O TESTE DO MARSHMALLOW
O INÍCIO
Na final dos anos 60, Walter Mischel
tinha três meninas com idades entre 2 e 5 anos. Quando uma das suas filhas fez
4 anos, ela adquiriu repentinamente a capacidade de retardar a gratificação
imediata. Andando no mercado, a menina fazia um escândalo porque queria alguma
coisa e tinha que ser na hora. Depois, passou a entender que se esperasse, ao
chegar em casa, poderia negociar algo melhor.
Ao observar esse autocontrole Walter
decidiu aplicar uma metodologia cientifica para confirmar essas observações
preliminares. Inventou o teste do marshmallow. Recrutou crianças com diversas
idades na escolinha das filhas e as colocou num quarto, sentadas de frente para
uma mesa com um prato com um marshmallow. Falou para cada uma delas que
poderiam comer o marshmallow na hora, ou esperar um pouco e ai teriam dois
marshmallows. Nesse instante, Walter deixava as crianças sozinhas no quarto e
registrava a reação de cada uma com uma câmera oculta. Ficavam sozinhas no
quarto, de frente para o doce, refletindo sobre o que fazer. Não existia nenhum
tipo de distração no quarto, nenhum outro brinquedo, fotos na parede, nada, só
a tentação do marshmallow.
O DESFECHO
O resultado foi pura agonia. As crianças
cheiravam o doce, lambiam, colocavam de volta na mesa. Outros, ficavam chutando
a pesa, viravam de costas, ficavam cantarolando, seguravam por 1-2 minutos,
outros até 10 minutos, numa média de 7-8 minutos. Mas o mais impressionante foi
o que aconteceu em seguida, 5-6 anos depois desse experimento onde uns comiam e
outros esperavam.
Walter notou uma tendência, aqueles que
haviam segurado a tentação do marshmallow por mais tempo, estavam se dando
melhor nos testes escolares. Decidiu então esperar mais 5 anos, quando os
indivíduos estariam prestando o equivalente ao nosso ENEM, um dos testes mais
importantes na carreira escolar americana, e o padrão de pontuação se repetiu
em nítido contraste.
AS ESTRATÉGIAS
A única diferença entre os dois grupos de
crianças, foi que as crianças que seguraram por mais tempo simplesmente acharam
formas de se distrair da tentação: virando as costas, falando sozinhas,
cantando, até brincando com o doce de alguma forma. Pois bem, esses garotos
simplesmente tinham uma melhor estratégia para lidar com a situação. E
estratégia pode ser ensinada, adquirida, PLANEJADA.
AGORA É SUA VEZ...
4. Sobre os RESULTADOS:
Crianças que traçaram
estratégias e pensaram inconscientemente à longo prazo venceram o confronto
contra o imediatismo foram as que melhor se sobressaíram na vida.
Desse modo, lembram-se de
alguma passagem histórica, de algum acontecimento, de alguma ideologia, que
provaram que a vida costuma recompensar os que possuem a capacidade de olhar
além?
Produza
um texto dissertativo-argumentativo sobre como o Brasil deveria montar
estratégias para ter uma visão de longo prazo.
Modelos feitos pelos alunos do curso de Mara Rute
Sobre equívocos, narcisos e imediatismo
Caracterizada
pela evidente degradação do “ser” em “ter”, a atual conjuntura da sociedade
global, embasada no que é efêmero e aparente, acarreta na vida uma devastadora
inversão de valores. Os indivíduos, influenciado pela vivência em meio a um
mercado de consumo marcado pela competição, passaram a enxergar o outro como
inimigo em potencial. Diante disso, entre relacionamentos superficiais, valores
egocêntricos e atitudes egoístas, o altruísmo vai se desfalecendo e se tornando
uma raridade no mundo contemporâneo.
Para o
sociólogo Bauman, em um mundo que se molda facilmente e se vive em constante
transformação, os laços humanos estão cada vez mais frouxos e insólidos. De
fato, a sociedade pós-moderna está cristalizada, indiferente e menos humana.
Valores que outrora eram considerados essenciais, como o respeito e a
consideração com o outro estão desfigurados, ao passo que o egoísmo, o
individualismo e o egocentrismo começam a vigorar.
Nesse sentido,
os narcisos do mundo contemporâneo, priorizam a imagem própria e o enaltecer do
“eu”. Somado a isso, o pensamento imediatista do mundo globalizado revela a que
grau o altruísmo rebaixou-se. Assim, os indivíduos sentem-se no direito de
ignorar e menosprezar o outro, deixando clara a necessidade de uma “harmonia
sustentável”, na qual os seres humanos reduziriam a desigualdade e o egoísmo
entre si.
A partir
disso, depreende-se o caráter egocêntrico e imediatista da sociedade
contemporânea. Trata-se de uma sociedade cujos valores mais profundos como o
respeito e o altruísmo, que tornam a vida realmente humana, têm sido
esquecidos, abandonados e enterrados sob os escombros de uma “lógica moderna”,
na qual prevalece o “eu”. Infelizmente, apenas a reeducação e o resgate desses
importantes valores sinalizam como soluções coerentes nesse mundo insensato,
caracterizado pelo acúmulo de equívocos, narcisos e imediatismo.
Só colhe quem planta
Desde o século
XIX, pensadores como Marx e Sarte apregoavam que o homem é determinado pelo
meio. No ambiente capitalista, em que o mundo está inserido, torna-se cada vez
mais difícil a superação do egoísmo nas relações e a prática da
sustentabilidade com o planeta. Nessa perspectiva, vale a pena manter a
esperança em construir uma sociedade mais altruísta?
Parafraseando
Zigmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela fluidez dos
relacionamentos. Partindo dessa máxima, o homem encontra-se num patamar de
alienação porque imagina que tudo pode ser comprado. Esse imperialismo cultural
condiciona a existência humana a um individualismo exacerbado.
Consequentemente, falta uma harmonia sustentável que reduza a desigualdade e
que não comprometa os recursos terrestres.
A construção
de um mundo mais humanista depende da mudança de atitude com os mecanismos que
já possuímos. Analogamente, a mesma faca que mata pode servir para repartir um
pão e saciar a fome de um grupo. Nesse
viés, deve ser feito um planejamento do ideal criado, juntamente com sua
constante adaptação às incertezas do futuro. O importante é manter viva a chama
da esperança de um lugar mais igualitário, pois como apregoa o estadista
francês Victor Hugo: não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje,
carne e osso amanhã.
De acordo com
a raposa de Saint-Exupéry, o ser humano precisa enxergar que a amizade é um
tesouro que precisa ser cultivado. Dessa forma, o modo de salvar o mundo atual
é focar no bem que não pode ser comprado: a fraternidade. Somado a isso, cuidar
do ambiente em que vivemos é a fuga de uma escala destrutiva. Como resultado,
os cidadãos podem ter um espaço para transformar essa ideia em um plano
exequível.
Variação do tema:
Como você enfrentaria os grandes
desafios de nosso tempo, tendo em vista a construção do amanhã?
Modelo:
Edificações sólidas.
Em nossa
geração com apenas alguns clicks somos esmagados por uma avalanche de
informações. Essa realidade nos torna cada vez mais imediatistas querendo
resultados rápidos através de protestos vazios. Ademais, apenas permanecermos
estupefatos diante dos problemas não ajudará a solucioná-los.
A corrupção
permanece sendo um câncer de alta letalidade. No Brasil, o dinheiro da
compra de ambulâncias, de escolas e de obras públicas, por diversas vezes, foi
desviado para contas particulares. A partir disso, buscamos exterminar essa
enfermidade atacando todas as células da classe política, contudo, é
imprescindível destruirmos apenas as cancerígenas, pois, são elas que estão
deixando nosso país cada dia mais doente. E, 2013 e nos meses de 2014, várias
pessoas fizeram marchas contra a corrupção. Mas, por não terem um alvo no qual
acertar o protesto não conseguiu derrubar nenhum corrupto. E as “operações Lava
– Jatos” e os “juízes Moros” aparecem apenas como uma pequena onda no universo
de corrupção.
Outro grande
desafio a ser enfrentado por nós brasileiros é a violência. Indignamos-nos com
casos como o do garoto João Hélio, que ficou preso ao cinto de segurança e foi
arrastado por cerca de 7 km, quando o carro de sua mãe foi roubado. Todavia,
pouco fazemos para mitigar a desigualdade social que é a grande responsável por
atuarmos, diariamente, num filme de guerra com doses elevadas de drama. Sabemos
que o papel do Estado é fundamental para que as disparidades entre pobres e
ricos minimize. No entanto, podemos auxiliá-lo através de atitudes
filantrópicas e sendo mais seletos na escolha de nossos candidatos e exigindo
que estes, posteriormente, cumpram as suas promessas.
Devemos
começar, logo, a lutar mais efetivamente contra as mazelas que afligem esta
nação. Entretanto, acredito que resultados sólidos só são edificados através de
efetivos planejamentos e da construção, sem interrupções, do projeto idealizado
inicialmente.
Efeito Borboleta.
O amanhã
começou a ser escrito na primeira hora deste dia. Devemos, portanto, começar o
trabalho imediatamente, pois as nossas ações ou a falta delas, hoje,
influenciarão o curso natural das coisas e, consequentemente, o dia de amanhã.
O bater de asas de uma borboleta aqui, pode provocar um furacão do outro lado
do mundo.
Os desafios
do mundo pós-moderno são quase infinitos. É possível, porém, definir algumas
prioridades, como a fome, por exemplo, para, assim, buscar soluções e,
sobretudo ações que garantam de forma definitiva a superação dessa mazela
social. Fazer o possível inicialmente, para mais tarde ter condição de fazer o
necessário.
Na tentativa
de minimizar o problema da fome, implantaram-se, no Brasil, planos econômicos
de redistribuição de renda, verdadeiras “Bolsas esmola”, que dão a falsa
impressão de que esse mal foi resolvido. Tais planos seriam interessantes se
fossem provisórios e tivessem o intuito de alimentar a população carente até a efetivação
de possíveis projetos de geração de emprego e renda. Mas provisório, aqui, é
sinônimo de definitivo.
É
preciso, pois, iniciar ações sérias e que sejam realmente eficientes. Os
desafios são muitos, mas se mantivermos um foco bem definido, obteremos bons
resultados. Sendo assim, trabalharei hoje em função de um mundo melhor com a
certeza de que minhas ações contribuirão de alguma forma para que meus filhos
tenham um amanhã mais promissor.