quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vestibular UESC: Nova empresa, mesma prova?

Sim, o vestibular UESC não será feito pela Consultec esse ano e sim  pela AOCP empresa de Maringá Paraná que não tem muitos vestibulares no currículo e fez a seleção dos concursos públicos da UESC e de vestibulares EAD dessa mesma universidade.
Bom, não é a pior notícias que recebemos esse ano não é mesmo?
O que muda?
1. Costumeiramente as provas da empresa envolvem muitas questões de gramática. Mais de 50% - isso não é legal, mas o que se espera do vestibular bem construído é uma boa dose de Interpretação de Textos, questões que cobrem a leitura das obras como diferencial e as múltiplas linguagens que o Enem vem cobrando. Vamos nos preparar.
Ao longo desses dias que antecedem a UESC faremos nossos treinamentos por aqui.
Nos visite sempre.
Comece por tentar responder essas duas questões. Gabarito no facebook de Mara Rute

Questões Discursivas:

1. Na tira de Quino, a personagem Mafalda e o pai dela entendem a expressão o ano que vem de  maneiras diferentes, a partir de pontos de vista distintos.


Explicite o ponto de vista de cada personagem em relação a o ano que vem.



No dia 12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo escreveu em seu diário que ele queria levar alguns índios à Espanha para que aprendam a falar ("que deprendan hablar"). Cinco séculos depois, no dia 12 de outubro de 1989, em uma corte de justiça dos Estados Unidos, um índio mixteco foi considerado "retardado mental" (mentally retarded) porque não falava corretamente a língua castelhana. Ladislao Pastrana, mexicano de Oaxaca, trabalhador braçal ilegal nos campos da Califórnia, ia ser encerrado para o resto da vida em um asilo público. Pastrana não se entendia com a intérprete espanhola, e o psicólogo diagnosticou "um claro déficit intelectual". Finalmente, os antropólogos esclareceram a situação: Pastrana expressava-se perfeitamente em sua língua, a língua mixteca, que é falada pelos índios herdeiros de uma alta cultura de mais de dois mil anos de antigüidade.
 O Paraguai fala guarani. Um caso único na história universal: a língua dos índios, língua dos vencidos, é o idioma nacional unânime. E, no entanto, a maioria dos paraguaios opina, de acordo com as pesquisas, que os que não entendem espanhol "são como animais" .
De cada dois peruanos, um é índio, e a Constituição do Peru diz que o quéchua é um idioma tão oficial como o espanhol. A Constituição diz, mas a realidade não escuta. O Peru trata os índios como a África do Sul trata os negros. O espanhol é o único idioma ensinado nas escolas e o único entendido pelos juízes e policiais e funcionários. (O espanhol não é o único idioma da televisão, porque a televisão também fala inglês.)
Há cinco anos, os funcionários do Registro Civil de Buenos Aires negaram-se a registrar o nascimento de um menino. Os pais, indígenas da província de Jujuy, queriam que seu filho se chamasse Qori Wamancha, um nome de sua língua. O registro argentino não o aceitou "por tratar-se de nome estrangeiro".
Os índios das Américas vivem exilados em sua própria terra. A linguagem não é um sinal de identidade, é a marca da maldição. Não os distingue: delata-os. Quando um índio renuncia à sua língua, começa a civilizar-se. Começa a civilizar-se ou começa a suicidar-se?
Quando eu era criança, nas escolas do Uruguai nos ensinavam que o país tinha se salvado do "problema indígena" graças aos generais que no século passado exterminaram os últimos charruas.
O problema indígena: os primeiros americanos, os verdadeiros descobridores da América, são "um problema". E para que o problema deixe de ser um problema, é preciso que os índios deixem de ser índios. Apagá-los do mapa ou apagar-lhes a alma, aniquilá-los ou assimilá-los: o genocídio ou o outrocídio.
GALEANO, Eduardo. Ser como eles. Rio de Janeiro: Revan, 2000, pp 72-3.
2.  Explique com suas próprias palavras a distinção feita por E. Galeano entre genocídio e outrocídio.

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