domingo, 7 de outubro de 2018

Eleições 2018 - Tema de redação Democracia como reflexo do povo


Olhar Shakespeariano
Ao sentir a presença da corrupção em seu reino Hamlet disse: há algo podre no reino da Dinamarca. A análise de Shakespeare pode ser estendida ao Brasil do século XXI: nesse “reinado” a impunidade e a falta de consciência do cidadão tornam a corrupção uma chaga crônica e irremediável para a democracia do país.
Possuindo um amplo aparato jurídico e uma das constituições mais completa do mundo, a República brasileira falha quando se trata de punir a ilegalidade dos seus políticos. Um exemplo disto foi a permanência do Deputado Federal Eduardo Cunha no poder entre outros exemplos de impunidade que estabelecem uma crise de credibilidade no país, desertificando assim, a esperança da população em viver numa sociedade justa e igual para todos.
Concebendo, porém, que a crise política é extensão de um comportamento da sociedade é preciso entender os políticos como reflexo do próprio povo que elegeu ‘seus pastores’, ‘seus médicos’ e ‘seus humoristas’ para serem reflexos do que eles são.  Para o filósofo Foucault a corrupção nasce na base da sociedade, ou seja, no próprio cidadão e, à medida em que o povo exige melhorias políticas, ele deveria participar de tais mudanças como não sonegar impostos, não ultrapassar o sinal vermelho e não furar filas. Dessa forma, a consciência que a ilegalidade emerge na sociedade e que ela se enraíza por toda estrutura social é fundamental para a melhoria dos princípios éticos nacionais.
Os ‘novos Skakespeares’ - brasileiros conscientes -  estavam certos: há algo de podre no Brasil. Este problema deve ser encarado com a perspectiva da aplicação da lei e da obediência da ética e da moralidade. A corrupção encontra-se no poder e na rotina da sociedade, sendo necessário o combate à cada célula delitiva, no país. Para isso, a mudança de postura parlamentar, punindo a corrupção da classe política e o exercício de uma cidadania coerente com os princípios constitucionais são a pedra angular da mudança que o país precisa. Além disso, importa entender que exemplos éticos são construídos desde a infância então, se queremos um país honesto, precisamos formar, no seio da família e da escola, crianças honestas que aprendem com seus preceptores. Afinal, a palavra convence, mas o exemplo arrasta.  (Tércio Prado)
* Redação adaptada pela Equipe do Eu Quero Passar

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