sábado, 28 de maio de 2011

UFBA - O último voo do Flamingo

Se você vai fazer o vestibular da UFBA e quer se divertir esse final de semana sem culpa de não estar estudando. Vá assistir a estréia de O último voo do Flamingo no Cinema.
Veja algumas críticas sobre o filme e assista ao trailler.

Jornal do Brasil Daniel Schenker



Transportar O último voo do Flamingo, romance homônimo de Mia Couto, para a tela não é tarefa fácil. O diretor moçambicano João Ribeiro sucumbiu diante do desafio devido à indefinição de tom que atravessa o filme, que tangencia, sem assumir completamente, o humor. Não há como não se valer dele ao contar uma história centrada na investigação conduzida pelo tenente-coronel italiano Massimo Risi acerca da sucessão de misteriosas explosões que resultam em aparições de pênis decepados e capacetes azuis(!).
Transitar de maneira tímida pela comédia é só um dos problemas presentes. O cineasta articula com dificuldade o contraste entre a perspectiva antropológica referente ao cotidiano dos moradores de Tizangara, uma pequena vila no interior de Moçambique assolada por injustiças sociais e arbitrárias vozes de comando, e o universo fantástico que coloca a vida de todos em estado de suspensão.
A insegurança evidenciada na direção reverbera no trabalho dos atores, que não aproveitam para extrair graça das inusitadas situações propostas e não imprimem credibilidade ao que se insinua como mais “sério”. Alguns personagens revelam-se ainda bastante simplórios em suas construções, como se pudessem ser resumidos a uma ou duas características. O último voo do Flamingo resiste, no máximo, como curiosidade.
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Duas curiosidades chamam a atenção em "O Último Voo do Flamingo": a rara oportunidade de se assistir a uma produção de Moçambique e o fato de ser baseada em uma das obras do celebrado autor

Dirigido pelo politizado João Ribeiro, que estudou cinema em Cuba e teve como mestre o escritor Gabriel Garcia Márquez, o filme procura não apenas mostrar um país com conflitos históricos, mas também a riqueza de sua cultura e misticismo. Tudo isso, narrado com a destreza do discurso literário de Couto, que elegantemente oscila entre o fantástico e o poético.
Tal como no livro, o palco é a pequena vila de Tizangara (esta fictícia), no período seguinte à guerra civil em que o país esteve mergulhado até o início da década de 1990. Na época, tropas da missão de paz da ONU foram enviadas para garantir uma tranquila transição política.
Já no inicio do romance, um fato insólito: um pênis é encontrado no meio da rua de Tizangara, pertencente a um dos soldados estrangeiros. A aparição, precedida de uma explosão, faz com que as autoridades da ONU enviem o italiano Massimo Risi (Carlo D'Ursi) para investigar o caso.
A estranheza do protagonista com o seu entorno, acompanhada também pela do espectador, só aumenta com o desenrolar da investigação. A começar pela identificação da vítima, realizada pela prostituta Ana Deusqueira (a brasileira Adriana Alves, da novela "Duas Caras") com base em sua, por assim dizer, expertise.
Quanto mais se aprofunda em sua missão, o oficial precisa enfrentar sua própria resistência ao mundo fantástico em que mergulhou, povoado por administradores corruptos, feiticeiros e fenômenos sobrenaturais inexplicáveis para o italiano. Cada um dos personagem apresenta uma versão dos fatos, que evocam sonhos, memórias e magia.

(Por Rodrigo Zavala, do cineweb)

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