O Portfólio é um
conjunto de temas comuns ao processo seletivo que todo mundo que quer estar bem
preparado deve fazer.
Leia os temas e
inspire-se na redação modelo para fazer a sua.
De redação em redação
a gente chega lá!
PEQUENO PRÍNCIPE
Perda do fenótipo
Marcado
por traições, o desenvolvimento histórico da humanidade, ensinou a sociedade a
basear suas relações de amizade na superficialidade. Sendo assim, a realidade atual
se contrapõe ao ideário do pequeno príncipe pautado na amizade verdadeira.
Logo, as gerações que estão sendo construídas estão sofrendo o efeito dos
baobás não arrancados.
De
César e Brutus à Stalin e Hitler, as amizades foram desconsideradas em prol do
sentimento egoísta e individualista. Dessa forma, a sociedade atual tem perdido
o fenótipo da amizade e nesse sentido trivializando suas relações inter-pessoais. Assim, o
processo de cativar, ensinado pela raposa, na obra O Pequeno Príncipe, não se
enquadra mais nos padrões atuais dos homens sérios que contam estrelas e seguem
regulamentos.
Por
conseqüência da Segunda Guerra Mundial, Hannah Arendt previa a desumanização e
o aumento da distância social, como fruto do totalitarismo, capitalismo e
terrorismo. Sendo assim, a necessidade de partilhar com os amigos, até então
gene dominante na humanidade, se transformou em pseudo-amigos, que vão de
amizades virtuais à animais de estimação. Nesse sentido, a indústria aproveita
desta realidade para patrocinar ainda mais uma vida solitária que se
materializa de entrega a domicílio à disk amizade.
Para
Aristóteles: uma virtude, para La Boétie: recusa a servidão, para Kant: amor e
respeito recíproco, para a raposa: oportunidade de aprender e de crescer, algo
inestimável, assim a amizade foi sendo conceituada ao longo da história. Nesse
sentido, é necessário que os seres humanos analisem suas vivências e valores,
para que não continuem cometendo os mesmos erros, de cultivar baobás.
Restabelecer, a expressão da amizade em suas relações sociais, é a
característica necessária para que as pessoas grandes vejam o invisível, porém
essencial.
Elos
sociais
Na pós-modernidade, cativar
tornou-se uma atitude ultrapassada em meio à priorização do lucro e do
superficial. Partindo dessa égide, o mundo está crescentemente comprometido
apenas com questões individualmente econômicas, esquecendo-se de cultivar rosas
para colher amizades.
Dentro da lógica da supremacia do
lucro na qual tempo é sinônimo de dinheiro, as pessoas não criam mais elos
físicos umas com as outras, observa-se isso pela disseminação dos contatos
virtuais ou das aproximações por mera finalidade financeira. Nesse contexto, os
seres humanos encontram-se mais individualistas, vivenciando menos o prazer de
relacionamentos seja namoro ou amizade fundamentados na sutileza de
conhecer verdadeiramente o outro.
Para Antoine de Saint-Exupéry, cativar
é responsabilizar-se por alguém. Partindo desse princípio, falta ao mundo criar
vínculos sociais, pois em pleno século XXI e no ápice do desenvolvimento
técnico-científico existem 1 bilhão e 180 milhões de pessoas passando fome, provando
que o capitalismo e a globalização não “cativaram” a todos.
Milton Santos apregoava a importância
da cognoscibilidade como meio de entender o mundo. Ratificando essa máxima e
ampliando o conceito de cativar, faz-se necessário a todos os indivíduos
conhecerem os problemas do planeta, estabelecendo elos sociais para não se
tornarem apenas máquinas do sistema capitalista. Afinal, o sentido da vida está
nas relações.
Proposta de redação em http://www.mararute.com.br/