terça-feira, 8 de abril de 2014

Roberto da Matta e Sérgio Buarque de Holanda na Redação de Identidade - Essa nem Mara Rute conseguiu fazer!

Parabéns Paolla. Ficou Perfeita!!!!




Ensaio sobre identidade brasileira
Tanto os homens como as sociedades se definem por seus estilos e modos de fazer as coisas. Pautando-se nessa condição, é preciso estabelecer uma distinção entre um “brasil” escrito com letra minúscula e o Brasil que designa um povo, uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideais de vida.
            O “brasil” com o b minúsculo não tem condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos sociais do século XIX, que viam na terra – um pedaço perdido de Portugal e da Europa – um conjunto de raças que estariam fadadas à degenerarão e à morte. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente e também consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única e totalmente sagrada.
Tudo isso nos leva a descobrir que existem dois modos básicos de construir a identidade brasileira. Num deles, usa-se dados precisos: as estatísticas econômicas e educacionais, os dados do PIB, os números da renda per capita e da inflação, apenas para constatar que o Brasil não é aquele país que gostaria de ser. Como exemplo, pode-se dizer que na contemporaneidade o calcanhar de Aquiles do Brasil é a corrupção.
Há também dados sensíveis e qualitativos, em que o que faz o brasil, Brasil não é mais a vergonha do regime ou a inflação galopante e “sem vergonha”, mas a comida deliciosa, a música envolvente, as leis da amizade e do parentesco, os jogos espertos e vivos da malandragem. Assim, a identidade se constrói duplamente, tratando-se de uma entidade viva, cheia de auto-reflexão e consciência: algo que se soma e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História.
Como apontou Sérgio Buarque de Holanda, o país apresenta três perfis: ética da aventura, cultura da personalidade e cordialidade. Apesar dessas raízes negativas, múltiplo e rico, o Brasil é o país do carnaval e do feijão com arroz: da mistura e da fantasia. Brasileiros na devoção e no sincretismo, no culto à ordem e na malandragem, no trabalho duro e na preguiça. Nessa perspectiva, a brasilidade é um estilo, uma maneira particular de construir e perceber a realidade.
Paolla Gabrielly


Tutorial de ética produzido por Orlando Júnior para o Curso da Prof. Mara Rute

 E você o que acha?                             
                               Caso 01
Como qualquer outro dia, hoje acordei e fui ler as notícias online em um portal eletr ônico qualquer. Foi assim que me deparei com a notícia de que pela segunda vez o pedido de aposentadoria especial do ex-deputado José Genoíno fora negado pela junta médica (composta por quatro cardiologistas) da Casa, alegando que Genoíno não possui uma cardiopatia grave como ele afirma. Mas antes de sair para o trabalho, resolvi ainda ler os comentários dos leitores sobre a notícia acima e encontrei alguns muito interessantes e que me suscitaram alguns questionamentos.
“Confesso que, assim como uma boa parte dos cidadãos brasileiros, estou muito feliz com essa notícia. Afinal, a corrupção está sendo punida e isso já representa um grande passo para solucionar a crise ética e moral que existe em nossa nação. Qualquer cidadão deve buscar sempre um Bem Maior em suas atitudes” Bento Lima, 20, Bahia.
“Espero que realmente aconteça com os demais políticos corruptos, pois é inadmissível que uma mãe vá presa por ter roubado um pote de manteiga para alimentar o filho enquanto um senador que desvia dinheiro dos mais pobres e aumenta sua fortuna continua impune. Só no Brasil umas coisas dessa”. Sandra Saraiva, 35, São Paulo.
“O que leva uma pessoa a fazer isso? Mentir a custo de que? Os poderosos acham que estão imunes a tudo, até parece que a ética deles é diferente da nossa. Não podemos admitir isso, eu acredito que só praticando bons hábitos é que podemos chegar à perfeição moral e é disso que não só os políticos precisam, mas também a sociedade”. Paula Fernanda, 45, Minas Gerais.
“Hoje a gente já não sabe mais o que é certo e o que é errado. Vivemos o fim dos tempos. Sei lá, tempos atrás, até ser humano era usado nas pesquisas científicas e ninguém falava nada, parece que as coisas primeiro tem que acontecer por um bom tempo pra só depois ter que ser impedida, onde é que vamos chegar? Eu fico revoltada com isso”. Salete de Jesus, 50, Amapá.
Depois de ler esses comentários, fiquei pensando se essas mesmas pessoas que questionam a conduta do político nunca furaram a fila? Será que eles cumprem sua responsabilidade social? Será que eles sempre disseram a verdade? A moral deles se baseia em que? Na religião, na sociedade? E como profissionais, será que nunca se deixaram influenciar? Será que nunca revelaram o segredo de algum cliente ou paciente? Será que ao menos conseguem distinguir ética de moral? E se fossem cientistas alemães, será que teriam a coragem de ter recusado fazer as experiências com judeus? Porque os valores estão deturpados? Porque os poderosos só pensam em seus interesses? Afinal o que é ético?
Diante desses meus questionamentos intermináveis creio que só convocando Aristóteles, Milton Santos, Beauchamp e Childress e outros intelectuais para me ajudar, porque sozinho eu não consigo e de solidão já basta a vida que nós da pós-modernidade já levamos. Inclusive, individualismo esse que impede as pessoas de alcançarem um consenso e a refletirem sobre uma conduta adequada.

Material produzido pelo tutor – coordenador do Projeto – Orlando Oliveira Junior

Ficha exclusiva do tutor

Ø  Palavras-chaves (a depender da dinâmica de cada tutoria podem ser acrescidas mais algumas ou ditas de outra fora):

·         Ética
·         Moral
·         Aristóteles
·         Milton Santos
·         Bioética
·         Beauchamp e Childress (relacionados à Bioética)
·         Política
·         Responsabilidade social
·         Conduta
·         Crise ética
·         Crise Moral
·         Individualismo
·         Interesses
·         Valores
·         Bons Hábitos
·         Bem Maior
·         Ética profissional

Ø  Objetivos (abaixo segue os objetivos básicos, a depender da dinâmica de cada tutoria eles podem ser formados com outras palavras ou podem ser acrescidos outros objetivos):

1.      Conceituar ética.
2.      Distinguir ética de moral.
3.      Entender a importância da ética nas relações humanas
4.      Diferenciar a ética individual da ética social
5.      Entender a Crise ética e a crise moral que vivenciamos
6.      Debater (Estudar ou Discorrer) sobre a importância da ética na política
7.      Estudar a importância e a evolução da Bioética





  

Parece difícil, mas é só uma estrada!


Proposta de Redação Bahiana 2014 - Curso da Prof. Mara Rute

Observe as imagens abaixo para servir como motivação:


Eduardo Galeano defende que mesmo que não possamos adivinhar o futuro que virá temos ao menos o direito de imaginar como queremos que seja. Com base nessa verdade delineie o papel do médico na construção da cura para o mundo.

Redações Modelo 


 Muitas dificuldades foram encontradas para a produção desse texto. Primeiro pelo frequente vício de pensar apenas na questão médico-paciente, fato que inclusive apareceu em muitos textos. Houve também um número pouco significativo de pessoas que, ao menos, tentaram produzi-lo. Segue aqui bons textos referenciais feitos por colegas de vocês.

Atestado de óbito
É fato que assim como os paciente do SUS o planeta também aguarda pela cura da “virose mundial”. Por esse viés, os profissionais da saúde pós-modernos tornaram-se, sob a influência do capitalismo, egocêntricos e desumanos, além de transformarem-se em vetores transmissores de tais males.
Inserida na liquidez contemporânea, a sociedade presencia um momento em que o consumo é ideologia de vida e os alimentos são utilizados para alimentar motores. Desta forma, torna-se explícito e absurdo a ausência – quando não, inversão – de valores frente a uma política extremamente corrupta e alienante. Sob o mesmo ponto de vista, a essência negativa é inerente ao homem e, sendo este, difusor da dor, discórdia e normalização dos abismos sociais, propaga pelo mundo mais abismos.
De Hipócrates a Houses espera-se a efetiva participação dos médicos como contribuintes para o pleno bem da sociedade, mas o que se vê no entanto é que esses tornaram-se vilões e protagonizam os capítulos de um mundo moribundo de AIDS na África e Obesidade nos E.U.A. Por conseguinte, pessoas que juraram fazer de sus vidas formas de salvar a vida de outras pessoas são corrompidas pela lógica do dinheiro transformando tais juras em utopias para um mundo que não virá.
Na verdade, nesse mundo que cada dia está mais desencantado normaliza-se a falta de humanidade no trato médico. Nesse contexto vale ressaltar a rejeição de médicos estrangeiros para atuarem em localidades em que os “doutores urbanos” não irão. Portanto, em nome dos seus interesses, que o mundo continue doente.
A inércia não faz parte do tratamento para a cura do mundo visto que os tempos mudam e novas formas de ser são incorporadas aos “curandeiros”. Nesse sentido, cabe aos médicos uma postura coerente com o ideal de salvar por traz do jaleco e bisturi, além é claro da sobriedade e compaixão, seus princípios norteadores. Logo, perceber que se caminha para o falecimento do mundo é a cognoscibilidade necessária para salvá-lo.
Jéssica Primitivo 


Por traz de um jaleco Branco
O mundo está em crise. A sociedade desaba perante individualismo, o desrespeito às diferenças e as péssimas qualidades dos serviços públicos, como educação e saúde. Nesse desmoronamento que parece irreversível, surge um novo herói: o médico. Além de promotor da saúde, ele apresenta uma função social que vai além da medicina.
Para cada cultura, o significado do papel do médico é diferente. Mas, em todas se exige uma conduta ética, apresentando consideração, compaixão e benevolência. Quando um agente de saúde fere estes princípios, é condenado pela comunidade, mesmo que não esteja atuando profissionalmente no momento. O caso da médica Kátia Vargas, que matou dois irmãos no trânsito de Salvador, ilustra isso: antes de passar por um julgamento judicial, a mídia e a população a condenaram, taxando-a simplesmente como “a médica”. Ela perdeu sua personalidade para que se destacasse o paradoxo de que ao invés de salvar vidas, sua missão, ela havia as tirado.
Outra reflexão importante é que muitos ainda hoje escolhem a medicina por dinheiro ou status social. Querem cada vez mais ser chamados de “doutores” e esquecem de ser verdadeiros filhos de Esculápio, cuja missão é ajudar a transformar o mundo curando suas dores. Existem ainda os que se aproveitam da posição para ter benefícios e praticar abusos, como no polêmico caso do especialista em fertilização Roger Abdelmassih, que molestava suas pacientes enquanto estavam sedadas.
Por trás de um jaleco branco existe mais do que um profissional, há uma possibilidade para o planeta. Isso porque médicos são seres humanos que trazem consigo o encargo de salvar vidas, o bem mais precioso que todo indivíduo tem. Há uma grande diferença entre ser médico e ser formado em medicina. Na busca por um mundo melhor é dever dos herdeiros de Hipócrates contribuir para um mundo mais saudável.
Mariana Correia