quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Redação Bahiana 2016.

Primeiras Palavras:
A corrida para ser médico cada dia aproxima-se mais de uma vocação. Poucos têm a força suficiente para enfrentar concorrências, estudar noites a fio e perseverar, entre tantas derrotas, até o sonho final. Fico orgulhosa de vocês que chegaram até aqui numa etapa em que muitos outros queriam estar.
Ah, a segunda fase da Bahiana!”, “Chega a ser quase um troféu!” e é isso que queremos: sua vitória definitiva como um troféu depois de tanta batalha. Por isso nos empenhamos como equipe para produzir esse material de apoio e, como em todos os anos, queremos que ele sirva para você alcançar seu sonho de chegar à universidade.
 Ano a ano construímos na Bahiana quase uma família de ex-alunos e, movidos pela paixão que temos por essa universidade, decidimos montar um roteiro de estudo de redação para garantir tranquilidade e aprovação para você. Veja em cada tema mais um degrau e nesses últimos dias tente pensar e produzi-los com carinho. Se não conseguir não tem problema. Você sabe que temos as famosas redações modelo.  
Portanto, nascido no coração do curso Eu Quero Passar, coordenado pela professora Mara Rute e desenvolvido por Isabel Oliveira e Tiago Silveira, e esse ano com a mãozinha de quem já está lá, mas quer muito ter você como colega, apresentamos o PEBMSP 2015.
Este material foi baseado no histórico de processos seletivos da universidade e em textos relacionados à temática da prova em 2015 para orientar e, principalmente, direcionar você para o recorte desejado. Também acompanhe nossa orientação final após a vivência.
Esse ano enfrentaremos mais um novo desafio lançado pela STRIX. A prova do primeiro semestre não apresentou um tema único, ela trouxe várias questões associadas à contemporaneidade. Assim, arrumamos o processo do estudo de vocês da seguinte maneira:
a) Temas de redação ligados aos temas sugeridos na 1° fase;
b) Releitura do tema do ano passado com sua respectiva redação modelo que tirou nove;
c) Esperaremos a vivência para produzirmos uma reflexão maior sobre a temática;
d) Sugerimos a leitura dos temas de redação na área de saúde no portfólio de ciências médicas que foi entregue a vocês para solidificar argumentos nesse sentido;
e) Como treinamento faça alguns dos temas e nos envie para vermos se seu texto está perfeitamente adequado ao modelo de redação e correção da Bahiana.
Por fim lembre-se que cada história de vida é produzida por um passo. E esse, de escolher fazer o portfólio, é um passo de vitória. Esperamos que a cada redação entregue você caminhe mais à frente chegando ao lugar onde está o seu sonho.
Estaremos aqui ajudando-o a caminhar passo-a-passo.
                                                                            Mara Rute Lima

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."
Curso de Linguagens
Prof. Mara Rute
Revisão Bahiana Segunda Fase
Roteiro Preparatório

O que diz o edital/ Manual do CANDIDATO
B) SEGUNDA FASE - constituída por dois momentos: a) Primeiro Momento - de natureza vivencial, propõe-se a criar oportunidades para que o candidato realize atividades socializadoras e integradoras que possibilitem evidenciar habilidades interpessoais, senso estético, atitudes éticas, capacidade crítico-reflexiva, capacidade de planejar e de executar tarefas, e que possa identificar as habilidades potenciais requeridas para a sua capacitação profissional, além de exercitar valores humanos básicos e imprescindíveis à saudável convivência humana, a exemplo de respeito, solidariedade, cooperação e cuidado, na perspectiva de sua aproximação com o mundo profissional, constituindo-se em uma avaliação qualitativa, de caráter formativo, não lhe sendo atribuída nota ou conceito; b) Segundo Momento - classifica o candidato para as vagas do curso de Medicina e será constituído de uma Prova de Redação (eliminatória) que compreenderá a produção de um texto dissertativo-argumentativo, em forma de prosa, a partir de um argumento dado, com ideias fundamentais, coerentes e claras, posicionamentos lógicos e críticos, devendo o candidato evidenciar o domínio do léxico e da estrutura da Língua Portuguesa e por uma Prova Discursiva (classificatória), com 15 (quinze) questões, elaboradas a partir dos saberes das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Física/Química/Biologia) e de Matemática e suas Tecnologias, com abordagens da vida cotidiana e enfoque em aspectos ligados à saúde, contemplando um eixo temático definido. No Primeiro Momento será aplicado o ponto de corte de 1 (um) desvio padrão abaixo da média aritmética dos Escores dos candidatos presentes a essa prova, até o limite de três candidatos por vaga oferecida no curso.


O tema 3 será baseado no poema de O escritor Ruy Espinheira que apareceu na prova na questão 5 de interpretação. É bom aprender a referência dele para citar na prova (como fez a colega que tirou 9,0 citando João Ubaldo Ribeiro) e lembrar que a redação do ano passado foi baseado no tema da Enem de 2007 e que trabalhar a temática do idoso nos levaria ao tema de 2009 elaborado pela Consultec.
Vamos ver elementos importantes para esse tema:
http://e-ib5.sttc.net.br/uploads/RTEmagicC_Ruy_espinheira_filho__300_txdam250567_d35395.jpg.jpg

Um dos mais premiados escritores do país, Ruy Espinheira Filho já publicou mais de 30 títulos. Sua produção passa por poesia, ficção, ensaios sobre Jorge de Lima, Mário de Andrade e Manuel Bandeira. Entre seus livros publicados estão: 'As sombras luminosas' (1981), vencedor do Prêmio Nacional de Poesia Cruz e Sousa; ‘Memória da chuva' (1996); finalista do Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira e do Prêmio Jabuti, ambos em 1997; Prêmio Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores, em 1998. 'Elegia de agosto e outros poemas' (2005), que ficou com o Prêmio Academia Brasileira de Letras de Poesia, 2006.
No trabalho o autor fala de temas como: solidão, amor, tristeza, vingança, humor, ternura, infância, perdas e conquistas, com contos inéditos e outros já publicados.
No livro, estão presentes contos que falam de temas como solidão, infância e amor. O que fica evidente, entretanto, é que há um tema maior: a vida sendo contada.
 O texto da prova era sobre o afetivo cuidado com filho com uma mãe que tinha Alzheimer. Segue textos fundamentadores para que você possa produzir seu texto e a proposta de redação do portfólio sobre o tema:
Fichamento - Estatuto do Idoso
Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003
·         Art. 1º - É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
·         Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral e intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
·         Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, `cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Tema do nosso portfólio
Após a leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Envelhecimento da população brasileira: os novos desafios, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Uma das maiores conquistas culturais de um povo em seu processo de humanização é o envelhecimento de sua população, refletindo uma melhoria das condições de vida. De acordo com projeções das Nações Unidas (Fundo de Populações) “uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, e estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050”. (...) Em 2050 pela primeira vez haverá mais idosos que crianças menores de 15 anos. Em 2012, 810 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais, constituindo 11,5% da população global. Projeta-se que esse número alcance 1 bilhão em menos de dez anos e mais que duplique em 2050, alcançando 2 bilhões de pessoas ou 22% da população global”. http://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-idosa/dados-estatisticos/DadossobreoenvelhecimentonoBrasil.pdf
Texto II
O envelhecimento da população brasileira ocorre a taxas aceleradas. Em 1991, eram 11 milhões de idosos. Passados 17 anos, a cifra subiu para 19 milhões. Estimativa de alguns especialistas prevê que 23 milhões de brasileiros terão mais de 60 anos em 2010. E, em 2025, as projeções calculam que serão 32 milhões de idosos, representando cerca de 15% da população brasileira.
Se a previsão se confirmar, o Brasil envelhecerá em 34 anos o que países europeus demoraram um século. Na França, por exemplo, a população idosa dobrou de 7% para 14% em cem anos.Esse quadro só piora as dificuldades para  que o país consiga adequar suas políticas públicas e o atendimento em saúde para o idoso. Isso porque o país vai adiando o enfrentamento dessa realidade, o que está retratado nos poucos recursos públicos destinados a essa faixa da população. Em 2008, dos R$ 20 milhões previstos, só foram aplicados R$ 6 milhões.
Há poucos profissionais especializados, reduzida capacitação na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e falta conexão entre hospitais, postos de saúde e centros de atendimento especializado.
Além desse diagnóstico preocupante, aqui não existem – ao contrário do que ocorre na Finlândia, Noruega e Dinamarca – instituições de longa permanência para quem precisa de ajuda para atividades diárias, como tomar banho e se vestir. Naqueles países, os asilos são considerados instituições de saúde. No Brasil, possuem caráter assistencial, abrigando basicamente quem não tem moradia e renda, ou que só recebe o benefício de prestação continuada (previsto na Lei Orgânica da Assistência Social). Por essa razão, na maioria das vezes, os asilos parecem verdadeiros depósitos de velhos. E ainda assim são poucos. Na Suécia, cerca de 9% dos idosos moram nessas instituições. No Brasil, o índice é de 1%.




Redação Modelo: (Artigo de Opinião)
Li recentemente em um artigo da Folha de São Paulo que o século XXI traz consigo a tônica do rápido e expressivo envelhecimento dos países emergentes. Tal fato é acompanhado pela falta de infraestrutura, principalmente no âmbito da saúde. Será que tais problemas se restringem à melhor idade?
Você deve pensar que a velhice requer mais cuidados, todavia um envelhecimento saudável começa com uma infância vivida e assistida de forma plena. Indo um pouco adiante, cada fase da vida representa um forçoso e, por vezes, penoso aprendizado. No início a criança passa por mudanças que vão do falar ao caminhar.  Tantos desafios, se acompanhados por profissionais que respaldem seu crescimento, garantirão um desenvolvimento mais saudável.
Ao que tudo indica, respeitando os traços próprios de cada pessoa e de cada história, a entrada progressiva para a velhice se apresenta como extremamente desafiante. Isso porque enquanto na infância tudo aponta para um futuro cheio de sonhos, a velhice aponta para um presente onde o futuro se torna cada vez mais próximo e os sonhos cada vez menos fascinantes. Diante disso, um acompanhamento de um geriatra que consiga apreender tamanha angústia frente ao envelhecimento se faz essencial para que tal período se torne, de fato, a melhor idade.
Estas constatações ensejam conclusões de que o envelhecimento e o nascimento são faces uma evolução social, entretanto este não pode acontecer de forma desordenada. Faz-se necessário o acompanhamento de médicos e outros profissionais da saúde acompanhando o individuo durante todas as suas etapas para dar mais vida aos seus anos, ao invés de, simplesmente, dar mais anos a sua vida.

Sobre o Tema do Enem e o que faremos:
A proposta de redação da prova cancelada foi a “Valorização do idoso”. O candidato recebeu um trecho do estatuto do idoso, um texto que informa o aumento da expectativa da vida e outro sobre a diferença entre ser idoso e ser velho. Ao escrever o texto, era importante que o estudante refletisse sobre o lado positivo da idade.


Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema Valorização do idoso, apresentando experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, Organize e Relacione, de forma coerente e coesa, Argumentos e Fatos para defesa de seu ponto de vista. 
Estatuto do idoso
Art. 3º.É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. [...]
Art. 4º. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
Disponível em: www.mds.gov.br/suas/arquivos/estatuto_idoso.pdf Acesso em: 07 maio 2009.
Proposta de redação cancelada em 2009 (Foto: Reprodução/Enem)
O aumento da proporção de idosos na população é um fenômeno mundial tão profundo que muitos chamam de “revolução demográfica”. No último meio século, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. Se considerarmos os últimos dois séculos, ela quase dobrou. E, de acordo com algumas pesquisas, esse processo pode estar longe do fim.
Disponível em:http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env16.htm. Acesso em: 07 de maio 2009.


Idoso é quem tem o privilégio de viver longa vida...
... velho é quem perdeu a jovialidade.
[...]
A idade causa a degenerescência das células...
...a velhice causa a degenerescência do espírito.
Você é idoso quando sonha...
...você é velho quando apenas dorme...
[...]
Disponível em: http://www.orizamartins.com/ref-ser-idoso.html. Acesso em: 07 maio 2009 

Instruções:
- Seu texto tem de ser escrito à tinta, na Folha de Redação, que se encontra no final deste Caderno.
- Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem poema.
- O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
- O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
- O Rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado, no final deste Caderno
Link de algumas redações corrigidas pelo Estadão que podem servir de modelo:




O mesmo tema também já esteve no vestibular da FUVEST em 2014 veja aqui o tema e os comentários das bancas
Leia o seguinte extrato de uma reportagem do jornal inglês The Guardian, de 22 de janeiro de 2013, para em seguida atender ao que se pede:

   O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda-feira (dia 21) que os velhos deveriam “apressar-se a morrer”, para aliviar a pressão que suas despesas médicas exercem sobre o Estado.
   “Deus nos livre de uma situação em que você é forçado a viver quando você quer morrer. Eu acordaria me sentindo cada vez pior se soubesse que o tratamento é todo pago pelo governo”, disse ele durante uma reunião do conselho nacional a respeito das reformas na seguridade social. “O problema não será resolvido, a menos que você permita que eles se apressem a morrer”.
   Os comentários de Aso são suscetíveis de causar ofensa no Japão, onde quase um quarto da população de 128 milhões tem mais de 60 anos. A proporção deve atingir 40% nos próximos 50 anos.
   Aso, de 72 anos de idade, que tem funções de vice-primeiro-ministro, disse que iria recusar os cuidados de fim de vida. “Eu não preciso desse tipo de atendimento”,declarou ele em comentários citados pela imprensa local, acrescentando que havia redigido uma nota instruindo sua família a negar-lhe tratamento médico para prolongar a vida.
   Para maior agravo, ele chamou de “pessoas tubo” os pacientes idosos que já não conseguem se alimentar sozinhos. O ministério da saúde e do bem estar, acrescentou, está “bem consciente de que custa várias dezenas de milhões de ienes” por mês o tratamento de um único doente em fase final de vida.
   Mais tarde, Aso tentou explicar seus comentários. Ele reconheceu que sua linguagem fora “inapropriada” em um fórum público e insistiu que expressara apenas sua preferência pessoal. “Eu disse o que eu, pessoalmente, penso, não o que o sistema de assistência médica a idosos deve ser”, declarou ele a jornalistas.
   Não foi a primeira vez que Aso, um dos mais ricos políticos do Japão, questionou o dever do Estado para com sua grande população idosa. Anteriormente, em um encontro de economistas, ele já dissera: “Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas comem e bebem e não fazem nenhum esforço? Eu faço caminhadas todos os dias, além de muitas outras coisas, e estou pagando mais impostos”.
theguardian.com, Tuesday, 22 January 2013. Traduzido e adaptado.

   Considere as opiniões atribuídas ao referido político japonês, tendo em conta que elas possuem implicações éticas, culturais, sociais e econômicas capazes de suscitar questões de várias ordens: essas opiniões são tão raras ou isoladas quanto podem parecer? O que as motiva? O que elas dizem sobre as sociedades contemporâneas? Opiniões desse teor seriam possíveis no contexto brasileiro? Como as jovens gerações encaram os idosos?
   Escolhendo, entre os diversos aspectos do tema, os que você considerar mais relevantes, redija um texto em prosa, no qual você avalie as posições do citado ministro, supondo que esse texto se destine à publicação — seja em um jornal, uma revista ou em um site da internet.
Instruções:

•              A Redação dever ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
•              Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. Não ultrapasse o espaço de 34 linhas da folha de redação.
•              Dê um título a sua redação.

PARA LER:  
  
Quer saber o que o Governo tem feito pelos idosos? Então leia:
Textos de Apoio:
71% dos municípios não têm instituições para idosos

A maior parte das existentes são filantrópicas (65,2%), 28,2% são privadas e apenas 6,6% são públicas
A primeira pesquisa nacional sobre as instituições para idosos resultou em dados inéditos lançados nesta terça-feira, 24, no auditório do Ipea no Rio de Janeiro, por meio do Comunicado nº 93, Condições de funcionamento e infraestrutura das instituições de longa permanência para idosos no Brasil. O estudo foi apresentado pela coordenadora de População e Cidadania da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Ana Amélia Camarano. “Muita gente vê o asilo como uma segregação, mas a segregação independe do asilo ou da família, mas da condição em que se encontra o idoso”, afirma a coordenadora.
As instituições brasileiras para idosos estão concentradas na região Sudeste (dois terços), sendo que apenas o estado de São Paulo tem 34,3% do total. Em média, cada instituição gasta R$ 717,91 por residente, valor este muito afetado pelos valores extremos. O gasto mínimo per capita é de R$ 92,62, observado em uma instituição em Alagoas, e o máximo de R$ 9.230,77, declarado por uma instituição em São Paulo. Esse custo de uma instituição é muito afetado pela sua natureza jurídica e oferta de serviços.
Com mais de 20 milhões de idosos, o Brasil tem apenas 218 asilos públicos. As instituições públicas e privadas abrigam 83 mil idosos, a maioria mulheres. O governo federal tem apenas uma instituição para os idosos, o Abrigo Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que atende 298 pessoas.

Dia do Idoso reforça a busca por uma sociedade inclusiva e igualitária

O envelhecimento populacional é uma tendência mundial para as próximas décadas. No mundo todo, uma em cada 9 pessoas tem 60 anos de idade ou mais. Por volta de 2050, estima-se que haverá um crescimento dessa proporção para um idoso em cada 5 pessoas. Na mesma época existirão pela primeira vez na história mais idosos que crianças menores de 15 anos.
O aumento da longevidade é fruto de melhoras na nutrição, nas condições sanitárias e socioeconômicas, avanços da medicina, cuidados em saúde, entre outros fatores. No entanto, nem sempre o aumento da população idosa no mundo é visto como uma conquista. Existe uma série de estereótipos negativos associados ao processo de envelhecimento, causando impactos no cotidiano das pessoas idosas, como as ideias de que esta fase da vida é caracterizada pela inatividade, isolamento e abandono.

Com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a necessidade de valorizar a população idosa, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional do Idoso, por meio da Resolução publicada em 1990. O Brasil também adotou essa estratégia, estabelecendo o dia 1º de Outubro como Dia Nacional do Idoso, conforme define a Lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006.

O Estatuto do Idoso foi promulgado em 2003, após mais de sete anos de intenso debate entre a Câmara dos Deputados e representantes da sociedade. Confirmando e sistematizando o conjunto de regras já vigentes sobre o tema, o Estatuto veio garantir, na especificidade, os direitos fundamentais da pessoa idosa, principalmente no que se refere às suas condições de saú- de, dignidade e bem-estar. Configurou, sem dúvida, uma importante contribuição do Congresso Nacional para a cidadania dos brasileiros. A presente publicação, um eficiente instrumento de acesso à legislação em vigor sobre o tema, reúne textos legais concernentes à pessoa idosa, inclusive o Estatuto do Idoso. Por meio dessa obra, a população conhecerá os mecanismos de proteção oferecidos pelo Estado brasileiro. Assim, os idosos poderão exigir o respeito à lei e dela se beneficiar, e os mais jovens poderão assumir as responsabilidades dela decorrentes.

Será em outubro de 2015, em Brasília, a IV Conferência Nacional do Idoso


Cartaz da primeira chama da 4ª Conferência Nacional
“Protagonismo e Empoderamento da Pessoa Idosa – Por um Brasil de Todas as Idades” é o tema escolhido pelo CNDI- Conselho Nacional do Idoso – para a IV Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa prevista para ser realizada em outubro de 2015.
Fazem parte da comissão organizadora da IV Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa representantes dos órgãos que são conselheiros, no CNDI- Conselho Nacional dos Direitos do Idoso: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; Ordem dos Advogados do Brasil; Associação Nacional de Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência; Ministério da Previdência Social; Ministério da Saúde; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério das Cidades; Ministério da Cultura; Confederação Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas e Associação Nacional de Gerontologia.
Embora a divulgação tenha sido feita formalmente pelo Diário Oficial da União e publicada no site da Secretaria de Direitos Humanos no dia 22 de abril de 2014, passados seis meses ainda não foram publicadas novas orientações a respeito da organização do evento. A Comissão Organizadora, segundo a própria notícia do CNDI, no começo do ano, tinha um prazo de trinta 30 dias para elaboração do Regimento Interno e das Orientações Básicas para a realização das Conferências municipais, estaduais, distrital e nacional.


Treine!!!!












quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Redação Projeto Medicina - Quer ser médico?

E se para passar no vestibular você fosse convidado a escrever sobre o Porquê? Não chore não!!!! A gente te ajuda! Redija um texto opinativo destacando com argumentos concisos os motivos que o levou a escolha da profissão médica. 










Que sejas bem-vinda na minha vida
       Desde já afirmo que não sei exatamente o momento no qual tive certeza que queria ser médica. Provavelmente deve ter sido lá na minha infância quando eu ia ao médico e disputava com meus irmãos quem seria o primeiro a ser atendido ou quem sabe quando comecei a estudar e fiquei fascinada por tudo que envolvia a área de saúde. Isso pouco importa quando penso o que me espera. Os motivos e fatos que me influenciaram estão misturados em minha mente e transformá-los em palavras é uma tarefa meio complicada.
Dizer que eu quero fazer medicina para ajudar ao próximo não me basta, todos os médicos devem estar cientes que às vezes, mais vale uma ajuda e um conforto do que a cura, desse modo é incompreensível gostar de medicina e não adorar auxiliar. Assim também é o dinheiro e o reconhecimento, não me preocupo com eles, pois eles serão frutos do meu trabalho, não importa qual. Não associo medicina a riqueza, mas o ser bem-sucedido a um retorno econômico. Afinal, reconhecido é aquele que faz o que gosta.
       Ocasionalmente quando paro e reflito sobre o futuro me vejo com o tão desejado jaleco branco, entre os corredores de um hospital, em uma verdadeira correria, visitando internados e socorrendo os que de assistência precisam. E assim que meu futuro está pintado – a menina que quer mudar o mundo com seu jaleco e sonhos. Sei, porém, que a vida de médico não é nada fácil, é necessário abdicar de tempo e muitas coisas da sua vida pessoal. A rotina é maluca, ou melhor, quase não há rotina, e é preciso estar atento ao máximo e evitar que erros ocorram. O papel social do médico vai além de salvar vidas, inclui também a interação médico-paciente e a maneira como lidar com as diferenças. Não dá para elencar os motivos, mas nasci para isso porque acho que ser médico não se explica, se torna.
       Sei, mas do que o porquê quero ser, o que devo ser: aprendi que a profissão médica é sinônimo de compromisso e responsabilidade perante a sociedade e não é que se encaixa perfeitamente comigo?  Sei que a saúde é um direito de todos e seguir esta carreira é a melhor forma de estar perto das pessoas e fazer valer esse direito e não é que eu posso proporcionar justiça? Sei que o médico, diante do acordo firmado com o social, deve ter a consciência de curar quando plausível, aliviar sempre que necessário e consolar sempre e não é que entendo isso?
Então, não sou Gabriela, mas eu nasci assim, vou crescer assim e quero ser sempre assim – medica que muda o mundo.





Médica esclarecida
Machado de Assis apregoava que a sociedade capitalista humanizou as coisas e coisificou o homem. Apesar de reconhecer na sua fala o que vejo nas práticas médicas atuais, ao escolher Medicina, quero fazer a diferença em meio a um contingente de médicos que ao buscar serem "oficiais maiores da ciência e gerentes de biotecnologias complexas", desconsideraram a genuína arte de curar quando possível, mas cuidar sempre.
A meu ver, é incontestável os patentes benefícios que o conhecimento científico trouxe aos cuidados com a saúde. Porém, não sou a favor da prática mecanicista, que não leva em conta o papel dos fatores sociais ou a subjetividade individual do paciente. Por isso espelho-me em médicos como Bernard Lown e William Osler, que concluíram que não se podem aferir os males que afligem as pessoas tão somente pelas respostas dadas pelas máquinas de diagnosticar. Assim, Escolhi Medicina, no intuito de fazer da minha profissão instrumento de melhorias de vida.
Muitos não entendem que o sacrifício não é feito apenas pelo trabalho, dinheiro ou reconhecimento. Apaixonei-me pela mistura, cheia de falhas e dificuldades, de ciência e cuidado. A escolha que fiz, foi por uma filosofia, um desejo maior de poder ser útil, de ajudar os que precisam.  Portanto, buscarei ser a médica com quem meus pacientes sintam-se à vontade quando descreverem suas queixas, sem receio de serem submetidos a numerosos procedimentos, uma médica para quem o paciente nunca é uma estatística e, acima de tudo, ser um semelhante, um ser humano, cuja preocupação pelo outro é avivada pela alegria de servir, pautada pela crença de que cuidar da saúde é garantir futuros.
O que me move mesmo é a utopia, essa que foi delineada por Thomas Morus e reiterada, nesse século pelo uruguaio Galeano quando sugere que mesmo que não possamos adivinhar o tempo que virá, temos ao menos, o direito de imaginar o queremos que ele seja. Portanto, escolher ser discípula de Hipócrates foi optar por exigir que princípios básicos do humanismo no desempenho da missão sagrada de curar, continuem a fazer parte da minha rotina, ao compreender, que tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que tem a doença. 


Redações feitas pelos anjos da Oficina de Ciências Médicas

Aprendendo a fazer Carta - carta direcionada ao Ministério da Saúde brasileiro dando ênfase à comparação com modelos de saúde pública de países desenvolvidos.



Sei que um dos grandes desafios de vocês é escrever numa modalidade textual que não seja dissertação. Vamos aprender?





Salvador, 04 de outubro de 2015


Ao V.Exa. Marcelo Castro
M. D., Ministro da Saúde brasileiro,
Como vai Vossa Excelência? Imagino que ocupado em assumir o grande desafio que é o da pasta da saúde com cortes de gastos e tantos desgastes governamentais envolvendo a saúde pública brasileira. Mas imagino-o bem apto para o cargo já que o senhor tem mais de 5 mandatos com deputado e, com certeza, já domina a arte da gestão pública. Com uma história tão longa envolvida com as políticas nacionais não preciso lembrar a V. Ex.ª, Senhor Ministro, que em 1988, votamos a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), e com ele afirmamos a atenção em saúde para o cidadão brasileiro. Porém, é inegável que persistem problemas a serem enfrentados para consolidá-lo como um sistema público universal que teve sua base construída nos moldes dos tradicionais sistemas de proteção social existente nos países europeus.
Na prática, prezado ministro, os propósitos de universalização, integralidade e equidade prevista constitucionalmente não foram atingidos e os recursos governamentais, destinados à manutenção da saúde dos mais de 200 milhões de brasileiros, têm sido cada vez mais insuficientes. Reconheço o protagonismo do Ministério da Saúde em prol da luta para fazer valer o direito do povo brasileiro e das grandes ações reconhecidas internacionalmente em medicina preventiva. Porém, o senhor deve concordar que os atuais gastos com a saúde pública no país ficam muito abaixo do que é investido por nações que também oferecem o mesmo direito, como Reino Unido, Alemanha e Canadá.
Apesar das mudanças significativas como a queda da mortalidade infantil e da eliminação de várias doenças infecciosas, a verdade é que o impasse entre o público e o privado mina o conceito do SUS. Como deve ser do seu conhecimento, os investimentos no nosso Sistema de Saúde, quando comparado aos dos países desenvolvidos, apresenta uma defasagem de 30 anos, relativamente. E, quando comparado por números absolutos, em PIB per capita, talvez tenha uma defasagem de até 50 anos. Assim, apesar de ter sido inspirado no modelo de saúde britânico, em nada temos de uma saúde digna. O seu contrário é que aparece estampado em jornais: falta profissionais, falta infraestrutura e as filas gigantescas para conseguir atendimento revelam na saúde pública brasileira a falta da dignidade humana para com os que pelo Estado brasileiro precisam ser assistidos.
O modelo atual de prestação de serviços de saúde, apesar de toda a evolução do SUS, ainda é ineficiente e não cumpre o desiderato apontado na Constituição, de que é dever do Estado oferecer ao cidadão todos os meios para que ele goze de boa saúde. Assim, diante de tais fatos, é de suma importância que o senhor repense conceitos, possibilidades, objetivos e necessidades do sistema público nacional para atender aos doentes desse gigante chamado Brasil.

Atenciosamente,

Redação UNIFACS 2015 e também para a UNIME - O mundo capitalista e o paradoxo financeiro, qual a real função do médico?

A regra de ouro

       Milton Santos apregoava que nunca na história da humanidade houve condições técnicas e científicas tão favoráveis à construção de um mundo da dignidade humana. Entretanto, a ótica capitalista impôs à sociedade uma globalização perversa e redirecionou a formação e atuação do médico, modificando também sua visão do paciente como pessoa.
       As condições tecnológicas existentes, apesar de mudarem o panorama ideológico estrutural, não foram capazes de alterar o cenário perverso do capitalismo.  Assim, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, define o mal-estar da pós-modernidade como “tempos líquidos”, em consequência da dissolução de todos os valores “sólidos” que nos acompanharam ao longo de nossa história. Pode-se observar então, que as transformações políticas, econômicas e sociais trazidas com a implantação do sistema capitalista, ao mesmo tempo em que ampliaram a produtividade do trabalho, também instalaram uma nova ordem mundial caracterizada pelo tom de individualismo, abandono da solidariedade e a desumanização em nome do capital. A saúde, mesmo sendo produzida sobre a premissa do altruísmo socializante sucumbiu ao capitalismo como valor absoluto.
       Nesse contexto, as universidades estão preparando cientistas da saúde habilitados a diagnosticar e curar, mas sem capacidade de demonstrar consideração, compaixão e benevolência frente a seus pacientes. Partindo desse pressuposto, o médico atual se vê em uma realidade paradoxal, pois nunca a Medicina avançou tanto na diagnose e no tratamento como nas últimas cinco décadas, e nunca o ser humano enfermo foi tão malcuidado. Nessa perspectiva, a maioria dos médicos perdeu a arte de curar, que vai além da capacidade do diagnóstico e da mobilização dos recursos tecnológicos e se depara com a exagerada ênfase que as escolas médicas empregam na formação técnica de profissionais em detrimento   da formação pautada na humanização.
Para Machado de Assis, a sociedade capitalista humanizou as coisas e coisificou o homem. Partindo dessa égide, o jovem médico é mais exposto à alta tecnologia e menos ao lado humanístico e filosófico da Medicina. Portanto, é cada vez mais necessário ter a coragem de rever e mudar este cenário para resgatar o valor maior do ato de ser médico, que é ver o paciente como um ser humano único e respeitá-lo como tal, para poder entender e tratar sua doença e garantir seu bem-estar.

Redação Produzida pelos Anjos da Oficina de Ciências Médicas do Curso Eu Quero Passar

Redação Medicina para a FASA/UNIME/UNIT - 2015 A importância do conhecimento histórico da medicina e os seus reflexos na contemporaneidade

Caminho percorrido

Aristóteles afirmou que, entende-se melhor as coisas e os conceitos quando se tem uma visão clara de como eles se formaram. Partindo dessa premissa, grande parte do conhecimento médico, nos primeiros 20 séculos da humanidade, esteve atrelado ao conhecimento histórico, e atualmente, serve como base para novos avanços e tratamentos complementares.
Séculos da história médica formataram-se nos alicerces hipocráticos, viés que só foi alterado no século XX, influenciados pela valorização da técnica e pelo positivismo de Comte. Nessa perspectiva, a história da medicina em seus diferentes períodos mostra como o conceito de uma enfermidade, sua etiologia e seu tratamento, prevalentes em um dado momento, podem ser substituídos por outros, como no caso do éter descoberto no medievo por Paracelso e redescoberto 300 anos posteriormente. Esta noção da transitoriedade da verdade científica educa o médico no espírito independente e crítico, tornando-o preparado para assimilar as mudanças e as novas verdades que na medicina ou na sociedade se desenvolvem.
Na arte médica é fundamental o princípio de que as conquistas, que constituem o patrimônio do passado, devem servir de base às investigações do presente. Nessa conjuntura, acompanha-se o fluxo de revitalização e aprimoramento da medicina tradicional, valendo-se no século XXI por remédios fitoterápicos e acupuntura, que se tornaram parte de uma extensa pesquisa acadêmica na busca de novas soluções. Tal fato tem associado a alternativa popular à medicina moderna, apoiado por programas como o Sistema Único de Saúde no Brasil, mesmo em locais onde os tratamentos médicos modernos prevalecem.
Conforme Littré, não existe nada na mais avançada medicina contemporânea cujo embrião não se encontre na medicina do passado. Assim, não se pode compreender a medicina atual de forma concisa e profunda se ignorar a evolução do conhecimento médico, pois existe uma coesão histórica do pensamento, sendo necessário conhecer o caminho percorrido para que se possa compreender os conceitos presentes. Portanto, nem a medicina escapa ao axioma de que para caminhar rumo ao o futuro é preciso entender como foram os passos do passado.


Redação Produzida pelos Anjos do Curso Eu Quero Passar para a Oficina de Ciências Médicas