Proposta de Redação
A partir da leitura
dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão
da língua portuguesa sobre o tema Educação é o maior desafio estratégico da sociedade
brasileira, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Perante
os múltiplos desafios suscitados pelo futuro, a educação surge como um trunfo
indispensável para que a humanidade tenha a possibilidade de progredir na
consolidação dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social. Não como um
remédio milagroso, menos ainda como um “abre-te sésamo” de um mundo que tivesse
realizado todos os seus ideais, mas como uma via – certamente, entre outros
caminhos, embora mais eficaz – a serviço de um desenvolvimento humano mais
harmonioso e autêntico, de modo a contribuir para a diminuição da pobreza, da
exclusão social, das incompreensões, das opressões, das guerras... A educação é
também uma declaração de amor à infância e à juventude, que devem ser acolhidas
nas nossas sociedades, reservando-lhes o espaço que, sem dúvida, lhes cabe no
sistema educacional e também no seio da família, da comunidade de base e da
nação. Esse dever elementar deve ser constantemente evocado para que seja
levado em consideração, inclusive, nas tomadas de decisão de ordem política,
econômica e financeira: parafraseando o poeta, a criança é o futuro do homem. http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf
Texto II
Um relatório
divulgado nesta quarta-feira (8) pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos
países alcançou todas as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o
período de 2000 a 2015. Segundo o relatório, o Brasil chegou a duas dessas
metas: universalizar o acesso à educação primária (1ª ao 5 ano do ensino
fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e meninas
às aulas em grande proporção.
As metas foram
estabelecidas na Cúpula Mundial de Educação, em Dakar, no Senegal, com 164
países, ocorridas em 2000. O objetivo global era que todos os países pudessem
chegar a 2015 tendo cumprido as seis metas abaixo:
META 1 - PRIMEIRA INFÂNCIA
Expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as
crianças mais vulneráveis. Entre os países, 47% alcançaram o objetivo e outros
80% quase conseguiram.
META 2 - EDUCAÇÃO PRIMÁRIA
Alcançar a educação primária universal, particularmente para meninas, minorias
étnicas e crianças marginalizadas. Objetivo foi alcançado por 42% dos países. O Brasil cumpriu.
META 3 - JOVENS E ADULTOS
Garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e a habilidades
para a vida. Unesco diz que 46% dos países atingiram. META 4 -
ANALFABETISMO
Alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015.
Apenas 25% dos países atingiram.
META 5 - MENINOS E MENINAS
Alcançar a paridade e a igualdade de gênero. Unesco diz que 69% dos países
atingiram meta na educação primária e 48% no ensino médio. O Brasil atingiu.
META 6 - EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Melhorar a qualidade de educação e garantir resultados mensuráveis de
aprendizagem para todos. De acordo com o relatório, faltam 4 milhões de
professores no mundo.
A educação no
mundo ainda não é tratada da maneira como deveria, segundo a Unesco. A
organização afirma que apesar de neste período 34 milhões de crianças terem
tido acesso à educação, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo
e cerca de 100 milhões de crianças que não completarão a educação primária.
A desigualdade
na educação aumentou, com os mais pobres e desfavorecidos carregando o maior
fardo. As crianças mais pobres do mundo têm chances quatro vezes maiores de não
frequentar a escola quando comparadas às crianças mais ricas do mundo, e cinco
vezes maiores de não completar a educação primária.
Texto III
Entre
os dias 19 e 22 de maio, em Incheon, na Coreia do Sul, aconteceu o Fórum
Mundial de Educação, organizado pela UNESCO. O objetivo do Fórum foi acordar a
nova agenda da educação, que irá vigorar entre 2015 e 2030, com os novos
objetivos que compõem o compromisso Educação para Todos.
Os
cinco temas centrais desta terceira edição do Fórum foram:
I) Direito
à educação: assegurar
educação equitativa e inclusiva de qualidade e aprendizagem ao longo da vida para
todos até 2030.
II) Equidade
na educação: acesso
e aprendizagem equitativa, particularmente para meninas e mulheres, devem estar
no centro da agenda pós-2015 para permitir o pleno potencial de todas as
pessoas.
III) Educação
inclusiva: uma
educação inclusiva não apenas responde e se adapta a cada estudante, mas é
relevante para a sociedade e para o respeito à cultura.
IV) Educação
de qualidade: educação
de boa qualidade, provisionada por professores treinados e apoiados, é direito
de todas as crianças, jovens e adultos, não privilégio de poucos.
V) Educação
ao longo da vida: toda
pessoa, em toda a etapa de sua vida deve ter oportunidades de educação ao longo
da vida para adquirir conhecimentos e capacidades de que necessitam para
realizar suas aspirações e contribuir com suas sociedades.
Texto IV
A educação é a base da cidadania porque
ela é ao mesmo tempo difusora e instrumento da possibilidade de construção de
uma sociedade cujos direitos e deveres sejam de fato exercido por todos. O
papel da educação é duplo: ela é disseminadora de uma consciência cidadã e ao
mesmo tempo é instrumento de consolidação de uma verdadeira cidadania
vivenciada nesse segundo papel. A educação precisa, necessariamente estar
cumprindo seu papel de garantir oportunidades iguais a todos. É desejável que
os estudantes de todos os níveis possam competir em igualdade de condições.
No mundo de hoje, a maior violência que
podemos cometer com a dignidade humana é, sem dúvida, a inércia, o
consentimento com a condição de milhares de brasileiros não desenvolverem a
capacidade de ler, escrever, acessar o conhecimento de forma que possa
desempenhar uma participação autêntica na sociedade. Afinal, a educação garantirá a sustentabilidade dos imensos avanços
sociais e a cada jovem brasileiro o passaporte para o futuro. Para isso o Brasil
precisa acelerar a evolução para uma sociedade do conhecimento e para uma
economia inovadora, com uma indústria competitiva.
As pesquisas estão aí confirmando que
na sociedade letrada em que vivemos, quanto maior a participação do sujeito na
cultura escrita, maior será a convivência com domínios de raciocínio abstrato,
maior será a capacidade de realizar tarefas que exijam controle, inferências e
ajustes constantes. O sujeito que lê e escreve é uma pessoa mais participativa
socialmente, mais responsável e solidária.