Meu povo....
Pois é...a missão agora é a Bahiana....
Primeiro queria parabenizá-los pela vitória.
Não é fácil chegar até onde vocês chegaram, mas quero contribuir um pouco mais
para sua caminhada.
Como sabem, a Bahiana costuma utilizar o
texto da prova de Linguagens como motivador do tema de redação, então que tal
reler o texto com os pontos em negrito e depois ver quais linhas são
interessantes como subsídio de sua
redação?
Não se limite apenas a nossas sugestões....
treine refletir sobre os pontos que destacamos....
Tradição e inovação: um desafio para a
universidade do século XXI
O grande desafio do ser humano implica educar levando em consideração
as dimensões física, afetiva, cognitiva, comunitária, ético-valorativa e
transcendental.
Nesse sentido, a educação
vem entendida como um processo de
humanização que modifique inteiramente a pessoa; uma educação que abranja o homem em todas as suas dimensões.
Não somente a intelectual, mas também o ético e a formação da personalidade. Não
somente o Indivíduo, fechado sobre si mesmo, mas a pessoa que, dentro de uma
antropologia humanista, é alguém aberto ao mundo, ao outro, a si mesmo e ao transcendente.
O texto, antes
de fazer recorte da universidade trata do sentido geral da educação. Então,
tendo a educação como proposta alguns argumentos importantes:
1. A sociedade
que vive a Era do Conhecimento tem buscado cada vez mais educar para saber
esquecendo-se que um dos pilares constitutivos da educação é também educar para
ser e para conviver.
Desenvolvimento: Em tempos de globalização e relativismo os
desafios também chegaram a educação. Essa que alcançou o ápice do acesso à
informação enfrenta hoje a crise de ter que garantir ao individuo condições
para viver melhor e conviver melhor com o outro. O papel da educação nunca foi
de transmitir conhecimento, e hoje, mas do que nunca não deveria ser essa a sua
égide.
Sob essa perspectiva,
temos uma universidade voltada para a
educação do espírito, para uma reflexão sobre o sujeito, o ser humano aberto à realidade
e interpelado pela alteridade.
É preciso lembrar-se
da história do nascimento da universidade. Dizer que o Capitalismo e o conceito
de “saber para fazer” em detrimento do “saber para ser” fez com que algumas instituições se perdessem
naquilo que elas são: espaço para a educação filosófica que digam respeito ao “ homem em si”.
As primeiras
universidades remontam a Europa do século XII e é interessante ressaltar que os
nascimentos das universidades tanto na Europa (França e Itália) quanto no
Brasil (Rio de Janeiro e Bahia) tiveram os cursos de medicina em suas origens.
E nelas, a medicina nasceu não sobre a égide do mercadológico, mas do humanitário - Ciência
para uma causa maior do que si mesmo (veja alteridade em cima)
É interessante ressaltar também que a
história considera o modelo de ensino de Platão nos bosques Academos de
filosofia e matemática como a origem primus da universidade. Porém, com o
passar dos séculos, estas instituições sofreram verdadeiras metamorfoses que as
transformaram em espaços a serviço de um mercado cada vez mais voraz e menos
humanitário. Forma-se não para o exercício cidadão, mas mercadológico.
Na universidade, a educação integral une o saber prático ao filosófico, buscando
a excelência acadêmica através de uma reflexão critica e atuação transformadora
no campo social. Falamos de um saber engajado. Os pressupostos de uma
educação integral estão alicerçados na existência de verdades universais,
partem dos fundamentos de um humanismo
social-cristão. Sendo assim, entram
em confronto direto com o modelo de educação voltado para o desempenho e a
eficácia.
2. As formas de educar também são formas
sociais. A educação humana sempre esteve
atrelada a seu contexto histórico, mas foi à transgressão de tal jeito que
garantiu mudanças sociais.
Foi a garantia do “saber para todos” rompendo o saber preso em redomas na Era Medieval que
garantiu o Século das Luzes e a ascensão da burguesia. Também processos de transgressão
produzidos por jovens estudantes do Brasil foram capazes de vencer ditatura e garantir que “sem lenço e sem documento” vivêssemos
num país democrático.
É preocupante que
as transformações almejadas pelos que galgam a universidade hoje sejam apenas
de ordem econômica. As universidades que nasceram para aprofundamento teológico
nas Igrejas e consolidação do saber científico séculos mais tardes hoje é movida
pelo desejo de “ uma vaga no mercado de trabalho”. Formam-se então economistas
que querem um carro do ano, mas não mudar a política neoliberalista vigente,
médicos que desejam salários de muitos zeros, mas não contribuir para reformas
no sistema de saúde.
A questão mais complexa é
o enfrentamento do mercado com seu
dinamismo exacerbado e globalizador de todas as realidades. Primeiro, a mercantilização tornou a educação um
produto, de tal forma que as instituições de ensino se tornaram empresas,
seus administradores, comerciantes, os educadores, prestadores de serviço e os
estudantes, consumidores-clientes. Diante das exigências do mercado, a
universidade não sabe exatamente que direção seguir: formar para a vida ou para o mercado? Ou será que a vida se tornou mercadoria?
Esse é certamente um dos maiores desafios para uma universidade que, ao mesmo
tempo, quer primar pela excelência acadêmica e ser um espaço de relações humanas
de qualidade. É a crise entre Missão e Mercado. Frente à lógica do mercado, que
é redutora, competitiva, excludente,
urge uma lógica humanista, presente nas origens da universidade, que seja
humanamente holística, solidária e inclusiva.
Segundo Milton Santos o
que estamos vivendo hoje é que o homem
deixou de ser o centro do mundo. O centro do mundo hoje é o dinheiro no estado
puro. O dinheiro em estado puro só é o centro do mundo por causa dessa
geopolítica que se instalou proposta pelos economistas e imposta pela mídia e
ensinada nas universidades.
O Século XX foi o século das revoluções. As
revoluções tecnológicas transformaram as novas conquistas num sonho de um mundo
melhor. Logo começa o desmonte do Estado de Bem Estar Social. As intituições de
Ensino também assumiram esse papel de substituir o ensino trasnformador e
formador por técnicas de mercado. Deixou de formar para a cidadania para formar
para o progresso que só aumenta os abismos sociais e as barreiras entre mundos
desenvolvidos e subsdesenvolvidos.
Observa-se a urgência de
uma nova orientação educativa e
pedagógica capaz de dar alma à globalização, de modo especial, uma
globalização de rosto mais humano. Alucinam-nos a técnica, a ciência, as grandes descobertas, as possibilidades
espantosas de comunicação que a modernidade nos oferece. O homem do futuro
estará embriagado pela técnica, porém fragmentado, se não for capaz de serenar,
de olhar nos olhos, de sentar-se perante o espelho de si mesmo. Toda a técnica do
mundo não poderá acalmar uma lágrima necessária, uma carência afetiva ou uma necessidade
de sentido último do ambiente onde nascemos e morremos. Nesse sentido, o futuro das universidades jogará na sua
capacidade em dar a resposta adequada a uma sociedade heterogênea e exigente na
formação de seus cidadãos que, por sua vez, reclamam um sistema universitário
de qualidade, bem como o direito à igualdade de oportunidades.
( Evilázio Teixeira)
A
conclusão tem que ser essa:
Eu, de vestido e minhas colegas Salete, Eline e Beja fazendo a diferença na UESC. |
Segundo Milton
Santos nunca na história da humanidade houve condições técnicas e científicas
tão adequadas a construir o mundo da dignidade humana. Apenas essas condições
foram expropriadas por um punhado de empresas que decidiram construir um mundo
perverso, incluindo algumas universidades que se perderam nos bosques do saber
da aldeia global. Cabe a nós fazer destas condições materiais a condição
material da produção de uma outra política a começar pela universidade que
precisa resgatar seu papel de formar para cidadania.
Títulos interessantes:
Caminho de volta
Sem ethos
Formar para a vida ou para o mercado? Ou será que a vida se
tornou mercadoria?
Já pensou
se o tema fosse exatamente esse? Pois é.
Pense nisso!
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