domingo, 16 de janeiro de 2011

ATENÇÃO PARA A ASSINATURA DO E-MAIL E DA CARTA

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Cuidado com isso!!!!
Boa prova amanhã!!!!

UESC - Revisão de Redação da Prof. Mara Rute

Como fazer uma carta argumentativa no vestibular

Texto Argumentativo /Persuasivo

2.3.1 Características do texto argumentativo/persuasivo

Além de uma dissertação, a prova de Redação do Vestibular Unicamp propõe também uma carta argumentativa. O que diferencia a proposta da carta argumentativa da proposta de dissertação é o tipo de argumentação que caracteriza cada um desses tipos de texto. Como se viu na seção 2.1.1., o texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal. Por outro lado, a proposta de carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada. Essa diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma organização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na carta argumentativa, a intenção é freqüentemente a de persuadir um interlocutor específico (convencê-lo do ponto de vista defendido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista por ele defendido e que o autor da carta considera equivocado).

É importante justificar por que se solicita que a argumentação seja feita em forma de carta. Acredite, essa é uma opção estratégica feita em seu próprio benefício. O pressuposto é o de que, se é definido previamente quem é seu interlocutor sobre um determinado assunto, você tem melhores condições de fundamentar sua argumentação.

Vamos tentar exemplificar, mais ou menos concretamente, algumas situações argumentativas diferentes, para que fique claro que tipo de fundamento está por trás desta proposta da Unicamp. Imagine-se um defensor ardoroso da legalização do aborto. Perceba que sua estratégia argumentativa seria necessariamente diferente se fosse solicitado a :

  • escrever uma dissertação sobre o assunto, portanto, escrever para o nosso “leitor universal”;
  • escrever ao Papa, para demonstrar a necessidade de a Igreja Católica, em alguns casos, rever sua postura frente ao aborto;
  • escrever a um congressista procurando persuadi-lo a apresentar um anteprojeto para a legalização do aborto no Brasil;
  • escrever ao Roberto Carlos procurando persuadi-lo a incluir, em seu LP de final de ano, uma música em favor da descriminação do aborto.

Você não concorda conosco? Não fica mais fácil decidir que argumentos utilizar conhecendo o interlocutor? É por isso que é tão importante que você, durante a elaboração do seu projeto de texto, procure representar da melhor maneira possível o seu interlocutor, uma vez conhecido. Aliás, nós já dissemos isso na seção 4.1.3 do capítulo 2.

Embora o foco desta proposta seja um determinado tipo de argumentação, o fato de que o contexto criado para este exercício é o de uma carta implica também algumas expectativas quanto à forma do seu texto. Por exemplo, é necessário estabelecer e manter a interlocução, usar uma linguagem compatível com o interlocutor (por exemplo, não se dirigir ao Papa com um jovial E aí, Santidade, tudo em cima?, muito menos despedir-se de tão beatífica figura com Pô, cara, tu é do mal!). Mas que fique bem claro: no cumprimento da proposta em que é exigida uma carta argumentativa, não basta dar ao texto a organização de uma carta, mesmo que a interlocução seja natural e coerentemente mantida; é necessário argumentar.

Retirado de: http://www.convest.unicamp.br/vest99/redacao/item3.html

Como fazer uma narração na redação do vestibular

Narrativa

Quando eu era jovem, desprezava-se o elemento narrativo, chamando-o de “histórinha” e esquecendo-se que a poesia começou como narrativa; nas raízes da poesia está a épica, e a épica é o gênero poético primordial – e narrativo. Na épica encontra-se o tempo; ela tem um antes, um durante e um depois.

(Jorge Luis Borges)


2.2.1 Características do texto narrativo

Quando se solicita uma narrativa em um contexto de exame vestibular, espera-se uma redação em que apareçam de forma articulada os elementos constitutivos desse tipo de texto. Isso porque construir um texto narrativo, como dissemos no capítulo II, não é meramente relatar um acontecimento ou, em outras palavras, não é apenas encarar fatos, produzindo uma história. Você já sabe que sua tarefa não será somente a de construir uma narrativa , mas de fazê-lo para atender à solicitação de um exame vestibular como o da Unicamp, em que habilidades específicas – tais como capacidade para selecionar e interpretar dados e fatos, de estabelecer relações e elaborar hipóteses – estarão sendo avaliadas. Sendo assim, ao ocupar-se da caracterização dos elementos constitutivos desse tipo de texto, você terá de levar em conta algumas exigências/informações da banca que determinam em parte esses elementos e que já são fornecidas na apresentação da proposta. Em suma, a proposta da Unicamp não é somente um estímulo para a criação de um texto narrativo; ela é, isto sim constituída por um conjunto de exigências/informação que devem ser articuladas às caracterizações e desenvolvimentos que o candidato pretende das às categorias do texto narrativo na hora de produzir sua redação. É exatamente pelo fato de que a proposta delimita espaços autorizados para a criação ficcional que os textos narrativos podem ser avaliados segundo critérios objetivos como se faz no Vestibular da Unicamp. A esta altura você ainda sabe de que categorias narrativas nós estamos falando? Claro que sabe, mas sempre é bom recordar: narrador, personagem, enredo, cenário e tempo. Agora o importante é você refletir um pouco sobre o que significa caracterizar e desenvolver essas categorias narrativas. Vamos tentar ajudá-lo nesta tarefa.

Comecemos pelo narrador. A afirmação mais óbvia que se pode fazer a respeito desta categoria é a de que toda história precisa ser contada por “alguém”; esse “alguém” que conta a história em um texto narrativo é chamado de narrador. Ao se dizer que é o narrador quem conta a história em um texto narrativo, se está dizendo que é através dele que tomamos conhecimento do enredo, das características das personagens, da descrição dos cenários etc. Da mesma forma é igualmente importante atentar para as decorrências da escolha de um narrador. Quer ele seja fixado previamente pela proposta da banca, quer ele seja escolhido por você, há que se tomar muito cuidado com as conseqüências dessa determinação. Por exemplo, o grau de consciência que esse narrador pode ter das características (no caso, de personagens ou de cenário), ações, motivações etc., envolvidas na trama. Como você já sabe, esse grau de consciência depende muito de qual dos dois tipos de foco narrativo for adotado: narrador em 1ª ou 3ª pessoa. Se for em 3ª, ele pode saber tudo, se for em 1ª, depende da sua atuação dentro do enredo.

Sobre as personagens, é muito importante pensar no que significa caracterizá-las, de fato. Você certamente já imaginou fisicamente algumas delas (altura, cor dos cabelos, dos olhos, etc.), mas uma boa caraterização de personagens não pode levar em consideração apenas aspectos físicos. Elas têm de ser pensadas como representações de pessoas, e por isso sua caraterização é bem mais complexa, devendo levar em conta também aspectos psicológicos de tipos humanos. E isso, por sua vez, deverá estar sempre presente na sua cabeça quando você for trabalhar as ações das personagens dentro da trama que está criando. Ou seja, como acontece com as pessoas, o comportamento delas é em grande parte determinado por tais características psicológicas.

A presença obrigatória de elementos de cenário dentro de um texto narrativo não tem função de testar a capacidade do candidato de produzir trechos descritivos, descritivizados, ou sabe-se lá quais outras preciosidades de nomenclatura criadas a esse respeito. Na verdade, os cenários em uma narrativa devem ter uma função determinada no texto, ou seja, devem manter com a trama uma relação significativa. Explicando: o cenário não é apenas um palco onde as ações se desenrolam, mas deve integrar-se aos demais elementos da narrativa, por exemplo ao sustentar a presença de personagens, ao motivar ações específicas, ao fornecer indícios (pistas) sobre determinados acontecimentos etc.

Assim como as personagens representam pessoas e os cenários, espaços físicos (naturais, ambientais, geográficos etc.), o tempo numa narrativa representa, justamente... o tempo. Óbvio? Deveria ser, mas grande parte dos problemas de verossimilhança dentro de textos narrativos são derivados da maneira como freqüentemente se lida com essa categoria, tempo. É muito comum, nas redações de vestibular ou não, o autor perder de vista o fato de que ele deveria estar, ficcionalmente, representando o transcurso de existência, de ações possíveis, no tempo. E ações e existências “consomem” tempo, na vida real. Portanto, por que não o fariam também no espaço ficcional? A orientação aqui, para se dar uma, é bastante simples: atenção para a maneira como os fatos, acontecimentos e ações das personagens se articulam no plano temporal, ou, em termos mais simples, atenção para o fato de que acontecimentos e ações têm, necessariamente, uma duração.

Pulamos o enredo? Na verdade, não. Apenas deixamos para comentá-lo no final – e de passagem –, por um lado porque é dele que você certamente tem a idéia mais bem formada (o enredo é a própria história); por outro, porque ele simplesmente não existe sem a caraterização e o desenvolvimento dos outros quatro elementos: o enredo é resultado da atuação das personagens em determinadoscenários, durante certos períodos de tempo, tudo isso contado, para o leitor, por um narrador.

Retirado de: http://www.convest.unicamp.br/vest99/redacao/item3.html

Dissertação no vestibular da UESC

2.1. Dissertação

2.1.1. Característica do texto dissertativo

Quando se pede a alguém que disserte por escrito sobre um determinado tema, espera-se um texto em que sejam expostos e analisados, de forma coerente, alguns dos aspectos e argumnetos envolvidos na questão tematizada. Não há escrita sem leitura, sem reflexão, sem a adoção de um ponto de vista e, pode-se mesmo dizer, sem um desejo, por parte de quem escreve, de se manifestar a respeito de um determinado tema. Assim, é especialmente importante que, em uma dissertação, sejam apresentados e discutidos fatos, dados e pontos de vista acerca da questão proposta. Ora, para que você consiga desincumbir-se dessa tarefa de forma adequada (especialmente em uma situação como a de um exame vestibular em que há uma certa tensão, o tempo é controlado...), a Unicamp coloca à sua disposição, sob a forma de uma coletânea, diversos elementos que devem ser levados em conta para a discussão do tema proposto. Garantimos, assim, que você não tenha de “partir da estaca zero”, para construir sua redação. Essa é uma função importante da coletânea de textos que acompanha o tema para dissertação. (Essa coletânea, como vimos no capítulo anterior, tem também o objetivo de avaliar a sua capacidade de leitura, interpretação e seleção de informações).

Do que foi dito acima, você deveria concluir imediatamente que escrever um texto dissertativo não é apenas tecer comentários impessoais sobre determinado assunto, tampouco limitar-se a apresentar aspectos favoráveis e contrários e/ou positivos e negativos da questão.

Mas vamos tentar ajudá-lo um pouco mais, uma vez que tal conclusão pode não ser tão imediata assim. Consideremos duas instruções que muito freqüentemente acompanham “definições” de dissertação: (1) que nela não se deve “falar” em 1ª pessoa; (2) que devem, em um texto dissertativo, ser apresentados argumentos favoráveis e contrários à(s) idéia(s) sobre a(s) qual(is) se está escrevendo.

A primeira das “instruções” é, de fato, pertinente, mas costuma-se exagerar o seu valor – esse cuidado não é suficiente para garantir que se está, realmente, dissertando. Sempre será verdade que enfraquecem a força do texto dissertativo expressões como eu acho que e na minha opinião, mas o problema está muito mais no caráter opinativo e no “achismo” nelas contido do que no uso da 1ª pessoa do singular. Contudo, saiba que a postura mais adequada para se dissertar é mesmo escrever impessoalmente, como se autor daquele texto fosse o próprio bom senso, a própria lógica, a razão,ou ainda, a verdade. Da mesma forma, uma dissertação não se dirige a um interlocutor específico ou a um grupo deles; dirige-se, isto sim, a um “leitor universal”, algo que poderia ser definido como: todos os seres humanos alfabetizados e dotados de raciocínio.

Quanto à Segunda “instrução”, essa sim é um completo equívoco. Em uma dissertação, deve-se defender uma tese, ou seja: organizar dados, fatos, idéias, enfim, argumentos, em torno de um ponto de vista definido sobre o assunto em questão. Uma dissertação deve, na medida do possível, concluir algo. Portanto, não tem cabimento ficar simplesmente elencando argumentos favoráveis ou contrários a determinada idéia. Só se trazem ao texto argumentos contrários à tese defendida para destruí-los, para anulá-los... e, mesmo isso, quando for pertinente fazê-lo.
Retirado de : http://www.convest.unicamp.br/vest99/redacao/item3.html