Por
uma outra perspectiva
Isabel Oliveira
Uma
das principais questões que acompanha o povo brasileiro desde a sua formação é
a construção de uma identidade para o Brasil. A fragilidade e a não afirmação
de um país rico e diversificado sócio-político e culturalmente reflete-se nas
imagens pré-moldadas e estereótipos generalizantes. Depois de séculos de
identidade forjada é imprescindível reconhecer que o Brasil é mais do que
florestas, futebol e festas.
Sentir
amor à pátria ou ter orgulho da própria nação são consequências de um arcabouço
histórico desde a formação do território até a consolidação de um estado
independente. No caso do Brasil, tais sentimentos ficaram sequelados a partir
da invasão portuguesa em que eles definiram as terras e os povos que aqui
viviam. Dessa forma, os traços que marcam a sociedade e a cultura brasileira
são, muitas vezes, a reprodução dos costumes de outros países.
Quando
uma nação não adquire anticorpos culturais, ela não estabelece uma identidade e
fica sujeita a penetração de outros estilos de vida e modos de ser, sendo que a
mídia é o principal difusor desses conceitos comprados. O reflexo dessa
vulnerabilidade pode ser observada em filmes, como Rio, em que predominam
estereótipos associando os brasileiros ao futebol, ao samba e ao carnaval. Além
da grande aceitação do próprio indivíduo de que são cercados por florestas e
motivados pelo ócio. Para tanto, adquirir esses anticorpos será um grande passo
para repreender os vários comportamentos e ideias importadas e assim afirmar
sua própria identidade de país pluralizado tanto na área cultural quanto na
econômica e política.
Nessa perspectiva, a construção de uma identidade para o
Brasil deve ser pautada não apenas nas atividades e eventos que o país realiza,
mas também na rica miscigenação
cultural, de crenças e ritmos que a nação apresenta. Para, portanto,
proporcionar uma outra visão do Brasil e respeito as diversidades e garantir
assim um verdadeiro voo rumo ao desenvolvimento.
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