sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

UESB 2013 – CAPITÃES DA AREIA



PRIMEIRAS PALAVRAS:
É uma honra poder compartilhar essa obra baseada no romance de Jorge Amado. Nele  conheceremos a literatura da primeira fase do autor: a fase panfletária, socialista – visivelmente observável no filme que produz um grupo em que todos lutam, cada  um com suas habilidades pelo bem comum.
A leitura de Cecília Amado é  um convite importante para a leitura de Jorge por um viés social sem se ater a questão do cacau, já que esse livro faz parte da fase em que  Salvador era o pano de  fundo.

Reflexões do Projeto Janela  Indiscreta:
1. O mais célebre dos autores balanos assistiu à sua Gabriela, à sua Dona Flor e à sua Tieta ganharem outros contornos no cinema e na TV Detentor de um acervo importante, o criador dessas beldades é considerado, pelos críticos, um dos responsáveis pela “invenção” e propagação de uma Bahia sensual, festeira, mas também devota, mística. Sua produção passou por diferentes fases: o regionalismo de São Jorge dos Ilhéus, o engajamento político de Os Subterrâneos da Liberdade, a crônica de costumes de Os Velhos Marinheiros.
2. O também idealizador de Mar Morto era o primeiro a reconhecer que seus personagens principais mudaram de perfil. Nas primeiras publicações, encontramos o herói, o líder popular, como em Jubiabá. Depois, ele assume uma abordagem mais risonha para falar dos anti-heróis, dos bêbados, dos malandros, dos trabalhadores de baixa renda. Os Pastores da Noite é um exemplo. Em sua ficção, podemos encontrar vastas emoções e essas criaturas “imperfeitas”, o que o levou a se considerar um escritor de vagabundos, prostitutas, gente do povo, como os meninos de rua retratados em Capitães da Areia.
3. O Jorge Amado de Capitães da Areia filia-se aos regionalistas da segunda fase do Modernismo, que surge no período que vai de 1930 a 1945. Eles estão focados nos temas sociopolíticos e confeccionam personagens que expressam a situação de abandono, de seres distantes dos privilégios sociais, como podemos constatar nos meninos que dão nome ao livro de 1937 e ao filme de 2011 .
4. Ambos mostram as peripécias desse grupo de garotos, ocupantes de um trapiche. CecIlia Amado, em sua versão, dá aos diálogos um tratamento próximo da obra literária. As falas possuem um tom coloquial, fluindo em meio às cenas que enfocam o dia a dia dos menores de rua, muito próximos da violência, mas que também vivenciam momentos doces, como os assistidos na relação de Pedro Bala e Dora. A envolvê-los, a bela trilha sonora de Carlinhos Brown.
* Paulo Henrique Alcântara é mestre e doutorando em Artes Cênicas (Ufba) e professor da Uesb, campus de Vitória da Conquista.
1. A Cidade Baixa da capital baiana serviu de cenário para as peripécias de Volta Seca, Professor, Gato, Boa Vida, Sem Pernas, João Grande, Dora e muitos outros meninos que integravam o bando de Pedro Bala, o comandante de uma tripulação marcada pelo abandono e pela falta de auxílio por parte das autoridades. Com leis próprias e transgredindo as regras preestabelecidas de um comportamento aceitável pela sociedade, os Capitães da Areia, como eram conhecidos, saíam pelas ruas de Salvador a praticar pequenos delitos como um meio de sobrevivência.
2. Passeando entre imagens de baianas e seus adereços, das vielas e ruínas da cidade, fica estampado o grito de alerta para o problema da exclusão social. Os Capitães eram representantes de uma conjuntura dos tempos modernos que via do alto das suas engenhosas edificações a pobreza em cada esquina... Jovens que aprenderam desde cedo a enfrentar dificuldade de gente grande e a viver no cotidiano da cidade adequando-se nas brechas e amparando-se nos iguais.
3. Jorge Amado, em defesa dos seus capitães-meninos, retrato de uma Bahia que se queria moderna, ancorada em métodos arcaicos e tradicionais.
*Ana Luisa Coimbra é mestre em Memória: Linguagem e Sociedade (Uesb) e professora da FTC, em Vitória da Conquista.
1. Se traçarmos um paralelo com a infância e a juventude envolvidas em ações crminosas nos dias de hoje, é impossível não pensar em uma piora da situação, sobretudo em função do tráfico de drogas, envolvendo crianças e adolescentes.
Parece haver uma diferença entre os adolescentes infratores de outrora e os de hoje em dia em direção a uma escalada da violência. A mortandade envolvendo jovens e a quantidade de crimes violentos e até hediondos praticados por menores de idade assustam e colocam enormes desafios à sociedade, principalmente no que diz respeito à urgência de medidas que garantam proteção e qualidade de vida a essas crianças e adolescentes, seja na condição de vítimas ou de infratores.
*Veruska Anacirema S. da Silva é mestre em Memória: Linguagem e Sociedade (Uesb) e professora da Rede Estadual de Ensino de Vitória da Conquista.
QUESTÕES VESTIBULARES CAPITÃES DA AREIA – OBRA DE JORGE AMADO
1. Fuvest 2012 - Leia o seguinte excerto de Capitães da areia, de Jorge Amado, e responda ao que se pede.
O sertão comove os olhos de Volta Seca. O trem não corre, este vai devagar, cortando as terras do sertão. Aqui tudo é lírico, pobre e belo. Só a miséria dos homens é terrível. Mas estes homens são tão fortes que conseguem criar beleza dentro desta miséria. Que não farão quando Lampião libertar toda a caatinga, implantar a justiça e a liberdade?
Compare a visão do sertão que aparece no excerto de Capitães da areia com a que está presente no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, considerando os seguintes aspectos:
a) a terra (o meio físico);
b) o homem (o sertanejo).
Responda, conforme solicitado, considerando cada um desses aspectos nas duas obras citadas.
Respostas
a) A terra (o meio físico), em Capitães da Areia, a paisagem sertaneja é vista como bela, diante dos olhos de Volta Seca. O olhar sobre o sertão, na obra de Jorge Amado, fica claro no excerto presente no enunciado: “Aqui tudo é lírico, pobre e belo”. Em vidas secas, o sertão é rude, castiga os homens que, como Fabiano, busca um modo de sobreviver nos períodos de seca. Diferentemente do livro Capitães da Areia, não há espaço para o lirismo. Ambos cumprem a função de crítica social.
b) O homem (o sertanejo); Na obra Capitães da Areia, apesar da miséria do homem ser reconhecida, a personagem Volta Seca ainda consegue encontrar beleza na força do sertanejo e há a esperança de que o cangaço possa mudar a realidade social no sertão. Na obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, não há espaço para a esperança. As personagens apresentam aspectos zoomórficos que as tornam melhores adaptadas ao meio. Apesar da indignação das personagens, presente em algumas passagens da obra, há uma aceitação de sua realidade. A ausência do desejo de transformação fica clara em uma das poucas frases expressas por Fabiano: “governo é governo”.

“Inimigo da riqueza e do trabalho, amigo das festas, da música, do corpo das cabrochas. Malandro. Armador de
fuzuês. Jogador de capoeira navalhista, ladrão quando se fizer preciso.” (Jorge Amado, Capitães de areia).
2. O tipo cujo perfil se traça, em linhas gerais, neste excerto, aparece em romances como Memórias de um sargento
de milícias, O cortiço, além de Capitães de areia. Essa recorrência indica que
a) certas estruturas e tipos sociais originários do período colonial foram repostos durante muito tempo, nos processos de transformação da sociedade brasileira.
b) o atraso relativo das regiões Norte e Nordeste atraiu para elas a migração de tipos sociais que o progresso expulsara do Sul/Sudeste.
c) os romancistas brasileiros, embora críticos da socie da - de, militaram com patriotismo na defesa de nossas personagens mais típicas e mais queridas.
d) certas ideologias exóticas influenciaram negativamente os romancistas brasileiros, fazendo-os representar, em suas obras, tipos sociais já extintos quando elas foram escritas.
e) a criança abandonada, personagem central dos três livros, torna-se, na idade adulta, um elemento nocivo à sociedade dos homens de bem.
Resolução: O pícaro (segundo Mário de Andrade) ou o malandro (segundo Antônio Cândido) que protagoniza o roman -
ce de Manuel Antônio de Almeida seria, nos termos deste teste, semelhante a personagens como Firmo, de O Cortiço, ou Gato e Boa Vida, de Capitães da Areia, correspondendo todos a “tipos sociais originários do período colonial”, que, como as estruturas sociais a que pertencem, recorreriam “nos processo de transformação da sociedade brasileira”. A hipótese histórica não é indiscutível. Além disso, o emprego de repor na formulação da alternativa correta, é lamentavelmente inepto
"Irmão ... é uma palavra boa e amiga. Se acostumaram a chamá-la de irmã. Ela também os trata de mano, de irmão. Para os menores é como uma mãezinha. Cuida deles. Para os mais velhos é como uma irmã que brinca inocentemente com eles e com eles passa os perigos da vida aventurosa que levam. Mas nenhum sabe que para Pedro Bala, ela é a noiva. Nem mesmo o Professor sabe. E dentro do seu coração Professor também a chama de noiva." (Jorge Amado: "Capitães da Areia").
3. (UFPE)Considerando a obra e o autor do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O autor faz parte do romance regional de 30, quando se aprofundaram as radicalizações políticas na realidade brasileira.
b) Jorge Amado representa a Bahia, "descobrindo" mazelas, violências e identificando grupos marginalizados e revolucionários em "Capitães da Areia".
c) Dora, Pedro Bala e Professor são alguns dos personagens da narrativa, que aborda a dramática vida dos camponeses das fazendas de cacau no sul da Bahia.
d) O tom da narrativa aproxima-se do Naturalismo, alternando trechos de lirismo e crueza. O nível de linguagem é coloquial e popular.
e) "Capitães da Areia " pertence à primeira fase da produção de Jorge Amado, quando era notório seu engajamento com a política de esquerda. Daí o esquematismo psicológico: o mundo dividido em heróis (o povo) e bandidos (a burguesia).

4. (UNICAMP 2010) Leia o trecho abaixo, do capítulo “As luzes do carrossel”, de Capitães da Areia:
O sertanejo trepou no carrossel, deu corda na pianola e começou a música de uma valsa antiga. O rosto sombrio de Volta Seca se abria num sorriso. Espiava a pianola, espiava os meninos envoltos em alegria. Escutavam religiosamente aquela música que saía do bojo do carrossel na magia da noite da cidade da Bahia só para os ouvidos aventureiros e pobres dos Capitães da Areia. Todos estavam silenciosos. Um operário que vinha pela rua, vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que Iemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Nesse momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião nesse momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade. (Jorge Amado, Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 68.)
a) De que modo esse capítulo estabelece um contraste com os demais do romance? Quais são os elementos desse contraste?
b) Qual a relação de tal contraste com o tema do livro?
RESPOSTA: a) Nesse capítulo, as personagens são apresentadas em um estado de intensa alegria, despertado pelo contato com as luzes do carrosel, viabilizando a ligação, até então perdida, com o lúdico, ou seja, com a magia do carrossel. Ao se depararem com as luzes do brinquedo, os meninos se esquecem da realidade brutal, de modo que aqueles homens em corpos de meninos não só readquirem, momentaneamente, a infância perdida, como também ressignificam a cidade da Bahia, na medida em que a veem como "um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia". Por meio dessa ressignificação, estabelece-se um contraste entre os comportamentos das personagens, pois, ao longo do romance, são apresentadas como transgressoras e, nesse capítulo, são vistas pelo lado infantil, ingênuo e desamparado de cada uma delas, humanizando-as.
b) O tema do livro é a ação das crianças como adultos marginais; porém, no capítulo "As luzes do carrossel", a infância roubada é restituída às personagens, ainda que momentaneamente. Jorge Amado chama a atenção do leitor para um problema social que transforma a criança em vítima dos preconceitos e da violência da sociedade
5. Leia a passagem seguinte, de Capitães da Areia:
Pedro Bala olhou mais uma vez os homens que nas docas carregavam fardos para o navio holandês. Nas largas costas negras e mestiças brilhavam gotas de suor. Os pescoços musculosos iam curvados sob os fardos. E os guindastes rodavam ruidosamente. Um dia iria fazer uma greve como seu pai... Lutar pelo direito... Um dia um homem assim como João de Adão poderia contar a outros meninos na porta das docas a sua história, como contavam a de seu pai. Seus olhos tinham um intenso brilho na noite recém-chegada. (Jorge Amado, Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 88.)
a) Que consequências a descoberta de sua verdadeira origem tem para a personagem de Pedro Bala?

b) Em que medida o trecho acima pode definir o contexto literário em que foi escrito o romance de Jorge Amado?

RESPOSTA: a) Pedro Bala, embora vivendo em grupo, manifesta uma preocupação restrita aos meninos do trapiche, sem evidenciar uma consciência ideológica social mais ampla. Ao conhecer a história de seu pai, contada por João de Adão, idealiza para si um destino de bravura e ação semelhantes. Isso de fato ocorrerá no final do romance, quando Bala, superando a alienação política do início, segue os passos do pai nas causas coletivas e assume a condição de líder grevista.
b) O romance Capitães da areia foi publicado em 1937, ano de instauração do Estado Novo de Getúlio Vargas. O excerto apresenta elementos típicos do neorrealismo regionalista, tendência marcante na prosa brasileira da década de 1930, na medida em que apresenta o engajamento político de esquerda, por meio do apoio à causa proletária e do posicionamento da arte contra a hegemonia cultural da burguesia. Esse contexto literário demonstrava grande influência do chamado realismo socialista, movimento que explorava, artisticamente, as dicotomias capitalismo × comunismo, ricos × pobres, opressores × oprimidos, como forma de denúncia social. A explicitação do compromisso ideológico de Capitães da areia levou o romance a ser censurado e ter vários de seus exemplares queimados por ordem do governo.

6. No pungente capítulo “Família”, certa personagem se faz passar por filho de uma família tradicional da Bahia. Encobrindo sua revolta pela falta de um lar, ele rouba a casa e retorna à vida marginal do grupo. Trata-se da personagem:
a) Boa Vida       b) Gato           c) Sem Pernas              d) Volta Seca             e) Pirulito

7. (IFBA)Capitães da Areia era o nome dado a: 
A) um grupo de bandidos que dominavam as  ruas de Salvador, na década de 1920.
B) oficiais que haviam perdido o posto e  agora reuniam-se em um grupo de  malfeitores.
C) uma corporação de estivadores do cais  que se uniram para fazer uma greve  contra os baixos salários.
D) um grupo de crianças e adolescentes,  abandonados ou fugidos, que  sobreviviam praticando furtos ousados.
E) uma gangue de marginais que  amedrontavam os trabalhadores do cais  da cidade da Bahia e ocuparam o  trapiche.


Proposta de Redação
TEXTO I
 “Não são um bando surgido ao acaso, coisa passageira na vida da cidade. É um fenômeno permanente, nascido da fome que se abate sobre as classes pobres. Aumenta diariamente o número de crianças abandonadas. Os jornais noticiam constantes malfeitos desses meninos que têm como único corretivo as surras da polícia, os maus tratos sucessivos. Parecem pequenos ratos agressivos, sem medo de coisa alguma, de choro fácil e falso, de inteligência altivíssima, soltos de língua,conhecendo todas as misérias do mundo” (AMADO, 1966, p. 389).
TEXTO II
Crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes não têm endereço certo e ocorrem em diversos setores da sociedade. Pobres e ricos são vítimas dessa forma de violência.
"O abuso sexual no Brasil reza missa, dirige culto, é doutor, tem mandato e disputa eleição. Está nos tribunais, no conselho tutelar e na creche. Mora em condomínios, mas também está desempregado. Bebe uísque e cachaça. É a própria cara da sociedade abusando das nossas crianças", diz o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES).
Entretanto, segundo a coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Leila Paiva, quem costuma fazer denúncia de abuso sexual são pessoas das camadas mais pobres.
"A violência sexual não é uma violência de classe. Mas a violência que chega à esfera pública é uma violência de classe", explica Leila, que também é responsável pelo serviço Disque 100, que recebe denúncias de violências contra crianças e adolescentes. "As classes A e B também têm vítimas, mas não denunciam", destaca a coordenadora.
A psicóloga Karen Michel Esber, autora do livro Autores de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, alerta para o fato de que os números oficiais não representam o total de casos.
"No silêncio dos muros das casas das classes A e B, ninguém fica sabendo. A denúncia não acontece por medo ou por vergonha. Há mulheres que pensam 'o que eu vou fazer sem esse marido?'. Nas classes populares, há mais visibilidade e a vizinha denuncia para o conselho tutelar." (http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,abuso-sexual-infantil-ocorre-em-todas-as-classes,506873,0.htm)

TEXTO III





TEXTO IV
Apesar da proibição constitucional do trabalho de crianças e adolescentes menores de 16 anos, estima-se que cerca de 3,8 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 16 anos trabalhem no Brasil. Isso prejudica seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Duas, de cada 10 crianças trabalhadoras, não freqüentam a escola e, como conseqüência, a taxa de analfabetismo entre essas crianças atinge 20,1%, contra 7,6% no caso das crianças que não trabalham. Na faixa etária de 15 a 17 anos, também se notam os efeitos danosos do trabalho sobre a escolarização. Entre os adolescentes que trabalham, somente 25,5% conseguiram concluir os oito anos de escolaridade básica, enquanto entre os adolescentes que não trabalham, esse percentual é significativamente maior: 44,2%. (http://www.cdhrs.org.br/trabinfantil.html)
Considerando a obra filmíca de Cecília Amado e os textos inspiradores produza um texto-dissertativo argumentativo utilizando personagens  ou fatos do filme para propor uma discussão sobre a seguinte temática: Os abismos  entre as  as leis e  o cuidado com a criança com proposições de vitórias para essa situação.




IMPORTANTE:   As questões a seguir foram feitas para garantir fixação de conteúdo:
1. Explique a frase “Se eu não saio na escola sambo ao lado sozinho”. Utilizando como referência os Capitães da areia e a cidade de  Salvador.

2. Justifique, com dados  do filme a frase: “Você tá parecendo que não conhece os Capitães da Areia. Estão mais longe de ser criança do que o mercado de caixa prego”.

3. Comente as  mulheres  para Jorge Amado tomando como referência a figura de  Dalva.

4. Leia o texto e apartir dele escreva um parágrafo dissertativo sobre :
Mulher: - o que foi? Não gostou da música não foi? Olha isso é um a questão de  costume. Augustinho adorava tocar piano  pra mim.
Sem pernas – Preto não toca piano não senhora.
Mulher: -  quem te contou uma mentira  dessas hem?  Você é um menino. Você pode aprender o que você quiser.


5. Leia o texto e, a partir dessas impressoes, mas  considerando toda a narrativa  escreva sobre as explicações  para a personalidade de Sem Pernas.
Pedro Bala – Tá estranho o sem pernas. Nervosinho que só o cão.
Gatinho – E Ele já foi calmo alguma vez?
6. Explique a relação religiosa presente no livro tomando como referência o sincretismo e as relações religiosas estebelecidas pelas personagens.

7. Leia  o texto:
H.D. : Não quer ir para uma escola aprender um pouco mais?
P. : Não não é pra mim não.
H. D : Rapaz, você tem talento. Pega aqui é o meu cartão, qualquer coisa você me procura.
P. Obrigado senhor.
Chega a polícia: O dotor deve abrir o olho porque às vezes parece que é criança, mas não é não.
...
Pedro Bala: Oxe, não vi guardar o cartão do homem não professor? Ele gostou de tu. Podia até ajudar pra tu ser um pintor assim famoso.
Professor: Deixe de ser besta bala. Sabe que nós só pode sair ladrão. Quem é que vai ligar pra gente hem? Ezeqiel tava certo. Nós é tudo ladrão.

A luz dos seus  conhecimentos da narrativa e sociologia e da veia ideológica de Jorge comente a passagem acima.

8. Dora é  uma pernonagem singular produzida por Jorge Amado e que exerce funções importantes no trapiche comente a trajetória da personagem na narrativa filmíca.

9. Leia o trecho:
Professor: O pai do Bala era comunista.
Dora: Comunista?! Vige Maria
Professor: É. Ele organizava o pessoal para lutar pelos seus direitos. Quem sabe da história certinho é o Querido de Deus. Dizem que o homem era um heroi.
Dora: Ah! Então pedro é feito pai né professor.
Professor: Oh, é filho né.
Dora: não eu digo assim. Heroi.
De que maneira Pedro Bala se contitui como  um héroi?






UESB 2013 – PERSEPÓLIS


PRIMEIRAS PALAVRAS:
O presente trabalho analisa as reverberações da Revolução Islâmica de 1979, na  animação Persépolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, a partir da complexa  relação identitária entre a personagem Marjane e o Irã de seu tempo.

Reflexões do Projeto janela  indiscreta:



1. Persepólis fica a 640 quilômetros de distância de Teerã, capital do lrã. Considerada o principal sítio arqueológico do país, a cidade já ocupou o posto de capital do Império Persa, também conhecida como Aquemênida. No século VI a.C., o imperador Dário I a ergueu, transferindo para lá o centro das decisões, antes alocado em Pasárgada.
Dona de uma suntuosidcide peculiar, Persépolis, que levou mais de um século para ser concluida, foi destruída por Alexandre Magno, na década de 330 a.C, ficando soterrada por mais de 2 mil anos, quando ressurgiu após escavações (1930). Hoje, a cidade é uma das atrações turísticas de maior destaque do Irã e uma de seus 13 Patrimônios Culturais da Humanidade. Persépolis é, portanto, para os iranianos, símbolo de resistência e orgulho de um passado glorioso..
2. Sinopse: Marjane é uma jovem iraniana de oito anos, que sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduzem à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islâmica inaugura a era dos “Guardiões da Revolução”, que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, deseja se transformar numa revolucionária. Mas, para tentar protegê-la, seus pais a enviam para a Áustria.
O QUE MUDA ENTRE A CRIANÇA E  A JOVEM?
3. Baseado na novela em quadrinhos autobiográfica de Satrapi, a história, que poderia reduzir-se a um relato de vida apenas, ecoa na memória dos iranianos que, como ela, vivenciaram a luta do povo para destituir Mohammad Reza Shah Pahlavi e sofreram o impacto da Revolução Islâmica, ocorrida no final da década de 1 970 e que até hoje determina os modos de vida no lrã.
4. O que poderia resumir-se em uma simples biografia ganha uma dimensão político-histórica deveras significativa, pela maneira como se compõe a narrativa. Ao revelar a genealogia de sua família, Marji nos contextualiza quanto ao passado do Irã. Seu avô era príncipe da dinastia Qad jar, derrotada quando Reza Shah Pahlavi, com o apoio da Inglaterra, toma o poder e se torna imperador até ceder a pressões que o fazem abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Shah Pahlavi.
5. Em 1979, com apenas nove anos de idade, Marji, assim como muitas crianças, não consegue compreender a revolta do povo que deseja retirar o Shah do poder, pois o seu deus e, sobretudo, a sua professora afirmam que ele era o escolhido divino para governar o país. Por pertencer a uma família incomum, formada por intelectuais e militantes políticos, ela se encanta com as histórias de seus antepassados e passa a defender o fim do império. No curto período entre a destituição do monarca e a ascensão da República Islâmica, sob a égide do aiatolá Khomeini, o encontro de Marji com seu tio Anoush que, como importante ativista, acredita no sucesso da revolução, dó a dimensão da esperança sentida pelo povo iraniano ao se ver livre do então governo.
6.  Mas a república chega rápido, impondo um novo modelo de repressão, pautada na moralidade e na religiosidade, levando o povo a um novo contexto de vida.
7. A pequena, assim como toda a população iraniana, vê-se, então, obrigada a adaptar-se a essa nova realidade, que para as mulheres começa com a obrigatoriedade do uso do xador, uma espécie de lenço que cobre os cabelos, ao andar nas ruas e lugares de circulação pública.
8. Enquanto cresce, Marjane vai revelando uma personalidade forte que não a permite aceitar possivamente todas os imposições desse novo regime. Suas transgressões revelam, implicitamente, as angústias da população iraniana, que se via num constante conflito entre o que gostava e não tinha mais a liberdade de fazer, simplesmente porque não cabe no recente modo religioso, político e cultural de vida.
Seus pais, então, decidem enviá-la para estudar na Áustria, como medida de proteção. É nesse lugar de contato com o Ocidente que Marji vivencia novas experiências ao lado dos colegas rebeldes do Liceu Francês; conhece o preconceito e aprende o lidar com a vergonha de se assumir iraniana na Europa; torna-se mulher; conhece o amor, a traição e o desencanto; passa fome e frio e decide voltar ao seu país para estudar artes.
9. Embora esse longo trecho do filme volte-se à vida pessoal de Marjane, ele não deixa de falar do Irã. A dor vivenciada por ela ao ser traída pelo namorado pode ser simbolicamente associada ao sentimento de traição sentido pelo povo diante das imposições da esperada república, da mesma forma que as feições sisudos dos freiras que gerenciam o pensionanto no qual Marji passa uma temporada lembram o Basij, a polícia da moralidade, instituída pelo novo regime.
10. O retorno de Marji a Teerã, em 1988, apresenta-nos um panorama cinzento e desalentador, resultante da guerra entre o Irã e o Iraque, em associação à depressão vivida por ela diante dessa nova realidade.
 Com a ajuda do seu deus-consciência e um conselho de Karl Marx, Marjane recupera a vontade de viver e vai, aos poucos, revelando-nos os ditames islâmicos que incidem sobre o cotidiano de uma mulher.
Nesse contexto, destaca-se a presença da sua avó, que traz o contraponto da experiência a orientar a neta nos seus novos caminhos. E ela quem incentiva Marji a divorciar-se do seu marido, com quem se casou apenas para poder atender às determinações da República Islâmica que, entre outras coisas, proibe os casais de namorados de andarem de mãos dadas pelas ruas.
11.  Com o apoio da família, Marjane decide mudar-se definitivamente para a França. A sequência final, também colorida como a primeira, revela, através do choro convulsivo de Marji a olhar o aeroporto pelo retrovisor do táxi, a dor daqueles que encontram no exílio a única forma de continuar a viver.
12. Persépolis é, portanto, um filme singular, pois, através da narrativa pessoal de Satrapi, descortina uma realidade por vezes velada ou mal compreendida, vivenciada pelo Irã ao longo das últimas décadas do século XX. Delicadamente, ele revela como o povo iraniano consegue conciliar a dor das mortes com momentos de alegria e festividade, ainda que eles aconteçam na cladestinidade.
13.  Com leveza, emociona o espectador que se sente envolvido com a narrativa contada pela protagonista, suscitando uma reflexão política e cultural sobre os caminhos que tomam a humanidade diante da sua própria condição de autonomia. Perpassando por temáticas que dizem respeito a valores éticos e humanos, Persépolis nos deixa a lição de que, se guardados conosco, os asmins da integridade, da fortaleza e do amor nunca deixarão de perfumar a nós e àqueles que conosco convivem.
Macelle Khouri é mestre em Jornalismo (UFSC) e professora da Uesb, campus de Vitória da Conquista..
1. Em Teerã, ela testemunhou o processo revolucionário iraniano, no final dos anos 1970, e viu de perto os horrores da patética guerra entre o Irã e o Iraque, já nos anos 1980.
2. Após desembarcar no aeroporto de Orly, a protagonista revive sua história. E são curiosos os elementos que a compõem.
3. Sob a liderança do aiatolá, o Irã passa o ser uma república teocrática. E, aos poucos, a garota e sua família vão percebendo que a supressão das liberdades da população apenas mudou de lado.
4. Percebe-se, nesse momento, que Marjane prosseguiu o luto encampada por seu avô e seu tio, mas em outras frentes. Eles se entregaram à causa da liberdade e morreram por ela. A garota também perseguia o direito de ser livre, mas a vida a levou a outros caminhos. Ela, então, optou por adquirir, primeiro, sua própria liberdade. Após a difícil decisão, cujo preço foi a renúncia à família, Marjane continua sua luta pela liberdade de seu povo, só que se valendo dos armas de que dispõe — entre elos, o livro e o filme de que tratamos aqui.
5. As imagens são coloridas apenas nos momentos em que a personagem central é retratada em seu momento atual (fumando à espera de um táxi, no Aeroporto de Orly). A maior parte da história acontece em flashback e, por isso, está em preto e branco. O forte contraste entre as duas cores no filme, semelhante ao visto nas xilogravuras brasileiras, reforça o tom dramático de um ambiente em permanente situação de guerra e privação de liberdade.
*GiI Brito é graduado em Comunicação Social — Jornalismo (Uesb) e chargista.
1. Vejo como características internas que valorizam o filme: a sua originalidade, a abordagem cômica, a sua dimensão política, a crítica ao fundamentalismo religioso, a luta das mulheres pelos seus direitos e um atrito entre o indivíduo e o Estado.
2. Para um olhar ocidental, esse filme meio triste, meio cômico traz uma história rica, que permeia alguns temas, como o valor da família, o respeito ao idoso, o patriotismo, a religiosidade, a política, uma guerra, suas vítimas e seus mandantes, a construção de uma identidade, a escola como aparelho ideológico do Estado, choque cultural, uma mulher apaixonada e uma vencedora.
3. O filme retrata a história da guerra entre Irã e Iraque, perdas humanas, lucros bélicos e desejo de poder. Quem ganhou com a guerra foi quem vendeu armas para os dois países. Como prêmio de consolação, às ruas foram dados nomes das famílias dos soldados mortos.
4. Como formas de dominação, eram usados o patriotismo, o fanatismo religioso e o analfabetismo da população. Promessas de mulheres em um paraíso distante para os jovens que se sacrificassem na guerra. Certamente quem prometia não queria ir.
5. Todos nós temos o nosso véu, só não queremos vê-lo. Ninguém tem sua carta de alforria, pois isso é da condição humana. Todos somos e sempre seremos escravos do desejo. No busca pela democracia (ela existe?), “o proletariado reinará”. Mas ‘nunca se esqueça de quem você é e de onde veio”.
*Roque Trindade é doutor em Engenharia Elétrica e de Computação (UFRN) e professor da Uesb, campus de Vitória da Conquista.
O que dizem os  estudiosos da obra
Nesse sentido, ‘Persépolis’ é uma grande obra na literatura e no  cinema que, devidamente analisadas, não só representam, mas apresentam de maneira  encantadora histórias e sujeitos do nosso tempo.
1. Naquela época eu tinha uma vida tranquila. vida de uma menina. Adorava batatas fritas com Ketchup e filmes do Bruce Lee,  usava tenis Adidas e tinha duas obsessões:Depilar as pernas e me tornar a última profetiza.
2. - Eu, Marjane, futura profetiza, decidi que: Primeiro, todos devem ter um
bom comportamento. Segundo, todos devem dizer boas palavras. Terceiro, todos devem fazer uma boa ação. Quarto, os pobres devem poder comer um frango frito todos os dias. Quinto, nenhuma mulher idosa sofrerá novamente.
- Marji, se vai ser assim, eu serei a sua primeira discipula.
- Sério? Ótimo!
- Como tem certeza de que elas não sofrerão mais?
- Será proibido.
3. - Bom Dia! Por que quer criar uma República? Você poderia ser Imperador!
- Eu? Imperador?
- Claro! É melhor do que ser Presidente. Você terá poderes absolutos. Um país como o seu, precisa de alguém forte como você para o governar.
- Isso é verdade. 
- Além disso, sabia que o Clero é contra a República?  Cá entre nós, eles têm razão.
- O que devo fazer?
- Nada. Você nos da o petróleo e nós cuidaremos do resto.
- Agora eu sou o rei! Tudo que pertence à vocês é meu.
4. Os que nos torturavam tinham sido treinados pela CIA.Estão na vanguarda em tudo o que diz respeito a tortura
5. Vou começar pelo princípio. Eu tinha 18 anos quando o meu tio e os seus amigos proclamaram a independênci da província Iraniana do Azerbeijão. Fereydoun nomeou-se a si próprio ministro da Justiça dessa República. “A justiça é a base da democracia.Todos os homens são iguais perante a lei”.
Eu me tornei seu secretário. (...) É importante que saiba isto. A memória da família não pode ser esquecida. Mesmo que isso seja difícil e que não compreenda tudo.
- Não se preocupe, tio Anouche. Nunca esquecerei.
6. No espaço de dois anos, o nosso cotidiano mudou. E nós também.
7. Eu sofri muito. Criei os meus cinco filhos com as lágrimas dos meus olhos. Agora querem levar o meu filho mais velho em troca desta chave. Sempre fui dedicada à religião. Rezei, usei um véu e fui obediente. Se é assim que as coisas são, não quero acreditar em mais nada.
8. Ir a essas festas era perigoso,mas eram os únicos momentos de liberdade que nos restavam.
9. Os filhos acabam sempre partindo mais cedo ou mais tarde. Mas se ver separado do filho de 13 anos por causa da guerra é um absurdo! Isso pode despedaçar o coração de uma pessoa.
10. Vou te dar um conselho que será sempre útil. Na sua vida, vai encontrar muitos idiotas. Se lembre sempre que é a estupidez que os leva para o mal. Isso vai te impedir de responder à maldade deles. Porque não existe nada pior do que amargura e vingança. Tem que ser sempre respeitável e verdadeira com você mesma.
11. Nunca se esqueça de quem é e de onde veio.
12. - O meu tio não morreu por uma brincadeira. Seu idiota!O meu sentimento de desordem era enorme. Eu estava em segurança enquanto a minha família estava sofrendo com a guerra. Não conseguia me livrar  desse sentimento de culpa.Eu só queria viver como uma garota da minha idade.
13. Acha que é fácil ser Iraniana? As pessoas olham para mim como se eu fosse uma selvagem. Não passamos de fanáticos aos gritos que lutam uns contra os outros.
14. A guerra terminou, isso é certo. Mas as pessoas se esqueceram por que passamos 8 anos em guerra.
15. Um milhão de mortos pra nada.Os últimos dias da guerra foram terríveis. Um mês antes do cessar-fogo, o Iraque bombardeou Teerão diariamente.Como se precisassem varrê-lo do mapa.
16. Poderiam renunciar aos seus ideais sendo fieis ao regime e cumprirem a pena deles ou ser executados. A maioria foi executada.
17. Era uma estrangeira na Áustria e me tornei uma no meu próprio país.
18. - O que está fazendo aqui, minha pequena?
- Bem, estou morta.
A sua hora ainda não chegou, minha filha.
- Sério?
- Ainda tem muito para dar, minha filha.
Ele tem razão para variar! Tem muitas coisas para fazer. Acorde para a vida. Vá e faça o que tem para fazer. Não se esqueça que a luta continua!
19. Você disse que os nossos capuzes são curtos, que as nossas roupas são indecentes, que usamos muita maquilagem, etc. Eu passo muito tempo no estúdio. Preciso estar à vontade para desenhar. Um capuz comprido torna isso mais difícil. As nossas calças escondem, de forma eficiente, as nossas formas. Sabendo que essas calças estão na moda, coloco a questão: A religião está defendendo a nossa integridade física, ou está, simplesmente, contra à moda?
Fazem comentários sobre nós, enquanto os irmãos aqui presentes  usam diferentes roupas e cortes de cabelo. As vezes, até conseguimos ver as suas roupas intimas. Por que é que, sendo mulher, não tenho permissão para sentir nada quando olho para eles, enquanto os homens podem ficar excitados com os nossos capuzes curtos?