terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Questões de Amar verbo Intransitivo sugeridas por Mara Rute


Pessoal Lembre-se que o Livro A Senhorita Simpson já caiu como questão discursiva, mas o Amar , Verbo intransitivo não. É preciso dar atenção a Juca Pirama, A Senhorita Simpson, Isaias Caminha e o de Mario porque são obras mais fáceis de aprender que 25 contos + os de Primeiras Estórias+ os de Papéis Avulsos e cobrarem só um....ninguém merece....
Vai treinando aí vai.....


Trecho I
Era uma pergunta difícilAlém de tímido e briosoeu erumpessoa carentefruto de um lar desfeito, que cres­cera sonhando com o verdadeiro amor agorfora abando­nado por causa dum chinês e outras bobagene estava absolutamente sozinho no mundoa não sepor meuco­legade turma, todos homens, e elaMisSimpsonE se eu tinhum emprego modestoisso não queridizer qunão tivesse também ambições intelectuaicomo aprender outroidiomas qume conduzissem a uma compreeno mais vasta dmundo, em qucada língua é um universo em particularMas o mesonhoMiss Simpsono meu verdadeiro sonho no qual pessoas mais utilitárias dque elnão conse­guiriapenetrar era dispor do tempo e dpaz despírito necessáriopara entregar-me ao ócio criativo à meditação, à verdadeira arte. Como encontrar as palavras justas para issopenseiolhando Miss Simpson de cima a baixo. Ela estava com umcamiseta sobre um biquíni e todo o meu pensamento acabou por se traduzir numa única frase idiota:
Do you like to swim, Miss Simpson?
Miss Simpson olhou para as suas pernas, como se repa­rasse nelas pelprimeira vez. As pernas de Miss Simpson eram magras e avermelhadas de sol, porém quase tão firmes quanto adMrsDickinson. ( Senhorita Simpson – Sérgio Sant’anna)
Trecho II
Não é clássico nem perfeito o corpo da minha Fräulein. Pouco maior que a média dos corpos de mulher. E cheio nas suas partes. Isso o torna pesado e bastante sensual. Longe porém daquele peso divino dos nus renascentes italianos ou daquela sensualidade das figuras de Scopas e Leucipo. (...)  Nenhuma espiritualidade. Indiferente burguesice. (...) Isso do corpo de Fräulein não ser perfeito, em nada enfraquece a história. Lhe dá mesmo certa honestidade espiritual e não provoca sonhos. E alias se renascente e perfeito, o idílio seria o mesmo. Fräulein não e bonita, não. Porem traços muito regulares, coloridos de cor real. E agora que se veste, a gente pode olhar com mais franqueza isso que fica de fora e ao mundo pertence, agrada, não agrada? Não se pinta, quase nem usa pó-de-arroz. A pele estica, discretamente polida com os arrancos da carne sã. O embate e cruento. Resiste a pele, o sangue se alastra pelo interior e Fräulein toda se roseia agradavelmente. ( Amar, verbo intransitivo –Mário de  Andrade).
1. Estabeleça semelhanças e/ou diferenças entre as personagens estabelecendo uma relação com as personagens com quem elas se envolvem Pedro e Carlos respectivamente.
Miss Simpson e Elza apesar de realizarem a mesma educação – sexual, são distintas. A primeira era professora de inglês e não tinha intenção de “educar” Pedro. Elza foi contratada pela família de Carlos para tal função. Importa ressaltar, porém que ambos aprendem a partir da decepção. E que o primeiro desaprendeu exatamente o que Carlos recebeu como instrução de Elza: Simpson ensina o sexo casual e Elza a buscar uma relação sólida.


 2. O livro Amar, verbo intransitivo apresenta uma personagem alemã que servirá como governanta e professora do amor para o filho de uma rica família paulistana. Mas, a obra tem como pano de fundo qual contexto histórico?
a) Guerra Mundial b) A Coluna Prestes   c)  A Revolução Francesa  d) A Independência dos E.U.A  e) Revolução Russa
O caso é que Sousa Costa, escutando um amigo bibliófilo gabar exemplares caros, falara pra ele:
— Olha, Magalhães, veja se me arranja uns desses pra minha biblioteca.
Por isso é que possuía aquele Camões tão grande, aquela Vita Nuova em pergaminho, um Barlaeus e um Rugendas bom pra distrair as crianças, dia de chuva.
3. O trecho e a leitura completa da obra permite afirmar que:
a) Mário de Andrade constrói uma personagem com uma solidificada preocupação com educação e cultura. Prova disso é que além de possuir em sua biblioteca livros raros, preocupa-se em contratar uma professora de língua alemã para seus filhos.
b) O trecho acima possui a fina crítica ao saber superficial burguês, mas não se relaciona a crítica machadiana produzida em Teoria do Medalhão.
c) Sousa Costa era, segundo o texto, um homem com relações sociais bem cultas.
d) O texto do livro deixa claro a preocupação com a leitura na formação familiar dos filhos.
e) Sousa Costa compra os livros menos pela aquisição do conhecimento e mais para ostentação econômica.

Leia o texto:
— Desista de partir, Fräulein.
— É que...
Agora Sousa Costa se calou duma vez, cumprira com o dever. Assim ela não se dobrasse às razões que ele dera!... Fräulein não percebeu isso, mas ficou com medo de hesitar mais, ele podia aceitar aquilo como recusa. E devemos ser francos nesta vida, sempre fora simples e franca. Se aceitava, devia falar que aceitava e deixar-se de candongas. Sempre fora como a Joana de Schiller que não podia aparecer sem a bandeira dela. Emendou logo:
— Bom, senhor Sousa Costa. Como o senhor e sua esposa insistem, eu fico.
[...]
Susto.  Os  temores entram saem pelas portasfechadas. Chiuiiii... ventinho apreensivo. Grandes olhosespantados de Aldinha e Laurita. Porta bate. Mau agouro?
... Não... Pláa... Brancos mantos... E ilusão. Não deixe essa porta bater! Que sombras grandes no hol... Por ques? tocaiando  nos espelhos, nas janelas. Janelas com vidros fechados... que vazias! Chiuiii... Olhe o silêncio. Grave.
Ninguém o escuta. Existe. Maria Luísa procura, toda ouvidos ao zunzum dos criados. Porque falam tão baixo os criados?
Não sabem. Espreitam. Que que espreitam? Esperam. Que que esperam?... Carlos soturno. Esta dorzinha no estômago... O inverno vai chegar...
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo: idílio. 16. ed. Belo Horizonte: Villa Rica, 1995. p. 87-88.
4. (UESC 2010) O fragmento no todo da obra permite afirmar:
01) A narrativa estrutura-se numa sequência rígida dos fatos.
02) A narrativa apresenta traços formais, como o coloquialismo da linguagem, e, em lugar de capítulos, cenas que fixam momentos, indicadores de uma nova expressão literária.
03) A família burguesa é enfocada como modelo de relações sólidas e autênticas.
04) O narrador assume uma atitude investigativa do íntimo da protagonista, a fim de desvendá-la — como ser humano — de forma plena para o leitor.
05)  A trajetória das personagens evidencia a paixão sobrepondo-se à razão.

Leia o trecho:
- Queira desculpar Fräulein. Vivo tão atribulado com os meus negócios! Demais: isso é uma coisa de tão pouca importância!... Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora. Como nunca teve! COMO NUNCA TEVE, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você compreende: uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só bebida não! Hoje não tem mulher-da-vida que não seja eterômana, usam morfina... E os moços imitam! Depois as doenças!... Vive na sua casa, não sabe... é um horror! Em pouco tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um perdido! É o que eu te digo, Laura, um perdido! Você compreende... meu dever é salvar o nosso filho... Por isso! Fräulein, prepara o rapaz. E evitamos quem sabe? até um desastre!... UM DESASTRE! ( Amar, verbo intransitivo – Mário de  Andrade)

5. Assinale a alternativa que melhor resume o enredo de Amar: verbo intransitivo.
a) Um homem que, para proteger seu filho de eventuais aventuras, decide contratar uma “professora de amor”. Mas os dois (professora e aluno) se apaixonam e a velha estrutura da classe média paulistana é abalada.
b) Um homem que, para esconder de sua esposa a traição, resolve fingir que a governanta da casa é, na verdade, uma “professora de amor” que ele contratara para o filho. Por ironia, a governanta e o filho acabam se apaixonando.
c) Um menino que recebe do pai uma “professora de amor”, para que não caísse nas garras da mulheres típicas da classe média baixa de São Paulo, ansiosas por ascensão social.
d) Uma mulher que, sem o consentimento do marido, contrata uma “professora de amor” para o filho. Ao descobrir, o casamento dos dois entra numa grave crise. Mário de Andrade faz, assim, uma crítica modernista ao casamento tradicional.
e) Um menino que se apaixona por uma prostituta e contrai uma grave doença (sífilis). Seus pais resolvem dar-lhe, então, uma acompanhante para seus últimos dias de vida.

6. Mário de Andrade, em Amar: verbo intransitivo, para atribuir uma maior dimensão psicológica à sua personagem Elza, introduz na literatura uma corrente característica do determinismo do final do século XIX e início do século XX. A corrente e seu criador são:

a) Positivismo, Auguste Comte  b) Psicanálise, Sigmund Freud  c) Evolucionismo, Charles Darwin  d) Economia Política, Adam Smith
e) Socialismo, Karl Marx

7. Acerca do desfecho da narrativa, pode-se afirmar que:
a) Carlos acaba recorrendo à prostituição, apesar dos inúmeros cuidados do pai para que não o fizesse.
b) Elza desiste de procurar alunos para suas lições nada convencionais e decide voltar para a Alemanha.
c) Carlos e Elza ficam juntos e Souza Costa acaba caindo em sua própria armadilha de não ver o filho apaixonando-se por uma mulher que não fosse de sua classe.
d) Carlos e Elza separam-se, ela arruma um novo aluno e ele, uma nova namorada. A vida deveria continuar, apesar de os dois não terem ficado juntos.
e) Souza Costa acaba ficando com Fräulein, para desespero de Carlos, que já estava apaixonado pela professora, e da esposa, que nem desconfiava das intenções do marido.

Trecho I :
“Não me agradaria ser tomada por aventureira, sou séria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa
souber o que vou fazer lá.”
 (...)
“Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora! Como nunca teve!. Como nunca teve, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você compreende: uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só bebida não! Hoje não tem mulher-da-vida que não seja eterônoma, usam morfina... E os moços imitam! Depois as doenças!… Você vive em sua casa, não sabe… é um horror! Em pouco tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um perdido!” (ANDRADE, Mário. Amar, verbo intransitivo, 1996)
Trecho II
(...) Em 1921 Oswald de Andrade publicou um artigo, no jornal do Comércio, no qual chamava Mário de Andrade de "meu poeta futurista", Isso se deu porque ele leu os originais de "Paulicéia Desvairada", livro que seria publicado no ano seguinte e representaria o primeiro livro de poemas modernistas brasileiro. Mário de Andrade respondeu negando sua condição de poeta futurista da seguinte forma:
"Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o Tenho pontos de contatos com o Futurismo. Oswald de Andrade chamou-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia da existência do artigo e deixei que saísse." Essa atitude de Mário é muito fácil de ser explicada: Nessa época Marinetti, líder do movimento Futurista, aderiu ao Fascismo e essa idéia era repudiada pelos escritores brasileiros. Entre agosto e setembro, Mário de Andrade publica no "Jornal do Comércio" a série "Mestres do Passado", na qual analisa a poesia de autores consagrados do Parnasianismo. Em um desses artigos Mário diz:
"Malditos para sempre os Mestres do Passado! Que a simples recordação de um de vós escravize os espíritos no amor incondicional pela forma! Que o Brasil seja infeliz porque os criou! Que o universo se desmantele porque vos comportou! E que não fique nada! Nada! Nada! (...) (http://www.mundocultural.com.br/literatura1/modernismo/brasil/, consultado em 12/05/2009)
8. - Sobre o trecho do livro Amar, verbo intransitivo, do escritor Mário de Andrade, (Texto I), não se pode inferir:
a) Fräulein não seria professora de alemão e nem muito menos uma simples governanta na casa de dona Laura;
b) A fala “depois isso de principiar...” é uma justificativa para uma iniciação sexual mais segura;
c) Mário ironiza a sociedade burguesa e altamente machista de São Paulo, na época;
d) Apesar de ser contratada para ser “professora de amor” do jovem Carlos, Fräulein se define como séria e insiste que dona Laura saiba tudo sobre sua estada na casa;
e) Quando o personagem diz: “é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora”, está também se referindo a Fräulein, que também era uma aventureira.

9.   Quando Mário de Andrade afirma “Não sou Futurista (de Marinetti). Disse e repito-o tenho pontos de contatos com o futurismo” (Texto II), ele está se referindo a
a) uma corrente literária originada no Brasil;    b) um conceito filosófico, concebido pelos gregos;
c) uma tendência poética francesa, do final do século XIX; d) uma corrente das Vanguardas Européias;
e) um movimento político-cultural, originado na Argentina.


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