que esse deve primar por garantir que ele seja livre ou acessível é o primeiro passo para garantia da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Afinal, não se trata de 0,20 centavos, mas do direito de pertencer e locomover-se.

Produzida pela Equipe do Curso