sábado, 13 de outubro de 2012

Tema de Redação - Vivemos num mundo ser heróis?


       Pela retomada dos antigos valores
Stephanie  dos  Anjos  
       O Realismo literário abandonou a idealização romântica pela proposta de uma análise mais profunda da psique humana. Nesse contexto, o bem e o mal deixaram de ser elementos excludentes, demonstrando a dificuldade em defini-los com base no relativismo pós-moderno. Seguindo essa premissa, o conceito heroico do passado foi desmistificado por uma concepção baseada nos princípios da era contemporânea.
       No limiar do século XIX, já estava evidenciado que o ser humano abrigava uma complexidade muito maior do que o embate bem X mal. O ideal proposto por Nicolau Maquiavel -os fins justificam os meios- se faz completamente presente na sociedade que imprime importância apenas na conquista de seus interesses, independentemente de utilizar-se de atos bons ou ruins. Nessa perspectiva, a figura do herói medieval foi abandonada pela valorização dos novos parâmetros – relativismo, como base principal.
      Partindo desses aspectos, percebe-se que mesmo ocasionando na existência de opressores e oprimidos, o individualismo capitalista consagra herói aquele que acumula as riquezas e detém o sucesso pessoal típico desse modelo perverso. A Liga da Justiça está enfraquecida, já que o indivíduo fechou-se em um mundo que só permite a entrada de si próprio, incapacitando-o de agir em benefício do outro. Com base nessa égide, o egoísmo exacerbado desfaleceu os caminhos do heroísmo verdadeiro, arruinando o âmbito social.
      A contemporaneidade traz em seu bojo um heroísmo forjado. A carência do altruísmo torna fundamental a redescoberta dos antigos heróis que se esvaziavam de si em função do seu semelhante ou de uma causa. Para tanto, é preciso estabelecer como meta principal a conquista de um mundo não só melhor, como efetivamente possível. 


Tema  inspirador: 
Proposta de Redação

Super-homem
Jorge Vercilo
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você!...
Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...
Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!...
Hoje o herói aguenta o peso
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...
Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia...
Chega de assalto pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia:
Você na minha teia...

Ideologia
Cazuza
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...





Bem, as coisas mudam rapidamente, nossos heróis são meras lembranças esfarrapadas e mofadas, com o malvado tempo que passa ligeiro. Essa informação pode dar um nó na mente de muitos, pode trazer novos elementos e paradigmas para outros, mas pode também trazer em seu bojo uma conjuntura multifacetada que mobiliza ...para uma formulação plural...
A pós-modernidade gera uma gama de heróis que não tem clareza do que são, se são heróis ou não. A relativização é uma fome constante de se observar um ser não ser, um não ser o que não importa. Por isso os “nossos heróis morreram de overdose” (Cazuza).
Na TV era claro identificar quem era o mocinho e quem era o bandido. Hoje não se vê mais características afins do Brutus ou Lex Luthor, isso é realmente insano, pois os heróis caíram do cavalo e se mostram não como um pólo único positivo, eles não são mais capazes de morrer por sua missão, eles até dão um jeitinho para vencerem, mesmo que isso não seja correto.
Essa relativização é alienante, pois gera um grupo de pessoas que não teem uma formulação concreta de axiomas.
Mataram nossos heróis, mas pelo menos lembramo-nos deles. O que fazer com essa geração sem super-heróis?  O que pensar de alguém que não terá como paradigma o super-homem-de-aço que destrói o inimigo e tudo fica em paz? O que vivenciar em uma geração que não sabe que lado (bem ou mal) está o personagem central de seus quadrinhos? O que pode nascer? Desesperança? Caos? Pânico? Talvez ninguém queira saber mais do Capitão América ou do Lanterna Verde, mas nós sabemos e sabemos de que lado eles estão.
Proposta de Redação:  Considerando as reflexões acima e  seus conhecimentos acerca do tema produza um texto dissertativo-argumentativo sobre  o seguinte tema:
Vivemos num mundo sem heróis?
·         Seu texto deve conter aproximamente 30 linhas
·         Não é permitido cópia da coletânea
·         Dê título ao seu texto


Tema de  Redação – Vivemos em um mundo sem heróis
Barema simplificado
Discussões esperadas:
(     ) Tratou da pós-modernidade e da dificuldade em definir o bem e o mal
(    ) Fez alusão histórica a construção dos  heróis do passado e de eu o mundo hoje traz novos conceitos de heróis .
(     ) trabalhou o conceito da ausência de herói fazendo um recorte da geração de hoje que não tem envolvimento político e não se interessa por questões sociais.
(      )  Trabalhou a  ideia do capitalismo e individualismo que  cria homens preocupados  com seus próprios interesses e não abre espaço para o conceito de heroísmo.
(      ) escreveu sobre jovens que ao invés de mudar o mundo hoje desejam só conquistas materiais.
(        ) Produziu outra que poderia ser cabível para o tema.
Discussões não aceitas
(    ) Tratou da ideia de pai como herói  fazendo uma leitura de trechos do texto de  Jorge Vercilo.
(    ) Tratou apenas da questão do herói no âmbito do Brasil
(     ) Tratou dos heróis da infância sem uma relação com a resposta a pergunta do tema que baseava-se no hoje.
(    ) Não escreveu sobre esses recortes, mas produziu discussões não cabíveis  para o tema.
  Aspectos gramaticais – (200)
( 0,5)  - Escreveu  no formato ideal do texto dissertativo respeitando margem, linhas, letras legível e parágrafos divididos entre introdução – desenvolvimento – conclusão.
(0,5) –  Texto com pontuação adequada  e uso de conectivos que auxiliam na construção do sentido do texto.
(0,5) – Texto com satisfatória apresentação de palavras  com grafia correta.
(0,5) –  concordâncias verbal e nominal adequadas.
Estrutura e fontes – várias  áreas do  conhecimento  (200)
( 2,0) – A introdução apresenta  com clareza o argumento + exemplos pertinentes correspondentes a campos como arte/ filosofia/ história/ atualidades/ argumento de autoridade.
(1,5) –  A introdução apresenta o argumento e esse é bem explicado e possui exemplos.
(1,0) – Há uma relação entre argumento da introdução + explicação + exemplos, porém as fontes dos exemplos são senso comum ou a explicação não ficou muito clara.
(0,5) Não há relação direta entre o argumento da introdução e a explicação do desenvolvimento.
(0,5) O argumento foi explicado, mas sem os exemplos  para fundamentá-lo.
(0,5)  Há exemplos pertinentes, mas não há uma ligação entre o desenvolvimento e a introdução.
Desenvolvimento e análise  de  fontes e  conhecimento de  mundo   (200)
( 2,0) – A introdução apresenta  com clareza o argumento + exemplos pertinentes correspondentes a campos como arte/ filosofia/ história/ atualidades/ argumento de autoridade.
(1,5) –  A introdução apresenta o argumento e esse é bem explicado e possui exemplos.
(1,0) – Há uma relação entre argumento da introdução + explicação + exemplos, porém as fontes dos exemplos são senso comum ou a explicação não ficou muito clara.
(0,5) Não há relação direta entre o argumento da introdução e a explicação do desenvolvimento.
(0,5) O argumento foi explicado, mas sem os exemplos  para fundamentá-lo.
(0,5)  Há exemplos pertinentes, mas não há uma ligação entre o desenvolvimento e a introdução.
Conclusão (2,0)
(0,5) Há uma relação entre a introdução e a  conclusão.
(0,5) Há uma síntese dos desenvolvimentos.
( 1,0) Há um ponto de vista pertinente que responde ao questionamento da presença do herói na contemporaneidade.

Originalidade (2,0)
(0,5) – No texto há construções que demonstram uma escrita peculiar que foge do padrão de dissertações por esquema.
(0,5) Exemplos do desenvolvimento 1 que fogem das linhas comuns e se adequam a linha mestra sugerida.
(0,5) Exemplos do desenvolvimento 2 que fogem das linhas comuns e se adequam a linha mestra sugerida.
(0,5) Título pertinente e bem relacionado ao texto. 














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