Aluna: Jéssica Ferreira Morais
Tema: Crise da memória no século XXI
A persistência da
memória
A
história é feita pelo viés da memória. Partindo dessa égide, dos Hitlers aos
Che Guevaras, a identidade dos povos foi sendo construída e a essa tornou-se um
espaço de luta política. Entretanto, a sociedade pós-moderna do século XXI
trouxe consigo o esvaecimento da memória e, desse modo, transformou o homem em
um ser desmemoriado.
O
fascismo, comunismo, nazismo e todos os outros ismos totalitários produziram, ao longo dos tempos,
as mais pavorosas cenas de intolerância que iniciaram como utopias e terminaram
como barbáries. Nesse contexto, as fogueiras, guilhotinas, os campos de
concentração e o Index dos livros proibidos fazem parte da nossa história e da
nossa realidade. Tais fatos nos permitem ressaltar a importância da memória como
um espaço de luta política, em que é construída a identidade de cada povo junto
as suas derrotas e vitórias.
Contudo, o homem
pós-moderno perdeu a capacidade de conservar e fazer recordar as imagens e
sensações recebidas do mundo. Nessa perspectiva, a era da informação, da descartabilidade
e dos excessos trouxe a destruição dos mecanismos sociais que vinculam nossa
experiência pessoal à das gerações passadas. Dessa forma, os homens crescem
numa espécie de presente contínuo, em que se é valorizado mais o novo do que o
antigo, mais o jovem do que o velho, mais o futuro do que o passado.
Para Silvio
Tendler, a forma como recordamos a nossa vida nos é dada pelos instrumentos que
são oferecidos pela sociedade. Assim, a mudança nessa questão exige mudança
social. Partindo dessa verdade, cabe a nós compreendermos que a relação entre
história, memória e identidade é indissociável e fazer com que as nossas
lembranças sejam os degraus para a construção de um futuro melhor, afinal, somos
aquilo que nos lembramos e não podemos esquecer das nossas lutas.