quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Redação Bahiana 2016

Uma das questões trazia um tema importante de atualidade (questão 47) que dizia respeito à violência cultural que ocorre no Estado Islâmico, mas que também ocorre no Brasil.
Na verdade, o tema está associado a ideia de intolerância. Então segue uma reportagem sobre violência cultural e o tema de intolerância que fizemos e a reportagem que conta sobre o ocorrido pelo Estado islâmico e os ataques aos terreiros.

Sobre Violência Cultural
De acordo com Galtung (1996/2003), o conceito de violência cultural refere-se aos aspectos da cultura, ao “âmbito simbólico da nossa existência (materializado na religião e ideologia, língua e arte, ciências empíricas e ciências formais –lógica, matemáticas –), que são utilizados para justificar e legitimar a violência, seja ela pessoal ou estrutural.” (p. 261, tradução própria). Inversamente, a paz cultural refere-se aos “aspectos de uma cultura que servem para justificar e legitimar a paz direta e a paz estrutural.” (Galtung, 1996/2003, p. 261, tradução própria). Por exemplo, estrelas, cruzes, cartazes, bandeiras, hinos, obras de arte etc. podem servir tanto para legitimar a violência quanto a paz. Tratam-se, portanto, de aspectos da cultura que podem ser classificados tanto como formas de violência cultural quanto de paz cultural.
Ao desenvolver os conceitos de paz e violência cultural, Galtung (1996/2003) reestabelece a dimensão da cultura no próprio “coração” dos conflitos violentos. Longe de ser um acontecimento objetivo, de tipo natural, o processo de formação, manutenção ou transformação desses conflitos está intrinsecamente relacionado ao âmbito simbólico. Por exemplo, dificilmente poderíamos compreender a ascensão do nazismo sem compreendermos como que a propaganda nazista conseguiu legitimar e justificar o extermínio em massa.
Leiam mais sobre esse tema. Não é simples escrever sobre ele tá?

E se o tema for Intolerância Religiosa?
#TudoNosso
O relato de Conceição é repetido na voz de outros muitos adeptos de religiões de matriz africana. Fiéis do candomblé e da umbanda - que somavam quase 600 mil pessoas no Censo de 2010 - são os mais atacados no Brasil. De janeiro a 11 de julho deste ano, eles foram vítimas em 22 das 53 denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, segundo levantamento feito a pedido do GLOBO. Em 2013, foram 21 registros feitos por adeptos de religiões afro-brasileiras, em um total de 114. Mas o segmento também foi o que somou mais agredidos nesse ano.
O estudo “Presença do axé - Mapeando terreiros no Rio de Janeiro”, de pesquisadores da PUC-Rio, também contabilizou as agressões aos frequentadores de culto afro-brasileiros. Das 840 casas listadas, 430 foram alvo de discriminação. Mais da metade (57%) em locais públicos. Entre esses casos, a maior parte ocorreu nas ruas (67%).
- As denúncias à secretaria são encaminhadas a defensorias públicas, promotorias e delegacias. E os dados estatísticos servem de instrumento de orientação das nossas políticas - afirma Elias Vieira de Oliveira, coordenador geral de promoção de diversidade religiosa da SDH. - Em março deste ano, foi empossado o Comitê Nacional da Diversidade Religiosa, que tem representantes de matriz africana. As agressões já estão na pauta do grupo.
Se por um lado as denúncias trazem indícios de que é crescente a violência contra fieis do candomblé e umbandistas, por outro, mostram também um aumento da mobilização contra a intolerância. O movimento vem se fortalecendo desde 2008, quando quatro pessoas invadiram o Centro Cruz de Oxalá, no Catete. Na ocasião, imagens foram quebradas e fiéis xingados. Foi criada então a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), formada por grupos da sociedade civil e religiosos de diferentes crenças.
Em junho, uma polêmica decisão do juiz titular da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, que negou pedido de retirada de vídeos do YouTube gravados durante cultos evangélicos, com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras, foi o gatilho para novas manifestações. O magistrado dizia, na sentença, que candomblé e umbanda não são religiões. Ele acabou voltando atrás, mas não conseguiu apaziguar os ânimos. Dias depois, representantes de diferentes estados viajaram a Brasília para cobrar de autoridades o respeito ao direito de crença.
- Esses casos recentes reacenderam a autoestima dos adeptos de religiões de origem africana. Além disso, causaram um resgate da identidade religiosa, porque têm levado essa população a se assumir e buscar apoio da sociedade - analisa o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR, que espera reunir cem mil pessoas na 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, dia 21 de setembro, na orla de Copacabana.


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O perigo da intolerância religiosa

Tendência à convivência pacífica entre credos diferentes no Brasil tem sido cada vez mais posta em xeque, de uma forma que as autoridades não podem ignorar

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A tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e simplesmente uma medida imposta por decreto. É, antes disso, um aspecto cultural. Por um lado, foi preciso incluir na Constituição artigo resguardando a liberdade de culto e proteção contra a discriminação, porque tais garantias não seriam naturais; por outro, a convivência entre credos distintos foi facilitada pela formação do povo. A miscigenação e a intimidade entre a casa-grande e a senzala resultaram em mecanismos de acomodação, como o sincretismo que uniu religiões aparentemente tão diferentes quanto o catolicismo e o candomblé. Na Bahia, por exemplo, eles se misturaram.
No entanto, a tendência à convivência pacífica tem sido cada vez mais posta em xeque, e de uma forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. A série de reportagens publicada pelo GLOBO semana passada mostra que os fiéis da umbanda e do candomblé — 600 mil pelo Censo 2010 — foram vítimas de 22 das 53 denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, de janeiro a 11 de julho deste ano. Além disso, um estudo da PUC-Rio registrou que, num grupo de 840 terreiros, 430 foram alvo de discriminação, sendo 57% dos casos em locais públicos.

Leia mais sobre esse assunto em 
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PRECONCEITO E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA JÁ SOMAM LISTA DE CRIMES ASSUSTADORORES

A intolerância e o fanatismo religioso exacerbado têm levado pessoas a cometerem lesão corporal, assassinato, depredação, dentre outros crimes.

Marcia de Ogum, umbandista, canta a cultura afro.
Marcia de Ogum, umbandista, canta a cultura afro.
Segundo informações publicadas pelo portal UOL, no mês de junho de 2015, no Rio de Janeiro, Kaylane Campos, uma menina de 11 anos, foi apedrejada na cabeça e insultada por dois homens com Bíblias na mão, somente por ser do Candomblé. A intolerância religiosa no Brasil é inegável, mas saiu das ofensas para chegar a níveis de criminalidade e violência aterrorizantes.
Uma investigação realizada em diferentes estados brasileiros pela Ação Educativa constatou que a intolerância religiosa apresenta diversos casos de violência física (socos e apedrejamento), humilhações, isolamento social de estudantes, obrigação de negar sua identidade religiosa com risco de sofrer represálias, demissão ou afastamento profissional. E, tudo isso, por serem adeptos de religiões de matriz africana.
O pré-conceito invade até os livros escolares, com proibição de uso de livros e do ensino/prática da capoeira e de danças afro-brasileiras na escola. Ação Educativa explica que “essa intolerância religiosa deve ser compreendida como parte do fenômeno do racismo”.
A pesquisa constatou, ainda, que há um crescimento de intolerância religiosa na escola e na sociedade, mas que poucos casos são registrados e/ou denunciados. “Tal fenômeno constitui grande obstáculo à implementação integral da Lei n. 10.639/2003 e de programas de educação em gênero e sexualidade, razão pela qual identifica-se que, no ambiente escolar, os temas racismo, intolerância religiosa, direitos sexuais e reprodutivos e laicidade estão fortemente correlacionados”.


Um excelente argumento para uma redação desse tema é utilizar Jorge Amado em Tenda dos Milagres


 Intolerância em Xeque – Redações Modelo
Verdades únicas

            A atual conjuntura da humanidade evidencia que a convivência com o outro, respeitando todas as diferenças existentes, ainda é o maior desafio do homem. Mesmo na Era do Relativismo, os episódios de intolerância tornam-se cada vez mais recorrentes, revelando que o diferente e o inesperado ainda assustam a humanidade.
            Na contemporaneidade, o capitalismo e suas doutrinas instigam, nas diferentes sociedades, o sentimento individualista da cultura do capital. No Brasil, o acumulo de riquezas e consequentemente a aversão à pobreza são traços que marcam essas associações capitalistas do homem. O pobre vítima, dessa lástima, acaba por ser rebaixado a condição de lixo e, portanto, para uma porção da sociedade, deve ser exterminado do convívio com os “mais favorecidos”, evidenciando assim, o caso mais comum de intolerância no país do futebol – o da segregação econômica.
            Carlos Drummond de Andrade apregoava que ninguém é igual a ninguém, que todo ser humano é um estranho ímpar. E é essa singularidade de cada homem que fomenta, em alguns casos, o estranhamento por parte de outros. A homofobia, a xenofobia, o fundamentalismo e o racismo são alguns exemplos de intolerância suscitados mais fortemente na atualidade, pela não aceitação das diferenças sexuais, religiosas, políticas e culturais. Algumas sociedades, mesmo vivendo sobre a tríplice da igualdade, fraternidade e liberdade, não respeitam os direitos humanos a ponto de criar verdades absolutas e defendê-las ferozmente, chegando em alguns casos a condenar aqueles que fogem de seus padrões. Os regimes totalitários são alguns exemplos desse extremismo da intolerância.
            Em tempos em que o individualismo ganha status de valor, a intolerância ganha cada vez mais espaço. Em contrapartida, o homem perde a sua condição de humanidade, pois está cada vez mais vivendo isolado em suas verdades únicas. Precisando portanto aprender o axioma de que conviver e respeitar as diferenças dos outros é mais do que possível, é necessário.

Cultura da Coexistência

                A intolerância pode ser considerada como um aspecto cultural de um povo. Partindo desse pressuposto, a diversidade cultural foi um dos fatores que garantiu a sobrevivência da espécie humana. Contudo, no mundo contemporâneo, são inúmeros os episódios de manifestação de ódio no qual a autonomia cultural sobrepõem-se à vida humana.
                Ao longo da história, o intercâmbio de informações teve grande importância para os indivíduos. Do surgimento do fogo passando pela invenção da roda, grandes descobertas só foram possíveis graças ao fluxo cultural entre as diversas populações. Entretanto, o advento do capitalismo motivou a segregação, uma vez que passou a sustentar um modo de vida individualista.
                Na era virtual observa-se que a infraestrutura social coloca a intolerância em evidência. Assim, grupos que diferem entre si, seja pela cor, pelo sexo ou pela religião, são discriminados. Tais fatos são ratificações das diversas cenas de intolerância na história da humanidade. Do Holocausto Judeu ao Apartheid na África do Sul, até hoje, casos semelhantes são disseminados na sociedade e vão do bullying escolar ao desprezo naturalizado para com os pobres.
                A sociedade deseja avançar na promoção do bem estar social. Neste âmbito, é necessário retornar aos valores democráticos e a coexistência dos diferentes segmentos sociais. Isso se dará através de uma educação que neutralize diferenças e de políticas de disseminação do respeito ao outro pelo Estado ou sociedade civil. Assim, construiremos uma cultura de respeito e tolerância.

Conduta para o aprendizado.
      A sociedade do século XXI busca a sobrevivência em meio ao caos econômico, político e moral. Para conseguir tamanho feito, protege-se contra o inesperado, diferente e desconhecido. Ser intolerável e negar que existe outra realidade é crer que apenas uma verdade pode ser a certa. O problema é que no mundo contemporâneo globalizado e de múltiplas faces, a intolerância tem sido acompanhada por agressividade e desprezo.
        Quando os holandeses calvinistas invadiram o Maranhão e conseguiram administrá-lo, Maurício de Nassau declarou que naquele “Brasil holandês” haveria a garantia de liberdade religiosa, e realmente assim foi. Em outra realidade completamente diferente e mais parecida com a atual, quando Hitler assumiu o poder na Alemanha, além de criar campos de concentração, também conseguiu reunir vários bens materiais da cultura judia, como quadros, e deixá-los sumidos por décadas. Com casos como os de Feliciano ou guerras fundamentalistas percebe-se que está difícil repetir o feito do administrador holandês.
    No momento em que não parece haver motivos para ser flexível, a intolerância tem sido aplicada contra negros, índios, homossexuais, orientais e pobres. A ideia de que apenas o conhecimento e a doutrina defendida por um grupo deveria ser a vigente em todo o seu entorno, definição dada ao fundamentalismo, faz justificável o desprezo dado ao outro que apresenta um modelo de vida diferente. O século do avanço comunicacional e da globalização das culturas solidificou algumas em detrimento de outras e aumentou o desrespeito ao diferente.
          Para o sociólogo Bauman, enquanto houver quem defenda o ideal de soberania, haverá quem alimente a intolerância. Para reversão de tal condição é necessário que criemos ambientes que aceitem uma pessoa, qualquer que seja a sua crença, cor ou etnia e vejamos nela não um motivo pra ridicularizar e discriminar, mas sim para aprender e respeitar. Esses espaços devem ser garantidos por políticas públicas que visem sobretudo a educação para respeito as diferenças.

Sem título
                A intolerância, aversão a algo que julgamos como censurável ou contrário a uma regra moral, tem cada vez mais ultrapassado os limites da racionalidade tendo como intuito a repreensão às ideologias confrontantes.  Essa forma de Inquisição presente ainda no século XXI, vem ganhando adversários que encontram na beleza das variações uma forma de sucumbir as adversidades impostas por aqueles.
            Visando a predominância na sociedade dos ideais as quais são adeptos, os intolerantes, através desse ato unilateral, utilizam-se de meios a eles favoráveis para reprimirem quem não possui as mesmas convicções, como o registrado na Contra-Reforma com o massacre aos hereges e na Segunda Guerra Mundial, ou, com o genocídio de judeus pelos nazistas. No entanto, no século XVIII, quando o princípio da tolerância se firmou com o Iluminismo, a conjuntura começou a mudar, dando uma maior vazão para o questionamento da liberdade de escolha.
            A tolerância, objetivando o respeito mútuo e a convivência pacífica entre indivíduos com pensamentos antagônicos, focaliza a inserção de opiniões diferentes num mesmo espaço, utilizando-se então de projetos, a citar os realizados nas escolas, trabalhando conteúdos como preconceito e a discriminação, ou de maneira articulada com as esferas públicas, com a criação de leis que consolidem o direito de alguns cidadãos, como registrado em Estados como a Bahia.
         Uma vez sendo culturalmente aprendida, a sociedade possui o poder de, através da colaboração no processo de desenvolvimento ético de indivíduos e grupos, tornar mais rígida as diretrizes para uma vida pacífica entre classes que tenham posições relativas quanto a certos assuntos, mas que preguem, sobretudo, a aceitação entre si.

Destruição de sítios arqueológicos pelo EI é crime de guerra, diz Unesco

Agência da ONU tem especial preocupação com futuro de Palmira, na Síria.
'Tesouros insubstituíveis' são alvo de escavações ilegais, pilhagem e tráfico.

Da France Presse
Imagem de 14 de março de 214 mostra parte da antiga cidade histórica de Palmira, na Síria, ameaçada pelo Estado Islâmico (Foto: AFP PHOTO/JOSEPH EID)
A Unesco denunciou nesta segunda-feira (29) em uma resolução adotada em Bonn os "ataques bárbaros" perpetrados pela organização jihadista Estado Islâmico (EI) contra sítios arqueológicos na Síria e no Iraque, comparando-os a "crimes de guerra".
O texto, aprovado na 39ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, iniciada no domingo, condenou "os ataques bárbaros, violência e crimes cometidos (...) contra o patrimônio cultural do Iraque" pela organização Estado islâmico, que multiplica os abusos contra sítios arqueológicos, religiosos ou históricos localizados em seu "califado", abrangendo o Iraque e a Síria.
"Os ataques intencionais a edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, à arte, ciência ou para fins de caridade e contra monumentos históricos podem constituir crimes de guerra", insistiu a agência cultural das Nações Unidas em sua resolução.
A resolução manifesta também a "profunda preocupação" da Unesco "com o local denominado Patrimônio Mundial" da antiga cidade de Palmira (centro da Síria), conquistada no final de maio pelo EI e, desde então, alvo de constantes ataques, levando a temores de um desastre.
Os "tesouros culturais insubstituíveis" também estão ameaçados pelas "escavações ilegais, casos de pilhagem e o tráfico de bens culturais organizados" no Afeganistão, Iraque, Líbia, Mali, Síria e Iêmen, alertaram os membros do Comitê do Patrimônio Mundial.
A Unesco abriu nesta domingo em Bonn a 39ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial para examinar até 8 de julho cerca de trinta candidaturas para inscrição no Patrimônio Mundial da Humanidade. A diretora-geral da Unesco, Irina Bokowa, denunciou a destruição de tesouros arquitetônicos e culturais pelo EI. À margem de seus trabalhos, a Unesco deve começar nesta segunda-feira uma campanha em favor do patrimônio ameaçado pelos extremistas, chamada "Unite4Heritage" ("unidos pelo patrimônio", em inglês).




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