Olá gente....
Aqui estão os slides da aula de Arcadismo. Lembre-se que neles está apenas a contextualização histórico literária para facilitar a leitura dos textos. É muito importante lembrar que só se aprende literatura lendo literatura.
domingo, 18 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
CURSO DE MARA RUTE 2012 .Vai perder?
Quer dar uma chance ao seu futuro?
Faça o nosso curso de Leitura e Redação e aproveite todas as suas possibilidades.
Se você não fez sua reserva de vaga ligue para 73 9140 3000 ou 73 8839 3280.
Na quinta-feira divulgaremos a lista dos selecionados para fazer parte desse grupo que acredita, sonha e realiza.
Em Vitória da Conquista as matrículas já estão abertas no Sêneca-Pré Vestibular. Garanta sua vaga. 77 3427 7500 ou 77 3421 2012.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Filme Rio - Análise do Professor Joab Cruz
Tema: Violência: novas formas, novos atores
Violare humanum est
Produzimos essa redação para servir como amparo a produção de vocês, mas lembre-se. Você deve ter seu acervo.
O século XXI trouxe em seu cerne mudanças
substanciais na forma de relação e trabalho. O mundo virtual, a diminuição das
fronteiras e o relativismo de valores também produziram maneiras “evoluídas” de
violência. No entanto, uma análise um pouco mais profunda revela que seu princípio
é o mesmo e está na raiz da formação do homem em sociedade. A violência assume formas
associadas à identidade do grupo social.
Nos tempos de
armas biológicas, invasões a países para guerras preventivas e inimigos não declarados explodindo prédios,
não é espantoso ter Suzanes matando os pais ou policiais comandando o tráfico.
O mundo, hoje cada vez mais sem fronteiras, uniformiza práticas violentas que
se proliferam com cliques produzindo cyber-bullying ou viagens para derrubar
aviões. Bem diferente dos complôs para matar Alexandres ou os macabros rituais
de Hitler em seus campos de concentração.
No entanto, os confrontos entre israelenses
e palestinos ganham, a cada dia, capítulos repetidos de violência, intolerância
e revanchismo, marcados apenas por breves períodos de trégua. Suzane, apontada
como fruto do século XXI não difere
muito dos Cains ou Brutus da história.
Uma prova de que o que tem acontecido não são mudanças radicais de práticas
e representações sobre violência, mas
talvez uma plataforma maior para a difusão desta ou mesmo uma mídia que nos
alimenta de sangue todos os dias nos telejornais.
A violência contemporânea, manifesta com
diferentes formas de fanatismo, terrorismo, crescimento da xenofobia, atos de
homofobia e serial killers, demonstra que a globalização não criou um caminho
para a compreensão do outro ou para a pacificidade mundial. Em tempos de
relativismo sequer se discute ideia de bem ou mal, no entanto querer um mundo
pacífico é um ideal que a história nunca deu conta de mostrar - Somos violentos e evoluímos com isso.
Trabalhar a ideia de Camões também teria sido massa!
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Aula do Professor Roberto Silva sobre o Filme RIO
Aula ministrada pelo Professor Roberto sobre o Filme Rio. Reveja os slides e prepare-se para o simulado.
sábado, 10 de março de 2012
Trechos dos Sermões de Vieira que são imperdíveis!!!
Pe.
Vieira
AMOR MENINO
Tudo cura o tempo,
tudo faz esquecer, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de
mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não
há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado mais
continuadas, tanto menos unidas.
Por isso, os antigos
sabiamente pintaram o amor menino, por que não há amor tão robusto que chegue a
ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o
tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que
já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê quem não via; e faz-lhe crescer as
asas, com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é pequena.
O tempo tira a
novidade das coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta
que sejam usados para não serem os mesmos. Gasta-se o ferro com o uso, quanto
mais o amor. O mesmo amor é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a
menos.
Bom ladrão
“Suponho finalmente
que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e
vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua
miséria, ou escusa, ou alivia o seu pecado (...). O ladrão que furta para
comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu
trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera (...). Não
são só ladrões (...) os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este
título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o
governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha,
já com força, roubam e despojam os povos. - Os outros ladrões roubam um homem:
estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem
temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e
enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu
que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões,
e começou a bradar: - Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos. -
Ditosa Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se
nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas! Quantas vezes se viu Roma ir a
enforcar um ladrão, por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em
triunfo um cônsul, ou ditador, por ter roubado uma província (...)”
Esse é para Refletir
Estava o nosso padre
António Vieira em Roma havia cinco anos, já pregador famoso na língua italiana
como era na portuguesa, quando, em 1674, no palácio da ex-rainha Cristina da
Suécia, de quem Vieira era confessor, e com a assistência de muitos cardeais e
monsenhores, se propôs a debate o seguinte problema: qual dos dois filósofos
fora o mais sábio, se Demócrito, que sempre ria; ou se Heraclito, que sempre
chorava. Foram chamados a debater tão candente problema os dois campeões vivos
da oratória sacra: o nosso jesuíta, que fez questão de conceder ao opositor a
parte que quisesse defender; o outro, da mesma Companhia, era Jerónimo Cataneo,
que tomou partido por Demócrito, não sabemos se rindo do cavalheiroso gesto do
confrade. Também nos não chegou directa notícia de quem na ocasião recolheu
mais sufrágios de vencedor, por mais ter convencido. Sabe-se que o Geral dos
jesuítas, João Paulo Oliva, enviava no dia 13 de Março de 1675 uma carta a
Vieira em que, a propósito do panegírico de Santo Estanislau, pregado pelo
nosso no dia anterior, dizia isto do que nos importa agora: « Este Panegírico
de V. Reverência não cede a outro algum dos seus discursos, exceptuando o das
Lágrimas, em que V. Reverência venceu não só todos seus companheiros, mas
também a si mesmo, impossibilitando-se de sair à luz com outro parto igual.»
Não há encarecimento
lisonjeador. Não precisava dele um orador capaz de demonstrar, no mesmo
parágrafo, que Demócrito “não ria”; que “ria sempre, logo nunca ria”…
Recolhamos algumas lágrimas do discurso prodigioso:
« Que é este mundo
senão um mapa universal de misérias, de trabalhos, de perigos, de desgraças, de
mortes? E à vista de um teatro imenso, tão trágico, tão funesto, tão
lamentável, aonde cada reino, cada cidade e cada casa continuamente mudam a
cena, aonde cada sol que nasce é um cometa, cada dia que passa um estrago, cada
hora e cada instante mil infortúnios, que homem haverá (se acaso é homem) que
não chore? Se não chora, mostra que não é racional; e se ri, mostra que também
podem rir as feras. (…)
« Como pois se ria
ou podia rir-se Demócrito do mesmo mundo e das mesmas cousas que via e chorava
Heraclito? A mim, senhores, me parece que Demócrito não ria, mas que Demócrito
e Heraclito ambos choravam, cada um ao seu modo.
« Que Demócrito não
risse, eu o provo. Demócrito ria sempre; logo, nunca ria. A sequência parece
difícil, mas é evidente. O riso, como dizem todos os filósofos, nasce da
novidade e da admiração; e cessando a novidade e a admiração, cessa também o
riso; e como Demócrito se ria dos ordinários desconcertos do mundo, e o que é
ordinário e se vê sempre não pode causar admiração nem novidade, segue-se que
nunca ria, pois não havia matéria que motivasse o riso.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Bento Lima Trabalha Aprendizagem de Direitos Humanos para o ENEM
A aula de Redação do Sêneca hoje foi marcada pela presença do Advogado Bento Lima, convidado especial para discutir com os
alunos o Tema dos Direitos Humanos. O Sêneca demonstra uma preocupação especial com uma das competências do Enem que é elaborar proposta de solução para o problema abordado no tema respeitando os Direitos Humanos. Para ajudar a formar tal competência convidou o professor e Advogado que apresentou em sua aula a história dos direitos humanos, como também quais são e como devem ser propostos na Redação.
Acompanhe um vídeo interessante que fez parte da aula e, em breve, disponibilizaremos os slides utilizados pelo professor.
Você sabe o que é dialética?
Pensamento de Mrax e Hegel, mas há muito mais coisas sobre dialética que é legal saber. Pesquise um pouco!!!!
quinta-feira, 8 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusaEngraçado e quem disse que a Bahia Mudou?
A cada canto um grande conselheiro, -
Que nos quer governar a cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em todo lugar alguém que não cuida de sua vida, mas arvora-se a aconselhar a vida dos outros.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Em cada porta alguém que olha a vida dos outros e depois vai contar em toda parte.
Muitos Mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.
Muitos sem vergonha que conseguem ter em suas mãos os melhores homens.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.
Assim é a Bahia. Quem não rouba é pobre. Triste não?
Lorena Ludovino homenageia Jorge Araújo em Redação
Lorena Ludovino é um exemplo de superação!!!!!
De aluna que mal escrevia na presença de estranhos ao orgulhoso 9,0 (merecido) na redação do Enem e uma significa aprovação da UFRJ.
É por ela que fazer o curso de redação e ensinar a escrever vale a pena.
Eu estava recuperando alguns arquivos e encontrei uma foto minha com Jorge e...opa!!!! a redação de Lorena. Perfeito. Pena que ele não a conheceu. Vamos ter que resolver esse problema!
De homem-boi
à boi-homem
A globalização trouxe consigo um homem aprisionado em seus becos. O
mesmo, moldado pelos rigores do
capitalismo tornou-se indiferente a tudo que pudesse ferir os seus interesses. Porém,
uma mudança de percepção se faz necessária, uma vez que o descaso com o
ambiente natural e para com os
cidadãos tem ameaçado a integridade do
todo.
O individualismo, a ganância e o egocentrismo marcam a sociedade
pós-moderna, resultando na cegueira branca. Esta que não permite ao ser humano
reconhecer os valores coletivos – como os da revolução francesa – e respeitar
os direitos que transcendem a si mesmo – a natureza. Estes, que são essenciais
para o bem estar humanidade.
Lapidar de alguma forma esse capitalismo selvagem para torná-lo objeto
de uso do homem -não o contrário –é o principio básico pra deixar qualquer
sociedade mais humana. Através disso, os direitos humanos básicos - moradia, alimentação
e saúde- seriam mais acessíveis e aos indivíduos seria dado o direito de
sobreviver com dignidade. Dessa forma, a hierarquia social estaria dentro da
normalidade.
Uma população mais humana entende que cada ser é parte do organismo
Terra. Assim sendo, o homem-boi passará ser o boi-homem e a cuidar do planeta
como parte de si mesmo, pois será sabido que qualquer desequilíbrio poderá ter
conseqüências de longo alcance -o desastre no Golfo do México- levando algumas
partes do organismo a óbito.
O homem-boi é resultado de um capitalismo desastroso, o qual colocou o
poder econômico como gerenciador das relações humanas e para com a natureza.
Isso implica em mazelas sócio ambientais
que se tornou uma pedra no sapato dessa ordem global. Diante disso, o homem tem
sido obrigado a entender que uma política que não privilegia o organismo como
todo estará sempre sujeita a enfrentar colapsos.
MULHER - Homenagem e tema de Redação
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
O que já conquistamos?
Ao longo dos anos, muitas têm sido as vitórias das mulheres. Conquistaram direitos como o de freqüentar escolas, votar e se candidatar a cargos políticos, praticar esportes e representar o país em competições esportivas, entre outros. Também foram criadas delegacias de proteção à mulher e campanhas direcionadas à saúde da mulher (como a sobre o câncer de mama).
Hoje o Brasil tem mais mulheres que homens. Elas ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho. E, para se ter uma idéia, já são responsáveis por 24,9% dos domicílios brasileiros.
VAMOS CONHECER ALGUNS DADOS INTERESSANTES SOBRE A MULHER QUE SERVEM PARA NOSSA REDAÇÃO?
Veja no formato interativo e o Brasil é exemplo na América. Que bom!!!!!http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mulher/index.htm
Conheça mais dados no:http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mulher2011/
Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.
Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano
Internacional da Mulher em 1975.
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