Saúde como direito -
Autor: Equipe Eu quero Passar
Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica de um País. Portanto, uma nação desenvolvida deve entender o cuidado com sua população como um dos elementos constituintes do desenvolvimento. O que se tem visto, porém, inclusive no Brasil, é que essa garantia tem sido substituída. O Estado hoje aceita que empresas privadas gerenciem a saúde do país, num modelo capitalista em que dinheiro é condição para se ter ou não assistência.
No Brasil, a saúde só foi garantida constitucionalmente como direito universal de cidadania e dever do Estado a partir de 1988. Segundo o Artigo 196 da Constituição Federal, esse direito é garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Assim nos transformamos em referência em campanhas de vacinação, contra a AIDS e detentores de um dos mais completos programas de saúde que é o SUS.
Apesar de um modelo assistencialista de referência, na pratica a saúde brasileira mata em salas de emergência e não atende sequer os que a procuram em grandes centros. Tal déficit é suprimido por planos de saúde que administram os melhores leitos dos hospitais criando no Brasil duas formas de atendimento. Dos que podem e não podem pagar. Logo, casos de grávidas que morrem por não podem ser atendidas em hospitais públicos convivem com as mesmas manchetes de ser o Brasil referência em medicina estética e para grávidas hollywoodianas que decidem ter seus filhos em hospitais cariocas.
Com duas faces os caminhos de a saúde brasileira precisa de um rumo. Decidiremos por uma medicina retrato da americana que entrou em colapso nos últimos tempos como prova de que o cuidado com o individuo não deve passar por questões capitais ou caminharemos naquilo que estávamos produzindo bem uma medicina pautada no individuo como ser social de quem o Estado deve cuidar.
O posto nosso de cada dia -
Autor: Daniel Teixeira Brito
O péssimo gerenciamento é, indubitavelmente, o câncer do sistema de saúde brasileiro. Seus tumores estão presentes desde as decisões políticas mal acertadas até os pequenos postos de saúde nos sertões do Brasil. O povo é o sempre o perdedor das complicadas disputas entre a saúde pública e a privada, e entre os dirigentes – governantes - e dirigidos – profissionais da área de saúde.
O impasse entre público e privado mina o conceito do Sistema Único de Saúde ao desacreditá-lo perante a população que é vítima da falta de profissionais, de medicamentos e utensílios e das filas intermináveis dos hospitais e postos de saúde. Os planos de saúde, bem como os hospitais privados, surgem como alternativas para o atendimento público – que já se tornou sinônimo de má qualidade – para aqueles que podem testemunhar a qualidade do serviço brasileiro na cardiologia, na cirurgia plástica e nas Unidades de Terapia Intensiva, áreas em que a Saúde tupiniquim é referência mundial.
A gestão ineficiente não permite que os profissionais da saúde tenham plano de carreira e condições de trabalho dignas, fazendo com que esses migrem para Estados mais promissores – a saber, o eixo São Paulo - Rio de Janeiro – ou para cidades mais populosas, deixando as de pequeno porte à mercê de pessoal desqualificado e postos de saúde abandonados. Esse fenômeno é visto no Brasil sob duas óticas: para o povo, faltam médicos; para os critérios da Organização Mundial de Saúde, sobram. Mais um prova da má gestão do sistema de saúde nacional, estadual e municipal.
Por mais vultosos que sejam os investimentos na saúde nacional, sem gerenciamento, não há resultados satisfatórios. O SUS – ótimo na teoria - deve suplantar os planos privados – cruéis na prática – pela simples comparação entre os modelos europeus – francês e inglês - e o norte americano. Deve-se repensar conceitos, possibilidades, objetivos e necessidades da Saúde nacional por uma nova saúde deste gigante chamado Brasil.
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