domingo, 18 de outubro de 2015

Redação Modelo Mobilidade Urbana

Olá meus amores, recebam de  presente esse tema elaborado por Fábio de Jesus e a  redação Modelo por Mayara Almeida de Salvador que mesmo na correria por suas aprovações ainda arranjaram um tempinho para ajudar vocês. 



O transporte público como construtor de dignidade no Brasil do século XXI                                                                            




                                                Como já dizia o príncipe...

Tomando como norte a percepção do Pequeno Príncipe que andar para frente não significa evoluir, a construção de políticas públicas para a mobilidade urbana brasileira evidencia essa lógica no momento em que apesar de evoluir não alcançou os menos favorecidos. Sendo assim, o transporte público como prerrogativa legal se configura como o Calcanhar de Aquiles na construção cidadã do país. 

Passando dos trens e bondinhos aos atuais ônibus e metrôs, o deslocamento urbano na terra de Macunaíma apresenta-se de forma sucateada sendo sinônimo de desclassificação social. No país em que importantes figuras públicas se deslocam de ônibus e viram capa de jornal - como no caso da atriz Lucélia Santos - fica explícito uma inversão de valores e o preconceito velado pela clara percepção de que deve haver conduções coletivas associadas à população de baixa renda. Nesse contexto, o princípio da cidadania que remete a plena igualdade é negado aos indivíduos dependentes da ação do Estado.

 A Constituição Federal e seu artigo sexto, como expressão das necessidades básicas de uma dignidade humana, acaba de inserir o transporte público como direito social. O antropólogo Roberto da Matta afirma, sobre isso, que a logística de fluidez do trânsito brasileiro e sua qualidade não pode ser resolvida somente à luz constitucional, mas exalta a significância do acontecido. Confirmando essa máxima, dados da ONU revelam a união da ação pública atrelada a formulação dos costumes sociais como a melhor alternativa escolhida por países referência em mobilidade. 

Parafraseando o poeta Manoel de Barros, nada deseja um olhar razoável, tudo almeja um olhar azul. Dessa forma, o olhar das possibilidades que não é utópico, mas sim possível é indispensável na tomada de medidas intervencionistas. Logo, a efetivação destas se daria primeiramente pela ação do terceiro setor conscientizando a população através de palestras no âmbito escolar para formação de futuros construtores sociais, e paralelamente a isso a ação do Estado em atingir a meta brasileira no término das faixas exclusivas para ônibus, com a integração das vias de metrô as paradas do coletivo, unindo o sistema de tarifas e bilhetagem na utilização de um único cartão magnético. Assim, o entendimento de que a mobilidade urbana precisa ser diversa e de diversos parceiros garantiria ao brasileiro o genuíno direito de ir e vir.

MAYARA ALMEIDA DE MELO

         



















A mobilidade urbana é uma forma de direito e uma de suas principais garantias está associada ao transporte público de qualidade. Nesse sentido, a efetivação dessa prerrogativa legal contribui para que a cidadania seja plena, junto a outros direitos fundamentais. No entanto, no Brasil, a ineficácia do Estado em garantir tal condição amplia a pobreza e diminui o lazer dos já desfavorecidos.
          O entendimento da ONU reafirmado na Constituição é que saúde, educação, lazer, segurança e mobilidade são requisitos que o Estado deve garantir para o bem-estar da população. Isso porque quando o cidadão tem garantido um transporte de qualidade é capaz de ser mais eficiente melhor no trabalho e tem mais tempo para o lazer, o estudo e a família. Portanto, a liberdade de ir e vir é marca de progresso já que entre elementos que mensuram avanços e qualidade de um país, esse quesito aparece como primordial.
         O quadro de uma frota de ônibus sucateada e passagens com preço superior ao que a renda do trabalhador permite, revelam segundo o IPEA que o Brasil não entendeu que baratear ou tornar livre o transporte seria um avanço na economia. Ganha o Estado, que garantiria o seu dever e permitiria uma ampliação da renda para outras necessidades do cidadão e esse que poderia ter tempo para outros âmbitos da sua vida.
         A dignidade cidadã só pode ser construída quando o Estado se responsabiliza por ela. Nessa perspectiva, o entendimento de que a responsabilidade sobre transporte de um país é de âmbito público e que esse deve primar por garantir que ele seja livre ou acessível é o primeiro passo para garantia da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. Afinal, não se trata de 0,20 centavos, mas do direito de pertencer e locomover-se.

Produzida pela Equipe do Curso 

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