quinta-feira, 10 de abril de 2014

Proposta Bahiana 2014 - Curso da Prof. Mara Rute

Texto 01
“O meu olhar é nítido como um girassol/Tenho
o costume de andar pelas estradas/Olhando
para a direita e para a esquerda/
E de vez em quando para trás...
E o que vejo a cada momento/
É aquilo que nunca antes eu tinha visto.../
Sinto-me nascido a cada momento para a
eterna novidade do mundo.”
Fernando Pessoa
Texto 02
“SÓ VIVEMOS uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições. A vida passa logo, e nós desaparecemos.” (Salmo 90:10).
Esse cântico de três mil anos confirma que a idade avançada é um desafio muito antigo. Apesar de notáveis avanços na medicina, alguns aspectos dessa fase da vida ainda são uma conquista a ser alcançada na contemporaneidade.
Texto 03
Paulo Freire escreveu: “inacabado, sei que posso ir mais além.
A construção de minha presença no mundo tem muito a ver comigo mesmo.” É fundamental, portanto, olharmos para as crianças como produtoras e transmissoras de culturas que devem ser identificadas, potencializadas e preservadas, ou seja, precisamos olhar e conhecer as crianças com base no olhar que elas próprias têm sobre si e o mundo; conhecer as infâncias pelas vozes das crianças! Com isso, todos nós, crianças e adultos, contribuiremos para essa “eterna novidade do mundo”.
http://www.educacional.com.br/revista/0609/pdf/ponto_de_vista_1.pdf
Escreva um artigo de opinião para expressar-se sobre a necessidade de uma medicina para a infância e a melhor idade.


Muitos alunos, nesse tema, revelaram sua pouca habilidade com gêneros textuais variados. Para quem teve dificuldades técnicas aconselho a releitura da apostila elaborada e comentada por Mara. Aqui dois textos de colegas para servirem de referência:

Artigo 1

Li recentemente em um artigo da Folha de São Paulo que o século XXI traz consigo a tônica do rápido e expressivo envelhecimento dos países emergentes. Tal fato é acompanhado pela falta de infraestrutura, principalmente no âmbito da saúde. Será que tais problemas se restringem à melhor idade?
Você deve pensar que a velhice requer mais cuidados, todavia um envelhecimento saudável começa com uma infância vivida e assistida de forma plena. Indo um pouco adiante, cada fase da vida representa um forçoso e, por vezes, penoso aprendizado. No início a criança passa por mudanças que vão do falar ao caminhar.  Tantos desafios, se acompanhados por profissionais que respaldem seu crescimento, garantirão um desenvolvimento mais saudável.
Ao que tudo indica, respeitando os traços próprios de cada pessoa e de cada história, a entrada progressiva para a velhice se apresenta como extremamente desafiante. Isso porque enquanto na infância tudo aponta para um futuro cheio de sonhos, a velhice aponta para um presente onde o futuro se torna cada vez mais próximo e os sonhos cada vez menos fascinantes. Diante disso, um acompanhamento de um geriatra que consiga apreender tamanha angústia frente ao envelhecimento se faz essencial para que tal período se torne, de fato, a melhor idade.
Estas constatações ensejam conclusões de que o envelhecimento e o nascimento são evoluções sociais, entretanto estas não pode acontecer de forma desordenada. Faz-se necessário o acompanhamento de médicos e outros profissionais da saúde acompanhando o indivíduo durante todas as suas etapas para dar mais vida aos seus anos, ao invés de, simplesmente, dar mais anos a sua vida.




Artigo 2
Foi pensando na minha saúde de quando nasci e comparando a mesma com a saúde de hoje em dia, 85 anos depois, que cheguei à conclusão de que uma medicina de qualidade deve ser aquela que consegue manter os padrões de saúde infantil para os anciões de nossa espécie. Mas compreendo a odisseia até um objetivo como esse, em busca do ‘’ sonho da imortalidade’’, e enquanto espero essa penicilina da longevidade, prático o pensamento de Fernando Pessoa, de que “sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.
Durante esse século li muito que as populações de países desenvolvidos e emergentes estão tornando-se cada vez mais “velhos”. Tal denominação vem de baixos índices de natalidade acompanhado de altos índices de longevidade, mostrando assim que a expectativa de vida segue uma linha crescente no decorrer do tempo.  E, umas das razões desse aumento da expectativa de vida é o avanço da medicina em todo o mundo, trazendo consigo medicamentos menos invasivos, tratamentos mais afetivos, e um vasto conhecimento sobre as propriedades biológicas dos alimentos.
 Mas ainda falta muito para uma melhor assistência àqueles que iniciam a linha da vida – as crianças, e principalmente aos que na vida trilharam muitos passos – os idososIsso porque vivemos numa realidade em que 1 a cada 25.000 jovens de 0-14 anos são diagnosticadas pela leucemia; e, também, doenças como o mal de Alzheimer são encontradas em mais de 60% da população com mais de 90 anos, confirmando, assim, as palavras do salmista Davi de que só vivemos uns setenta anos, e os mais fortes chegam aos oitenta, mas esses anos só trazem canseira e aflições. 
Por fim lembrei-me do sábio escritor Eduardo Galeano quando defende que por mais que não possamos adivinhar o futuro que virá, podemos imaginar como o queremos. E sabendo quão árdua é a busca pela não apenas longevidade, mas pela longevidade saudável, cabe a todos nós a esperarmos e sonharmos pelos avanços da medicina capazes de fazer nascer bem e viver plenamente. Mas diga-se de passagem, essa corre na velocidade da luz.


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