terça-feira, 26 de junho de 2012

Aproveitando o feriado de São João...



Gente, sei que vocês estão descansando e merecem. Estudar é uma atividade que cansa. O ritmo de estudo que precisam seguir chega a ser maior que a carga horária de muitos pais de vocês... Fora a pressão....a incerteza, os horários envolvendo fins-de-semana...noites, questões e mais questões.
Mas, não adianta desligar e depois voltar com stress e falta de ritmo. Eu tenho uma listinha de  coisas que faço que podem também ajudar vocês.
1. Visito minha família -  A gente não tem tempo e, nessa hora, ouvir  as histórias de sua avó sobre você ou os conselhos de sua mãe faz muita diferença.
2. Arrumo meu guarda – roupa e vou à costureira – Mulher sabe que isso levanta nosso astral. Dê uma olhada em blogs de moda. Faça combinações em frente ao espelho e aproveite para fazer uma lista do que você precisa comprar. Assim, não gasta dinheiro à toa e se veste bem.
3. Faça seu dia de beleza! -  Nos dias de aulas e escassos intervalos não dá  para pensar em enfrentar tardes no salão. Mas agora é hora de renovar o corte do cabelo, pintar, escovar... Escolher esmaltes maravilhosos, esfoliar ( adoro a mistura de café com milho.  20 segundos no micro-ondas   espalhe no corpo com mel ou seu hidratante predileto...perfeito!).
Sem grana? Então junte as amigas ao invés de estudar vão pintar  o cabelo  e as unhas!!!!!
Victória pirou com a foto de uma índia e queria ser uma igual!!!
4. Comece uma atividade física – Quando você está no ritmo do estudo não dá para ficar cansado, mas agora é a hora de encarar bicicleta, corrida, entrar na academia....sério! Faz  toda a diferença. Se vc for de Itabuna passe na academia de Rígel Sá ou fale com ele via Face e marque um encontro. Rígel é formado em Fisiologia do corpo pela USP e sabe como ninguém trabalhar jovens e melhoria de condicionamento para os estudos.
5. Arrume seu material – Serio. Jogue fora apostilas, compre cadernos, arrume sua mesa.
6. Faça uma trilha musical – Inclua música clássica para estudar tá bom! Experimente. Vale a pena!!!!
7. Faça um calendário com  as datas dos vestibulares e aproveite e  compartilhe esse projeto com sua família.
8. Bom....minha lista é muito grande inclui entrar no site Hotel Urbano e comprar viagens, passear com Victória de bike....comer, comer, comer......bom descanso gente!
Essa também é importante! – Escolha um salmo para os momentos mais difíceis!!!
Se você já passou dessa fase ou gostou da lista. Encaminhe para mais alguém!!!!

Barroco e Arcadismo com o ENEM



Importante!

Gente, mesmo com o Enem e as novas linguagens nas provas não podemos perder de vista a cobrança de questões relacionadas a periodização. 
Aqui segue uma seleção de questões de  Barroco e Arcadismo que são uma amostra do que se tem cobrado ultimamente. Respondendo-as você com certeza está preparando para as abordagens comuns dos principais processos seletivos.  
QUESTÕES DE BARROCO e Arcadismo


1. (Unesp 2010)  A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...)
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.

(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”)
1. O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
a) representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial.   
b) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira.   
c) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana.   
d) revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário.   
e) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo.   

Uma alegria para sempre
                                                                                               Para Elena Quintana
           

            As coisas que não conseguem ser
            Sentimo-las como da primeira vez,
            sentimo-las fora do tempo,
            nesse mundo do sempre onde as
            datas não datam. Só no mundo do nunca
            existem lápides... Que importa se –
            depois de tudo – tenha “ela” partido,
            casado, mudado, sumido, esquecido,
            enganado, ou que quer que te haja
            feito, em suma? Tiveste uma parte da
            sua vida que foi só tua e, esta, ela
            jamais a poderá passar de ti para ninguém.
            Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
            ao contrário do que pensas,
            fazem parte de tua vida presente
            e não do teu passado. E abrem-se no teu
            sorriso mesmo quando, deslembrado deles,
            estiveres sorrindo a outras coisas.


(QUINTANA, Mario. Baú de Espantos. 2ed, Rio de Janeiro: Globo, 2006.)

*John Keats (1795-1821), poeta romântico inglês, é autor do poema épico “Endymion”, em que se encontra o verso citado por Mario Quintana: “A beleza em cada ser é uma alegria eterna”.

Vocabulário:
olvidado: adj. que se olvidou, se esqueceu; esquecido (HOUAISS, Antônio, VILLAR, Mauro de Sales. Dicionário HOUAISS da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)

2. (Ufrj 2011  - Adaptada)  É possível construir um diálogo intertextual entre “Uma alegria para sempre”, o soneto de Gregório de Matos que consta no Módulo “ A inconstância das Coisas do Mundo”  e “ se estabelecermos como chave de leitura a questão da busca e da perda, temas inerentes à vida. Escreva um paragrafo dissertativo explicando essa relação.


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO

Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos naturais,
e dos estrangeiros madre:

Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem?

Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem,
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens.

E suposto que os louvores
em boca própria não valem,
se tem força esta sentença,
mor força terá a verdade.


O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves,
e inda os ressábios vos duram
desse tempo e dessa idade.

Haverá duzentos anos,
nem tantos podem contar-se,
que éreis uma aldeia pobre
e hoje sois rica cidade.

Então vos pisavam índios,
e vos habitavam cafres,
hoje chispais fidalguias,
arrojando personagens.

Nota: entenda-se “Bahia” como cidade.

Gregório de Matos


Vocabulário alarves - que ou quem é rústico, abrutado, grosseiro, ignorante; que ou o que é tolo, parvo, estúpido. ressábios - sabor; gosto que se tem depois. cafres - indivíduo de raça negra.
4. (Uff 2011)  Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos (Texto) estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.
a) Existem antíteses, características de textos no período barroco.   
b) Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é tratada como ser vivo.   
c) A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.   
d) O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua interlocutora.   
e) Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os estrangeiros.   

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
           

             1Triste Bahia! Oh quão dessemelhante

            2 Estás, e estou do nosso antigo estado!
            3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
            4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
           
            5 A ti trocou-te a máquina mercante,
            6 Que em tua larga barra tem entrado,
            7 A mim foi-me trocando, e tem trocado
            8 Tanto negócio, e tanto negociante.
           
            9 Deste em dar tanto açúcar excelente
            10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
            11 Simples aceitas do sagaz Brichote.
           
            12 Oh se quisera Deus, que de repente
            13 Um dia amanheceras tão sisuda
            14 Que fora de algodão o teu capote!


5. (Uel 2011)  A partir da leitura do texto de Gregório de Matos, considere as afirmativas a seguir.

I. O poema faz parte da produção de Gregório de Matos caracterizada pelo cunho satírico, visto que ridiculariza vícios e imperfeições e assume um tom de censura.
II. As figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para expressar a existência de um triângulo amoroso.
III. O poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico, em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual privilegiava os comerciantes estrangeiros.
IV. Os versos “Que em tua larga barra tem entrado” e “Deste em dar tanto açúcar excelente” conferem ao poema um tom erótico, pois, simbolicamente, sugerem a ideia de solicitação ao prazer.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.       b) Somente as afirmativas I e III são corretas.   
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.     d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.   
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.   


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

I. “A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.”

II. Há coisa como ver um Paiaiá
Mui prezado de ser Caramuru,
Descendente do sangue de tatu
Cujo torpe idioma e Cobepá”



III. “Rubi, concha de perlas peregrina,
Animado cristal, viva escarlata,
Duas safiras sobre lisa prata,
Ouro encrespado sobre prata fina.
Este o rostinho é de Caterina.”

IV. “Ardor em coração firme nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!”



6. (G1 - cftmg 2011)  Conforme afirma o critico literário Alfredo Bosi, são conhecidas as críticas “de Gregório de Matos contra algumas autoridades da colônia, mas também palavras de desprezo pelos mestiços e de cobiça pelas mulatas. A situação de “intelectual” branco não bastante prestigiado pelos maiores da terra ainda mais lhe pungia o amor próprio e o levava a estiletar às cegas todas as classes da nova sociedade.”
Essa afirmação pode ser comprovada apenas pelos fragmentos
a) I e II.     b) I e IV.      c) II e III.     d) III e IV   


Leia o Texto:


Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:
(...)
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.

Oh não aguardes, que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.



7. Neste poema, NÃO se percebe
a) humor ferino.      b) prazer existencial.     c) fugacidade do tempo.     d) efemeridade da beleza.  

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
SEGUE NESTE SONETO A MÁXIMA DE BEM VIVER QUE É ENVOLVER-SE NA CONFUSÃO DOS NÉSCIOS PARA PASSAR MELHOR A VIDA

SONETO
Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há de ser mudo,
Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c'os demais, que só, sisudo.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1989. p. 253)

8. (UFRJ 2009)  O soneto de Gregório de Matos apresenta, em sua construção, um conflito entre o eu-lírico e o mundo.
a) Em que consiste esse conflito?
b) Qual foi a solução proposta?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

1 Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.

5 Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

9 A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.

12 Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa.
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
(MATOS, Gregório de. Poemas Satíricos.
São Paulo: Martin Claret, 2004, 55-56)



9. (Unifesp 2009)  Levando em consideração que, em sua produção literária, Gregório de Matos dedicou-se também à sátira irreverente, pode-se afirmar que os versos se marcam:
a) Pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com a sociedade.  
b) Pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico com a sociedade.  
c) Pelo negativismo, pois o eu lírico condena a sociedade pelo viés da religião.  
d) Pela indignação, advinda de um ideal moralizante expresso pelo eu lírico.  
e) Pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as pessoas são desonestas.  
10. (UFPB)Na terceira estrofe do soneto (Texto II), o autor
a) defende a nobreza que não é hereditária.
b) utiliza o processo metonímico (uma palavra em lugar de outra em vista de uma relação de sentido) para referir-se apenas aos nobres.
c) emprega as palavras “Tulipa” e “bengala”, revelando uma maneira sarcástica e debochada de representar a nobreza em geral.
d) usa as expressões “flor baixa” e “garlopa”, remetendo-as para o nobre de origem “desconhecida”.
e) traduz, sobretudo no terceiro verso dessa estrofe, uma crítica a todo e qualquer nobre.
11.(UFPB) Em relação aos elementos satíricos, presentes no texto II, é INCORRETO afirmar:
a) O texto é de conteúdo moralista, apesar de fazer referência às partes baixas do corpo.
b) O verso “Para a tropa do trapo vazo a tripa” traduz o aspecto grotesco próprio da sátira.
c) A repetição de fonemas idênticos no verso “Para a tropa do trapo vazo a tripa” traduz os ruídos intestinais.
d) O verso “Em apa, epa, ipa, opa, upa” substitui palavras obscenas não permitidas pela Musa.
e) A referência às partes baixas do corpo fere os princípios da sátira por utilizar um vocabulário vulgar.
12. A produção satírica atribuída a Gregório de Matos
a) circulou, principalmente, através de folhas avulsas, entre os moradores da cidade.
b) pode ser compreendida como uma voz que tenta desmoralizar os costumes e incentivar o vício.
c) faz uso de uma linguagem complexa e erudita, pois era conhecida apenas por nobres e letrados.
d) satiriza apenas os vícios e os desmandos da população baiana.
e) faz crítica aos princípios do Cristianismo.
13. O verso “Mostra o patife da nobreza o mapa” pode ser interpretado como uma crítica à nobreza sem linhagem. Passando esse verso para a ordem direta, mantém-se esse mesmo sentido em:
a) O patife mostra o mapa da nobreza.
b) O mapa da nobreza mostra o patife.
c) O patife da nobreza mostra o mapa.
d) O patife mostra da nobreza o mapa.
e) O mapa mostra a nobreza do patife.


TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Texto I


Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.

O mal que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.

Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.

Mas oh! Do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito.
Gregório de Matos Guerra. Sonetos



Texto II
O TEMPO NÃO PARA

Disparo como um sol. Sou forte sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar que eu tô derrotado
Saiba que ainda estou rolando os dados
Porque o tempo ... o tempo não para
Dias sim ...dias não eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para.... não para... não... não para
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor se escolhe é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam um país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

Cazuza



14. (Uff 2004)  As estéticas literárias não se confinam a determinados tempos e a determinados autores na expressão do sentimento e da visão de mundo. De uma forma ou de outra, os poetas Gregório de Matos e Cazuza (séculos XVI e XX, respectivamente) discutem as contradições que, atemporalmente, cercam a existência humana.
Transcreva DOIS VERSOS SEGUIDOS DO TEXTO I E DOIS VERSOS SEGUIDOS DO TEXTO II que comprovem o caráter contraditório da visão de mundo de cada autor.
 
15. (Uff 2004)  O poeta Gregório de Matos e o compositor Cazuza, como homens de seus tempos, apresentam, em certos aspectos, atitudes distintas em relação aos conflitos existenciais. O primeiro reconhece a existência dos conflitos que o atormentam. O segundo, além de reconhecer conflitos pessoais, expõe as mazelas que cercam o ser humano em geral.
Transcreva, DE CADA AUTOR (texto I e texto II), DOIS VERSOS SEGUIDOS que confirmem tal afirmativa.
 
Notícias da Califórnia

    Aqui são quatro horas mais cedo, os dias estão azuis dignos de uma crônica de Rubem Braga, faz calor mas não muito, de noite esfria, comem-se muita verdura e fruta, as frutas são coloridas mas sem sabor, tudo aqui tem o mesmo gosto, a maçã tem gosto de melancia que tem gosto de cereais que têm gosto de macarrão que tem gosto de "waffle" que tem gosto de vinho de Napa Valley que tem gosto de graveto que tem gosto de pão que tem gosto de "ceasar salad" que tem gosto de "syrup" que tem gosto de nescafé, a cidade é calmíssima, as ruas espalhadas, não há edifícios de mais de três andares, apenas alguns, a arquitetura do medo, por causa dos terremotos, e as estruturas levíssimas, parece uma cidade de papel onde tudo é florido e arrumado e limpo e vigiado, 1a polícia passa a cada instante, o imigrante passa a cada instante, o chicano passa a cada instante, todo mundo de carro, claro, (...) eles mesmos lavam o carro num posto de gasolina pagam 1,75 dólar, as geladeiras são 2repletas de guloseimas, tudo aqui é em quantidades vertiginosas, o suco de laranja (que tem gosto de beterraba que tem gosto de pastel) vem num galão, assim como o leite, a massa de pizza vem num saco com sessenta, fomos a um mercadão de varejo, tudo era apavorante, ameaçador, a garrafa de champagne era mais alta do que eu, o tubo de pasta de dentes era maior do que um tênis do Shaquille O'Neal, o desodorante era maior do que um pão de forma que era maior do que a presuntada que era maior do que um garrafão de suco de tomate maior do que o vidrão de peanut butter, eu me sentia uma liliputiana no país de Gulliver, (...) filmo o nascimento do Raphael, a "nurse midwife" chamada Joyce faz o parto, em vez de dizer Push diz Purra! Purra! pois ouviu meu filho dizer, "Empurra!" Fotografo até cansar de gastar os sessenta filmes do pacote, a mãe sofre dores atrozes e mia feito um gatinho abandonado, corta o meu coração, o neném nasce e chora, ah, é lindo! "He's pretty and pink" diz a "nurse", fazemos de noite uma ceia para comemorar o nascimento, tomamos vinho e comemos bolo de nozes, hot-dogs e fumamos charutos e tudo nos embriaga de felicidade, um sentimento vitorioso, de eternidade, ouvindo música clássica de um disco que o Raphael ganhou na maternidade "given to over a million new parents in hospitals across America, Smart Symphonies, classic music to help stimulate your baby's brain development", enquanto ouço vou também desenvolvendo o meu cérebro e aprendendo a aferir os encantamentos na máquina de um amigo, poeta.
   
(Ana Miranda. CAROS AMIGOS, n0. 30, 9/99, p.19) (com adaptações)

16.(UnB)A partir do texto anterior, de Ana Miranda, escritora brasileira, autora de BOCA DO INFERNO, entre outros romances, julgue os itens seguintes.

(1) A exemplo da tipologia textual associada a Rubem Braga, o texto de Ana Miranda classifica-se como crônica.
(2) Assim como Gregório de Matos Guerra fez uma crítica da sociedade baiana do século XVII, a autora faz uma crítica da sociedade californiana do século XX.
(3) A sequência "a polícia passa a cada instante, o imigrante passa a cada instante, o chicano passa a cada instante" (ref. 1) pode ser substituída, com vantagem estilística e sem prejuízo de qualquer natureza, por A POLÍCIA, O IMIGRANTE E O CHICANO PASSAM A CADA INSTANTE.
(4) A menção reiterada de grandes quantidades e o uso do grau comparativo de superioridade constituem um recurso estilístico que demonstra a profunda admiração da autora pelos hábitos californianos (ref. 2).
(5) Com a metáfora final do texto, a autora informa ao leitor que ela escreve seu texto ouvindo música. 

O Barroco se caracteriza pelo movimento contínuo, curvas e contracurvas, a torsão dos corpos e o planejamento tumultuado, buscando um efeito dramático.
17. Com base nestas características, indique a alternativa que contém apenas escultura barroca.


EU BEBO SIM
(Luiz Antônio e João do Violão)

Eu bebo sim,
Eu tô vivendo.
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Tem gente que com o na cova,
Não bebeu e isso prova
Que a bebida não faz mal
Uma pro santo, desce o choro, a saideira
Desce toda a prateleira,
Diz que a vidalegal.
Eu bebo sim,
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe

E tá morrendo
Tem gente que detesta u m pileque
Diz que é coisa de moleque, cafajeste ou coisa assim
Mas essa gente,
Quandocom a cara cheia
Vira chave de cadeia,
E esvazia o botequim
Eu bebo sim,
Eu tô vivendo
Tem gente que não bebe
E tá morrendo
Bebida não faz mal a ninguém
Água faz mal à saúde.

Em geral, todo texto expressa uma tese. Isso nem sempre é comum em músicas, mas, na letra de “Eu bebo sim”, tal fato é claro, uma vez que os autores defendem a tese de que bebida não faz mal. Para realizar tal ato, fizeram uso de argumentos que justifiquem a posição assumida.
18.  Assinale, portanto, a opção que NÃO corresponde a um argumento utilizado pelos autores.
A)     Quem bebe não está com o “ na cova”.
B)    Quem não bebe faz isso por despeito, pois, quando bebe, exagera.
C)    Quem bebe tem um ritual.
D)     Quem não bebe não fica criticando os outros que bebem.
E)    Quem bebe vive de bem com a vida.

19. Leia o texto abaixo e assinale a resposta INCORRETA:
Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem

Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:

Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal em chamas derretido.

Se és fogo como passas brandamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!

Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.


Porfia: insistência, perseverança, obstinação.
MATOS, Gregório de. Seleção, introdução e notas: José Miguel Wisnik. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix. p. 218.

A) No poema, a subjetividade do eu lírico é despertada por dois elementos da natureza que se
opõem: o fogo e a água. O primeiro simboliza a paixão, o pranto pelo sofrimento amoroso.
B) Nos versos “Incêndio em mares de água disfarçado;/Rio de neve em fogo convertido”, têm-se a
figura de linguagem prosopopéia, que indica a tensão nos dualismos “incêndio” e “mares de água”; “fogo” e “rio de neve”.
C) O eu lírico questiona a contradição na manifestação do sentimento amoroso: se ele é fogo, não deveria passar brandamente; se é neve, não poderia queimar tanto. Isso evidencia as
contradições da paixão, que confundem o eu lírico por sua manifestação conflituosa.
D) O amor, segundo o eu lírico, utiliza uma estratégia para “disfarçar” a sua tirania, fazendo com
que pareça menos ameaçadora, pois deseja despertar um sentimento mais arrebatador que elimine qualquer defesa ou prudência contra a paixão.
E) Nos dois últimos versos, o paradoxo “neve ardente” pode ser interpretada como a contenção que desaparece quando a paixão nasce; por oposição, “chama fria” pode significar a paixão “controlada”, que não representa ameaça ou descontrole.




Leia o texto:
A Christo S. N. Crucificado estando o poeta na última hora de sua vida.


Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto viver,
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme, e inteiro.

Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minh vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor, e meu delito,
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,
Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.


20. No poema anterior, como em vários outros da lírica religiosa de Gregório de Matos, o poeta explora algumas ambiguidades inerentes à doutrina católica. Assinale a alternativa correta quanto à presença dessa característica no poema.
a) O eu-lírico manifesta sua desconformidade com a doutrina católica, protestando contra o fato de ter de viver na "lei de Deus" (primeira estrofe).
b) O eu-lírico confia no perdão divino, escudado no argumento de que o pecado, por maior que seja, é finito, enquanto o amor de Deus é, necessariamente, infinito (terceira e quarta estrofes).
c) O eu-lírico, descontente com a própria sorte, é cético quanto à possibilidade de que Jesus interceda, no momen­to crucial de sua morte, em seu favor (segunda estrofe).
d)   O eu-lírico argumenta em favor de si mesmo ao recordar que a r$zão o leva a acreditar em Deus, mas a emoção, em conflito, leva-o a descrer e a pecar, e) O eu-lírico é irónico ao considerar "santa" a lei de Deus, e afirma que, apesar dela, morrerá fiel aos seus próprios princípios (primeira estrofe).
21.    Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto:
a) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida.
b) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina.
c) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista.
d) A arte barroca vincula-se à Contra-Reforma.
e) O Barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipér­boles e de metáforas.

22.    Assinale a alternativa incorreta.
a) O cultismo, ou gongorismo, é a vertente barroca voltada pa­ra as imagens, a manipulação verbal, a ornamentação esti­lística.
b) O conceptismo é a vertente barroca voltada para o jogo de idéias, a argumentação sutil que visa a convencer pêlos re­cursos da lógica.
c) A linguagem cultista tende ao rebuscamento, ao preciosis­mo, pelo acúmulo de figuras (metáforas, antíteses, hipér­boles, sinestesias, hipérbatos, quiasmos, anáforas etc.).
d) A linguagem conceptista é menos rebuscada que a gongórica, volta-se mais para o conteúdo das palavras, para a essência de sua significação.
e) Cultismo e conceptismo são pólos opostos do Barroco é tendem a ser mutuamente excludentes.

23.Leia o trecho de um sermão, do Padre António Vieira:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte.
O objetivo do autor é:
a) destacar que a naturalidade - propriedade da natureza pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas.
b) salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso.
c) argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa.
d) lamentar o fato de os sermões serem dirigidos dos púlpitos, excluindo da audiência as pessoas que ficavam fora da igreja.
e) mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são práticas inconciliáveis.

24. Assinale a alternativa verdadeira sobre Pe. Vieira e sua obra:
a) Representa o abrasileiramento do estilo barroco pela incorporação de tupinismos, termos afri­canos e do falar coloquial à sua obra.
b) Afastou-se totalmente do cultismo ou gongo-rismo, atitude que radicalizou a partir do Sermão da Sexagésima.
c) Defendeu o conceptismo, o primado da ideia, dos argumentos, da "palavra de Deus" sobre o malabarismo verbal e sobre o preciosismo estéril.
d) Como jesuíta, concentrou-se nos temas místi­cos: a devoção mariana, a elevação espiritual, o afastamento das questões mundanas.
e) Foi a maior figura da poesia barroca sacra e conceptista.

25 - Considere as seguintes afirmações abaixo:
I) O Barroco literário, no Brasil, correspondeu a um período em que o incremento da atividade mineradora propiciou o desenvolvimento urbano e o surgimento de uma incipiente classe média formada por funcionários, comerciantes e profissionais liberais.
II) Uma das feições da poesia barroca era o chamado conceptismo – exploração de conceitos e idéias abstratas através de evolução engenhosa do pensamento.
III) A ornamentação da linguagem que caracterizou o Barroco brasileiro pode ser identificada pelo uso repetido de jogos de palavras, pela construção frasal e pelo emprego da antítese.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.  b) Apenas II.  c) Apenas III  d) Apenas I e III.    e) I, II e III.

LXXIX

Entre este álamo, ó Lise, e essa corrente,
Que agora estão meus olhos contemplando,
Parece que hoje o céu me vem pintando
A mágoa triste, que meu peito sente.

Firmeza a nenhum deles se consente
Ao doce respirar do vento brando;
O tronco a cada instante meneando,
A fonte nunca firme, ou permanente.

Na líquida porção, na vegetante
Cópia daquelas ramas se figura
Outro rosto, outra imagem semelhante:

Quem não sabe que a tua formosura
Sempre móvel está, sempre inconstante,
Nunca fixa se viu, nunca segura?

(Cláudio Manoel da Costa)


26. (Unb – Adaptada – 2012)  Considerando o textos acima apresentado como um soneto árcade do Brasil Colônia, julgue os itens e assinale a alternativa que corresponda a resposta correta.
a)Apesar de  a natureza no Arcadismo ser apresentada como cenário estático e artificial, no qual o eu lírico não encontra espaço para manifestar, de forma mais profunda, as verdadeiras emoções humanas, o texto de Cláudio Manoel da Costa não a apresenta dessa maneira.
b) No soneto LXXIX, há referências ao próprio ato de representação artística nas seguintes imagens poéticas: “Parece que hoje o céu me vem pintando” (v.3) e “Na líquida porção, na vegetante / Cópia daquelas ramas se figura” (v.9-10).
c) A adoção de formas clássicas europeias, tanto na lírica de Cláudio Manoel da Costa quanto nos épicos Uraguai, de Basílio da Gama, e Caramuru, de Santa Rita Durão, impediu que a realidade da Colônia fosse inserida na produção literária do Arcadismo brasileiro.
c) A temática lírico-amorosa do soneto LXXIX evoca o mito de Narciso, como evidenciam os versos em que o eu lírico mira sua imagem nas águas de uma fonte, o que se realiza, no entanto, de maneira renovada, uma vez que, no reflexo artístico produzido pelos versos, estão associados os conflitos do mundo interno do eu lírico à instabilidade do mundo.
d) A referência textual a mitos gregos está associada à fonte inspiradora dos artistas árcades que retomam os ideais gregos de arte para a sua produção.


Se das flores a bela contextura
Esmalta o campo na melhor fragrância,
Para dar uma idéia da ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei constância,
 Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?

(Cláudio Manuel da Costa)
27.   (MACKENZIE) - Nos versos anteriores, compo­nentes de um soneto, o eu lírico
a) associa imagens provenientes de sensações distintas para cantar a beleza da Natureza, tema principal dos tercetos.
b) faz uso de uma estrutura lógica cuja conclusão nega a proposição inicial acerca da Natureza, manifesta no primeiro terceto.
c) levanta uma hipótese acerca do espaço que o cerca para exaltar as qualidades superiores da Natureza em relação a qualquer outro ser.
d) confessa sua incapacidade de ser fiel a qualquer amor possível, dada a exuberância com que a Natureza concede formosura às mais variadas mulheres.
e) confessa desgosto por não usufruir em plenitude a harmonia da Natureza, cuja imagem ele associa à da amada distante.

Texto para o teste 28.
Faz a imaginação de um bem amado,    
Que nele se transforme o peito amante;   
Daqui vem que a minha alma delirante 
 Se não distingue já do meu cuidado.
(Cláudio Manuel da Costa)
28.   (MACKENZIE-SP) - Depreende-se corretamente do texto que
a)   a pessoa amada, por meio da imaginação, transforma o peito amante em alma delirante.
b)  a distância entre amante e pessoa amada é tão grande, que faz do amor algo irremediavelmente perdido.
c)   nem nos sonhos é possível realizar plenamente o desejo amoroso.
d)  o amante, no plano do imaginário, transfigura-se no ser amado.
e)   o bem amado atrai para si o peito amante, graças ao delírio amoroso.



“Que os brasileiros são bestas
E estão sempre a trabalhar
Toda a vida por manter
Maganos de Portugal”

29. De acordo com a visão de Gregório de Matos, que tipo de atitude os brasileiros assumem em relação a Portugal?


INSTRUÇÃO: As questões a seguir  têm como base este poema de Cláudio Manuel da Costa:

Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado.
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era:
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!


30. O estilo neoclássico, fundamento do Arcadismo brasileiro, de que fez parte Cláudio Manuel da Costa, caracteriza-se pela utilização das formas clássicas convencionais, pelo enquadramento temático em paisagem bucólica pintada como lugar aprazível, pela delegação da fala poética a um pastor culto e artista, pelo gosto das circunstâncias comuns, pelo vocabulário de fácil entendimento e por vários outros elementos que buscam adequar a sensibilidade, a razão, a natureza e a beleza. Dadas estas informações,
a) indique qual a forma convencional clássica em que se enquadra o poema.
b) transcreva a estrofe do poema em que a expressão da natureza aprazível, situada no passado, domina sobre a expressão do sentimento da personagem poemática.
31. A crítica literária brasileira tem ressaltado que o terceiro verso do poema é aquele que concentra o tema central. Essa mesma crítica, por outro lado, anotou com propriedade a importância do décimo segundo verso: este verso exprime uma mudança de atitude, que se corrige nos versos finais graças à descoberta, feita pelo eu poemático, da verdadeira causa do fenômeno descrito em todo o poema. Responda:
a) Qual o tema que o terceiro verso concentra? Transcreva outros dois versos que o repercutem.
b) A que causas o eu poemático atribui o fenômeno observado na natureza?
Leia o Texto
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
De vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido,        
Vos tenho a perdoar mais empenhado
32.(FUVEST-SP) - Como aparece, na lírica religiosa de Gregório de Matos, a idéia de Deus e do pecado?

33.(FUVEST-SP) - Explique o paradoxo formulado pelo poeta na estrofe acima.


 (FAAP)

Quem deixa o trato pastoril amado
 Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
 E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira amor, sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna, que soçobre;
Aqui quanto se observa, é variedade:
Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!
(Cláudio Manuel da Costa)

34. O poema acima relaciona, por meio de antíteses, dois lu­gares. Dê duas características opositivas desses lugares.


(UNESP-adaptada) - Instrução: As questões seguintes referem-se a um fragmento do poema satírico Cartas Chilenas, atribuído ao poeta neoclássico Tomás Antônio Gonzaga (1744 - 1810).

Cartas Chilenas
A lei do teu contrato não faculta
que possas aplicar aos teus negócios
os públicos dinheiros. Tu, com eles,
pagaste aos teus credores grandes somas!

Ordena a sábia junta que dês logo
da tua comissão estreita conta;
o chefe não assina a portaria,
não quer que se descubra a ladroeira,
porque te favorece, ainda à custa
dos régios interesses, quando finge
que os zela muito mais que as próprias rendas.
Por que, meu Silverino? Porque largas,
porque mandas presentes, mais dinheiro.
................................................
Agora, Fanfarrão, agora falo
contigo, e só contigo. Por que causa
ordenas que se faça uma cobrança
tão rápida e tão forte contra aqueles
que ao Erário só devem tênues somas?
Não tens contratadores, que ao rei devem
de mil cruzados centos e mais centos?
Uma só quinta parte que estes dessem,
não matava do Erário o grande empenho?
O pobre, porque é pobre, pague tudo,
e o rico, porque é rico, vai pagando
sem soldados à porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente,
que os devedores todos se igualassem?
Que, sem haver respeito ao pobre ou rico,
metessem no Erário um tanto certo,
à proporção das somas que devessem?
Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
o público interesse. Tu só queres
mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
poupando, ao mesmo tempo, os devedores,
os grossos devedores, que repartem
contigo os cabedais, que são de reino.

(Tomás Antônio Gonzaga)


35 - O texto focaliza com ironia e humor, o problema da corrupção administrativa e econômica em sua época. Satiriza os desmandos do governador de Minas Gerais entre 1783 e 1788, Luís da Cunha Meneses, que aparece no texto sob ocriptônimo de Fanfarrão Minésio. Releia-o com atenção e, em seguida:
a) Cite uma passagem do trecho de Cartas Chilenas em que se caracteriza malversação de recursos públicos pela personagem;
b) Interprete a passagem compreendida entre os versos de números 26 e 30, relacionando-se com o tema da “justiça fiscal”, defendida por muitos políticos e economistas atuais.


Gabarito: 

1. a
2. Na poesia de Gregório de Matos  a conciliação não se resolve. Na verdade ele reitera um traço do Barroco de  tentar unir elementos contrários. Já a poesia  " Alegria para  sempre" trabalha  a ressignificação da perda transformando-a em uma coisa positiva

 3.  ?
4. C
5. b 
6. a
7. a
8. a) crise por se sentir deslocado ( inadequado,desajustado) em relação   coletividade,ao mundo. 
b) rende-e ao mundo - o eu lírico mostra que é melhor seguir o mundo o caminho da coletividade do que ficar só. 
9. d
10. d
11. e
12. b
13. b
14.  Do texto I  poderiam ser:
 Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino e tão atento,

Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.

Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito.

Do texto II poderiam ser:
Cansado de correr na direção contrária
        Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Mas se você achar que eu tô derrotado
       Saiba que ainda estou rolando os dados
       Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades

15. Texto I - Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
O mal que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito.

Texto II
 A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
Te chamam de ladrão, de bicha,  maconheiro
Transformam um país inteiro num puteiro
Transformam um país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro.

16. VVFFV
17. a
18. d
19.b
20.b
21.b
22.e
23.a
24.c
25. não tem a resposta - seria apenas a II e III
26. Anulada
27. e
28. d
29. De subserviência , ou seja, trabalhar para sustentar a glória Portuguesa. 
30. a) Soneto
      b) Árvores aqui vi tão florescentes
          ...Nem tronco vejo agora decadentes
31. a) A transitoriedade das coisas. " Quem fez diferente aquele prado?"/ " Ali em vale um monte está mudado."
b) aos seus males e ao progresso
32 e 33.  O pecado apesar de nos afastar de Deus, seu perdão é a forma de Deus manifestar a sua glória. 
34.  A oposição se dá entre o campo e a cidade. O primeiro é o lugar de paz, inocência, de sinceridade e de verdade. O segundo é o lugar da violência aparente, dissimulação e da mentira. 
35. a) A lei teu contrato não faculta
que possas aplicar aos teus negócios
os publicos dinheiros. Tu, com eles, 
pagaste aos teus credores  grandes somas, 
b) A desigualdade do tratamento da cobrança de imposto entre os ricos e pobres. Os que recebem menos pagam mais.