quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mundo Possível? Será?

 Vamos para o conceito: Se e a proposta diz mundo possível quer dizer que estamos num mundo ruim e que a construção de um mundo melhor, não é utópica: impossível.
Então é importante você dizer quais coisas fazem desse mundo que vivemos um lugar ruim e o que seria possível fazer para torná-lo um lugar melhor. Não sabe fazer? Relaxe.
Veja os conceitos de Milton Santos e Eduardo Galeano sobre. Depois decore viu.  Tem duas frases deles no final que são interessantes para nortear sua conclusão.
E lembre-se: Você pode mesmo mudar o mundo. 


SOBRE A REVANCHE:
Há a possibilidade, cada vez mais freqüente, de uma revanche da cultura popular sobre a cultura de massa quando por exemplo ela se difunde por instrumentos que na origem são próprios da cultura de massa.
Nesse caso a cultura popular exerce a qualidade de discurso dos de baixo pondo em relevo o cotidiano dos pobres, dos excluídos, das minorias por meio da exaltação da vida de todos os dias.
.... Eu creio que as condições da geografia atual nos permitem ver que outra realidade é possível. Essa outra realidade é boa para a maior parte da sociedade. Nesse sentido sou é otimista. Sou  pessimista  quanto ao que está aí, mas otimista quanto ao que pode chegar. Virá outra globalização!
( Milton Santos)

“...estou muito contente de estar aqui, como estive antes na Praça do Sol, porque isso é a prova de que viver vale a pena. E que viver está muito, muito além das mesquinharias da realidade política em que se ganha ou se perde… e da realidade individual também, onde só se pode ganhar ou perder na vida. E isso importa pouco em relação a esse outro mundo que te espera, esse outro mundo possível, que está na barriga deste. Este é um mundo infame, eu diria! Não nos incentiva muito, é um mundo mal nascido, mas existe outro mundo na barriga deste, esperando. Este é um mundo diferente, diferente e de parto difícil. Não é fácil que nasça. Mas certamente está latente neste mundo que ‘é’. Há um mundo que ‘pode ser’ latente no mundo que ‘é’. Eu o reconheço nessas manifestações espontâneas na Praça Catalunha, na Praça da Sol em Madri, são as que pude acompanhar afortunadamente. Sei que existem muitas outras e elas são a prova disso. E alguns me perguntam: ‘O que vai acontecer? E depois? O que vai ser disso?’. Eu simplesmente respondo a partir da minha própria experiência e digo: ‘bom… nada!’. Não sei o que vai acontecer! E tampouco me importa muito o que vai acontecer! Me importa o que está acontecendo. Me importa o tempo que ‘é’. E o que ‘é’ esse tempo que se anuncia sobre outro tempo possível que ‘será’. Mas o que que acontecerá no fim eu não sei! É como se me perguntassem, toda vez que me apaixono, quando vivo uma experiência de amor a fundo, quando sinto que vivo e não me importa se morrerei nesse momento mágico do amor, quando este acontece… por isso digo: ‘bom, nada!’. O amor é como isto, é ‘infinito enquanto dura!’, e é importante que seja infinito enquanto dura. Não temos que planejar tudo como estivéssemos fazendo o balanço do banco! Assim: dívida, balanço, saldo! O que se espera? Probabilidades.
Esse é um mundo ao contrário, que recompensa a seus arruinadores, ao invés de os castigar! Não há um só preso entre os banqueiros que provocaram esta crise no planeta inteiro. Nenhum preso! E do outro lado, há milhares de presos por terem consumido maconha, ou por terem roubado uma galinha! Milhares de presos! É um mundo ao contrário, um mundo de merda. Mas não é o único mundo possível.
(Eduardo Galeano - entrevista) 

Pra guardar na memória:

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.
“O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir.
Milton Santos


Nenhum comentário: