domingo, 1 de setembro de 2013

Tema de Redação Fome



São  comuns propostas de redação sobre a fome, mas o que o Enem propõe não são problemas, mas  soluções. Pensando assim que sugerimos o tema: 
O  PAPEL DO BRASIL NA VITÓRIA SOBRE A FOME DO MUNDO. 
Falar que  no mundo muita gente passa  fome todo mundo sabe, mas dizer  que o Brasil já sabe vencê-la. Nem  todo mundo! 

Além da  comida



Milena Alves
A combinação do preço dos alimentos com a capacidade financeira das famílias brasileiras em adquirir os produtos, além do maior acesso da população às políticas sociais são apontados como alguns dos fatores que levaram o Brasil à redução da fome nos últimos anos. Tal condição faz do Brasil modelo para um mundo que tem o desafio de alimentar 7 bilhões.  

Pelo menos 11,2 milhões de brasileiros passavam fome ou estavam sob risco iminente de não poder comer por falta de dinheiro,  segundo o  IBGE.  Nas últimas décadas tais índices foram reduzidos por programas como Brasil sem Miséria e Fome Zero que são frutos de uma articulação do governo federal e o fortalecimento se dá com a elaboração da política de segurança alimentar.
A redução da fome no Brasil se deu não com medidas de dar alimento vista pelo mundo afora em campanhas para sanar a  fome de países da África  ou China. O Brasil trabalhou com o  programa Bolsa-Família e  o aumento da salário mínimo partindo do principio de que numa  sociedade capitalista em que alimento é motor econômico é preciso que o cidadão consiga salário compatível para aquisição desses alimentos. 
Muitas  são  as contribuições de uma nação referência em agricultura familiar e ícone na diminuição da  fome  no mundo de bilhões. Mas, o desafio maior é mesmo o apregoado por Eduardo Galeano de que a fome do mundo é de solidariedade.

Dinheiro não é Alface - um ensaio sobre a fome por David Ribeiro


                Em meio aos grandes exemplos do mundo, ergue-se uma bandeira verde amarela. Em nome da fome, o Brasil quebra a teoria de Thomas e finalmente atinge o ponto certo do problema, a relação alimento/economia/desigualdade. Assim, começa-se o desatamento do emaranhado de nós, onde, finalmente, encontrou-se a ponta correta que deve ser puxada.

                Malthus estava errado, graças à tecnologia, quantidade não é um problema. Diante disso, é evidenciado que a crise alimentícia não se encontra em plantações e colheitas, mas sim em uma escolha por qual ponto é mais importante: Saciar a economia, ou saciar a fome da população. Assim, o Brasil vivencia a maior das verdades: Morre-se de fome, por que a sociedade decide quem deve comer; e, no caso, os escolhidos foram a classe alta do país. Ao reconhecer esse aspecto, o Estado verde e amarelo criou projetos que abrigam a classe que não possui dinheiro para se alimentar. O Fome Zero e o Brasil Sem Miséria, são apenas alguns exemplos de que resolver o problema da fome abrange além de agricultura, passa por economia e poder. 
                Nesse contexto, as grandes fazendas perdem o foco, os holofotes estão voltados para a economia. Essa que produziu e produz grande desperdício no mundo como a queima do café durante a crise cafeeira no Brasil, e o incentivo econômico Francês aos fazendeiros para  plantarem flores, no lugar de comida. Além disso, nessa geração energética surge combustíveis feitos por alimentos, portanto, em meio a fome que assola no mundo as grandes indústrias têm a audácia de usar comida como matéria prima.  Contrariando essa  lógica o Brasil já entendeu e tem sido exemplo para o mundo: A economia não pode suplantar os desejos da população, não só como nação, mas sim como uma só espécie ameaçada.
                Ficou claro que a quantidade de alimentos não é um problema, e sim a forma de como essa quantidade é repartida. Assim, o Brasil tem mostrado ao mundo que é preciso ser a própria mudança: Ou o país reconhece que alimento é um direito universal e precisa ser repartido, ou espere por guerras e boicotes até o dia em que perceber que dinheiro não se come.