Como quase todo brasileiro voto
nas pessoas não nos partidos. Então, meu presidente predileto foi Lula. Ajudei
a Globo a tirar Collor do poder e elegi Dilma pelo feito histórico. Foi assim
que conheci Aloizio Mercadante. A começar pelo dia da pose - Quem era aquele
homem que tinha a Gisele de Brasília? A mulher dele com sua roupa e beleza
perfeita roubou a cena no dia de Dilma. Depois fiquei sabendo que ele assumiria
o Ministério da Ciência e Tecnologia e daí em diante passei a acompanhá-lo, sobretudo
porque tinha um discurso pertinente e produziu feitos interessantes por lá.
Quando soube que Haddad deixaria
o ministério fiquei feliz porque apesar de alguns feitos muito importantes de
elevação de orçamento e melhorias significativas em setores da educação ele
será lembrado pelos famigerados erros Enem. Será seu calcanhar de Aquiles. Mais
feliz ainda fiquei ao ter conhecimento que o escolhido seria Mercadante. Pensei:
será perfeito educação e tecnologia. Saltaremos mesmo para o futuro.
Mas, quando soube que o “meu”
ministro quer distribuir tablets para os professores do Ensino Médio e que foi
tão bonzinho ao dar dicas para o seu sucessor na Ciência e Tecnologia resolvi
dar umas dicas pra ele. Espero que ele ouça. No geral que ouve minhas dicas é
aprovado no vestibular, acho que no caso dele poderá ficar na história.
Mercadante, eis os conselhos:
1. Os processos de evolução da
educação são muito lentos no mundo e, caminha a passos de tartaruga no Brasil.
A aceleração desses processos não se dará por distribuição de aparatos
tecnológicos, mas de acesso a conhecimento sobre esses aparatos.
2. Do PC ao Tablet será mais ou
menos assim que você será lembrado. Porém, não será um grande feito. Ainda
existem as salas de informática doadas pelo governo na maioria das escolas com
computadores obsoletos que ficam trancadas ou estão a serviço de checagem de
e-mails e redes sociais.
3. Para ser mais sincera como leciono
em escolas privadas estou na crista da onda da experiência internet 2,0 em que
os alunos tem em suas mãos notebooks e tablets. Eles, tenha certeza, não são
utilizados propriamente para a educação.
4. Sabe o que precisa ser feito?
É preciso alfabetizar tecnologicamente. Letrar para ser mais exata e defender
meu peixe uma vez que sou pesquisadora nessa área. É preciso garantir que haja disciplinas
nas escolas que ensine a aprender e a construir aprendizagens como tem
filosofia para ajudar a pensar. E mais ainda, essa disciplina de ensino de
tecnologias precisa aparecer, sobretudo nas faculdades formadoras dos
educadores.
5. A obrigatoriedade de uma
disciplina nesse sentido nos levaria a pensar melhor os recursos como instrumentos
de prática educacional assim, quem sabe ,deslancharíamos na produção de
software educacionais e os professores
aprenderiam mesmo a viver sobre a égide do digital.
6. Por fim eu gosto muito da
Reflexão de Milton Santos em seu Por uma Outra Globalização de que temos em
nossas mãos como ninguém na história da humanidade as condições para produzir
um mundo possível. Acredito que nenhum outro Ministro da educação na história
do Brasil teve os instrumentos para a produção de uma educação para o futuro
como você. E eu sei que fará.
Sabem que a ideia de muitas regras para escrever não é interessante. Passamos tantas aulas ouvindo-as, mas continuamos a não escrever. No entanto, olhem que interessante postou a professora Shirley Maia.
