terça-feira, 28 de julho de 2015

Redação Modelo Tempo

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
(Oração Ao Tempo /Caetano Veloso)

PROPOSTA DE REDAÇÃO:
Escreva um texto em que você deixe claro qual seria o seu acordo com o tempo.



Somos todos Canalhas? Clóvis Barros Filho - Tema de Redação

Com base na leitura dos textos abaixo e nos seus conhecimentos de mundo escreva um texto dissertativo-argumentativo  respondendo ao seguinte questionamento: 
  Podemos salvar o mundo do egoísmo e da escala destrutiva em que ele está inserido ou somos todos Canalhas?
Nós, humanos, temos um potencial extraordinário para o bem, mas também um imenso poder para fazer o mal. Qualquer instrumento pode ser usado para construir ou destruir. Tudo depende da nossa motivação. Por isso, é ainda mais importante promover uma motivação altruísta em vez de egoísta.
De fato, estamos enfrentando muitos desafios, atualmente. Poderiam ser desafios pessoais. Nossa mente pode ser nossa melhor amiga ou pior inimiga. Existem também desafios sociais: a pobreza em meio a abundância, desigualdades, conflitos, injustiça. E ainda há novos desafios inesperados. Há 10 mil anos, havia cerca de 5 milhões de seres humanos na Terra. Qualquer coisa que eles fizessem, a resiliência da Terra logo remediaria a atividade humana. Após as Revoluções Industrial e Tecnológica, não é mais assim. Agora somos o principal agente de impacto na Terra.
Por isso a pergunta é: tudo bem, o altruísmo é a resposta, isso não é novidade, mas pode ser uma solução real, pragmática? E primeiro, ele existe, o verdadeiro altruísmo, ou somos egoístas demais? Alguns filósofos pensavam que éramos irremediavelmente egoístas. Mas somos realmente todos sacanas? Isso é uma boa notícia, não é? Muitos filósofos, como Hobbes, falaram isso. Mas nem todos parecem sacanas. Ou o homem é como um lobo para o homem? Este cara não parece tão mal. É um dos meus amigos do Tibete. É muito gentil. Agora, nós adoramos cooperação. Não há prazer maior do que trabalhar juntos, certo? E não só os humanos. Então, claro, há a luta pela vida, a sobrevivência do mais apto, o darwinismo social. Mas na evolução, a cooperação – embora a competição exista, claro - a cooperação deve ser bem mais criativa para ir a níveis altos de complexidade. Somos supercooperadores e deveríamos ir mais além.
Se queremos uma sociedade mais altruísta, precisamos de duas coisas: mudança individual e mudança social. É possível a mudança individual? Dois mil anos de estudo contemplativo disseram que sim, que é. E 15 anos de colaboração com a neurociência e a epigenética disseram que sim, que nosso cérebro muda quando se treina o altruísmo. Passei 120 horas numa máquina de ressonância magnética. Essa foi a primeira vez, por duas horas e meia. O resultado foi publicado em muitos trabalhos científicos Mostra, sem dúvidas, que há uma mudança estrutural e funcional no cérebro, quando se treina o amor altruísta. Só para vocês terem uma ideia: aqui está o meditador em repouso, à esquerda, fazendo meditação de compaixão, vemos toda a atividade, e o grupo de controle em repouso, nada aconteceu, em meditação, nada aconteceu. Eles não foram treinados.
Mas a nível mais global, o que podemos fazer? Precisamos de três coisas. Aumentar a cooperação: aprendizagem cooperativa na escola, em vez de aprendizagem competitiva; cooperação incondicional dentro das empresas, pode existir certa competição entre empresas, mas não dentro delas. Precisamos de harmonia sustentável. Adoro esse termo! Nada de crescimento sustentável. Harmonia sustentável significa que agora reduziremos a desigualdade. No futuro, faremos mais com menos, continuaremos crescendo qualitativamente, não quantitativamente. Precisamos da economia solidária. O Homo Economicus não pode lidar com a pobreza em meio a abundância, não pode lidar com o problema dos bens comuns da atmosfera, dos oceanos. Precisamos da economia solidária. Se um diz que a economia deve ser compassiva, dizem: “Não é trabalho nosso.” Mas se você diz que eles não se importam, isso é mal visto. Precisamos de compromisso local, e responsabilidade global. Precisamos estender o altruísmo ao outro 1,6 milhão de espécies. 
Portanto, vida longa à revolução altruísta! Viva a revolução de altruísmo!
Matthieu Ricard – o homem mais feliz do mundo

Trechos do Livro – Somos todos Canalhas
É importante salientar, Clóvis, que é justamente a incompetência para aferir o grau de felicidade ou dor do outro que caracteriza o canalha. Não que o canalha seja, de fato, incapaz de fazê-lo. Não se trata de incompetência por falta de virtude, mas por indiferença para com o outro. É difícil esperar que alguém que não liga muito para os outros avalie bem benefícios e malefícios em relação aos seus semelhantes. Quando um grande benefício para outro requer um pequeno dissabor, o canalha não cede. É o contrário do herói, que comete grande sacrifício em prol do outro. O canalha sacrifica o outro desde que isso signifique algum ganho. Raciocínios típicos do utilitarismo são sedutores para o canalha, mas ele não chancela perspectivas canalhas.



Redações Modelo dos Alunos do Curso Eu Quero Passar 








Redação Modelo Amor na Contemporaneidade


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Redação Modelo Altruísmo


Ensaiando um novo amanhã
No limiar da contemporaneidade as relações entre os homens se tornam fluidas e impalpáveis. Tal fato ratifica que o mundo evolui em tecnologias e regride em solidariedade. No bojo dessa problemática, o conceito de cativar ensinado pela raposa no livro de Saint-Exupéry demonstra que os valores hodiernos pautados no individualismo são passíveis de modificações atreladas ao surgimento de uma nova visão altruísta e fraterna de convivência coletiva.
A evolução humana ainda é incapaz de alçar voos que consolidem a plenitude em todas as instâncias sociais. Nesse viés, o século passado emergiu como exemplo de frustração onde concomitante às grandes descobertas técnico-científicas surgiram governos ditatoriais capazes até, a exemplos do nazista, de distinguir os seres humanos e decidir quem deve ou não viver. Logo, a essência do homem elucidada pelo filósofo Sócrates é deturpada pela busca por poder.
Contrariando a lógica perversa do capitalismo que permite a perduração das imposições individuais de poder, o pequeno príncipe que dá nome a obra de Exupéry, ensina-nos que o amor e a amizade são ferramentas estratégicas para a enfim realização pessoal. Afinal, é sensato pensar que, embasado na lei física de Newton de ação e reação, tornar-se responsável por alguém é garantir o inverso com a mesma intensidade. Foi alcançando essa cognoscibilidade que a médica Zilda Arns trouxe a esperança de um futuro possível para crianças desnutridas no Brasil.
Para o sociólogo Jean Paul Sartre, a esperança é ainda uma concepção de futuro. Embasado nessa verdade, a extensão do ato de cativar ao próximo converge em um mecanismo primordial para se atingir um mundo próspero. Para tanto, as condições técnicas e científicas atuais nunca antes alcançadas devem ser usadas primordialmente em prol da coletividade, bem como para sanar o problema da fome e doenças epidêmicas. Dessa forma, a ciência que já foi propulsora de conflitos representaria a ferramenta consolidadora da ainda onírica ideia de harmonia coletiva.

Blenda Erdes 

Redação Modelo Amizade

Aprendendo com a raposa

Da máxima Camoniana de que as vontades se modificam junto aos tempos à sociedade líquida proposta pelo sociólogo Bauman, os laços humanos tornaram-se fragilizados. O homem, passou então a cultivar valores subjugados à materialidade e seus relacionamentos se desfaz de princípios altruístas e do conceito de cativar.
A perspectiva de competição e consumo, nos tempos hodiernos, se sobrepõem à necessidade de manter com o outro um vínculo sólido e verdadeiro. Nesse sentido, perpassando por ações de corruptos e corruptores ao apego a “smartphones” e amizades construídas e desfeitas virtualmente, a humanidade cega o seu olhar para o outro e “coisifica” sua vida e relações. Dessa maneira, os laços altruísticos cederam lugar à indiferença.
Ademais, vive-se tempos efêmeros. Alicerçado nessa lógica, o homem atribui preço às horas, desfalece os rituais de afetividade, trata as pessoas como bens de consumo e se prende às suas inseguranças ao fazer da interpessoalidade algo volúvel. Assim, o ideal de cativar presente na obra O Pequeno Príncipe dilui-se no imediatismo e descartabilidade dos vínculos hodiernos.
De forma análoga ao livro de Saint-Exupéry, a humanidade, despida de valores, carece de raposas que resgatem a essência dos relacionamentos. Portanto, faz-se necessário ir além dos princípios ideológicos e promover, em âmbitos que vão desde o familiar às relações profissionais, momentos que fortaleçam as interações e permitam que o ato de cativar não se perca em meio à liquidez.
Anne Dias