quarta-feira, 7 de março de 2012

MULHER - Homenagem e tema de Redação



Vamos relembrar o que exatamente originou O dia Internacional da Mulher?
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data 
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

O que já conquistamos?       
Ao longo dos anos, muitas têm sido as vitórias das mulheres. Conquistaram direitos como o de freqüentar escolas, votar e se candidatar a cargos políticos, praticar esportes e representar o país em competições esportivas, entre outros. Também foram criadas delegacias de proteção à mulher e campanhas direcionadas à saúde da mulher (como a sobre o câncer de mama).
Hoje o Brasil tem mais mulheres que homens. Elas ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho. E, para se ter uma idéia, já são responsáveis por 24,9% dos domicílios brasileiros.
VAMOS CONHECER ALGUNS DADOS INTERESSANTES SOBRE A MULHER QUE SERVEM PARA NOSSA REDAÇÃO?
Veja no formato interativo e o Brasil é exemplo na América. Que bom!!!!!http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mulher/index.htm








Mulher da vida, minha irmã
               Cora Coralina
Mulher da Vida, minha Irmã. 
De todos os tempos. 
De todos os povos. 
De todas as latitudes. 
Ela vem do fundo imemorial das idades e 
carrega a carga pesada dos mais 
torpes sinônimos, 
apelidos e apodos: 
Mulher da zona, 
Mulher da rua, 
Mulher perdida, 
Mulher à-toa. 
Mulher da Vida, minha irmã. 
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas. 
Desprotegidas e exploradas. 
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito. 
Necessárias fisiologicamente. 
Indestrutíveis. 
Sobreviventes. 
Possuídas e infamadas sempre por 
aqueles que um dia as lançaram na vida. 
Marcadas. Contaminadas, 
Escorchadas. Discriminadas. 
Nenhum direito lhes assiste. 
Nenhum estatuto ou norma as protege. 
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos, 
pisadas, maltratadas e renascidas. 
Flor sombria, sementeira espinhal 
gerada nos viveiros da miséria, da 
pobreza e do abandono, 
enraizada em todos os quadrantes da Terra. 
Um dia, numa cidade longínqua, essa 
mulher corria perseguida pelos homens que 
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o 
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras, 
ela encontrou-se com a Justiça. 
A Justiça estendeu sua destra poderosa e 
lançou o repto milenar: 
“Aquele que estiver sem pecado 
atire a primeira pedra”. 
As pedras caíram 
e os cobradores deram s costas. 
O Justo falou então a palavra de eqüidade: 
“Ninguém te condenou, mulher... 
nem eu te condeno”. 
A Justiça pesou a falta pelo peso 
do sacrifício e este excedeu àquela. 
Vilipendiada, esmagada. 
Possuída e enxovalhada, 
ela é a muralha que há milênios detém 
as urgências brutais do homem para que 
na sociedade possam coexistir a inocência, 
a castidade e a virtude. 
Na fragilidade de sua carne maculada 
esbarra a exigência impiedosa do macho. 
Sem cobertura de leis 
e sem proteção legal, 
ela atravessa a vida ultrajada 
e imprescindível, pisoteada, explorada, 
nem a sociedade a dispensa 
nem lhe reconhece direitos 
nem lhe dá proteção. 
E quem já alcançou o ideal dessa mulher, 
que um homem a tome pela mão, 
a levante, e diga: minha companheira. 
Mulher da Vida, minha irmã. 
No fim dos tempos. 
No dia da Grande Justiça 
do Grande Juiz. 
Serás remida e lavada 
de toda condenação. 
E o juiz da Grande Justiça 
a vestirá de branco em 
novo batismo de purificação. 
Limpará as máculas de sua vida 
humilhada e sacrificada 
para que a Família Humana 
possa subsistir sempre, 
estrutura sólida e indestrurível 
da sociedade, 
de todos os povos, 
de todos os tempos. 
Mulher da Vida, minha irmã. 
Declarou-lhe Jesus: 
“Em verdade vos digo 
que publicanos e meretrizes 
vos precedem no Reino de Deus”. 
Evangelho de São Mateus 21, ver.31. 
 

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.

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