domingo, 17 de junho de 2012

Redação da Bahiana 2012 - Vem aprender com a gente!!!!


Meu povo....
Pois é...a missão agora é a Bahiana....
Primeiro queria parabenizá-los pela vitória. Não é fácil chegar até onde vocês chegaram, mas quero contribuir um pouco mais para sua caminhada.
Como sabem, a Bahiana costuma utilizar o texto da prova de Linguagens como motivador do tema de redação, então que tal reler o texto com os pontos em negrito e depois ver quais linhas são interessantes como subsídio de  sua redação?
Não se limite apenas a nossas sugestões.... treine refletir sobre os pontos que destacamos....


Tradição e inovação: um desafio para a universidade do século XXI

O grande desafio do ser humano implica educar levando em consideração as dimensões física, afetiva, cognitiva, comunitária, ético-valorativa e transcendental.
Nesse sentido, a educação vem entendida como um processo de humanização que modifique inteiramente a pessoa; uma educação que abranja o homem em todas as suas dimensões. Não somente a intelectual, mas também o ético e a formação da personalidade. Não somente o Indivíduo, fechado sobre si mesmo, mas a pessoa que, dentro de uma antropologia humanista, é alguém aberto ao mundo, ao outro, a si mesmo e ao transcendente.
O texto, antes de fazer recorte da universidade trata do sentido geral da educação. Então, tendo a educação como proposta alguns argumentos importantes:
1. A sociedade que vive a Era do Conhecimento tem buscado cada vez mais educar para saber esquecendo-se que um dos pilares constitutivos da educação é também educar para ser e para conviver.
Desenvolvimento:  Em tempos de globalização e relativismo os desafios também chegaram a educação. Essa que alcançou o ápice do acesso à informação enfrenta hoje a crise de ter que garantir ao individuo condições para viver melhor e conviver melhor com o outro. O papel da educação nunca foi de transmitir conhecimento, e hoje, mas do que nunca não deveria ser essa a sua égide.

Sob essa perspectiva, temos uma universidade voltada para a educação do espírito, para uma reflexão sobre o sujeito, o ser humano aberto à realidade e interpelado pela alteridade.
É preciso lembrar-se da história do nascimento da universidade. Dizer que o Capitalismo e o conceito de “saber para fazer” em detrimento do “saber para ser” fez  com que algumas instituições se perdessem naquilo que elas são: espaço para a educação filosófica  que digam respeito ao “ homem em si”.
As primeiras universidades remontam a Europa do século XII e é interessante ressaltar que os nascimentos das universidades tanto na Europa (França e Itália) quanto no Brasil (Rio de Janeiro e Bahia) tiveram os cursos de medicina em suas origens. E nelas, a medicina nasceu não sobre a égide do mercadológico, mas do humanitário - Ciência para uma causa maior do que si mesmo (veja alteridade em cima)
É interessante ressaltar também que a história considera o modelo de ensino de Platão nos bosques Academos de filosofia e matemática como a origem primus da universidade.  Porém, com o passar dos séculos, estas instituições sofreram verdadeiras metamorfoses que as transformaram em espaços a serviço de um mercado cada vez mais voraz e menos humanitário. Forma-se não para o exercício cidadão, mas mercadológico.
Na universidade, a educação integral une o saber prático ao filosófico, buscando a excelência acadêmica através de uma reflexão critica e atuação transformadora no campo social. Falamos de um saber engajado. Os pressupostos de uma educação integral estão alicerçados na existência de verdades universais, partem dos fundamentos de um humanismo social-cristão. Sendo assim, entram em confronto direto com o modelo de educação voltado para o desempenho e a eficácia.
2. As formas de educar também são formas sociais.  A educação humana sempre esteve atrelada a seu contexto histórico, mas foi à transgressão de tal jeito que garantiu mudanças sociais.
Foi a garantia do “saber para todos” rompendo o saber preso em redomas na Era Medieval que garantiu o Século das Luzes e a ascensão da burguesia. Também processos de transgressão produzidos por jovens estudantes do Brasil foram capazes de vencer ditatura  e garantir que “sem lenço e sem documento” vivêssemos num país democrático.
É preocupante que as transformações almejadas pelos que galgam a universidade hoje sejam apenas de ordem econômica. As universidades que nasceram para aprofundamento teológico nas Igrejas e consolidação do saber científico séculos mais tardes hoje é movida pelo desejo de “ uma vaga no mercado de trabalho”. Formam-se então economistas que querem um carro do ano, mas não mudar a política neoliberalista vigente, médicos que desejam salários de muitos zeros, mas não contribuir para reformas no sistema de saúde.

A questão mais complexa é o enfrentamento do mercado com seu dinamismo exacerbado e globalizador de todas as realidades. Primeiro, a mercantilização tornou a educação um produto, de tal forma que as instituições de ensino se tornaram empresas, seus administradores, comerciantes, os educadores, prestadores de serviço e os estudantes, consumidores-clientes. Diante das exigências do mercado, a universidade não sabe exatamente que direção seguir: formar para a vida ou para o mercado? Ou será que a vida se tornou mercadoria? Esse é certamente um dos maiores desafios para uma universidade que, ao mesmo tempo, quer primar pela excelência acadêmica e ser um espaço de relações humanas de qualidade. É a crise entre Missão e Mercado. Frente à lógica do mercado, que é redutora, competitiva, excludente, urge uma lógica humanista, presente nas origens da universidade, que seja humanamente holística, solidária e inclusiva.

Segundo Milton Santos  o que  estamos vivendo hoje é que o homem deixou de ser o centro do mundo. O centro do mundo hoje é o dinheiro no estado puro. O dinheiro em estado puro só é o centro do mundo por causa dessa geopolítica que se instalou proposta pelos economistas e imposta pela mídia e ensinada nas universidades.
O Século XX foi o século das revoluções. As revoluções tecnológicas transformaram as novas conquistas num sonho de um mundo melhor. Logo começa o desmonte do Estado de Bem Estar Social. As intituições de Ensino também assumiram esse papel de substituir o ensino trasnformador e formador por técnicas de mercado. Deixou de formar para a cidadania para formar para o progresso que só aumenta os abismos sociais e as barreiras entre mundos desenvolvidos e subsdesenvolvidos.

Observa-se a urgência de uma nova orientação educativa e pedagógica capaz de dar alma à globalização, de modo especial, uma globalização de rosto mais humano. Alucinam-nos a técnica, a ciência, as grandes descobertas, as possibilidades espantosas de comunicação que a modernidade nos oferece. O homem do futuro estará embriagado pela técnica, porém fragmentado, se não for capaz de serenar, de olhar nos olhos, de sentar-se perante o espelho de si mesmo. Toda a técnica do mundo não poderá acalmar uma lágrima necessária, uma carência afetiva ou uma necessidade de sentido último do ambiente onde nascemos e morremos. Nesse sentido, o futuro das universidades jogará na sua capacidade em dar a resposta adequada a uma sociedade heterogênea e exigente na formação de seus cidadãos que, por sua vez, reclamam um sistema universitário de qualidade, bem como o direito à igualdade de oportunidades.
( Evilázio Teixeira)
A conclusão  tem que ser essa:
Eu, de vestido e minhas colegas Salete,
Eline e Beja fazendo a
diferença na UESC. 
Segundo Milton Santos nunca na história da humanidade houve condições técnicas e científicas tão adequadas a construir o mundo da dignidade humana. Apenas essas condições foram expropriadas por um punhado de empresas que decidiram construir um mundo perverso, incluindo algumas universidades que se perderam nos bosques do saber da aldeia global. Cabe a nós fazer destas condições materiais a condição material da produção de uma outra política a começar pela universidade que precisa resgatar seu papel de formar para cidadania.

Títulos  interessantes:
Caminho de  volta
Sem ethos

Formar para a vida ou para o mercado? Ou será que a vida se tornou mercadoria?
Já pensou se  o tema fosse exatamente esse? Pois é. Pense nisso!

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