sábado, 15 de janeiro de 2011

UESC - QUESTÃO DISCURSIVA

Não que parecesse olhar ou enxergar de propósito. Parava quieta, não queria bruxas de pano, brinquedo nenhum, sempre sentadinha onde se achasse, pouco se mexia. — "Ninguém entende muita coisa que ela fala..." — dizia o Pai, com certo espanto. Menos pela estranhez das palavras, pois só em raro ela perguntava, por exemplo: - "Ele xurugou?" — e, vai ver, quem e o quê, jamais se saberia. Mas, pelo esquisito do juízo ou enfeitado do sentido. Com riso imprevisto: — "Tatu não vê a lua..." — ela falasse. Ou referia estórias, absurdas, vagas, tudo muito curto: da abelha que se voou para uma nuvem; de uma porção de meninas e meninos sentados a uma mesa de doces, comprida, comprida, por tempo que nem se acabava; ou da precisão de se fazer lista das coisas todas que no dia por dia a gente vem perdendo. Só a pura vida.

1. Com base no trecho acima e na totalidade da estória comente sobre a singularidade de Nhinhinha e sobre seu olhar para as coisas. Para isso tome como ponto de partida a sua relação familiar.

Ninhinha era uma menina que tinha um olhar lúdico-fantástico para o mundo criava novas formas de falar e conseguia observar particularidades que seus familiares não percebiam como dizer que o ar tinha cheiro de lembranças. Com o tempo percebeu-se que tudo que a menina desejava se realizava. Nesse momento temos um conflitos entre os desejos de Nininha e os desejos materiais de seus pais. Esses queriam que ela desejasse chuva, cura de doenças, enquanto ela queria o arco-íris ou o mundo de lá.


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