domingo, 22 de maio de 2011

UFBA 2012 - Isenção do vestibular

A UFBA (Universidade Federal da Bahia) iniciou dia 19 as inscrições para isenção de taxa do processo seletivo 2012. Os interessados devem se cadastrar pela internet, até 30 de maio. Segundo a instituição, serão concedidas 8 mil isenções.
Para concorrer, o candidato deve ter concluído ou estar por concluir todo o ensino médio ou equivalente em estabelecimento da rede pública federal, estadual ou municipal.
Após finalizar a inscrição, o estudante deverá imprimir e pagar um boleto bancário no valor de R$ 5, até 31 de maio. Os candidatos que não forem contemplados com o benefício, poderão abater esse valor da taxa de inscrição no vestibular.
O resultado dos pedidos de isenção será publicado no dia 3 de junho. O candidato que aparecer na lista como beneficiado deverá enviar a documentação comprobatória de escolaridade (que pode ser consultada no edital de isenção), pelos correios, entre os dias 6 e 22 de junho, para o seguinte endereço:
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Serviço Seleção, Orientação e Avaliação – SSOA
Rua Dr. Augusto Viana, 33 – Canela (em frente à Reitoria)
Salvador – BA CEP: 40110-160

Também será possível entregar a documentação pessoalmente, nos postos de atendimento, até 22 de junho.
 Mais informações acesse www.ufba.br

UESB - 2011 - ANÁLISE DO FILME A ONDA PELA PROF. MARA RUTE


Primeiras Palavras:

Esse é filme construído com bases sociológicas e uma interessante oportunidade para pensarmos nossa juventude. Fiquem com a reflexão "em nossa sociedade de imagem e espetáculo, o extermínio do papel leva ao extermínio da realidade". Pierre Vidal-Naquet.
O filme é mesmo uma onda. Uma grande surpresa e com um eletrizante enredo. Com tantas possibilidades de visão que fica difícil  definir o ponto chave de uma questão para a  UESB.

Vamos por partes.

Que tal começar pela história?

Na aula do professor de autarquia os alunos não estão interessados em discutir o passado ditatorial da Alemanha e chegam a dizer que não tem uma relação e não devem ser culpados por isso. Porém a aluna Mona diz ser importante conhecer e refletir sobre essa história. Vamos seguir o conselho dela.

Comecem visitando a página do museu do Holocausto. http://www.ushmm.org/

Nela vocês poderão encontrar uma  Enciclopédia do Holocausto  com artigos relacionados a  Anti-Semitismo  | O Terceiro Reich | A Segunda Guerra Mundial na Europa  | A Propaganda Política | O Mosaico das Vítimas | As Crianças durante o Holocausto  | As Mulheres durante o Holocausto  | Campos Nazistas  | Auschwitz  | Operações de Asfixia por Gás  | A Resistência Judaica  | Resgate  | As Conseqüências do Holocausto  | Julgamentos dos Crimes de Guerra  | | Os Refugiados Hoje.  Além de fotos e depoimentos como o de  Anny Frank. Leia abaixo:

Anne Frank


Fragmento do diário de Anne Frank no dia 10 de outubro de 1942: "Esta é uma fotografia minha, ela mostra como eu gostaria de ficar para sempre. Então eu ainda poderia ter uma chance de ir para Hollywood, mas agora estou com medo, a minha aparência está muito diferente". Amsterdã, Holanda.

— Anne Frank Stichting


Anne Frank foi uma entre o total de 1 milhão de crianças judias assassinadas durante o Holocausto. Seu nome completo era Annelies Marie Frank, nascida a 12 de junho de 1929 em Frankfurt, Alemanha, filha de Otto e Edith Frank.

Nos primeiros cinco anos de vida Anne morou com seus pais, e sua irmã mais velha Margot, em um apartamento localizado nos arredores de Frankfurt. Depois que os nazistas subiram ao poder, em 1933, Otto Frank fugiu para Amsterdã, na Holanda, onde tinha alguns contatos profissionais. O restante da família seguiu Otto, sendo Anne a última a lá chegar, em fevereiro de 1934, depois de haver permanecido por um breve período com seus avôs na cidade de Aachen.

Os alemães ocuparam Amsterdã em maio de 1940. Em julho de 1942, as autoridades alemãs e seus colaboradores holandeses começaram a concentrar judeus de todo o território holandês em Westerbork, um campo de trânsito próximo à cidade holandesa de Assen, não muito distante da fronteira com a Alemanha, de onde os deportaram para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau e Sobibór, na Polônia, então ocupada pelos alemães.

Durante a primeira semana de julho, Anne e sua família esconderam-se em um apartamento, aonde posteriormente outros quatro judeus holandeses vieram a ficar. Por dois anos viveram no sótão de um prédio que ficava atrás do escritório da família, na Rua Prinsengracht, 263, ao qual Anne se referia em seu diário como o “Anexo Secreto”. Johannes Kleiman, Victor Kugler, Jan Gies e Miep Gies, amigos de Otto Frank, haviam preparado o esconderijo e passaram a contrabandear alimentos e roupas para a família escondida, mesmo correndo sérios riscos. Em 4 de agosto de 1944, a Gestapo, Polícia Secreta alemã, descobriu o esconderijo após receber uma denúncia anônima.

No mesmo dia, o oficial da Gestapo sargento Karl Silberbauer e dois colaboradores da polícia holandesa prenderam a família Frank; a Gestapo os enviou para Westerbork no dia 8 de agosto. Um mês depois, em setembro de 1944, as SS e as autoridades policiais colocaram a família, e todos os que com ela estavam no esconderijo, em um trem de carga que ia de Westbrock para Auschwitz, um conjunto de campos de concentração na Polônia ocupada pela Alemanha. Devido à sua juventude e capacidade de serviço, no final de outubro de 1944, Anne e sua irmã Margot foram transferidas para o campo de concentração de Bergen-Belsen, próximo à cidade de Celle, no norte da Alemanha, para trabalharem como escravas

Ambas morreram de tifo em março de 1945, poucas semanas antes das tropas inglesas liberarem Bergen-Belsen, no dia 15 de abril de 1945. Os pais de Anne também foram selecionados para o trabalho escravo pelas autoridades das SS. A mãe de Anne, Edith, morreu em Auschwitz no início de janeiro de 1945. Somente seu pai, Otto, sobreviveu à guerra. As forças soviéticas liberaram Otto em Auschwitz, no dia 27 de janeiro de 1945.

Durante o tempo em que ficou escondida, Anne manteve um diário no qual registrava seus medos, esperanças e experiências. Miep Gies, uma das pessoas que havia ajudado a família a esconder-se, encontrou o diário depois que Anne foi presa e o guardou para entregar posteriormente, mas Anne nunca retornou, pois havia sido assassinada pela brutalidade nazista contra os judeus. O livro foi publicado em diversas línguas após o fim da guerra, e ainda é usado em milhares de escolas européias e norte-americanas. Anne Frank tornou-se o símbolo da perda do potencial de todas as crianças que morreram no Holocausto.


Outra questão importante foi o tribunal de Nuremberg disponibilizado na íntegra pela universidade de Harvard. Veja a notícia:  HARVARD DISPONIBILIZA O JULGAMENTO DE NUREMBERG

 “O Julgamento de Nuremberg (1945-1949) – responsável por apurar e julgar os crimes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial – produziu cerca de 120 mil documentos que podem ser consultadas por qualquer pessoa com acesso à Internet graças a uma iniciativa da faculdade de Direito da Universidade de Harvard. No total, são mais de 1 milhão de páginas com fotos digitalizadas de documentos que contam o que aconteceu. A iniciativa pretende lembrar para sempre as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich, uma vez que, segundo diretores da Harvard, há uma tendência de o mundo esquecer o Holocausto ocorrido durante a Segunda Guerra. Os documentos descrevem os diálogos entre os criminosos e seus juízes, tornando possível saber quem foi quem e que delitos foram cometidos. O projeto decolou com uma doação de US$ 100 mil de um estudante, devendo custar, quando pronto, US$8 milhões à universidade”.

Para vocês o filme a Onda também deve servir para revisar esse momento negro na história . Veja a reflexão que faz o professor Luiz Nazário:

Crime contra a humanidade: a lição do Tribunal de Nuremberg,

Contestando a idéia revisionista que circula no meio jurídico e contamina leigos e desinformados, de que este foi um tribunal injusto, de tipo inquisitorial, um julgamento vingativo, de vencedores sobre vencidos, no qual os réus não puderam escolher seus advogados, alijados de seu direito à ampla defesa. Luiz Nazario esclarece que os vencidos não foram as altas autoridades nazistas julgadas em Nuremberg, mas os 6 milhões de judeus e os 5 milhões de Untermenschen (entre os quais 500 mil ciganos, 100 mil doentes hereditários, 10 mil homossexuais, 3 mil dissidentes religiosos) vitimados nas indústrias de morte que aquelas autoridades montaram. Sem a lição de Nuremberg o mundo não teria parâmetros para julgar o crime contra a humanidade que foi o Holocausto, cuja negação é um dos temas prediletos dos novos antissemitas.


SUGESTÃO DE FILME: Sinopse: Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países aliados reuniram-se em Nuremberg, na Alemanha, para decidirem o destino de oficiais nazistas, julgados por seus bárbaros crimes, cometidos nos campos de concentração, em nome da loucura do III Reich. Com ricos detalhes sobre O Julgamento de Nuremberg, este filme – cuja produção executiva é co-assinada por Alec Baldwin – manteve-se fiel até às transcrições das fitas gravadas na corte, aqui também reproduzida fielmente. Todo o drama e dilema dos acusadores foram minuciosamente recriados nesta produção inquestionavelmente perfeita.



E, como não poderia deixar de ser. Quero que vocês assistam a um dos pronunciamentos de Hitler aos jovens alemães. Percebam o poder do discurso dele e como o professor Rainger tenta fazer isso no final do filme.

Discurso de Hitler para os jovens ...

Agora que já conhecemos um pouco da história vamos ao filme A Onda...

O filme começa com o professor Rainger a caminho da escola ouvindo um rock pesado. Ele ensina educação física, ciência política e disciplinas para as turmas noturnas, porque conforme saberemos depois, tem uma formação acadêmica limitada. Ao chegar a escola, na sala dos professores, é perceptível a distinção deste para os outros professores no modo de vestir e na maneira como se comporta. O prof. Rainer é avisado por sua esposa – ela o chama de “meu roqueiro” - que a diretora deseja falar com ele. Antes ele fala de como os alunos veem os professores como preguiçosos.
Ao receber a notícia que fará o curso de uma semana com os alunos sobre autocracia revela sua insatisfação dizendo que achava já estar certo que ele seria o professor de anarquia.
A diretora diz ter dado o assunto que ele desejava – anarquia - para Wieland porque esse havia criado um projeto consistente para a disciplina - saberemos depois que Wieland alimenta a esperança de produzir – a partir da democracia – a reflexão e união dos jovens.
 Ao ter a permissão da diretora para uma possível  troca do projeto com seu colega Wieland.  Professor Wenger recebe como resposta apenas Alea Jacta Est[1]·. Como prova de que não haveria discussão e o assunto estava encerrado.  É interessante notar a idéia de  contraste que o filme quis propor. O professor Wieland veste-se de terno e gravata e aparenta ter uma postura conservadora. Ao passo que de Rainger - vestido com a camisa de Ramones tem todos os elementos para não ser o professor de autocracia. Inclusive em seu discurso no primeiro dia de aula sugere aos alunos que não está preparado, acha o assunto chato e também quer que aquela semana passe tão rápido quanto eles.
Essa afirmação é importante para percebermos que não houve um projeto prévio do professor. Que a idéia de montar um grupo “facista” nasce do desafio do aluno de que não havia mais possibilidade de tal ideologia existir na Alemanha. É importante lembrar que o “fascismo” vai sendo construído também com a ajuda dos alunos.

O filme nos apresenta os alunos antes do projeto. No teatro, na piscina e nas festas...
A presença do teatro no filme é uma oportunidade interessante de vermos os efeitos dos ensinamentos do professor durante a semana.
O primeiro encontro para o ensaio da peça é marcado pela falta de unificação do grupo, por alunos que não seguem o texto -  o que leva Karo, atriz principal a dizer que não vai mais participar.  No segundo encontro, já com a disciplina em andamento, sem a presença de Karo – está mais preocupada em encontrar meios para desfazer a Onda – eles, movidos pelos ensinos de disciplina e liderança, veem agora Denis – o diretor - dar ordens e, ao fazer a troca de papéis  -  faz a peça ser um sucesso. Esse diretor, no final do filme quando o professor decide que  a onda deveria parar é quem, junto com Tim,  considera que ela seja um movimento que tem coisas positivas.
Antes da primeira aula temos também os alunos fazendo treinamento de natação. Marco convida Karo para assisti-lo, essa não vai e percebemos animosidade de alguns dos integrantes do grupo. Assim como no teatro não há senso de unidade na equipe. É interessante perceber que são esses dois que brigam no dia do campeonato. O que prova que não foi Karo a causadora do tumulto na piscina.
Depois vamos a uma festa em que os alunos se reúnem para beber, dançar e demonstram ter total ausência de um espírito conservador. Bebem, fumam, tem posturas muito mais para subversivas. Logo,  a ideia do filme fica muito mais interessante - a de que mesmo numa sociedade aparentemente sem motivações para o fascismo é possível – em tão pouco tempo (uma semana) instaurá-lo entre  os jovens.
Nessa festa dois alunos conversam. Um é o diretor da peça de teatro  que junto com Tim forma as peças para quem o movimento a Onda era tudo. Perceba como ele e Tim depois já são mostrados no filme como elementos que regimes como esses utilizam para preencher vazios e se transformarem nos extremistas que o terrorismo utiliza:

Martin, diga-me, certo? Contra o que realmente se deve rebelar, hoje em dia? Hoje não tem mais importância, certo? Todos já tem só os seus...seus prazeres na cabeça. O que falta à nossa geração... é um objetivo comum, que nos una a todos.
Martim: Este é o espírito-da-época,olhe em volta de você. A pessoa mais procurada  no Google é quem? Paris "do caralho" Hilton.

A PERSONAGEM RESPONSÁVEL PELA TRAGÉDIA – TIM
Tim aparece no filme procurando um grupo. Começa tentando fazer parte do grupo de Kevin, mas, mesmo dando maconha para os rapazes serem “seus irmãos”, não consegue. Só a partir da Onda é que  ele encontra entrosamento entre o grupo. Chegando a ser defendido pelos colegas “de camisa branca”. Porém o filme já dá indícios do extremismo do rapaz, seja quando escala andaimes de forma perigosa para colocar o símbolo da onda, quando faz o site com uma arma, utiliza-a contra os “facistas” ou chega a queimar as ruas roupas de marca.
É importante lembrar que também cabia ao professor ter percebido os sinais que Tim vinha dando, seja quando quis contar ao professor quem tinha exagerado na difusão da onda ou quando visitou a casa do professor para ser seu segurança.

UMA SEMANA PARA FAZER facistas?

VAMOS  RECAPITULAR O QUE ACONTECEU NOS SETE DIAS?


E VEJA A ANÁLISE DO FILME COMPLETA...


[1] 'Alea jacta est', "Os dados estão lançados", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada".Na linguagem popular, é uma expressão utilizada quando os fatores determinantes de um resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los. Foi a frase em latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que hoje corresponde ao território do norte da Península Itálica) e o território da Itália.