FACULDADE BAHIANA DE DIREITO
REDAÇÃO
2014.1
PROVA ELABORADA PELA STRIX – EDUCAÇÃO
" Todos os males da democracia se podem curar com mais democracia." Alfred Emanuel Smith
É com muito prazer que apresento as leituras
que fizemos como
auxílio para a prova
que vocês farão
no dia 24.
Primeiro porque
o que nos move é a crença
de que não faremos
uma cidade melhor,
mais justa e mais igualitária, nem um país e
por extensão o
mundo, sem homens e mulheres
dispostos a
tornar a democracia mais efetiva.
Esses homens são
principalmente os que decidem
fazer das leis uma ciência de vida e ser capaz de
manuseá-las, não nas entrelinhas para benefício
do que é escuso, mas para efetivá-las na forma de
melhorias ou modificá-las para acompanhar
o dinamismo
social. E, consciente de que
esses homens e mulheres são Mariana, Victoria,
Milton, Fredericko
Lara e os outros que
escolheram a
Bahiana de Direito para
ingressarem numa
das profissões mais bonitas
do mundo que decidimos
compartilhar
nossos estudos
de perfis de prova.
Bons estudos e boa prova!
A PROVA
Nos anos em que essa avaliação era feita
pela Consultec tínhamos na primeira fase “orientações”, “pistas” para o que
seria cobrado na segunda fase. Em 2013.2, o texto de abertura tratava do conceito
de “Janelas Partidas” sobre a ideia de que quando se cometem as pequenas faltas
então os maiores delitos começam a acontecer. O texto subliminarmente tratava da
explicação da Psicologia Social para códigos de convivência e prenunciou o tema
junto com a ideia de Rousseau de que “uma sociedade só será democrática quando
ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém tão pobre que tenha que
se vender a alguém”. Mais pistas apareceram na questão baseada no título do
livro mais vendido do mundo: Não basta ser bom, é preciso querer ser bom.
Nesse ano a prova de humanidades tratou de
questões como a questão social brasileira, a redução da maioridade penal e a
ausência ou dificuldade de se estabelecer alteridade, ou seja, a noção do
outro.
A redação da segunda fase pautava-se
fundamentalmente no texto de abertura “Janelas Partidas” e propôs, a partir de
um texto que apregoava que é difícil viver em harmonia e manter uma boa
convivência em um mundo de agudos contrastes, tais como aquele que se produz
quando a pobreza e a indigência coexistem com a opulência e o consumo supérfluo,
o tema para ser escrito em forma de dissertação sobre o desafio proposto nesse
texto associando-o às normas de bom convívio estabelecidas numa imagem como
manter todos os portões fechados além de
tantas outras. Queria que você apresentasse o papel dos formadores de valores
como pais e professores. Um tema associado à prova.
Já a
primeira prova da Strix surpreendeu por propor a questão da exacerbada
divinização do humano como texto de abertura, propor um texto sobre a transgressão
das normas na questão dos competidores, um poema sobre questões de limites
morais, na prova de humanidades propor princípios da administração pública,
estética, impunidade, mas cobrar a redação sobre o compromisso social do
advogado.
O que esperar da prova 2014.1?
A PROVA 2014.1
Partindo do princípio de que a sorte favorece
o espírito preparado, segue abaixo um coletânea de textos para favorecer três
aspectos:
·
Temas relacionados ao direito e os desafios do século XXI;
·
Temas relacionados à prova que envolvia a ideia
da democracia no Brasil se limitar a comparecer às urnas durante
o processo eleitoral, ao entendimento da necessidade de uma cultura e educação
para a consolidação da democracia. A sugestão das ideologias de Paulo Demo de
aluno-cidadão e de Bobbio de que uma sociedade democrática é aquela que vai
conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas.
Os textos seguintes tratavam das formas das
democracias nos Estados contemporâneos, o conceito de democracia representativa
e um texto literário de Moacyr Scliar que reflete sobre a exclusão social - um homem perde
sua cidadania quando perde o emprego e vai perdendo identidade, família até o único
momento em que o Estado trata os menos favorecidos como cidadão: através da polícia.[1]
Boa leitura.
Grife trechos e inspire-se. Vamos garantir nossas vagas!
Reflexão sobre o
Sufrágio Universal
Na era das incertezas,
uma das certezas que se concretiza é a de que os futuros são muitos. Partindo
dessa premissa, mesmo que tenha servido de alicerce, a democracia direta grega
não nutriu as diversas associações que emergiram historicamente. Logo, muitas
foram as transformações que convergiram para o atual arquétipo de Governo do
povo - sinônimo de representação. Porém, fatos e relatos de múltiplas gerações,
evidenciam que existe uma congruência entre o passado e o presente: a busca
pelo Estado Democrático de Direito.
A ação é condição “sine qua
non” para se alcançar modificações. Ratificando essa máxima, muitos foram os
episódios históricos estrelados por “pseudos” cidadãos, na tentativa de
encenarem o verdadeiro roteiro da democracia. No passado, a Revolução
Protestante, o Iluminismo e as Revoluções Americana e Francesa, na
hodiernidade, a Primavera Árabe e a Revolução dos 20 centavos (Brasil), foram
lutas por igualdade e liberdade que culminaram, inegavelmente, na ampliação dos
direitos políticos e civis. Dessa forma, moldaram a política como uma práxis
coletiva, e não somente de uma minoria técnica. Porém, a sociedade apresenta-se
estruturada de tal maneira que condiciona a democracia ao plano formal.
Vista por outro prisma –
o que não reduz a democracia a um regime político – dizer que uma sociedade é
democrática, é dizer que além de eleições e partidos políticos ela institui
algo mais profundo: direitos. Portanto, uma democracia para ser tida como ideal
não deveria assaltar a legitimidade da soberania popular. Para tanto, a atitude
primária de seguir os caminhos virgens desenhados pelos gregos se faz
necessária, uma vez que esses levam a igualdade, a liberdade e a participação
no poder. Somando-se a essa caminhada, normas sociais embasadas em uma moral e em
uma ética adequadas às luzes do século XXI, talvez transcendesse o ideal
democrático do mundo onírico para o mundo real.
Para Leonardo Boff, se
não haver a busca pelo o impossível finda em não realizar o possível. Portanto,
a utópica democracia deve ser instigada para se alcançar uma aproximação de
seus parâmetros. Em resumo, direta ou
representativa, é necessário que a soberania do povo ecoe pelas inúmeras
esferas que compõe a esfera democrática, seja ela social, cultural ou
econômica. E se assim não for, que o cidadão como sujeito de direito, tenha o
direito de lutar por seus direitos. Afinal, esse é o cerne da democracia.
Márcio Porto
Sensatez
necessária
A democracia é a ferramenta
essencial para a construção de um futuro de possibilidades. No entanto, sua
atuação é ainda incompleta em países adeptos a essa evolução sociocultural.
Logo, persiste a incessante luta pela utópica plenitude democrática.
Desde a exclusividade para
cidadãos livres na Grécia Antiga às representações corruptas no Brasil
hodierno, a democracia persiste sem atender os anseios coletivos. No bojo dessa
problemática, manifestações como as de Junho de 2013 no país tupiniquim torna
latente a lucidez social que se configura na busca de direitos não operantes,
mas pertencentes a sociedades realmente democráticas. Portanto, configuram-se
em mecanismos que ratificam o poder de um povo e garante a evolução social.
Apesar de possuir múltiplas
formas de atuação, a democracia perdura como anseio para várias nações. Estendendo
essa verdade, o caráter libertino dos norte-americanos, a ditadura comunista em
Cuba e o fundamentalismo mulçumano, são formas antiteticamente democráticas.
Afinal, partindo do pressuposto de que democracia é governo de todos, tais
atitudes representam os ideais defendidos por um povo, mas às vezes não
tolerado por outro.
Para Albert Einstein,
democracia confere respeito ao indivíduo. Dessa forma, a utopia democrática se
idealiza na abrangência da liberdade de atuação de cada cidadão, pautada nos
direitos inerentes a sua entidade. Para isso, a consciência coletiva de cada
ser é fundamental na formulação de uma sociedade ideal que ensaia o
desenvolvimento harmônico entre povos.
Blenda Erdes
Arautos do Futuro
Para contrapor-se à realidade de um
mundo movido por forças poderosas e cegas, insurge a cognoscibilidade política.
Nessa perspectiva, ensaia-se maneiras de amenizar a aceitação de respostas
simples a negligência no sentido legítimo das leis, ao passo que o voto atue
como fundamento básico da democracia representativa
Segundo Milton Santos,
geógrafo brasileiro, o mundo é formado não apenas pelo que existe, mas o que
pode efetivamente existir. Nesse sentido, o Brasil não precisa de fichas
limpas, mas sim de votos brancos, de modo a coibir com a falta de
representatividade política, na exigência de uma renovação democrática. Para
além disso, a democracia como ideal político co-evolui com o esclarecimento dos
atores principais da sociedade, no intuito de que todo homem seja respeitado
como indivíduo e nenhum venerado.
O conceito criado por Thomas
Morus de que a utopia é o planejamento de outra realidade, permite o
entendimento de que um país plenamente democrático é possível. Pautado nesse
viés, insurge a necessidade de contrariar a lógica das grandes empresas
globais, esfera na qual as grandes decisões são tomadas, uma vez que tais
classes não querem direitos, mas privilégios, desconfigurando o Estado de
Direito da cidadania universal.
Para José Saramago, escritor
português, vive-se numa democracia sequestrada, amputada e condicionada. Partindo
desse pressuposto, infere-se a necessidade de desconstruir as nossas limitações
na esfera pública, visto que, lê-se o mundo como analfabetos históricos. Sendo
assim, elucidar uma consciência política que seja capaz de, sobretudo de ter a
liberdade, justiça e igualdade como mais do que palavras, mas perspectivas.
Karolayne Lacerda
Democracia branca
Em sua
essência, a democracia representa o governo em que o povo exerce a soberania.
No entanto, com um mundo de ponta-cabeça e uma falsa ideia de utopia, o homem
contemporâneo transfigura o ideal e desconstrói um governo que deveria ser do
povo e para o povo e se torna um jogo de poder ditado pelo capitalismo.
A
equivocada ideia de sonho impossível construída pela consciência social para a
palavra utopia edifica uma sociedade inerte em relação a um ideal político, já
que, através desse falso significado a perfeita democracia torna-se um
horizonte inalcançável. Contudo, é preciso antes de tudo entender utopias como
a de José Saramago, em seu esplendor de brancura, não como uma impossibilidade,
mas como uma negação da realidade capaz de servir de impulso para fazer a
humanidade caminhar e buscar alcançar, para que posteriormente se torne
possível um ensaio para a lucidez.
É
fundamental o entendimento de que não é preciso ir muito além, o que se propõe
não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas sua
permanente indagação. Partindo deste princípio, faz-se necessário um olhar
questionador do povo para a fragilidade dos rituais democráticos do sistema político
e das instituições que o governam, em busca de uma concretização ideológica. O
mais importante, portanto, é tornar liberdade, justiça e igualdade como
perspectivas conjuntas de uma sociedade.
Para
Nelson Mandela, eterno defensor da essência democrática, uma democracia com
fome, sem educação e saúde para a maioria é uma concha vazia. Nesse sentido,
cabe ao homem como único protagonista da mudança necessária, caminhar rumo a
conquista de uma democracia branca, para que então todo homem seja respeitado
como indivíduo e nenhum venerado.
Illa
Viana
Democracia para Bobbio
Para Bobbio
a democracia é formada por um conjunto de regras. Mas a regra da maioria é
apenas um elemento utilizado para o cálculo dos votos em uma democracia real.
Dada a impossibilidade de se instalar uma democracia direta nos Estados
modernos por conta da complexidade da sociedade, a representatividade do poder
torna-se necessária. Nesse passo, Bobbio sustenta que os representantes eleitos
não podem exercer mandatos imperativos, isto é, não podem estar vinculados a
interesses particulares. Norberto Bobbio ainda ressalta que a publicidade do
poder é imprescindível, pois a visibilidade dos atos governamentais é o
instrumento que os cidadãos têm para o controle e fiscalização dos atos de
governo e, para que o poder estatal esteja em consonância com as vontades dos
governados, é necessário que exista educação para a cidadania. Para Bobbio, não
existe democracia representativa se o poder é escamoteado dos mandatários e se
há cidadãos mal educados para as regras do jogo democrático.
[1]
Pesquise e reflita sobre isso. Pode ser do tema de redação até uma questão
aberta. Não colocamos redação sobre isso para você ter um trabalhinho né?
Reflexão de Saramago sobre Justiça
De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para
aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da
Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a
que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica
judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os
pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o
outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens,
uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético,
uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável
à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida,
sempre que a isso os determinasse a lei, mas também e, sobretudo, uma justiça
que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em ação, uma justiça em
que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo
direito a ser que a cada ser humano assiste. (José Saramago. Este mundo da
injustiça globalizada).
O texto
apresentado estabelece um contraste entre dois conceitos de justiça. Acerca
desses conceitos, redija um texto expositivo - argumentativo, coerente e coeso,
esclarecendo quais são esses dois conceitos, como, na sua visão, eles se
realizam na sociedade e como, na visão de Saramago, eles deveriam realizar-se.
Importante!
Os textos acima são somente sugestões de fontes que
podem ser utilizadas na prova. Mas segue abaixo conselhos importantes:
1. Leia o tema e grife as questões chaves.
2. Escreva, no seu rascunho, o que você sabe sobre elas:
dados, fontes, frases de alguém, fatos históricos...fuja do que disse a TV, a
mídia...prefira fontes como autores renomados ou a sociologia, a filosofia...
3. Junte três ou duas coisas dessas que você anotou e
forme sua introdução.
4. Explique cada uma com mais exemplos em
desenvolvimentos. Use um para cada verdade colocada lá.
5. Escolha uma das frases sugeridas nas redações
acima e use na abertura de sua conclusão. Parta dela para propor seu ponto de vista
e escolha um título bem criativo.
6. Treine ainda hoje. Copie essas redações. Faça
adaptações. Uma por dia até a prova. Na hora você vai lembrar!!!
Um abração.
A Bahiana nos espera.
Não se esqueça de me
convidar pra formatura hem....
Mara Rute Lima
“E tudo o que
pedirdes com fé, crendo. Recebereis”