quinta-feira, 2 de maio de 2013
Redação Bahiana 2013
Redação modelo
“Filhos” de Asclépio
A
herança é a lei. Tendo em vista tal máxima darwiniana, conhecer o curso
histórico da medicina firma-se como alicerce para a compreensão dos conceitos e
práticas aplicadas no presente. Desde a cura regida pela magia e religiosidade
ao diagnóstico humanista de Hipócrates, muitas foram as transformações que
convergiram para a construção da esfera médica pós-moderna. Dessa forma,
basear-se no princípio de que as conquistas que constituem o patrimônio do
passado são as bases para as investigações do presente deve ser a tônica para
os profissionais de saúde do século XXI.
De
Asclépio, deus da Medicina, às comunidades médicas pós-industriais, tais
protagonistas da ciência humana fazem parte de uma unidade histórica em
evolução. Diante dessa máxima, surgem os clássicos da medicina antiga não
somente como fonte de informação para a terapia atual, mas principalmente como
documentos históricos necessários para que se compreenda os ideais que guiaram
as ações daqueles que buscavam combater as enfermidades. Da arte médica
indígena baseada nas propriedades curativas da imensa flora local ao humanista
Tratamento Paliativo contemporâneo. A cada conjuntura histórica há o
aprimoramento de técnicas que visam garantir a saúde e cura do ser humano.
Todo homem
é por si só capaz de mudar a natureza do futuro a partir de ações clarividentes
no presente. Partindo desse pressuposto, assim como Hipócrates revolucionou a
conduta médica, ao substituir os deuses pela observação clínica de seus
pacientes, os médicos do século XXI, graças às condições social e tecnológica
atuais podem e devem fomentar o aprimoramento dos procedimentos terapêuticos a
fim de que se garanta um direito maior de todo ser humano: a vida. A descoberta
no século XIX da importância da assepsia e da cirurgia mostra que os problemas
enfrentados naquela época, a exemplo das constantes mortes por infecção,
impulsionaram modificações no âmbito hospitalar. Assim, percebe-se que a
mudança é requisito básico para o alcance do progresso.
Para além
disso, José Saramago já apregoava que somos fisicamente um corpo, mas,
psicologicamente, uma memória. Diante dessa verdade, conhecer o curso histórico
médico nos faz entender a situação médica presente e em qual direção devemos
caminhar em busca de novos progressos. Portanto, os sucessores de Asclépio
devem ser os missionários de uma prática médica que além de privilegiar o lado
técnico-científico, destacam os valores e virtudes humanas inerentes à
profissão. Ou seja: o ethos do cuidar.
Carol Alcântara
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