sexta-feira, 26 de abril de 2013

Redação Mil sobre a Crise da memória no século XXI de Márcio Porto



                                                            Resgate evolutivo
   No bojo da relatividade contemporânea, a humanidade encontra-se mergulhada em uma de suas máximas – a velocidade. Tal égide condena a sociedade a uma constante mutação que nem sempre leva ao aprimoramento do homem. Analogamente, o exercício da memorização vai perdendo espaço perante o grande acervo informacional que assola constantemente as inúmeras associações pós-modernas.
   É fato que, do limiar do extinto século XX ao recente século XXI o homem transpôs um significativo número de barreiras que lhe proporcionou uma evolução notável. Portanto, dos meios de comunicação aos meios de produção, o aumento do arsenal tecnológico garantiu mudanças nas relações homem-terra, homem-sociedade, homem-eu. Contudo, diante dessas transformações, a capacidade memorial da espécie perde a sua importância e o seu espaço gradativamente para as constantes explosões informacionais que inundam a vida atual. Por conseguinte, evidencia-se a formação de indivíduos sem um passado cultural e social.

   Partindo desses aspectos, na atual conjuntura da humanidade, o sincero descaso que acomete a memória, é responsável por gerar danos que vão da esfera psicológica à ambiental. Como resultado, no período que se desdobra, há uma expressiva formação de sujeitos sem uma identidade social e sem o sentimento de pertencimento ao panorama que os cercam. Logo, essa não identificação, fruto da falta de reminiscência, pode culminar no mal que mais se alastra no século XXI – a depressão. Somando-se a essa configuração, e nessa mesma tangente, as lembranças de acontecimentos diversos como as Grandes Guerras Mundiais ou até mesmo a recente Primavera Árabe, servem para ratificar a importância da memória, ao passo que, mostra ao homem os tortuosos caminhos gerados pela intolerância, pela violência e pela escassez da clarividência.
   Para Eduardo Galeano, a memória não perde o que merece ser salvo. Desse modo, a humanidade – sem discriminar os fatos - deve-se recordar constantemente de seus feitos e das consequências geradas por tais. Assim, prosseguirá na trilha da evolução. Afinal, parafraseando Salvador Dali, é admitindo a persistência da memória que o homem conhece o passado, entende o presente e projeta perspectivas para o futuro.

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