A
importância de Estudar imagens....
“Cada imagem é passível de interpretação, de decodificação,
mas algumas se destacam pelo que mostram, por seu componente denotativo, e
outras parecem terem sido feitas para provocar questionamentos, e possuem em si
uma carga expressiva que oferece possibilidades ou não, em uma determinada via
de pensamento que se deseja enfatizar. Neste sentido, a imagem passa a ser vista
como importante elemento de informação, e, quando assim explorada, ... nos
oferece condições de entender a maneira pela qual comunicam e informam
discursos visuais.
O fato de estarmos frequentemente em contato com imagens, e
isto não ocorre somente em uma academia de artes, nos mostra que a imagem se
faz presente em nossas vidas desde o nosso nascimento, fazendo parte de nosso cotidiano
antes mesmo da linguagem escrita. É sabido que a imagem é amplamente utilizada
pelos diversos meios de veiculação de informação. Ao iniciarmos na escola
primária entramos em contato com livros que se utilizam imagens para ilustrar
as palavras. Estas imagens por muito tempo nos seduzem, e muitas vezes nem nos
damos conta da sua importância, mas provocam nosso olhar, e muito contribuem em
nosso processo de alfabetização para a linguagem escrita.
Podemos considerar
que a formação de um indivíduo baseia-se na somatória de informações
adquiridas, e que este acúmulo de informações determinam seu conhecimento de
mundo, que por sua vez auxilia numa melhor decodificação das imagens presente
em seu cotidiano.
Sendo assim, podemos dizer que não há leitura de imagens que
não seja influenciada pela experiência de vida do leitor. Ao mesmo tempo, a
leitura estética, que pode ser proporcionada pelo professor, pode ampliar a
leitura do mundo. O certo é que a percepção visual depende de vários fatores,
uns de caráter individual, outros de caráter sociocultural de forma que as
percepções constituídas em todos os momentos da vida vão constituir o “banco de
dados visual” do individuo”.
Análise
da Obra os Retirantes de Cândido Portinari ....
“A acentuada força dramática da Série Retirantes nasceu das
visões de Portinari ainda menino. Desde pequeno, assistia da janela de sua casa
ao vaivem das sofridas famílias que fugiam da seca do Nordeste à procura de
trabalho.
Eram famílias inteiras em estado de grande pobreza, imagens
que marcaram a vida do menino e do pintor. Sensível, denunciou, através do
pincel a degradação de uma parcela significativa de homens e mulheres,
brasileiros trabalhadores e sofredores.
Através de sua obra, o artista consegue com uma abrangente
visão crítica, fazer um documento visual da nossa realidade. Embora não se
restrinja à questão critica da realidade brasileira, isso já seria o bastante
para estar situado entre os artistas de destaque de nosso país.
A produção da obra Retirantes (1944), foi realizada em um
contexto no qual o Brasil vivia a era Vargas, caracterizada por movimentos
operários, revoluções, rebeliões e golpes de Estado. Quando Washington Luis
assumiu o poder em 1926, encontrou um Brasil com inflação descontrolada, queda
acentuada das exportações e muitos movimentos operários.
A sucessão de Waschington Luis criou um impasse político
entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, provocando a Revolução de 1930,
liderada por Getúlio Vargas, que tomou o poder. Congresso, Assembléias
Legislativas Estaduais e Câmaras Municipais foram fechados.
A queda da bolsa de Nova York provocou no Brasil o declínio
da economia cafeeira. Em 1932, o povo cobrou a realização da Assembléia
Nacional Constituinte prometida por Vargas, o que só ocorreu em 1934, quando
entre outras coisas, foram criados as férias remuneradas e o salário mínimo.
Neste mesmo ano, Getúlio Vargas foi reeleito, e em 1935, viu-se diante da
Rebelião Comunista. Em 1937 dissolveu novamente o Congresso e proclamou a Nova Constituição
Federal.
Foi o inicio do Estado Novo, marcado pelo autoritarismo, que
durou até o golpe militar de 1945. Durante o governo do General Eurico Gaspar
Dutra, o país conheceu a sua Quinta Constituição. Mas a situação econômica era
grave, o que levou à reeleição de Getúlio Vargas em 1950, que não aguentando as
pressões para que renunciasse, cometeu suicídio em 1954.
Sobre
Cândido Portinari ....
Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa
fazenda de café em Brodoswky, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes
italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária e desde
criança manifestou sua vocação artística. Aos quinze anos de idade foi para o
Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura,
matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1928 conquista o Prêmio
de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica.
Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, Portinari decide, ao voltar para o Brasil
em 1931, retratar nas suas telas o povo brasileiro. Em 1935 obtém seu primeiro
reconhecimento no exterior, a segunda menção honrosa na exposição internacional
do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes
proporções intitulada Café, que para Araújo (2002,)
Texto retirado de: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/pdf/monografia-ManuelAlvesdaRochaNeto.pdf
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