PRIMEIRAS PALAVRAS:
É
uma honra poder compartilhar essa obra baseada no romance de Jorge Amado. Nele conheceremos a literatura da primeira fase do
autor: a fase panfletária, socialista – visivelmente observável no filme que
produz um grupo em que todos lutam, cada
um com suas habilidades pelo bem comum.
A
leitura de Cecília Amado é um convite
importante para a leitura de Jorge por um viés social sem se ater a questão do
cacau, já que esse livro faz parte da fase em que Salvador era o pano de fundo.
Reflexões do Projeto
Janela Indiscreta:
1.
O mais célebre dos autores balanos assistiu à sua Gabriela, à sua Dona Flor e à
sua Tieta ganharem outros contornos no cinema e na TV Detentor de um acervo importante,
o criador dessas beldades é considerado, pelos críticos, um dos responsáveis
pela “invenção” e propagação de uma
Bahia sensual, festeira, mas também devota, mística. Sua produção passou
por diferentes fases: o regionalismo de São Jorge dos Ilhéus, o engajamento
político de Os Subterrâneos da Liberdade, a crônica de costumes de Os Velhos
Marinheiros.
2.
O também idealizador de Mar Morto era o primeiro a reconhecer que seus personagens
principais mudaram de perfil. Nas primeiras publicações, encontramos o herói, o
líder popular, como em Jubiabá. Depois, ele assume uma abordagem mais risonha
para falar dos anti-heróis, dos bêbados, dos malandros, dos trabalhadores de baixa
renda. Os Pastores da Noite é um exemplo. Em sua ficção, podemos encontrar vastas
emoções e essas criaturas “imperfeitas”, o que o levou a se considerar um escritor
de vagabundos, prostitutas, gente do povo, como os meninos de rua retratados em
Capitães da Areia.
3.
O Jorge Amado de Capitães da Areia filia-se aos regionalistas da segunda fase
do Modernismo, que surge no período que vai de 1930 a 1945. Eles estão focados
nos temas sociopolíticos e confeccionam personagens que expressam a situação de
abandono, de seres distantes dos privilégios sociais, como podemos constatar
nos meninos que dão nome ao livro de 1937 e ao filme de 2011 .
4.
Ambos mostram as peripécias desse grupo de garotos, ocupantes de um trapiche.
CecIlia Amado, em sua versão, dá aos diálogos um tratamento próximo da obra
literária. As falas possuem um tom coloquial, fluindo em meio às cenas que
enfocam o dia a dia dos menores de rua, muito próximos da violência, mas que
também vivenciam momentos doces, como os assistidos na relação de Pedro Bala e Dora.
A envolvê-los, a bela trilha sonora de Carlinhos Brown.
* Paulo Henrique
Alcântara é mestre e doutorando em Artes Cênicas (Ufba) e professor da Uesb,
campus de Vitória da Conquista.
1.
A Cidade Baixa da capital baiana serviu de cenário para as peripécias de Volta
Seca, Professor, Gato, Boa Vida, Sem Pernas, João Grande, Dora e muitos outros
meninos que integravam o bando de Pedro Bala, o comandante de uma tripulação
marcada pelo abandono e pela falta de auxílio por parte das autoridades. Com
leis próprias e transgredindo as regras preestabelecidas de um comportamento aceitável
pela sociedade, os Capitães da Areia, como eram conhecidos, saíam pelas ruas de
Salvador a praticar pequenos delitos como um meio de sobrevivência.
2.
Passeando entre imagens de baianas e seus adereços, das vielas e ruínas da
cidade, fica estampado o grito de alerta
para o problema da exclusão social. Os Capitães eram representantes de uma
conjuntura dos tempos modernos que via do alto das suas engenhosas edificações
a pobreza em cada esquina... Jovens que aprenderam desde cedo a enfrentar
dificuldade de gente grande e a viver no cotidiano da cidade adequando-se nas
brechas e amparando-se nos iguais.
3.
Jorge Amado, em defesa dos seus capitães-meninos, retrato de uma Bahia que se queria
moderna, ancorada em métodos arcaicos e tradicionais.
*Ana Luisa Coimbra é mestre em
Memória: Linguagem e Sociedade (Uesb) e professora da FTC, em Vitória da
Conquista.
1. Se
traçarmos um paralelo com a infância e a juventude envolvidas em ações
crminosas nos dias de hoje, é impossível não pensar em uma piora da situação,
sobretudo em função do tráfico de drogas, envolvendo crianças e adolescentes.
Parece haver uma
diferença entre os adolescentes infratores de outrora e os de hoje em dia em
direção a uma escalada da violência. A mortandade envolvendo jovens e a quantidade
de crimes violentos e até hediondos praticados por menores de idade assustam e
colocam enormes desafios à sociedade, principalmente no que diz respeito à
urgência de medidas que garantam proteção e qualidade de vida a essas crianças
e adolescentes, seja na condição de vítimas ou de infratores.
*Veruska Anacirema S. da Silva é
mestre em Memória: Linguagem e Sociedade (Uesb) e professora da Rede Estadual
de Ensino de Vitória da Conquista.
QUESTÕES VESTIBULARES CAPITÃES DA AREIA – OBRA DE
JORGE AMADO
1.
Fuvest 2012 - Leia o seguinte excerto de Capitães da areia, de Jorge Amado, e
responda ao que se pede.
O sertão comove os
olhos de Volta Seca. O trem não corre, este vai devagar, cortando as terras do
sertão. Aqui tudo é lírico, pobre e belo. Só a miséria dos homens é terrível.
Mas estes homens são tão fortes que conseguem criar beleza dentro desta
miséria. Que não farão quando Lampião libertar toda a caatinga, implantar a
justiça e a liberdade?
Compare a visão do sertão que aparece no excerto de
Capitães da areia com a que está presente no livro Vidas secas, de Graciliano
Ramos, considerando os seguintes aspectos:
a) a terra (o meio físico);
b) o homem (o sertanejo).
Responda, conforme solicitado,
considerando cada um desses aspectos nas duas obras citadas.
Respostas
a) A terra (o meio físico), em Capitães da Areia, a
paisagem sertaneja é vista como bela, diante dos olhos de Volta Seca. O olhar
sobre o sertão, na obra de Jorge Amado, fica claro no excerto presente no
enunciado: “Aqui tudo é lírico, pobre e belo”. Em vidas secas, o sertão é rude,
castiga os homens que, como Fabiano, busca um modo de sobreviver nos períodos
de seca. Diferentemente do livro Capitães da Areia, não há espaço para o
lirismo. Ambos cumprem a função de crítica social.
b) O homem (o sertanejo); Na obra Capitães da Areia,
apesar da miséria do homem ser reconhecida, a personagem Volta Seca ainda
consegue encontrar beleza na força do sertanejo e há a esperança de que o
cangaço possa mudar a realidade social no sertão. Na obra de Graciliano Ramos,
Vidas Secas, não há espaço para a esperança. As personagens apresentam aspectos
zoomórficos que as tornam melhores adaptadas ao meio. Apesar da indignação das
personagens, presente em algumas passagens da obra, há uma aceitação de sua realidade.
A ausência do desejo de transformação fica clara em uma das poucas frases
expressas por Fabiano: “governo é governo”.
“Inimigo da riqueza
e do trabalho, amigo das festas, da música, do corpo das cabrochas. Malandro.
Armador de
fuzuês. Jogador de capoeira
navalhista, ladrão quando se fizer preciso.” (Jorge Amado, Capitães de areia).
2. O tipo cujo perfil se traça, em linhas gerais,
neste excerto, aparece em romances como Memórias de um sargento
de milícias, O cortiço, além de Capitães de areia. Essa
recorrência indica que
a) certas
estruturas e tipos sociais originários do período colonial foram repostos
durante muito tempo, nos processos de transformação da sociedade brasileira.
b) o atraso relativo
das regiões Norte e Nordeste atraiu para elas a migração de tipos sociais que o
progresso expulsara do Sul/Sudeste.
c) os romancistas
brasileiros, embora críticos da socie da - de, militaram com patriotismo na
defesa de nossas personagens mais típicas e mais queridas.
d) certas ideologias
exóticas influenciaram negativamente os romancistas brasileiros, fazendo-os
representar, em suas obras, tipos sociais já extintos quando elas foram escritas.
e) a criança
abandonada, personagem central dos três livros, torna-se, na idade adulta, um
elemento nocivo à sociedade dos homens de bem.
Resolução: O pícaro (segundo Mário de Andrade) ou o
malandro (segundo Antônio Cândido)
que protagoniza o roman -
ce de
Manuel Antônio de Almeida seria, nos termos deste teste, semelhante a
personagens como Firmo, de O Cortiço, ou Gato e Boa Vida, de Capitães da Areia,
correspondendo todos a “tipos sociais originários do período colonial”, que,
como as estruturas sociais a que pertencem, recorreriam “nos processo de transformação
da sociedade brasileira”. A hipótese histórica não é indiscutível. Além disso,
o emprego de repor na formulação da alternativa correta, é lamentavelmente
inepto
"Irmão ... é uma palavra boa e amiga. Se
acostumaram a chamá-la de irmã. Ela também os trata de mano, de irmão. Para os
menores é como uma mãezinha. Cuida deles. Para os mais velhos é como uma irmã
que brinca inocentemente com eles e com eles passa os perigos da vida
aventurosa que levam. Mas nenhum sabe que para Pedro Bala, ela é a noiva. Nem
mesmo o Professor sabe. E dentro do seu coração Professor também a chama de
noiva." (Jorge Amado:
"Capitães da Areia").
3. (UFPE)Considerando a obra e o autor do texto,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) O autor faz parte
do romance regional de 30, quando se aprofundaram as radicalizações políticas
na realidade brasileira.
b) Jorge Amado
representa a Bahia, "descobrindo" mazelas, violências e identificando
grupos marginalizados e revolucionários em "Capitães da Areia".
c) Dora, Pedro Bala
e Professor são alguns dos personagens da narrativa, que aborda a dramática
vida dos camponeses das fazendas de cacau no sul da Bahia.
d) O tom da
narrativa aproxima-se do Naturalismo, alternando trechos de lirismo e crueza. O
nível de linguagem é coloquial e popular.
e) "Capitães da
Areia " pertence à primeira fase da produção de Jorge Amado, quando era
notório seu engajamento com a política de esquerda. Daí o esquematismo
psicológico: o mundo dividido em heróis (o povo) e bandidos (a burguesia).
4. (UNICAMP 2010) Leia o trecho abaixo, do capítulo
“As luzes do carrossel”, de Capitães da Areia:
O sertanejo trepou no carrossel, deu corda na pianola e
começou a música de uma valsa antiga. O rosto sombrio de Volta Seca se abria
num sorriso. Espiava a pianola, espiava os meninos envoltos em alegria.
Escutavam religiosamente aquela música que saía do bojo do carrossel na magia
da noite da cidade da Bahia só para os ouvidos aventureiros e pobres dos
Capitães da Areia. Todos estavam silenciosos. Um operário que vinha pela rua,
vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também
parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos,
as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou de todo manso (talvez que
Iemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era como que um grande
carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Nesse
momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros,
se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora
tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em
Lampião nesse momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os
malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos
belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o
operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os
homens da cidade. (Jorge Amado, Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008, p. 68.)
a) De que modo esse
capítulo estabelece um contraste com os demais do romance? Quais são os
elementos desse contraste?
b) Qual a relação de
tal contraste com o tema do livro?
RESPOSTA: a) Nesse capítulo, as personagens são apresentadas em um estado de
intensa alegria, despertado pelo contato com as luzes do carrosel, viabilizando
a ligação, até então perdida, com o lúdico, ou seja, com a magia do carrossel. Ao
se depararem com as luzes do brinquedo, os meninos se esquecem da realidade
brutal, de modo que aqueles homens em corpos de meninos não só readquirem,
momentaneamente, a infância perdida, como também ressignificam a cidade da Bahia,
na medida em que a veem como "um grande carrossel onde giravam em
invisíveis cavalos os Capitães da Areia". Por meio dessa ressignificação,
estabelece-se um contraste entre os comportamentos das personagens, pois, ao
longo do romance, são apresentadas como transgressoras e, nesse capítulo, são vistas
pelo lado infantil, ingênuo e desamparado de cada uma delas, humanizando-as.
b) O tema do livro é a
ação das crianças como adultos marginais; porém, no capítulo "As luzes do
carrossel", a infância roubada é restituída às personagens, ainda que
momentaneamente. Jorge Amado chama a atenção do leitor para um problema social
que transforma a criança em vítima dos preconceitos e da violência da sociedade
5.
Leia a passagem seguinte, de Capitães da Areia:
Pedro
Bala olhou mais uma vez os homens que nas docas carregavam fardos para o navio
holandês. Nas largas costas negras e mestiças brilhavam gotas de suor. Os
pescoços musculosos iam curvados sob os fardos. E os guindastes rodavam
ruidosamente. Um dia iria fazer uma greve como seu pai... Lutar pelo direito...
Um dia um homem assim como João de Adão poderia contar a outros meninos na
porta das docas a sua história, como contavam a de seu pai. Seus olhos tinham
um intenso brilho na noite recém-chegada.
(Jorge Amado, Capitães da areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 88.)
a) Que consequências a descoberta de sua
verdadeira origem tem para a personagem de Pedro Bala?
b) Em que medida o trecho acima pode
definir o contexto literário em que foi escrito o romance de Jorge Amado?
RESPOSTA: a) Pedro Bala, embora vivendo em grupo,
manifesta uma preocupação restrita aos meninos do trapiche, sem evidenciar uma
consciência ideológica social mais ampla. Ao conhecer a história de seu pai,
contada por João de Adão, idealiza para si um destino de bravura e ação
semelhantes. Isso de fato ocorrerá no final do romance, quando Bala, superando
a alienação política do início, segue os passos do pai nas causas coletivas e
assume a condição de líder grevista.
b) O romance Capitães da areia foi publicado em 1937,
ano de instauração do Estado Novo de Getúlio Vargas. O excerto apresenta
elementos típicos do neorrealismo regionalista, tendência marcante na prosa
brasileira da década de 1930, na medida em que apresenta o engajamento político
de esquerda, por meio do apoio à causa proletária e do posicionamento da arte
contra a hegemonia cultural da burguesia. Esse contexto literário demonstrava
grande influência do chamado realismo socialista, movimento que explorava, artisticamente,
as dicotomias capitalismo × comunismo, ricos × pobres, opressores × oprimidos,
como forma de denúncia social. A explicitação do compromisso ideológico de
Capitães da areia levou o romance a ser censurado e ter vários de seus
exemplares queimados por ordem do governo.
6.
No pungente capítulo “Família”, certa personagem se faz passar por filho de uma
família tradicional da Bahia. Encobrindo sua revolta pela falta de um lar, ele
rouba a casa e retorna à vida marginal do grupo. Trata-se da personagem:
a) Boa Vida b) Gato c) Sem
Pernas d) Volta
Seca e) Pirulito
7.
(IFBA)Capitães da Areia era o nome dado a:
A) um grupo de bandidos que dominavam
as ruas de Salvador, na década de 1920.
B) oficiais que haviam perdido o posto
e agora reuniam-se em um grupo de malfeitores.
C) uma corporação de estivadores do
cais que se uniram para fazer uma
greve contra os baixos salários.
D) um grupo de crianças e
adolescentes, abandonados ou fugidos,
que sobreviviam praticando furtos
ousados.
E) uma gangue de marginais que amedrontavam os trabalhadores do cais da cidade da Bahia e ocuparam o trapiche.
Proposta de Redação
TEXTO I
“Não são um bando
surgido ao acaso, coisa passageira na vida da cidade. É um fenômeno permanente,
nascido da fome que se abate sobre as classes pobres. Aumenta diariamente o
número de crianças abandonadas. Os jornais noticiam constantes malfeitos desses
meninos que têm como único corretivo as surras da polícia, os maus tratos
sucessivos. Parecem pequenos ratos agressivos, sem medo de coisa alguma, de choro
fácil e falso, de inteligência altivíssima, soltos de língua,conhecendo todas
as misérias do mundo” (AMADO, 1966, p. 389).
TEXTO II
Crimes
de abuso sexual contra crianças e adolescentes não têm endereço certo e ocorrem
em diversos setores da sociedade. Pobres e ricos são vítimas dessa forma de
violência.
"O
abuso sexual no Brasil reza missa, dirige culto, é doutor, tem mandato e
disputa eleição. Está nos tribunais, no conselho tutelar e na creche. Mora em
condomínios, mas também está desempregado. Bebe uísque e cachaça. É a própria
cara da sociedade abusando das nossas crianças", diz o presidente da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta
(PR-ES).
Entretanto,
segundo a coordenadora do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência
Sexual contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria Especial dos Direitos
Humanos (SEDH), Leila Paiva, quem costuma fazer denúncia de abuso sexual são
pessoas das camadas mais pobres.
"A
violência sexual não é uma violência de classe. Mas a violência que chega à
esfera pública é uma violência de classe", explica Leila, que também é
responsável pelo serviço Disque 100, que recebe denúncias de violências contra
crianças e adolescentes. "As classes A e B também têm vítimas, mas não denunciam",
destaca a coordenadora.
A psicóloga Karen Michel Esber, autora do livro
Autores de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, alerta para o fato
de que os números oficiais não representam o total de casos.
"No
silêncio dos muros das casas das classes A e B, ninguém fica sabendo. A
denúncia não acontece por medo ou por vergonha. Há mulheres que pensam 'o que
eu vou fazer sem esse marido?'. Nas classes populares, há mais visibilidade e a
vizinha denuncia para o conselho tutelar." (http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,abuso-sexual-infantil-ocorre-em-todas-as-classes,506873,0.htm)
TEXTO III
TEXTO IV
Apesar da proibição constitucional do trabalho de crianças e
adolescentes menores de 16 anos, estima-se que cerca de 3,8 milhões de crianças
e adolescentes entre 5 e 16 anos trabalhem no Brasil. Isso prejudica seu
desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Duas, de cada 10 crianças
trabalhadoras, não freqüentam a escola e, como conseqüência, a taxa de
analfabetismo entre essas crianças atinge 20,1%, contra 7,6% no caso das
crianças que não trabalham. Na faixa etária de 15 a 17 anos, também se notam os
efeitos danosos do trabalho sobre a escolarização. Entre os adolescentes que
trabalham, somente 25,5% conseguiram concluir os oito anos de escolaridade
básica, enquanto entre os adolescentes que não trabalham, esse percentual é
significativamente maior: 44,2%. (http://www.cdhrs.org.br/trabinfantil.html)
Considerando a obra filmíca de Cecília Amado e os textos
inspiradores produza um texto-dissertativo argumentativo utilizando
personagens ou fatos do filme para
propor uma discussão sobre a seguinte temática: Os abismos entre as as leis e
o cuidado com a criança com proposições de vitórias para essa situação.
IMPORTANTE: As
questões a seguir foram feitas para garantir fixação de conteúdo:
1. Explique a frase “Se eu não saio na
escola sambo ao lado sozinho”. Utilizando como referência os Capitães da areia
e a cidade de Salvador.
2. Justifique, com
dados do filme a frase: “Você tá
parecendo que não conhece os Capitães da Areia. Estão mais longe de ser criança
do que o mercado de caixa prego”.
3. Comente as mulheres
para Jorge Amado tomando como referência a figura de Dalva.
4. Leia o texto e
apartir dele escreva um parágrafo dissertativo sobre :
Mulher: - o que foi?
Não gostou da música não foi? Olha isso é um a questão de costume. Augustinho adorava tocar piano pra mim.
Sem pernas – Preto
não toca piano não senhora.
Mulher: - quem te contou uma mentira dessas hem?
Você é um menino. Você pode aprender o que você quiser.
5. Leia o texto e, a
partir dessas impressoes, mas
considerando toda a narrativa
escreva sobre as explicações para
a personalidade de Sem Pernas.
Pedro Bala – Tá estranho o sem pernas.
Nervosinho que só o cão.
Gatinho – E Ele já foi calmo alguma vez?
6. Explique a relação religiosa presente
no livro tomando como referência o sincretismo e as relações religiosas
estebelecidas pelas personagens.
7. Leia
o texto:
H.D. : Não quer ir para uma escola
aprender um pouco mais?
P. : Não não é pra mim não.
H. D : Rapaz, você tem talento. Pega aqui
é o meu cartão, qualquer coisa você me procura.
P. Obrigado senhor.
Chega a polícia: O dotor deve abrir o
olho porque às vezes parece que é criança, mas não é não.
...
Pedro Bala: Oxe, não vi guardar o cartão
do homem não professor? Ele gostou de tu. Podia até ajudar pra tu ser um pintor
assim famoso.
Professor: Deixe de ser besta bala. Sabe
que nós só pode sair ladrão. Quem é que vai ligar pra gente hem? Ezeqiel tava
certo. Nós é tudo ladrão.
A
luz dos seus conhecimentos da narrativa
e sociologia e da veia ideológica de Jorge comente a passagem acima.
8. Dora é uma pernonagem singular produzida por Jorge
Amado e que exerce funções importantes no trapiche comente a trajetória da
personagem na narrativa filmíca.
9. Leia o trecho:
Professor: O pai do Bala era comunista.
Dora: Comunista?! Vige Maria
Professor: É. Ele organizava o pessoal
para lutar pelos seus direitos. Quem sabe da história certinho é o Querido de
Deus. Dizem que o homem era um heroi.
Dora: Ah! Então pedro é feito pai né
professor.
Professor: Oh, é filho né.
Dora: não eu digo assim. Heroi.
De que maneira Pedro Bala se contitui como um héroi?
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