segunda-feira, 29 de maio de 2017

Tema de Redação Bahiana 2017

Depressão[1]
Texto I
Para o Dia Mundial da Saúde de 2017, lembrado em 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida. Com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português), a iniciativa reforça que existem formas de prevenir a depressão e também de tratá-la, considerando que ela pode levar a graves consequências. Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto e reduzir o estigma associado a ele. Assim, cada vez mais pessoas poderão procurar ajuda.

Principais fatos
A depressão é um transtorno mental frequente. Globalmente, estima-se que 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com esse transtorno.

Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças. Mais mulheres são afetadas pela depressão que homens. Existem vários tratamentos eficazes para a doença.

A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma séria condição de saúde. (http://www.paho.org)

Considerando a leitura dos textos motivadores, os fatos propostos pela OMS e as reflexões a respeito da depressão como uma doença em ascendência do século vigente, produza uma dissertação argumentativa, na norma-padrão da língua portuguesa, defendendo a importância da atuação médica como facilitadora do convívio humano e como referência fundamental para a diminuição da depressão no mundo por meio de cuidados providos por ele e demais profissionais de saúde, especialistas ou não em saúde mental.
Redação Modelo

Pilares
No despontar da contemporaneidade, a industrialização fordista do sistema de saúde, traz consigo o afastamento das relações médico-paciente tornando essa uma das causas da persistência da depressão como transtorno mental de maior ocorrência nos homens coevos. Essa verdade induz uma reflexão: a importância da atuação dos vocacionados da saúde como ponte entre a convivência harmônica e o bem-estar do paciente, bem como a caracterização de habilidades médicas como referência de cuidado para a diminuição da depressão.
A indústria da saúde segue uma linha fordista de assistência em massa. Nesse sentido, os pacientes tornam-se apenas números dentro de metas a serem cumpridas. Entretanto, para que essa realidade não seja elemento indutor da doença, os vetores da saúde - das escolas médicas até os hospitais - devem promover uma relação de confiança, que proporcione conversas abertas sobre depressão, visando a sua prevenção ou seu possível tratamento. Dessa forma, o perito em saúde pode - assim como Augustos confortou Hazel Grace - confortar os sentimentos dos enfermos macambúzios.
"Não permitirei que concepções racionais, nacionais, religiosas, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meu paciente". Partindo desse princípio, a vontade de cuidar do egresso de medicina, e a busca pela diminuição da dor, respeitando a autonomia e integridade do adoentado, é indispensável na prática de uma medicina complementar. Isso porque, além das habilidades técnico-científica, o profissional deve saber ouvir, acolher e cuidar, de forma que o cuidado ultrapasse a dimensão biológica do doente, e a rotineira prescrição de antidepressivos, e seja capaz de compreender o ser nas suas angústias, medos e incertezas. Portanto, cabe ao médico honrar seu juramento e promover o bem-estar biopsicossocial na cura ou prevenção da depressão.
Isto posto, o resgate da medicina humana e ágape é a chave é a chave para que a depressão não ultrapasse as barreiras do cuidar. Seguindo essa linha, é necessário que as Escolas de Medicina incluam na sua matriz curricular não somente o saber teórico, mas, em matérias como psicologia médica, ensinem o saber dialogar e respeitar os limites do paciente de forma que essa relação conceda um sentimento de positivo para ambas as partes. Assim, a medicina transcenderá o curar ao se aplicar na perspectiva da arte do cuidar, e o vocacionado da saúde terá por trás do jaleco branco, a referência de altruísmo e resiliência como pilares para diminuição da depressão, exercendo holisticamente sua profissão. (Felipe Araújo)


                       Herdeiros de Hipócrates
A medicina transcende o curar quando aplicada na perspectiva da arte do cuidar. Essa verdade Hipocrática enseja uma reflexão: a importância da humanidade nos vocacionados da saúde como ponte entre a convivência harmônica e o bem-estar do paciente, bem como as habilidades fundamentais para a pratica da medicina integrativa e complementar que combatem diretamente a depressão, doença a qual está em ascendência no século vigente.
No limiar do século XXI, com a democratização das informações, a relação médico-ativo e paciente-passivo perdeu lugar para uma aliança terapêutica positiva para ambas as partes. No entanto, a figura do médico como orientador do seu paciente sobre as causas e consequências das suas escolhas é de fundamental importância na conjuntura da medicina paliativa, na eminência de prevenir e tratar doenças psicoativas que afetam pessoas de qualquer faixa etária e levam a graves quadros depressivos. Partindo dessa premissa, através da multidisciplinaridade da saúde o indivíduo poderá construir uma autoimagem real e positiva e, a partir disso, tenha condição de se responsabilizar de forma consciente por seu próprio corpo e mente, evitando assim debruçar no abismo do isolamento e baixa autoestima ocasionada pelo mundo marcado por relações cada vez mais fluídas. Dessa forma, a opinião do paciente sobre os procedimentos aos quais seu próprio corpo é sujeito de nada serve se não houver uma integridade mental do enfermo que possibilite tal consciência, a qual, esta fundamentalmente ligada aos cuidados providos pelo profissional de saúde.
“Não permitirei jamais que questões religiosas, nacionais, partidárias ou raciais intervenham entre meu dever e meu paciente”. Partindo desse princípio, a humanidade do egresso de medicina e o saber reconhecer seus limites, respeitando - em primeira linha - o bem-estar do assistido, contemplando a substituição da dor pela anestesia e a transformação do curandeiro barroco pela amnesia, possibilitando que o ser humano entenda que o médico mais do que promover a possibilidade da cura posiciona-se como crucial propulsor do bem-estar psicossocial. Isso por que, além das habilidades técnico-cientificas, o profissional deve saber ouvir, acolher e cuidar, bem como ultrapassar o horizonte das barreiras biológicas do enfermo e ser capaz de orientá-lo diante das suas angústias e medos. Portanto, cabe ao médico honrar seu juramento e proporcionar o bem-estar biopsicossocial fundamentando-se principalmente no respeito a uma medicina com base complementar.
O entendimento da medicina terapêutica, portanto, garante a eficiência dos procedimentos medicinais em virtude da arte do cuidar sobre o pilar da afetividade. No cenário da medicina, entende-se que a função dos herdeiros de Hipócrates pressupõe a empatia e prevenção. Assim sendo, compreender as renovações dos valores sociais exige exatidão médica nos procedimentos práticos e, fundamentalmente, afetivos, para validar o profissionalismo e, a cima de tudo, garantir o ethos da cura. A conquista dessa cognoscibilidade se dará pela parceria Estado e Escola na criação de projetos educacionais voltados para fundamentos holísticos na formação dos acadêmicos de saúde. (José Ramiro Ferreira)







[1] Lembre-se das camadas da redação, portanto, além de responder ao tema tente referências de Van Gogh/ Machado de Assis e Clarice Lispector para lembrar da primeira fase. 

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