terça-feira, 4 de junho de 2013

Redação medicina Financeira....

 Redação Modelo

                                                           Por uma outra conduta
              
              Na modernidade líquida, o humanismo como progenitor do desenvolvimento foi substituído pelo totalitarismo econômico do sistema capitalista. Tendo em vista essa verdade, a lógica do capital torna-se capaz de subverter as disposições éticas mais intrínsecas da conduta humana em nome do lucro. Imersa nesse panorama, encontra-se a esfera médica hodierna repleta de banalização do sofrimento alheio e exercício essencialmente monetário da profissão.
          A era do triunfalismo do mercado coincide com a falência dos valores morais e subjetivos no âmbito médico. Partindo desse pressuposto, da recusa ao atendimento de um paciente, motivada por questões financeiras às consultas superficiais desprovidas de solidariedade e princípios humanistas, os profissionais de saúde do século XXI tendem a privilegiar os aspectos tecno-científicos em detrimento dos valores e virtudes inerentes da profissão, ou seja, o ethos de cuidar. Nesse sentido, distancia-se progressivamente dos aspectos éticos e altruístas idealizados por Hipócrates.
              Segundo Eduardo Galeano a esperança deve ser a concepção de futuro da humanidade.  Seguindo esse viés, os filhos de Asclépio são capazes por si só de alterar os ditames insustentáveis e bárbaros da comunidade médica pós-industrial. Dessa forma, os Voluntários do Sertão e a Medicina Paliativa ensinam: a procura por fazer o bem, seja através de um atendimento não guiado pelo interesse   
financeiro ou pela inclinação às angústias e sofrimento do próprio ser humano, deve ser o guia das ações de todos os médicos. Sendo assim, mais que necessário, é efetivamente possível que mudanças clarividentes no presente projetem profissionais capazes de realizar com êxito a missão que lhes foi confiada: a de salvar vidas.
A vida humana torna-se, na sociedade contemporânea, o grande motor do capital.      Portanto, garantir a reumanização da esfera médica representa, sobretudo, romper com uma barbárie do século XXI: a banalização do sofrimento do outro. Nesse sentido, no caminho das mudanças, compreender que não se pode mudar o começo mas se pode modificar o final deve ser a premissa básica a ser seguida pela comunidade médica.


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