sexta-feira, 5 de junho de 2015

Redação modelo - Artigo de opinião liberdade de expressão


Uma das metas do Curso de Mara Rute é que os alunos consigam escrever no menor tempo possível sem gastar muito tempo no rascunho. Algumas histórias de sucesso do curso envolvem 980 em redação com 38 minutos de produção do texto e 10 na UESB em 45 minutos. Escrever de forma rápida garante tempo para as outras provas e, Mara garante que não compromete a nota da redação. Gastar muito tempo para produzir pode tornar o texto confuso.
No mês de maio ela escreveu uma redação no quadro a pedido dos alunos e foi muito engraçado os desafios impostos pelas turmas.
Teve aluno que passou a semana pensando no tema. Teve gente que aproveitou para pedir redações modelos de provas que iam fazer na escola. Teve gente que teve a sorte de ter uma redação modelo para o vestibular que faria no fim-de-semana e rolou até grana numa aposta feita com Vitor em Vitória da Conquista de que ela levaria 15 minutos para escrever, caso contrário pagaria 700 reais.
Ela venceu todas as etapas, algumas bem apertadas é verdade,
 Mas o objetivo foi alcançado. Provar que como em matemática ou física escrever não tem relação com autoria ou originalidade e sim domínio de uma fórmula.
Essa semana ela desafiou os alunos a produzirem junto com ela. Veja um trecho da aula em Salvador. Foram 7 artigos produzidos por ela em dois dias na hora, na aula. Alguns estão aqui para servirem de modelo para vocês.  



APRENDER A ESCREVER SE APRENDE ESCREVENDO



ARTIGO 1

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo sobre a repressão policial aos professores no Sul do país. Segundo a reportagem, os professores queriam aumento salarial e foram recebidos pelo governo com balas de borracha e gás lacrimogênio. Lendo sobre esse episódio, leitores, a conclusão que se tira de imediato é que, apesar de não vivermos mais os “anos de chumbo”, lidamos ainda com tempos de liberdade cerceada. Mas será que é só no Brasil?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que a falta de liberdade de expressão é uma epidemia mundial não somente em países com regimes totalitários. E isso enseja uma reflexão  não somente sobre o caso do Brasil e do jornal francês mas acerca da liberdade de uma maneira geral. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais óbvio que pareça, o homem nasce com o direito de expressar-se garantido pela sua capacidade cognitiva de pensar e falar. No entanto, ao longo da história, episódios como o regime cubano e a Coreia do Norte tentam tirar esse direito. Mas Primaveras e Malalas existem como resistência a esses limites.

A liberdade é inerente ao homem. Não há regimes nem ideologias capazes de retirar a seu livre arbítrio. Afinal, desde o Éden que a humanidade escolheu a liberdade em detrimento do paraíso.
22 minutos

ARTIGO 2

Li recentemente um artigo no Jornal A Folha de São Paulo sobre as manifestações dos professores do Sul do país. Segundo a notícia, as reivindicações foram recebidas pelo governo com uma repressão militar. Lendo sobre esse episódio, leitores, a conclusão que se tira de imediato é que apesar de vencido os anos de chumbo no Brasil ainda existem limites para a liberdade de expressão. Mas é só o Brasil?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que, nos últimos anos, muitos atentados contra a liberdade de expressão aconteceram no mundo não somente em países com regime ditatorial. E isso enseja uma reflexão não somente sobre o caso do Brasil ou do Jornal Francês, mas sobre a liberdade de dizer de uma maneira geral. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais óbvio que pareça, o homem nasce com o direito de expressar –se garantido pela atribuição da capacidade de pensar e falar, somente desta espécie. E, portanto, seja com Primaveras pelo mundo ou com o surgimento de novas Malalas, essa espécie buscará a capacidade de manifestar seu ponto de vista.
A liberdade é inerente ao homem que, ao longo da história, mutabilizou-se biologicamente e avançou na conquista dos seus direitos. Portanto, entre o bem e o mal, o poder dizer ou aceitar o paraíso, o homem do passado preferiu a maçã e o do presente permanece na mesma escolha.
19 minutos 


ARTIGO 3

Li recentemente um artigo sobre verdades que nossos avôs ensinam. Segundo o autor, uma das mais famosas e perfeitamente aplicável ao momento atual, é a de que não devemos confundir liberdade com libertinagem. Lendo sobre isso, leitor, a conclusão que se tira de imediato é que há regras para a liberdade de expressão. Mas será que são respeitadas?
Indo um pouco mais adiante na reflexão, descobrimos que, quando usado devidamente, o direito de dizer produz mudanças e justiça social, assim como se viu na Primavera Árabe e no movimento Vem Pra Rua. Nesses casos, quando a liberdade é punida com repressão e violência, ela se transforma em mais mudanças, como ocorreu com a ditadura brasileira que não venceu o Tropicalismo, com os muçulmanos que não calaram Malala ou com os africanos que não apagaram o discurso de Mandela.
Por outro lado, há os que enxergam a liberdade sem respeito aos direitos dos outros e assim produzem barbáries. Para esses, surgem novas leis como o Marco Civil e novas formas de regulamentação, como a que foi imposta à mídia brasileira.
As frases dos avôs trouxeram à minha memória outra grande verdade, dessa vez do filósofo Voltaire: “Posso não concordar com tudo que dizes, mas defenderei até à morte o seu direito de dizer”. Disto não tenho certeza, já que a liberdade do outro começa quando a minha termina. Complexo não é? Então podes discordar.   
20 minutos
ARTIGO 4

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo sobre o ataque ao Jornal Francês e à Editora Abril. Segundo a reportagem, foram atentados à liberdade de expressão, no século em que dizemos viver o princípio voltariano de que a liberdade é universal. Lendo essa reportagem, qual a conclusão que se tira de imediato? Que a liberdade tem algemas. Mas será que é mesmo?
Indo um pouco mais adiante na questão, descobrimos que, ao longo da história, o direito à expressão custou vidas. E isso enseja uma reflexão, não somente sobre o caso da França, mas também sobre os Anos de Chumbo no Brasil e acerca dos regimes totalitaristas, como ocorre na Coreia do Norte e em Cuba. Em primeiro lugar, é preciso dizer que, por mais paradoxal que pareça, o cerceamento da liberdade só impulsiona mais o desejo humano de expressar-se como bem se viu no Tropicalismo e na Primavera Árabe.
É da natureza humana romper com os limites impostos para a sua liberdade de expressão. Portanto, mesmo existindo novos Maos-Tsé-Tungs ou Fideis, haverão sempre Malalas e Mandelas para resistir às algemas.
19 minutos


 ARTIGO 5

Li recentemente no Jornal A Folha de São Paulo uma declaração do Papa Francisco. Segundo o pontífice, não é porque o indivíduo tem o direito de dizer que deve dizer o que quer. O mesmo Jornal trazia como notícia de capa sobre a morte dos jornalistas franceses. Lendo essas notícias, leitores, qual é a conclusão que se tira de imediato? Que há um limite na liberdade de expressão. Mas quem o estabeleceu?
Indo um pouco mais adiante na reflexão,é possível perceber que, ao longo da história humana, os Estados, sobretudo os de Regime totalitários, buscaram cercear essa liberdade ou limitá-la. No entanto, os Anos de Chumbo no Brasil não venceram a Tropicália nem tão pouco no Oriente houve quem pudesse conter a Primavera.
Tais acontecimentos ensejam uma reflexão não mais sobre o homem lutar pelo seu direito de dizer, mas sobre até que ponto ele pode dizer sem ferir o outro. Para responder a essa necessidade, surge a Declaração Universal dos Direitos Humanos, apontando a ideia de que expressar-se está diretamente ligado à responsabilidade pelo que é dito. E, no Brasil, o  Marco Civil, regularizando o uso da internet, aponta caminhos de que o governo deve ser parte integrante neste processo.
O homem não possui liberdade plena quando vive em sociedade. Resta a esse, aprender com o filósofo Voltaire que pode dizer o que quiser, desde que seja respeitado o direito do outro dizê-lo ou mesmo com a sabedoria popular de que o direito do outro começa quando o meu termina. 
 25 minutos - Salvador 

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