Leia o texto abaixo
para responder às questões de 1 a 8.
(...)
- Bom dia, disse a
raposa.
- Bom dia, respondeu
polidamente o principezinho que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui,
disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu?
Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa,
disse a raposa.
- Vem brincar comigo,
propôs o príncipe, estou tão triste.
- Eu não posso
brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram
ainda.
- Ah! Desculpa, disse
o principezinho.
Após uma reflexão,
acrescentou:
- O que quer dizer
“cativar”?
- Tu não és daqui,
disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos,
disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito
esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços...”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a
raposa.
- Tu não és para mim
senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho
necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós
teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei
para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou à
sua ideia:
- Minha vida é
monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida
será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que serão diferentes
dos outros. O dos outros me faz entrar debaixo da terra. O teu me chamará para
fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como
pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma.
E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então será maravilhoso
quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu
amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa então se
calou e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor,
cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera disse o
príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece
bem as coisas que cativou, disse a raposa. O homem não tem tempo de conhecer
coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de
amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os
homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
E continuou:
- Mas tu não deves
esquecer. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Autoria de Antoine de Saint-Exupèry - retirado do livro
“O Pequeno Príncipe”
1. (UFSCAR) Segundo
a explicação da raposa, assinale a alternativa que tem o mesmo sentido de
“cativar”.
a) Ficar triste
quando alguém vai embora. b) Convencer
alguém a fazer algo.
c) Lembrar-se de
alguém quando estiver triste. d) Esquecer-se de
alguém. e)
Tornar-se amigo de verdade de alguém.
2. (UFSCAR)No
conjunto do texto percebe-se que o seguinte trecho: “O dos outros me faz entrar
debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música” faz referência
a) ao sol. b) ao barulho dos passos. c) ao aborrecimento. d) à amizade. e) à vida.
3. Em um
texto as palavras podem ser usadas com o seu significado literal: o significado
do dicionário. Algumas vezes podemos usar palavras com seu sentido figurado ao
invés de seu sentido literal, ou seja, o sentido do termo no texto se relaciona
indiretamente com o sentido literal.
Das alternativas
abaixo, assinale aquela que possui um termo que foi usado com sentido figurado.
a) Serás para mim o
único no mundo. b) Vem brincar
comigo, propôs o príncipe...
c) Minha vida é
monótona... d) mas
eu não tenho tempo... e) os homens
não têm mais amigos
4. Ao final
deste trecho, percebe-se que
a) o pequeno príncipe
tornou-se amigo da raposa.
b) a raposa não se
permitiu ser amiga do pequeno príncipe.
c) a raposa não
cativou o pequeno príncipe.
d) o maior desejo do
pequeno príncipe era ser amigo da raposa.
e) o pequeno príncipe
considerou a raposa chata e não quis ser amigo dela.
5. (UFMG –
Física) O Pequeno Príncipe, do livro de mesmo nome, de Antoine de
Saint-Exupéry, vive em um asteróide pouco maior que esse personagem, que tem a
altura de uma criança terrestre. Em certo ponto desse asteróide, existe uma
rosa, como ilustrado nesta figura:
Após observar essa
figura, Júlia formula as seguintes hipóteses:
I) O Pequeno Príncipe
não pode ficar de pé ao lado da rosa, porque o módulo da força gravitacional é
menor que o módulo do peso do personagem.
II) Se a massa desse
asteróide for igual à da Terra, uma pedra solta pelo Pequeno Príncipe chegará
ao solo antes de uma que é solta na Terra, da mesma altura.
Analisando-se essas hipóteses, pode-se concluir que
a a) Apenas a I está
correta. b) apenas a II está correta.
c) as duas estão corretas. d)
nenhuma das duas está correta.
Proposta
de Redação I
A Obra O Pequeno Príncipe já vendeu mais de 6 milhões de
exemplares e ocupa-se de narrar a história de um principezinho originário do
asteroide B612 que é encontrado pelo alter ego do escritor francês
Saint-Exupéry. Esse menino e o nosso narrador faz interferências pontuais sobre
o que "gente grande".
Com base na leitura do livro e nos seus conhecimentos de mundo
escreva um texto dissertativo argumentativo sobre as vivências e valores dos homens tomando como base o conceito de
cativar, ensinado pela raposa.
Proposta
de redação II
Antoine de Saint-Exupéry escreveu
O Pequeno Príncipe, que teve repercussão mundial. É um livro, a princípio,
voltado para o público infantil, mas que, pelo vasto conteúdo e riqueza de
lições, acabou sendo aderido como leitura pelos adultos também. O autor deixa
bem claro sua visão sobre os adultos ou as pessoas grandes como usa na referida
obra: aqueles que não conseguem enxergar o importante como verdadeiro, mas
somente aquilo que é bom materialmente.
Você
concorda com o autor? Escreva um artigo de opinião onde fique claro se sua
visão é contrária ou igual a do narrador.
Proposta
III
A obra o Pequeno Príncipe é
produzida com base em muitas simbologias. Com
base na interpretação da simbólica desse texto escreva um texto dissertativo
argumentativo sobre o assunto:
E
se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando. "É
uma questão de disciplina, me disse mais tarde o principezinho. Quando a gente acaba
a toalete da manhã, começa a fazer com cuidado a toalete do planeta. É preciso
que a gente se conforme em arrancar regularmente os baobás logo que se distingam
das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho sem
graça, mas de fácil execução."
E um dia
aconselhou-me a tentar um belo desenho que fizesse essas coisas entrarem de uma
vez na cabeça das crianças. "Se algum dia tiverem de viajar, explicou-me, poderá
ser útil para elas. às vezes não há inconveniente em deixar um trabalho para mais
tarde. Mas, quando se trata de baobá, é sempre uma catástrofe. Conheci um
planeta habitado por um preguiçoso. Havia deixado três arbustos. . .