Tema: Políticas afirmativas para o Brasil: do racismo as cotas
Para colher
amanhã
Sim para o não. A designação das cotas se
contextualiza como uma ação
afirmativa que visa preencher os abismos na educação pública, na
história do negro no Brasil associado a escravidão e, ao genocídio indígena.
Nesse sentido tais medidas ajudam o Brasil a avançar para uma democracia que
garantirá, em certo tempo, igualdade de direitos com garantias de acesso.
Em sua obra “O homem que
Calculava” Malba Tahan nos ensina que existe “o matematicamente correto” e a matemática pautada em princípios
éticos, essa segunda é que rege as divisões das cotas no Brasil. As reservas de vaga aparecem para favorecer
os que carregam deficiências escolares fruto de uma educação que durante
séculos foi sufocada por um processo
colonizador e, no século XX, por um
regime ditatorial que impediu as escolas de se transformarem em espaço de conhecimento para todos em igual
medida, como almejamos. O que não dizer dos dois séculos da
descoberta e colonização em que se dizimou uma
população indígena que contava
entre 3 e 5 milhões de habitantes e hoje, segundo o IBGE, não ultrapassa 400
mil, quase todos marginais sociais sem nível quase algum de escolarização.
Os negros não são nesse processo
um caso a parte, talvez sejam, ao
contrário, parte mais integrante e alvo de maior discussão para os que veem a
medida afirmativa como designação de preconceito racial. Esses, seguramente tem
seu ponto de vista pautado numa visão
estereotipada dos que enxergam, mas não querem deixar que outros vejam. Para os
filhos da África e construtores do Brasil as
cotas aparecem para ser uma oportunidade na produção de um novo Brasil que não renega sua origens, sua formação, sua
africanidade.
Se desconhecer e ignorar o
passado, o brasileiro não se fará presente. Apesar dos ecos dos que não entendem que a igualdade
é socialmente construída vamos fazendo ensaios de um Brasil pautado na
equidade e com seus abismos sociais perfeitamente preenchidos por
politicas públicas que ensaiam um país melhor. Ação não fácil já que contrariamos a lógica do
individualismo como valor absoluto e
aplicamos a ideia do pensamento a longo prazo
Aristotélica - numa sociedade
desigual é preciso produzir desigualdades de oportunidades para, no futuro
conseguir igualdade.
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