quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Redação Medicina para a FASA/UNIME/UNIT - 2015 A importância do conhecimento histórico da medicina e os seus reflexos na contemporaneidade

Caminho percorrido

Aristóteles afirmou que, entende-se melhor as coisas e os conceitos quando se tem uma visão clara de como eles se formaram. Partindo dessa premissa, grande parte do conhecimento médico, nos primeiros 20 séculos da humanidade, esteve atrelado ao conhecimento histórico, e atualmente, serve como base para novos avanços e tratamentos complementares.
Séculos da história médica formataram-se nos alicerces hipocráticos, viés que só foi alterado no século XX, influenciados pela valorização da técnica e pelo positivismo de Comte. Nessa perspectiva, a história da medicina em seus diferentes períodos mostra como o conceito de uma enfermidade, sua etiologia e seu tratamento, prevalentes em um dado momento, podem ser substituídos por outros, como no caso do éter descoberto no medievo por Paracelso e redescoberto 300 anos posteriormente. Esta noção da transitoriedade da verdade científica educa o médico no espírito independente e crítico, tornando-o preparado para assimilar as mudanças e as novas verdades que na medicina ou na sociedade se desenvolvem.
Na arte médica é fundamental o princípio de que as conquistas, que constituem o patrimônio do passado, devem servir de base às investigações do presente. Nessa conjuntura, acompanha-se o fluxo de revitalização e aprimoramento da medicina tradicional, valendo-se no século XXI por remédios fitoterápicos e acupuntura, que se tornaram parte de uma extensa pesquisa acadêmica na busca de novas soluções. Tal fato tem associado a alternativa popular à medicina moderna, apoiado por programas como o Sistema Único de Saúde no Brasil, mesmo em locais onde os tratamentos médicos modernos prevalecem.
Conforme Littré, não existe nada na mais avançada medicina contemporânea cujo embrião não se encontre na medicina do passado. Assim, não se pode compreender a medicina atual de forma concisa e profunda se ignorar a evolução do conhecimento médico, pois existe uma coesão histórica do pensamento, sendo necessário conhecer o caminho percorrido para que se possa compreender os conceitos presentes. Portanto, nem a medicina escapa ao axioma de que para caminhar rumo ao o futuro é preciso entender como foram os passos do passado.


Redação Produzida pelos Anjos do Curso Eu Quero Passar para a Oficina de Ciências Médicas 

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