segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Tema de Redação : Ética nas relações humanas



Por outra ética
Praticar bons hábitos leva a perfeição moral. Dito por Aristóteles ou por nossos pais, a verdade universal entra em desuso na era da relatividade e liquidez.  Tal condição afeta a conduta dos indivíduos que não se baseiam mais na virtude e terminam por construir modos de ser sem entendimento de sensibilidade pela necessária construção de uma sociedade justa ou mesmo pela adoção de atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais.
 O primeiro passo para uma ética fundada na virtude está na discussão da moral vigente tentando compreender os valores presentes na sociedade atual e em que medida eles devem ou podem ser mudados. Ação difícil em tempos de hedonismo e individualismo como valor absoluto - valores que contrariam a ideia aristotélica da busca pelo bem maior ou da riqueza para criar  condições de melhoria do intelecto.
Mesmo com um mundo ao contrário pensar na construção de outra ética é possível. Isso porque as instituições reformadoras da moral vigente podem, a qualquer tempo, construir novas  condutas. Assim, com Joaquins Barbosas estamos construindo uma outra moral política que  deve se estender a outras instanciais  sociais como a escola  e família - espaços  principais do ensino da conduta.
Machado de Assis em seu célebre Memórias Póstumas defendia que o menino é o pai do homem. Esse autor  mostrou em seu livro que os defeitos de Brás de uma educação familiar frouxa e escola de ensino superficial produziram um homem “das negativas”, que nada foi. Pensando em uma outra construção é preciso entender que os valores ensinados pelos pais e professores às crianças é que levam à formação de adultos mais humanos. Eles precisam dar exemplos de lideranças positivas para que a ética se torne um hábito e as  relações sejam pautadas no Bem Maior.

Redação O Papel da Mulher na Construção de um Mundo Possível


Stephanie dos Anjos
      
De coadjuvante à protagonista
       A pré-história moldou os princípios de uma ideologia patriarcalista que ficaria marcada pela desigualdade social com prejuízo para a figura feminina. Partindo dessa premissa, a atuação da mulher foi completamente apagada diante de uma sociedade submissa ao sexo masculino. Contudo, o perpassar histórico evidenciou a intensidade de uma força capaz de inverter papéis e promover o recomeço para a humanidade desencantada consigo mesma.
       Desde a primeira organização social proposta pelos hominídeos, o desnivelamento entre homens e mulheres esteve presente. Enquanto o gênero masculino preponderava soberanamente, ao feminino só restavam as tarefas do âmbito doméstico. Seguindo essa égide, denominavam-se de sexo frágil as mães e esposas que abrigavam a marca da inferioridade natural, subvertendo suas identidades em torno dos estereótipos estabelecidos. Com a iminência da Revolução Industrial e dos vorazes movimentos feministas, a desarticulação desses princípios possibilitou a proposta de um novo capítulo.
      Diante desses indícios, a capacidade de enfrentar séculos de repressão desmedida consagrou real o que parecia uma utopia. E, no limiar do século XXI, a presença feminina encontra-se acentuada nas mais variadas esferas da sociedade contemporânea. Dos cargos de comando antes redutos dos ternos e gravatas, às múltiplas prestações de serviço, evidenciam as contribuições da reviravolta conseguida por verdadeiras guerreiras. Assim como Joana d’Arc, as mulheres da era cibernética devem ser forças geradoras de transformações.
       A Revolução Sexual incendiou os paradigmas de uma sociedade machista. E, sob a cinza dessa fogueira, a mulher permitiu o alcance de novos caminhos, desfalecendo os valores impostos pelo grupo dominante. Hoje, as filhas de Eva configuram-se como personagens principais na revolução pós-moderna em busca de uma sociedade mais equitativa e menos desumana. 

Tema de Redação Políticas Afirmativas


Tema: Políticas afirmativas para o Brasil: do racismo as  cotas

Para  colher  amanhã
Sim para o não.  A designação das  cotas se  contextualiza como uma  ação afirmativa que  visa  preencher os abismos na educação pública, na história do negro no Brasil associado a escravidão e, ao genocídio indígena. Nesse sentido tais medidas ajudam o Brasil a avançar para uma democracia que garantirá, em certo tempo, igualdade de direitos com garantias de acesso.
Em sua obra “O homem que Calculava” Malba Tahan nos ensina que existe “o matematicamente  correto” e a matemática pautada em princípios éticos, essa segunda é que rege as divisões das cotas no Brasil.  As reservas de vaga aparecem para favorecer os que carregam deficiências escolares fruto de uma educação que durante séculos foi  sufocada por um processo colonizador e,  no século XX,  por  um regime ditatorial  que  impediu as escolas de  se transformarem  em espaço de conhecimento para todos em igual medida,  como almejamos.  O que não dizer dos dois séculos da descoberta e  colonização em que se  dizimou uma  população indígena  que contava entre 3 e 5 milhões de habitantes e hoje, segundo o IBGE, não ultrapassa 400 mil, quase todos marginais sociais sem nível quase algum de escolarização.
Os negros não são nesse processo um caso a parte,  talvez sejam, ao contrário, parte mais integrante e alvo de maior discussão para os que veem a medida afirmativa como designação de preconceito racial. Esses, seguramente tem seu ponto de  vista pautado numa visão estereotipada dos que enxergam, mas não querem deixar que outros vejam. Para os filhos da África e construtores do Brasil as  cotas aparecem para ser uma oportunidade na produção de  um novo Brasil  que não renega sua origens, sua formação, sua africanidade.
Se desconhecer e ignorar o passado, o brasileiro não se fará presente. Apesar  dos ecos dos que não entendem que a igualdade é socialmente  construída  vamos fazendo ensaios de um Brasil pautado na equidade  e com seus abismos  sociais perfeitamente preenchidos por politicas públicas que ensaiam um país melhor. Ação não fácil  já que contrariamos a lógica do individualismo  como valor absoluto e aplicamos a ideia do pensamento a longo prazo   Aristotélica -  numa sociedade desigual é preciso produzir desigualdades de oportunidades para, no futuro conseguir igualdade.

Estrutura para uma boa dissertação



Nessa reta final queríamos agradecer a confiança e o carinho de vocês com nossa equipe e, sobretudo comigo.
Há sim ainda chance de você tirar uma boa nota em sua redação do ENEM.  Comece não tentando escrever segundo sua inspiração, mas  seguindo uma estrutura.
Essa é a que utilizamos e segue o  barema do ENEM :
INTRODUÇÃO -  Frase chave. Elemento de ligação  +  verdade 1 . Elemento de ligação + verdade 2.
Sério a  questão dos pontos viu. Não escreva nenhum paragrafo do seu texto com um período só. Além de confuso e cheio de orações  subordinadas  você não facilita a  leitura do  corretor e não é o que você quer não é mesmo?
Desenvolvimento – Explicar a verdade 1 . Elemento de  ligação mais exemplos.
Explicar não quer dizer repetir o que foi dito na introdução, mas  ampliar. Depois dê muitos exemplos. Não é preciso explicá-los. Use no mínimo dois. Lembre-se que  você precisa utilizar em seus texto várias  áreas do conhecimento.

Desenvolvimento 2 – A mesma coisa
Conclusão – Frase de alguém ou síntese dos dois desenvolvimentos. Proposta de intervenção detalhada. Frase para ligar ao título.
Utilize  um título curto mesmo não pedindo a proposta. Dá identidade ao seu texto.
Um abraço. Estou na torcida.....

Reta Final ENEM - Tema Trânsito


Uma tragédia sobre rodas
A elevada densidade demográfica presente principalmente nas metrópoles brasileiras ocasionou o aumento do tráfego de veículos. Essa esfera caótica configura-se pela alta carga de agressividade e violação das leis, disseminando acidentes e mortes com frequência diária. A parte da responsabilidade do Estado, a eclosão dessa mazela tem em sua base a cultura do brasileiro em dispor do espaço público como propriedade privada.
O excedente populacional evidenciado nos centros urbanos demarcou a superlotação e desordem do trânsito brasileiro.  Diante da constante incidência de desastres, a atuação do governo consagra-se como ideal para manter e fiscalizar as estradas. Contudo, mais do que a carência de teorias e leis adequadas, o centro desse impasse encontra-se no próprio cidadão. Sobre esse pressuposto, o Código de Trânsito Brasileiro seria uma ferramenta efetiva para a melhoria desse sistema, mas sua existência é meramente teórica. Na prática, a população tem preferência na criação de um legislativo baseado na imprudência.
Partindo desses aspectos, percebe-se que o comportamento do brasileiro no transito reflete sua relação histórica e cultural com o espaço público. O automóvel é usado como instrumento de poder, dominação e divisão social, prática comum no Brasil de formação escravagista e aristocrática. Assim, o condutor age segundo suas próprias vontades, realizando apenas seus interesses, independentemente de violar as normas impostas ou inviabilizar os direitos dos outros cidadãos.
O trânsito caótico é uma guerra contemporânea em que o ser humano consagra-se como vítima de si próprio. A atuação exclusiva do Estado não promoverá as mudanças necessárias, já que há uma dependência mútua da participação ativa da sociedade brasileira. Para um futuro diferenciado, o espaço de convivência no Brasil precisa ser visto pelos cidadãos como pertencente a todos.
Tráfego aprimorado
A relação histórica e cultural do brasileiro com o espaço público reflete seu comportamento no trânsito. Como consequência dos processos de reformulação pelos quais as cidades passam para receber seus bilhões de habitantes, o modelo inadequado de transporte urbano do país traz diversos custos para a população brasileira.
A alta carga de agressividade e a violação das leis são uma das maiores causas do grande número de acidentes e mortes registrados no país em que o tráfego é cada vez mais caótico. Esses índices trágicos podem ser atribuídos principalmente à função da ineficiência das esferas políticas na manutenção do sistema e das esferas culturais da sociedade. O velho “jeitinho brasileiro” de “fechar”, “cortar” mostra que a disposição do espaço público para o brasileiro é visto como algo que pertence individualmente a cada um e não como um local de convivência coletiva que na prática deve ser respeitado.
Em justaposição, a procura por alternativas para o transporte é um dos desafios que as metrópoles brasileiras precisam enfrentar. O empreendimento de ações em torno de um projeto de desenvolvimento urbano, agregando à população e aos órgãos interessados traria maior eficiência urbana. Isso implica, no contexto brasileiro, atribuir prioridade a uma rede de transportes democrática integrada por modos complementares, a exemplo da cidade de Curitiba que tem um planejado sistema de tráfego.
A ineficácia do transporte e do trânsito brasileiro são consequências tanto histórico-sociais quanto da urbanização das cidades. Frente a essa conjuntura, a definição de normas gerais referentes aos mesmos, bem como os seus planejamentos e fiscalizações são essenciais, além do aprimoramento do exercício atribuído aos órgãos e entidades, principalmente nas atividades de formação do condutor responsável.