Para não fazer de novo
Em diferentes contextos históricos projetos de melhoria e
avanço em comunidades do planeta nem sempre alcançavam os objetivos
premeditados. Em tal perspectiva, a ausência de memórias cognitivas e sociais
levou a humanidade a barbáries que precisam ser relembradas para que cenários
de destruição humana não sejam repetidos na posteridade.
Desde os primeiros sonhos mercantis de nações europeias a
hegemonia norte-americana sobre alguns territórios árabes, as formas desmedidas
de dominação fizeram com que utopias almejadas fossem transformadas em projetos
inconclusos de sociedades subjugadas pelo poder. Nesse contexto, a difusão de
ideologias como o nazifascismo influenciaram países como o Brasil a violarem
códigos humanistas e executarem governos ditatoriais que transformaram os
anseios de uma sociedade igualitária em projetos positivistas desarticulados
socioeconomicamente.
Para além dos caracteres ideológicos, a ausência de um
arcabouço intelectual-histórico conduziu comunidades a atrocidades xenofóbicas.
Em virtude de teorias pseudogenéticas, a afirmação de supremacias como a
caucasiana sobre povos africanos ou de arianos sobre hebraicos corroborou para
que a espécie humana vivenciasse uma seleção longe da proposta por Charles
Darwin, mas uma seleção desumana, cruel e bárbara. Dessa maneira, relembrar
tais fatos compõe a égide da não repetição e, consequentemente, o predomínio de
ideais iluministas como a liberdade, igualdade e fraternidade.
Para Eduardo Galeano a memória social é a progenitora da
afirmação de melhorias futuras. Nessa visão, o ser humano precisa, em primazia,
compreender a singularidade e as diferenças, desvinculando do conceito de
hegemonias raciais para que o clímax da sociedade ideal não seja tão somente
alcançado mas, sobretudo, que permaneçamos na constante busca pela recordação
do passado para a construção de melhorias no presente e, principalmente, no
futuro.
Tiago Silveira
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