sexta-feira, 5 de junho de 2015

Redação Bahiana 2015 - Tema da vivência


O tema de  redação da Bahiana vai ser a cara do Enem 2007 e a vivência seguiu o roteiro da prova. Que tal reler o tema com uma redação modelo e o que a banca esperava? 
Embaixo segue a adaptação do tema e uma redação modelo associada a área médica. 
#torcendoporvocê




ENEM 2007 -























PROPOSTA DE REDAÇÃO




 A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras.
UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural.
Todos reconhecem a riqueza da diversidade no planeta. Mil aromas, cores, sabores, texturas, sons encantam as pessoas no mundo todo; nem todas, entretanto, conseguem conviver com as diferenças individuais e culturais. Nesse sentido, ser diferente já não parece tão encantador. Considerando a figura e os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema.
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O desafio  de se conviver com a diferença
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.

Observações:
Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa.
O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
O rascunho pode ser feito na última página deste Caderno.
A redação deve ser passada a limpo na folha própria e escrita a tinta.
● COMENTÁRIOS:
Esta proposta de redação do ENEM 2007 difere das anteriores por duas razões:
A primeira refere-se à montagem de imagens na qual está inserido o nome da prova “Proposta de Redação”, onde pode-se ver várias pessoas de diferentes etnias, idade e origem: a atriz Camila Pitanga, negra e jovem; um senhor de chapéu que pode ser do interior do país; um bebê branco; crianças negras africanas, uma americana e uma indígena e um homem oriental. Esta montagem faz parte da coletânea textual, não é apenas uma moldura para iniciar a proposta de redação e, por meio dela, o candidato poderia inspirar-se observando as pessoas mostradas e refletindo sobre suas vidas, comunidades, origens, cultura, educação, passado, futuro etc.
→ O segundo é a letra da música Ninguém = Ninguém do grupo de rock gaúcho Engenheiros do Hawaii.  Esta música fala da variedade de etnias, culturas, costumes, dentre outros e como há também uma variedade de visões e opiniões acerca desta diversidades e como não há igualdades, na verdade, e sim diferenças e como estas são naturais, mas, apesar disso, há muita indiferença a estas diferenças e, muitas vezes, esta indiferença nem é sentida pelas pessoas, pois tornou-se algo normal.
Ao mesmo tempo em que somos todos iguais (somos todos iguais perante a lei, por exemplo), somos uns mais iguais do que os outros (quando, por exemplo, um rico que é detido logo é liberado e um pobre não) e, assim, no fundo, ninguém é igual a ninguém. Bastante coisa para inspirar-se, não?!
O terceiro texto motivador também é uma letra de música, agora dos Titãs, chamada Uns Iguais aos Outros. Esta canção, de 1995, afirma que todos os homens são iguais, que todos são filhos de Deus, que todas as etnias mencionadas são de seres humanos, mas que, apesar disso, os americanos são contra os latinos, os nordestinos já nascem mortos (pelas condições de vida, possivelmente), que não importa que língua se fala, não levaremos nada desta vida e, por isso, não devemos julgar para não sermos julgados e não importa o que se herdou, não levaremos nada (como diria minha mãe, caixão não tem gaveta) e por isso somos todos iguais, uns iguais aos outros, porque todos morreremos sem levar nada desta vida.
O quarto e último texto motivador é um texto da UNESCO (Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – sempre transcrevam siglas nas redações, aliás) que disserta sobre a imensa diversidade de aromas, sabores texturas, sons no mundo todo, ou seja, não só as pessoas são diferentes entre si, mas as frutas, as flores, os animais etc. Porém, nem todos nós conseguimos viver bem com essas diferenças. O que era para ser encantador, é na verdade, infelizmente, para muitas pessoas, assustador, visto a existência, ainda no século XXI, do preconceito étnico, social, xenófobo, homofóbico, dentre outros. A UNESCO afirma, com razão, que a diversidade é uma necessidade biológica humana e oportuniza intercâmbios, trocas e deve ser tida como um benefício e não um problema.
DIRECIONAMENTO – RECORTE:
1.     Todos os textos motivadores da proposta de redação do ENEM 2007 abordam que, na verdade, ser diferente é normal, criticam todos os tipos de preconceitos e colocam a diversidade como algo natural e benéfico, que pode ser relacionada à democracia, por exemplo. Relembrar conflitos étnicos, ainda existentes no mundo, demonstra conhecimento prévio por parte do candidato.
2.     Exemplificar este problema, com casos conhecidos de discriminação, de qualquer ordem, contextualiza o tema e pode ser o início de uma discussão: qual a origem dos preconceitos? Por que eles existem? Por que é tão difícil para as pessoas conviverem com as diferenças?

3.     A proposta de intervenção social deve pautar-se em projetos palpáveis, práticos e reais que possibilitem a compreensão, o respeito e a boa convivência entre todas as pessoas, como por exemplo, oportunidades de integração de pessoas de religiões diferentes para que uma conheça a da outra. A escola é um bom ambiente para realizar este tipo de projeto, pois nela, em todas as aulas, pode acontecer conscientização, educação, juntamente com os pais e a comunidade.


À favor da vida
No decorrer da história, segundo Darwin, a vida vem se diferenciando por meio de processos evolutivos, através dos quais surgiu o homem, portanto somos fruto da diferença. Entretanto, embora pertençamos à mesma espécie, aspectos étnicos culturais nos diferenciam uns dos outros. Dificilmente iremos concordar com todas as manifestações culturais a que seremos expostos, porém temos de respeitar a todas, o que só acontecerá com a educação e com a civilização do indivíduo.
A compreensão de um determinado povo ou costume está intimamente atrelada à necessidade de entendê-los. Porém, para entendê-los é preciso estudá-los. Nessa perspectiva, a escola de qualidade proporciona um aprendizado dos motivos pelos quais uma determinada cultura age desta ou daquela maneira. Do bumba meu boi à capoeira, não é possível conceber as marcas do regionalismo antes mesmo de saber quais são as raízes históricas e a formação do povo baiano ou amazonense. Por outro lado, o ensino também ajuda a moldar a ética através de valores morais, como a da cidadania.
As várias liberdades, de religião, de imprensa, de opinião, estão estabelecidas na constituição de nosso Estado em seu caráter abarcativo. Em virtude disso, é necessário evidenciar a importância de respeitá-las e de exercê-las enquanto premissa básica para afirmação da democracia. No entanto, tais liberdades não devem ferir as liberdades alheias.  A civilização da pessoa implica, entre outras coisas, na aceitação, no respeito e na convivência com os outros cidadãos.
Para Roberto DaMatta, antropólogo brasileiro, a história do Brasil mostra que sempre insistimos em ler e interpretar o país pela via exclusiva da combinação cultural. De posse desse legado, é preciso ressaltar que embora diferentes, somos todos oriundos de uma mesma diferença, a vida. Desse modo respeitar o outro, independentemente de sua cor, credo ou cultura, está para além de uma questão ética, mas existencial.



A adaptação do tema: 
a) o desafio do médico de  conviver com as diferenças 
b) o desafio da formação do médico para conviver com a diversidade  cultural 

redação modelo

O século XXI é marcado pela Era da Globalização e do desrespeito as diferenças. Esses novos comportamentos são um entrave para uma prática médica capaz de tratar dos aspectos biológicos sem deixar de assistir ao paciente em sua saúde social.
O mundo está profundamente marcado por um processo de massificação e o indivíduo, envolvido nesse processo, termina por não respeitar as singularidades dos seus semelhantes. Mesmo o Brasil, nação multicultural marcada por diversas matrizes fundadoras, não foge da padronização dos comportamentos. Nesse processo, a medicina contemporânea é marcada por metas de tempo e formulários padronizados e vê cada paciente como um número de prontuário.
Assim, como na biologia nada é exato, na cultura o respeito as diferenças também são primordiais para a garantia da saúde social. Sendo o médico parte integrante da sociedade e formado para atender os indivíduos também no aspecto social esse deve respeitar as singularidades entendendo cada paciente como parte integrante de uma forma de viver própria de ma comunidade.
As mudanças necessárias para que os abismos culturais sejam preenchidos perpassa por um rompimento de paradigmas historicamente construídos na cultura brasileira. Às escolas de medicina, como transformadoras de realidades, cabe fomentar ações como discussões e  vivências para que o futuro médico, nas suas práticas possam produzir  igualdades no tratamento.


Redação modelo - Artigo de opinião liberdade de expressão


Uma das metas do Curso de Mara Rute é que os alunos consigam escrever no menor tempo possível sem gastar muito tempo no rascunho. Algumas histórias de sucesso do curso envolvem 980 em redação com 38 minutos de produção do texto e 10 na UESB em 45 minutos. Escrever de forma rápida garante tempo para as outras provas e, Mara garante que não compromete a nota da redação. Gastar muito tempo para produzir pode tornar o texto confuso.
No mês de maio ela escreveu uma redação no quadro a pedido dos alunos e foi muito engraçado os desafios impostos pelas turmas.
Teve aluno que passou a semana pensando no tema. Teve gente que aproveitou para pedir redações modelos de provas que iam fazer na escola. Teve gente que teve a sorte de ter uma redação modelo para o vestibular que faria no fim-de-semana e rolou até grana numa aposta feita com Vitor em Vitória da Conquista de que ela levaria 15 minutos para escrever, caso contrário pagaria 700 reais.
Ela venceu todas as etapas, algumas bem apertadas é verdade,
 Mas o objetivo foi alcançado. Provar que como em matemática ou física escrever não tem relação com autoria ou originalidade e sim domínio de uma fórmula.
Essa semana ela desafiou os alunos a produzirem junto com ela. Veja um trecho da aula em Salvador. Foram 7 artigos produzidos por ela em dois dias na hora, na aula. Alguns estão aqui para servirem de modelo para vocês.  



APRENDER A ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO



ARTIGO 1

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo sobre a repressão policial aos professores no Sul do país. Segundo a reportagem, os professores queriam aumento salarial e foram recebidos pelo governo com balas de borracha e gás lacrimogênio. Lendo sobre esse episódio, leitores, a conclusão que se tira de imediato é que, apesar de não vivermos mais os “anos de chumbo”, lidamos ainda com tempos de liberdade cerceada. Mas será que é só no Brasil?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que a falta de liberdade de expressão é uma epidemia mundial não somente em países com regimes totalitários. E isso enseja uma reflexão  não somente sobre o caso do Brasil e do jornal francês mas acerca da liberdade de uma maneira geral. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais óbvio que pareça, o homem nasce com o direito de expressar-se garantido pela sua capacidade cognitiva de pensar e falar. No entanto, ao longo da história, episódios como o regime cubano e a Coreia do Norte tentam tirar esse direito. Mas Primaveras e Malalas existem como resistência a esses limites.

A liberdade é inerente ao homem. Não há regimes nem ideologias capazes de retirar a seu livre arbítrio. Afinal, desde o Éden que a humanidade escolheu a liberdade em detrimento do paraíso.
22 minutos

ARTIGO 2

Li recentemente um artigo no Jornal A Folha de São Paulo sobre as manifestações dos professores do Sul do país. Segundo a notícia, as reivindicações foram recebidas pelo governo com uma repressão militar. Lendo sobre esse episódio, leitores, a conclusão que se tira de imediato é que apesar de vencido os anos de chumbo no Brasil ainda existem limites para a liberdade de expressão. Mas é só o Brasil?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que, nos últimos anos, muitos atentados contra a liberdade de expressão aconteceram no mundo não somente em países com regime ditatorial. E isso enseja uma reflexão não somente sobre o caso do Brasil ou do Jornal Francês, mas sobre a liberdade de dizer de uma maneira geral. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais óbvio que pareça, o homem nasce com o direito de expressar –se garantido pela atribuição da capacidade de pensar e falar, somente desta espécie. E, portanto, seja com Primaveras pelo mundo ou com o surgimento de novas Malalas, essa espécie buscará a capacidade de manifestar seu ponto de vista.
A liberdade é inerente ao homem que, ao longo da história, mutabilizou-se biologicamente e avançou na conquista dos seus direitos. Portanto, entre o bem e o mal, o poder dizer ou aceitar o paraíso, o homem do passado preferiu a maçã e o do presente permanece na mesma escolha.
19 minutos 


ARTIGO 3

Li recentemente um artigo sobre verdades que nossos avôs ensinam. Segundo o autor, uma das mais famosas e perfeitamente aplicável ao momento atual, é a de que não devemos confundir liberdade com libertinagem. Lendo sobre isso, leitor, a conclusão que se tira de imediato é que há regras para a liberdade de expressão. Mas será que são respeitadas?
Indo um pouco mais adiante na reflexão, descobrimos que, quando usado devidamente, o direito de dizer produz mudanças e justiça social, assim como se viu na Primavera Árabe e no movimento Vem Pra Rua. Nesses casos, quando a liberdade é punida com repressão e violência, ela se transforma em mais mudanças, como ocorreu com a ditadura brasileira que não venceu o Tropicalismo, com os muçulmanos que não calaram Malala ou com os africanos que não apagaram o discurso de Mandela.
Por outro lado, há os que enxergam a liberdade sem respeito aos direitos dos outros e assim produzem barbáries. Para esses, surgem novas leis como o Marco Civil e novas formas de regulamentação, como a que foi imposta à mídia brasileira.
As frases dos avôs trouxeram à minha memória outra grande verdade, dessa vez do filósofo Voltaire: “Posso não concordar com tudo que dizes, mas defenderei até à morte o seu direito de dizer”. Disto não tenho certeza, já que a liberdade do outro começa quando a minha termina. Complexo não é? Então podes discordar.   
20 minutos
ARTIGO 4

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo sobre o ataque ao Jornal Francês e à Editora Abril. Segundo a reportagem, foram atentados à liberdade de expressão, no século em que dizemos viver o princípio voltariano de que a liberdade é universal. Lendo essa reportagem, qual a conclusão que se tira de imediato? Que a liberdade tem algemas. Mas será que é mesmo?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que, ao longo da história, o direito à expressão custou vidas. E isso enseja uma reflexão, não somente sobre o caso da França, mas também sobre os Anos de Chumbo no Brasil e acerca dos regimes totalitaristas, como ocorre na Coreia do Norte e em Cuba. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais paradoxal que pareça, o cerceamento da liberdade só impulsiona mais o desejo humano de expressar-se como bem se viu no Tropicalismo e na Primavera Árabe.
É da natureza humana romper com os limites impostos para a sua liberdade de expressão. Portanto, mesmo existindo novos Maos-Tsé-Tungs ou Fideis, haverão sempre Malalas e Mandelas para resistir às algemas.
19 minutos


 ARTIGO 5

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo uma declaração do Papa Francisco. Segundo o pontífice, não é porque o indivíduo tem o direito de dizer que deve dizer o que quer. O mesmo Jornal trazia como notícia de capa sobre a morte dos jornalistas franceses. Lendo essas notícias, leitores, qual é a conclusão que se tira de imediato? Que há um limite na liberdade de expressão. Mas quem o estabeleceu?
Indo um pouco mais adiante na reflexão,é possível perceber que, ao longo da história humana, os Estados, sobretudo os de Regime totalitários, buscaram cercear essa liberdade ou limitá-la. No entanto, os Anos de Chumbo no Brasil não venceram a Tropicália nem tão pouco no Oriente houve quem pudesse conter a Primavera.
Tais acontecimentos ensejam uma reflexão não mais sobre o homem lutar pelo seu direito de dizer, mas sobre até que ponto ele pode dizer sem ferir o outro. Para responder a essa necessidade, surge a Declaração Universal dos Direitos Humanos, apontando a ideia de que expressar-se está diretamente ligado à responsabilidade pelo que é dito. E, no Brasil, o  Marco Civil, regularizando o uso da internet, aponta caminhos de que o governo deve ser parte integrante neste processo.
O homem não possui liberdade plena quando vive em sociedade. Resta a esse, aprender com o filósofo Voltaire que pode dizer o que quiser, desde que seja respeitado o direito do outro dizê-lo ou mesmo com a sabedoria popular de que o direito do outro começa quando o meu termina. 
 25 minutos - Salvador