Pessoal Lembre-se que o Livro A Senhorita Simpson já caiu como questão discursiva, mas o Amar , Verbo intransitivo não. É preciso dar atenção a Juca Pirama, A Senhorita Simpson, Isaias Caminha e o de Mario porque são obras mais fáceis de aprender que 25 contos + os de Primeiras Estórias+ os de Papéis Avulsos e cobrarem só um....ninguém merece....
Vai treinando aí vai.....
Trecho I
Era uma pergunta difícil. Além de tímido e brioso, eu era uma pessoa carente, fruto de um lar desfeito, que crescera sonhando com o verdadeiro amor e agora fora abandonado por causa de um chinês e outras bobagens e estava absolutamente sozinho no mundo, a não ser por meus colegas de turma, todos homens, e ela, Miss Simpson. E se eu tinha um emprego modesto, isso não queria dizer que não tivesse também ambições intelectuais como aprender outros idiomas que me conduzissem a uma compreensão mais vasta do mundo, em que cada língua é um universo em particular. Mas o meu sonho, Miss Simpson, o meu verdadeiro sonho - no qual pessoas mais utilitárias do que ela não conseguiriam penetrar - era dispor do tempo e da paz de espírito necessários para entregar-me ao ócio criativo e à meditação, à verdadeira arte. Como encontrar as palavras justas para isso? - pensei, olhando Miss Simpson de cima a baixo. Ela estava com uma camiseta sobre um biquíni e todo o meu pensamento acabou por se traduzir numa única frase idiota:
- Do you like to swim, Miss Simpson?
Miss Simpson olhou para as suas pernas, como se reparasse nelas pela primeira vez. As pernas de Miss Simpson eram magras e avermelhadas de sol, porém quase tão firmes quanto as de Mrs. Dickinson. ( Senhorita Simpson – Sérgio Sant’anna)
Trecho II
Não é clássico nem perfeito o corpo da minha Fräulein. Pouco maior que a média dos corpos de mulher. E cheio nas suas partes. Isso o torna pesado e bastante sensual. Longe porém daquele peso divino dos nus renascentes italianos ou daquela sensualidade das figuras de Scopas e Leucipo. (...) Nenhuma espiritualidade. Indiferente burguesice. (...) Isso do corpo de Fräulein não ser perfeito, em nada enfraquece a história. Lhe dá mesmo certa honestidade espiritual e não provoca sonhos. E alias se renascente e perfeito, o idílio seria o mesmo. Fräulein não e bonita, não. Porem traços muito regulares, coloridos de cor real. E agora que se veste, a gente pode olhar com mais franqueza isso que fica de fora e ao mundo pertence, agrada, não agrada? Não se pinta, quase nem usa pó-de-arroz. A pele estica, discretamente polida com os arrancos da carne sã. O embate e cruento. Resiste a pele, o sangue se alastra pelo interior e Fräulein toda se roseia agradavelmente. ( Amar, verbo intransitivo –Mário de Andrade).
1. Estabeleça semelhanças e/ou diferenças entre as personagens estabelecendo uma relação com as personagens com quem elas se envolvem Pedro e Carlos respectivamente.
Miss Simpson e Elza apesar de realizarem a mesma educação – sexual, são distintas. A primeira era professora de inglês e não tinha intenção de “educar” Pedro. Elza foi contratada pela família de Carlos para tal função. Importa ressaltar, porém que ambos aprendem a partir da decepção. E que o primeiro desaprendeu exatamente o que Carlos recebeu como instrução de Elza: Simpson ensina o sexo casual e Elza a buscar uma relação sólida.
2.
O livro Amar, verbo intransitivo apresenta uma personagem alemã que servirá
como governanta e professora do amor para o filho de uma rica família
paulistana. Mas, a obra tem como pano de fundo qual contexto histórico?
a) Guerra Mundial b) A Coluna Prestes c) A Revolução
Francesa d) A Independência dos
E.U.A e) Revolução Russa
O caso é que Sousa Costa,
escutando um amigo bibliófilo gabar exemplares caros, falara pra ele:
— Olha, Magalhães, veja se me
arranja uns desses pra minha biblioteca.
Por isso é que possuía aquele
Camões tão grande, aquela Vita Nuova em pergaminho, um Barlaeus e um Rugendas
bom pra distrair as crianças, dia de chuva.
3. O trecho e a leitura completa
da obra permite afirmar que:
a) Mário de Andrade
constrói uma personagem com uma solidificada preocupação com educação e cultura.
Prova disso é que além de possuir em sua biblioteca livros raros, preocupa-se
em contratar uma professora de língua alemã para seus filhos.
b) O trecho
acima possui a fina crítica ao saber superficial burguês, mas não se relaciona
a crítica machadiana produzida em Teoria
do Medalhão.
c) Sousa
Costa era, segundo o texto, um homem com relações sociais bem cultas.
d) O texto
do livro deixa claro a preocupação com a leitura na formação familiar dos filhos.
e) Sousa Costa compra os livros menos
pela aquisição do conhecimento e mais para ostentação econômica.
Leia o texto:
—
Desista de partir, Fräulein.
—
É que...
Agora
Sousa Costa se calou duma vez, cumprira com o dever. Assim ela não se dobrasse
às razões que ele dera!... Fräulein não percebeu isso, mas ficou com medo de
hesitar mais, ele podia aceitar aquilo como recusa. E devemos ser francos nesta
vida, sempre fora simples e franca. Se aceitava, devia falar que aceitava e
deixar-se de candongas. Sempre fora como a Joana de Schiller que não podia
aparecer sem a bandeira dela. Emendou logo:
—
Bom, senhor Sousa Costa. Como o senhor e sua esposa insistem, eu fico.
[...]
Susto. Os
temores entram saem pelas portasfechadas. Chiuiiii... ventinho
apreensivo. Grandes olhosespantados de Aldinha e Laurita. Porta bate. Mau
agouro?
...
Não... Pláa... Brancos mantos... E ilusão. Não deixe essa porta bater! Que
sombras grandes no hol... Por ques? tocaiando
nos espelhos, nas janelas. Janelas com vidros fechados... que vazias!
Chiuiii... Olhe o silêncio. Grave.
Ninguém
o escuta. Existe. Maria Luísa procura, toda ouvidos ao zunzum dos criados.
Porque falam tão baixo os criados?
Não
sabem. Espreitam. Que que espreitam? Esperam. Que que esperam?... Carlos
soturno. Esta dorzinha no estômago... O inverno vai chegar...
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo
intransitivo: idílio. 16. ed. Belo Horizonte: Villa Rica, 1995. p. 87-88.
4. (UESC 2010) O fragmento no todo da obra
permite afirmar:
01) A
narrativa estrutura-se numa sequência rígida dos fatos.
02) A
narrativa apresenta traços formais, como o coloquialismo da linguagem, e, em
lugar de capítulos, cenas que fixam momentos, indicadores de uma nova expressão
literária.
03) A
família burguesa é enfocada como modelo de relações sólidas e autênticas.
04) O
narrador assume uma atitude investigativa do íntimo da protagonista, a fim de
desvendá-la — como ser humano — de forma plena para o leitor.
05) A trajetória das personagens evidencia a
paixão sobrepondo-se à razão.
Leia o
trecho:
- Queira desculpar
Fräulein. Vivo tão atribulado com os meus negócios! Demais: isso é uma coisa de
tão pouca importância!... Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe:
hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma
exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora. Como nunca teve!
COMO NUNCA TEVE, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você
compreende: uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só
bebida não! Hoje não tem mulher-da-vida que não seja eterômana, usam morfina...
E os moços imitam! Depois as doenças!... Vive na sua casa, não sabe... é um
horror! Em pouco tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um
perdido! É o que eu te digo, Laura, um perdido! Você compreende... meu dever é
salvar o nosso filho... Por isso! Fräulein, prepara o rapaz. E evitamos quem
sabe? até um desastre!... UM DESASTRE!‖ ( Amar, verbo intransitivo – Mário de Andrade)
5. Assinale
a alternativa que melhor resume o enredo de Amar: verbo intransitivo.
a) Um homem que,
para proteger seu filho de eventuais aventuras, decide contratar uma
“professora de amor”. Mas os dois (professora e aluno) se apaixonam e a velha
estrutura da classe média paulistana é abalada.
b) Um homem que,
para esconder de sua esposa a traição, resolve fingir que a governanta da casa
é, na verdade, uma “professora de amor” que ele contratara para o filho. Por
ironia, a governanta e o filho acabam se apaixonando.
c) Um menino que recebe do pai uma
“professora de amor”, para que não caísse nas garras da mulheres típicas da
classe média baixa de São Paulo, ansiosas por ascensão social.
d) Uma mulher que,
sem o consentimento do marido, contrata uma “professora de amor” para o filho.
Ao descobrir, o casamento dos dois entra numa grave crise. Mário de Andrade
faz, assim, uma crítica modernista ao casamento tradicional.
e) Um menino que se
apaixona por uma prostituta e contrai uma grave doença (sífilis). Seus pais
resolvem dar-lhe, então, uma acompanhante para seus últimos dias de vida.
6.
Mário de Andrade, em Amar: verbo intransitivo, para atribuir uma maior
dimensão psicológica à sua personagem Elza, introduz na literatura uma corrente
característica do determinismo do final do século XIX e início do século XX. A
corrente e seu criador são:
a) Positivismo, Auguste Comte b)
Psicanálise, Sigmund Freud c)
Evolucionismo, Charles Darwin d)
Economia Política, Adam Smith
e) Socialismo, Karl Marx
7.
Acerca do desfecho da narrativa, pode-se afirmar que:
a) Carlos acaba recorrendo à prostituição,
apesar dos inúmeros cuidados do pai para que não o fizesse.
b) Elza desiste de procurar alunos para
suas lições nada convencionais e decide voltar para a Alemanha.
c) Carlos e Elza ficam juntos e Souza Costa
acaba caindo em sua própria armadilha de não ver o filho apaixonando-se por uma
mulher que não fosse de sua classe.
d) Carlos e Elza separam-se, ela arruma um novo aluno e ele, uma
nova namorada. A vida deveria continuar, apesar de os dois não terem ficado
juntos.
e) Souza Costa acaba ficando com Fräulein,
para desespero de Carlos, que já estava apaixonado pela professora, e da esposa,
que nem desconfiava das intenções do marido.
Trecho
I :
“Não me agradaria ser tomada por aventureira,
sou séria, e tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa
souber
o que vou fazer lá.”
(...)
“Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você
sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora!
A cidade... é uma invasão de aventureiras agora! Como nunca teve!. Como nunca
teve, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! Você compreende:
uma pessoa especial evita muitas coisas. E viciadas! Não é só bebida não! Hoje
não tem mulher-da-vida que não seja eterônoma, usam morfina... E os moços imitam!
Depois as doenças!… Você vive em sua casa, não sabe… é um horror! Em pouco
tempo Carlos estava sifilítico e outras coisas horríveis, um perdido!” (ANDRADE,
Mário. Amar, verbo intransitivo, 1996)
Trecho
II
(...) Em 1921 Oswald de Andrade publicou um
artigo, no jornal do Comércio, no qual chamava Mário de Andrade de "meu
poeta futurista", Isso se deu porque ele leu os originais de "Paulicéia
Desvairada", livro que seria publicado no ano seguinte e representaria o
primeiro livro de poemas modernistas brasileiro. Mário de Andrade respondeu
negando sua condição de poeta futurista da seguinte forma:
"Não sou futurista (de Marinetti).
Disse e repito-o Tenho pontos de contatos com o Futurismo. Oswald de Andrade
chamou-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia da existência do artigo e
deixei que saísse." Essa atitude de Mário é muito fácil de ser explicada:
Nessa época Marinetti, líder do movimento Futurista, aderiu ao Fascismo e essa
idéia era repudiada pelos escritores brasileiros. Entre agosto e setembro,
Mário de Andrade publica no "Jornal do Comércio" a série
"Mestres do Passado", na qual analisa a poesia de autores consagrados
do Parnasianismo. Em um desses artigos Mário diz:
"Malditos para sempre os Mestres do Passado!
Que a simples recordação de um de vós escravize os espíritos no amor incondicional
pela forma! Que o Brasil seja infeliz porque os criou! Que o universo se desmantele
porque vos comportou! E que não fique nada! Nada! Nada! (...) (http://www.mundocultural.com.br/literatura1/modernismo/brasil/,
consultado em 12/05/2009)
8. - Sobre o trecho do livro Amar, verbo intransitivo,
do escritor Mário de Andrade, (Texto I), não se pode inferir:
a) Fräulein não
seria professora de alemão e nem muito menos uma simples governanta na casa de
dona Laura;
b) A fala “depois
isso de principiar...” é uma justificativa para uma iniciação sexual mais
segura;
c) Mário ironiza a
sociedade burguesa e altamente machista de São Paulo, na época;
d) Apesar de ser
contratada para ser “professora de amor” do jovem Carlos, Fräulein se define
como séria e insiste que dona Laura saiba tudo sobre sua estada na casa;
e) Quando o personagem diz: “é tão perigoso!
Podem cair nas mãos de alguma exploradora”, está também se referindo a Fräulein,
que também era uma aventureira.
9. Quando Mário de Andrade afirma “Não sou Futurista (de
Marinetti). Disse e repito-o tenho pontos de contatos com o futurismo” (Texto
II), ele está se referindo a
a) uma corrente
literária originada no Brasil; b) um
conceito filosófico, concebido pelos gregos;
c) uma tendência
poética francesa, do final do século XIX;
d) uma corrente das Vanguardas Européias;
e) um movimento
político-cultural, originado na Argentina.
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