Tema A questão da Identidade Indígena no século XXI
Novos Guaranis
O senso comum do cidadão brasileiro entende
que as culturas nativas para serem respeitadas e vistas como tal, devem ainda
hoje configurar-se da mesma forma que estavam quando do advento da chegada dos
europeus aqui. No entanto, as culturas são dinâmicas, influenciam-se mutuamente
e se constroem também nos contatos com outras culturas, o que não significa absolutamente
perda de identidade e configura-se como o paradoxo da identidade indígena na
atualidade.
O ideal de pele parda e beleza exuberante
cristalizou-se no imaginário da cultura brasileira e tem impedido os índios de conquistarem
seus direitos originários. Ainda nesse sentido é fundamental destacarmos a
importância da terra para as sociedades indígenas, mas isto não pode tornar-se
uma prisão, um condicionamento das identidades, pois a liberdade para escolher
onde cada um ou cada grupo quer viver também é muito importante. A cidade não é
uma invenção das culturas indígenas que habitam atualmente o Brasil, mas o
confinamento em áreas demarcadas tampouco é uma invenção das mesmas, e no
entanto não se questiona a identidade dos índios que se conformam à elas.
Portanto, no limiar do século a categoria
“indígena”, que inicialmente foi uma classificação identitária atribuída pelo
colonizador, passou a ser uma categoria de luta e uma identidade que, de
atribuída tornou-se politicamente operante, justamente por somar sob uma única
classificação grupos étnicos diferenciados, que tiveram nesta soma, sua força
aumentada.
Parafraseando Roberto da Matta índio de
“Iphone” não significa, de forma alguma que estes estejam abrindo mão de suas
identidades específicas. Pelo contrário,
é a partir desta união que a luta por seus direitos tem atingido maiores
êxitos, e são exatamente estes êxitos que lhes permitem conseguir viver cada
vez melhor de acordo com suas pautas culturais.
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